Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 31 de julho de 2021

Portugal - Museu da Língua Portuguesa condecorado com a Ordem de Camões

Marcelo Rebelo de Sousa, agraciou hoje o Museu da Língua Portuguesa de São Paulo com a primeira Ordem de Camões, durante uma cerimónia em que a ausência mais notada foi a do chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro.

Segundo o Presidente da República, a nova condecoração portuguesa, criada em junho, foi atribuída “em nome do futuro” da língua portuguesa, para o qual, “os mais jovens e mais numerosos” são “mais essenciais”, numa alusão ao número de falantes brasileiros, que apenas em São Paulo são mais de 12 milhões.

“É esse futuro que em nome de Portugal e de todos os portugueses celebro, agraciando o Museu da Língua Portuguesa com uma ordem honorífica acabada de criar, em junho“, disse.

“Este museu será o primeiro dos primeiros galardoados. Este museu, que o mesmo é dizer este São Paulo, este Brasil e esta língua portuguesa que nos une por todo o mundo” acrescentou.


Durante a cerimónia de reinauguração do museu, que quase ficou destruído depois do incêndio de 2015, o governador de São Paulo, João Dória agradeceu o apoio “à memória e cultura portuguesa” de Marcelo Rebelo de Sousa.

Dória, uma das vozes mais críticas do chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, destacou a “biografia em defesa da liberdade e da democracia” dos ex-Presidentes Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso.

“Temos aqui dois Presidentes que dignificaram os seus mandatos e defenderam os valores da liberdade e da democracia”, disse o governador de São Paulo dirigindo-se diretamente a Marcelo Rebelo de Sousa.

Posteriormente, durante a conferência de imprensa que se seguiu à inauguração, o governador de São Paulo esclareceu que convidou o Presidente Jair Bolsonaro para estar presente, mas que, segundo disse, “ele preferiu ir andar de moto”.

Jair Bolsonaro optou por se juntar a uma concentração de motociclistas no município Presidente Prudente, que fica no Estado de São Paulo.

Dória disse ainda que foram convidados a participar os ex-Presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff, que declinaram o convite, mas enviaram mensagens de apoio.

A presença do ex-Presidente Sarney, que chegou a estar anunciada, não se concretizou.

A cerimónia de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa marca o segundo dia da visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa ao Brasil, que tem agendado ainda para hoje um encontro com representantes da comunidade portuguesa na Casa de Portugal em São Paulo. In “Jornal do Luxemburgo” - Luxemburgo



 

Guiné-Bissau - Coordenador do Grupo de Professores da Língua Portuguesa afirma que guineenses devem priorizar a língua portuguesa

Bissau - O Coordenador do Grupo de Professores da Língua Portuguesa (AJALV) defendeu esta sexta-feira a necessidade de os guineenses priorizarem a língua portuguesa em detrimento da inglesa ou francesa, por ser o idioma oficial da Guiné-Bissau.

Abubacar Mendes falava, em declarações exclusivas à Agência de Notícias da Guiné, no quadro da entrega de certificados ao VIIIº grupo de finalistas do Curso de Aperfeiçoamento da Língua Portuguesa, do Centro de Aperfeiçoamento da Língua, que sita na rua Vitorino Costa, em Bissau.

“Na realidade, muitos guineenses têm ou sentem a vergonha de comunicar em português, os que comunicam no mesmo idioma as vezes são considerados de impostores e atrevidos. Mas as pessoas que comunicam em Francês ou Inglês são tomadas como “espertas” mas isso não deve ser o procedimento normal, uma vez que estamos num país de língua oficial portuguesa”, lamentou aquele responsável.

Mendes acrescentou que não é mau apreender outras línguas devido ao processo de globalização mas que é sempre fundamental não ignorar o que nos pertence e que nos distingue.

Lançou um apelo aos jovens que não têm condições para frequentar a universidade no sentido de não exitarem em dirigir-se para o referido Centro com a finalidade de aprofundarem os seus conhecimentos sobre a língua portuguesa.

“Muitas pessoas que se formaram neste centro já estão a dar resultados nos diferentes locais e outros já são professores aqui. Estamos satisfeitos com esse resultado, mas, no futuro, pretendemos ter uma escola com nível de Bacherel ou licenciatura em Língua Portuguesa, de modo a fornecer mais conhecimento para o povo guineense”, desejou o coordenador de AJALV.

Questionado se alguma vez já receberem o apoio do governo, Mendes respondeu que não,  e disse  que, na verdade, estão a precisar de ajuda para dar mais qualidade ao centro e para fornecer mais bagagens aos estudantes.

O grupo AJALV foi criado com o objectivo de ajudar as pessoas a diminuírem as suas dificuldades concernentes à língua portuguesa. Começou a funcionar em Bissau desde 2011 e já formou muitas pessoas.

Esta sexta-feira, os VIIIº grupo de finalistas do Centro de Aperfeiçoamento da Língua Portuguesa receberam os seus certificados numa cerimónia que decorreu sob o tema: “Ensino - aprendizagem de Português na Guiné-Bissau numa abordagem comunicativa” e que contou com a presença do ministro da Educação Nacional e da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB). In “Agência de Notícias da guiné” – Guiné-Bissau

 

Cabo Verde - Músico santa-cruzense Mureno lança single “Kuzas di coraçon”


Cidade da Praia – O músico santa-cruzense Mureno lançou nas plataformas digitais o seu primeiro single intitulado “Kuzas di coraçon”, com vista a alavancar a sua carreira profissional.

Mureno adiantou à Inforpress que depois da sua participação no single “Conberso cu Distino”, da cantora Neuza, sentiu-se aberto ao mundo profissional, dando conta que já prevê, para um futuro próximo, novos projectos, que, no entanto, é cedo para revelar.

“Kuzas di coraçon”, conforme explicou, é uma experiência real que teve recentemente, e canta “expressivamente o estado em que é arrebatado quando o amor bate à porta”.

Portanto, disse que expressou as suas emoções, sem reservas, mostrando que é difícil resistir ao amor, tendo o considerado um “estado mágico”, que acontece com qualquer ser humano.

Mureno avançou que quer produzir música para todos os estilos, perspectivando alcançar um público cada vez maior, tendo ressalvado que ele “é música e não ritmo”.

Por isso, asseverou, que o seu primeiro EP vai trazer vários estilos diferentes e vários temas, e segue na esperança que “Kuzas di coraçon” lhe abre “muitas portas”. In “Inforpress” – Cabo Verde

 


Kusas d Coraçon

 

Curaçon, é dificil di comprendi

alves é ta pregam partida ki nem mi nka ta intendi

nhas emoçons ki na peru mi nta xinti

é ta atacam ku tudu força nka ta consigui difendi

 

Nu prometi ma num di nox nu ka ta apaixona

n odja claro nflou kela parcem ka ta fila

bu fla ma bo é forti mo ta consigui scapa

nflou ma infilismenti nka ta prometeu nada

 

Amor

Amor

Amor

 

Oras ki amor ta bateu na porta, bu ca tem cau di bai

mi ntenta fugi é pegam na costa, djam rendi nsa bai

 

Podi lebam pundi bu kre

nha coraçon goci é di bo

podi lebam pundi bu kre

mi é so dibo, mi é so dibo

 

Amor ta bem bateu na porta sem fla se podi entra

é ta ilumina bu vida e tudu kel ki sta la

podi abril porta dexal entra

e di tudu restu el ku ta cuida

é ta ilumina bu vida e tudu kel ki sta la

 

Mureno – Cabo Verde


sexta-feira, 30 de julho de 2021

Cabo Verde - Sociedade Cabo-verdiana de Música institui “Prémio SCM” para estimular criação musical


Cidade da Praia – A Sociedade Cabo-verdiana de Música (SCM) instituiu o “Prémio SCM” para estimular a criatividade musical e reconhecer os autores, compositores, interpretes músicos e todos aqueles que brindam o país com criação e gravação de obras musicais.

O anúncio foi feito esta manhã pela presidente da SCM, Solange Cesarovna, em conferência de imprensa, para a apresentação do regulamento do prémio e a divulgação dos pormenores da iniciativa, promovida pela Entidade de Gestão Colectiva de Direitos de Autor e Conexos no domínio da música.

Avançou que durante a assembleia-geral extraordinária da sociedade, realizada a 24 de Julho, foi aprovada a instituição do Prémio SCM como forma de reconhecimento aos autores, compositores, interpretes, produtores fonográficos, músicos, instrumentistas e todos aqueles que de uma forma ou outra brindam Cabo Verde com acto de criação de obras musicais e de gravação.

“A SCM entendeu aprovar e instituir a criação deste prémio, também, para estimular a criação musical uma vez que nos nossos estatutos a criação musical é algo que fomenta a própria missão da Sociedade Cabo-verdiana de Música que é a defesa das obras musicais e das gravações”, referiu.

Perante o contexto pandémico da covid-19, a classe cultural foi muito afectada e continua ainda a sofrer com os efeitos, onde as actividades culturais já foram retomadas, mas ainda em moldes bastante “lento”, na qual requer o engajamento de todos para contribuir para o relançamento do sector.

“Durante este período os nossos membros estiveram resilientes, criativos e fizeram muitas músicas, onde algumas falavam da pandemia e outras demonstram as incertezas dos tempos, mas, principalmente, para mostrar que a arte e a música é quem nos une, anima, nos dá esperança e nos mantem vivos mesmo em momentos tão difíceis, improváveis e de distanciamento social como este que a covid-19 trouxe”, apontou.

Segundo a presidente, a ideia é estimular esta criatividade e agradecer a todos aqueles que fazem parte da família SCM.

“O regulamento entra imediatamente em vigor e contempla o ano de 2021, ou seja, todas as obras musicais e gravações lançadas entre 01 de Janeiro de 2021 e 31 de Dezembro de 2021 são candidatas ao prémio”, acrescentou. In “Inforpress” – Cabo Verde


 

Portugal - Amêijoa japónica, uma experiência positiva que pode tornar-se um problema de saúde pública

Começou como "experiência ambiental". Mas a introdução de um tipo de amêijoa japonesa com o objetivo de despoluir os rios Tejo e Sado em Portugal, que estavam contaminados com mercúrio, chumbo, cádmio e biotoxinas, tornou-se um problema de saúde pública que põe em risco a vida de milhares de pessoas se a consumirem


O projeto começou na província de Setúbal, quando especialistas introduziram a chamada "amêijoa japónica", capaz de absorver poluentes na área afetada, com a intenção de reduzir os níveis de toxicidade da água do Sado atingida por resíduos industriais.

Ao longo dos anos, a iniciativa, que parecia um plano que tinha tudo para resultar, tornou-se "um problema de saúde pública" difícil de resolver, afirmou esta semana à agência espanhola EFE o chefe da Divisão Técnica Ambiental da Guarda Nacional Republicana (GNR), o Tenente-Coronel Ricardo Vaz Alves.

O problema com este tipo de amêijoa é o facto de ser um molusco muito apreciado no mercado internacional, algo que é tido em conta pelos grupos ilegais de apanha deste bivalve, que os capturam em zonas contaminadas para os vender depois em Portugal, Espanha e outros países.

Apesar da sua elevada toxicidade, a amêijoa japónica é vendida porque depois de sujeita a um processo de descontaminação pode ser consumida, algo que não é uma preocupação das redes de apanha ilegal. Uma amêijoa contaminada pode provocar graves problemas de saúde, incluindo a morte.

Para este oficial da GNR, as redes de pescadores que comercializam o molusco tóxico também conseguem falsificar documentos sobre a origem do molusco, de modo a que um produto impróprio para consumo humano possa acabar por ser vendido legalmente em supermercados de Espanha ou Portugal, ou ser distribuído a partir daí para outros países europeus.

Como tal, as autoridades portuguesas e espanholas procuram atacar as redes de distribuição ilegal, já que "é quase impossível" eliminar este tipo de amêijoa. Este trabalho conjunto entre os dois países está a ter algum êxito.

Só em Lisboa, por exemplo, as autoridades estimam que cerca de 1400 pescadores fazem apanha ilegal deste bivalve. De acordo com o Tenente-Coronel Ricardo Vaz Alves, em maio, foram apreendidas 1,5 toneladas da espécie, impróprias para consumo. In “Contacto” - Luxemburgo


Brasil - Tombamento: Manaus incluído no rol das cidades históricas do país


Foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28) a homologação do tombamento do Centro Histórico de Manaus (AM). A publicação da portaria é mais uma etapa do processo de reconhecimento do conjunto urbano, já protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A homologação é uma avaliação de conveniência e oportunidade realizada pelo Ministério do Turismo. Quando um tombamento é homologado, o chefe da pasta aprova as decisões tomadas nas fases anteriores do processo.

Concluída essa etapa, o Centro Histórico de Manaus será inscrito em dois dos quatro livros do tombo: o Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e o Histórico. A inscrição concluirá os trâmites do reconhecimento federal.

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destaca a importância da ampliação de áreas protegidas em todo o país. “A homologação do tombamento do Centro Histórico de Manaus reflete um compromisso do nosso governo com a proteção e preservação da história e identidade do povo brasileiro. Este ato inclui, definitivamente, Manaus no rol das cidades históricas do Brasil”, ressaltou Machado Neto.

A poligonal de tombamento protegida pelo Iphan abrange uma área entre a orla do rio Negro e o entorno do Teatro Amazonas. Os monumentos refletem o espírito da Belle Époque, quando a capital amazonense era conhecida como uma das metrópoles da borracha. No auge do ciclo do produto, o Brasil exportou 42 mil toneladas do insumo em um único ano, dinheiro que financiou boa parte do conjunto urbano.

“O Centro Histórico de Manaus é mais do que beleza: é a monumentalização dos ideais de uma época, de um importante momento econômico e cultural do Brasil. Sendo fundamental para o exercício do direito à memória, esse bem deve ser protegido pelo Iphan”, afirma Larissa Peixoto, presidente do Instituto.

Metrópole da borracha

As origens de Manaus remontam a 1669, durante o período colonial, no contexto da interiorização da América Portuguesa. A ocupação que posteriormente daria origem à cidade começou na margem esquerda do rio Negro, a partir do forte de São José da Barra do Rio Negro. O nome da cidade deriva da nação Manaó, um dos povos indígenas mais importantes da região. Tornou-se capital do Amazonas em 1889, com a Proclamação da República.

A arquitetura e o urbanismo característicos do conjunto foram criados entre os séculos XIX e XX. A partir de 1892, o governo de Eduardo Ribeiro elaborou um plano para coordenar o crescimento da cidade.

Manaus ganhou o serviço de transporte coletivo de bondes elétricos, telefonia, eletricidade e água encanada, além de um porto flutuante, que passou a receber navios de diversas bandeiras. As ruas, parques e praças arborizados também surgiram nessa onda modernizadora: esses equipamentos eram vistos como instrumentos para garantir a salubridade e a beleza das urbes. A Praça da Saudade e a já desaparecida Praça Oswaldo Cruz são locais que refletem os ideais oitocentistas.

À época, o látex era matéria-prima basilar para a industrialização mundial. Manaus estava no epicentro da cadeia de fornecimento do insumo: junto com Belém, era o principal ponto de escoamento da produção dos seringais amazônicos.

Edifícios monumentais erguidos no Centro Histórico de Manaus refletem a opulência e a euforia da época. É o caso do Teatro Amazonas, inaugurado em 1896. O espaço foi projetado para atender às necessidades do que era uma das cidades mais prósperas do mundo, e que recebia – e recebe –companhias de espetáculos do exterior.

Investimentos

Mesmo antes de o tombamento ser homologado, o Iphan já trabalhava em prol da proteção e do desenvolvimento do Centro Histórico de Manaus. Só entre os anos de 2017 e 2021, os técnicos da autarquia analisaram 374 propostas de intervenção dentro do perímetro protegido.

O conjunto urbano recebeu, ainda, diversos investimentos no âmbito do Programa de Preservação de Cidades Históricas. Foram oito ações que contaram com a participação do Iphan, em parceria com a Prefeitura de Manaus, como requalificação urbanística da Praça XV de Novembro (Praça da Matriz) e Relógio Municipal; Transferência do Pavilhão Universal da Praça Terneiro Aranha para a Praça Adalberto Vale; da Praça Dom Pedro II; Restauração da Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista; Restauração do Antigo Hotel Cassina (Centro da Inovação Cassina); Antiga Câmara Municipal (Centro de Arqueologia) e outros.

A autarquia e o restante do governo federal investiram aproximadamente R$ 9 milhões nessas ações.

Há uma ação em curso no Teatro Amazonas, um dos principais monumentos da cidade. O imóvel está em processo de modernização do sistema de prevenção e combate a incêndios, com entrega estimada para outubro deste ano. As melhorias somam pouco mais de R$ 2,6 milhões em recursos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. In “Mundo Lusíada” - Brasil


 

Macau - Lançado videoclipe de “Primavera”, que integra álbum de Maria Monte


Já pode ser visto o novo videoclipe da música “Primavera”, que integra o projecto discográfico “Laços”, de Maria Monte. Lançado em diversas plataformas digitais, “Laços” é um EP produzido pelo músico João Caetano, nascido no território e actualmente a residir em Londres. “Primavera” é um tema que “invoca a esperança em tempos de pandemia”, mas “Laços” tem também músicas como “Macau” que invoca, “de forma ardente, a cidade poética” e “Concha”, que vagueia entre “a paixão e o vazio de uma relação de amor”.

Segundo uma nota de imprensa, “todos os temas combinam as nuances emocionais que impactam as cidades de Lisboa e Macau com uma densidade rítmica correspondente”.

Além da colaboração de João Caetano, este EP conta também com a participação de músicos de jazz a viver em Londres e de Karme Caruso.

Maria Paula Monteiro, verdadeiro nome de Maria Monte, integrou várias formações musicais no passado, tendo trabalhado com nomes como António Emiliano, Ramon Galarza, Paulo Pedro Gonçalves, Pedro Ayres de Magalhães, e bandas como os Delfins e Sétima Legião. Adoptou o nome Spunky e lançou o single “Latino-Americano” com produção de José Maria Côrte-Real. Maria Paula Monteiro colaborou ainda com o projecto Zanzibar, que incluiu nomes como Tito Paris, Dalu e Fernando António, tendo lançado o álbum “Terra de Ninguém”. Em Agosto de 1987 foi lançado o single “Boys And Girls”, novamente com produção da Nice Tan Productions.

A cantora participou no Festival da Canção 1993 mas manteve sempre o seu vínculo a Macau, ao participar em duas colectâneas de música como cantora. Gravou para a Valentim de Carvalho, Polygram (agora Universal) e EMI. In “Hoje Macau” - Macau


 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Macau – Universidade de Macau encerra 35.º curso de Língua Portuguesa com mais de uma centena de estudantes

O 35.º Curso de Verão de Língua Portuguesa da Universidade de Macau (UM, no qual participaram 123 estudantes oriundos do Japão, de Myanmar, da China continental, de Singapura, da Malásia, da Polónia e das RAE de Hong Kong e de Macau, terminou “com sucesso”, refere a instituição em comunicado. Cerca de 60% frequentou os cursos de língua nos níveis intermédio e avançado, acrescenta a instituição.

Na edição de 2021, realizada online, os estudantes trabalharam com docentes-investigadores de Macau e de instituições internacionais, autores de manuais e de textos de referência para a língua portuguesa, sendo que os cursos de língua tiveram um total de 45 horas. Os alunos puderam ainda complementar os cursos de língua com 15 horas de estudo acompanhado pelos professores.

Enquanto alunos do nível introdutório e básico tiveram a oportunidade de frequentar 15 horas de cursos temáticos, os alunos do nível intermédio e avançado tiveram à sua disposição 75 horas de variados cursos temáticos que permitiu-lhes desenvolver competências em língua e em áreas como a história, a literatura, a linguística, a sociedade, o cinema, a arte, a comunicação, a tradução, a economia, as relações internacionais, a gastronomia, a música e a dança. Segundo a UM, os estudantes tiveram ainda a possibilidade de receber informação sobre exames de português língua estrangeira e fazer visitas virtuais a espaços e instituições de países de língua portuguesa. Receberam também informação sobre como autonomizar o desenvolvimento das suas competências em português.

A produção dos materiais didáticos para os módulos de Gastronomia, Música e Dança contou com a colaboração do Laboratório Creative Media da Faculdade de Ciências Sociais da UM, de cinco estudantes cabo-verdianos, de uma recém-licenciada em Comunicação Social, de origem moçambicana, dos chefs dos restaurantes António e D’Ouro, da banda da Casa de Portugal de Macau e de Axé Capoeira Macau. No âmbito do módulo Cinema e Sociedade, o 35.º Curso de Verão recebeu ainda o apoio da produtora David e Golias e do realizador do filme Variações, João Maia, com quem os estudantes puderam interagir. Nos módulos dedicados à gastronomia, à música e à dança, os participantes foram confrontados com novos ritmos, sonoridades e sabores, sendo desafiados a refletir sobre as culturas da língua portuguesa, criando assim condições para desenvolver as suas competências socioculturais e a sua consciência intercultural. In “Ponto Final” - Macau

 

Moçambique - Unicef teme que falte auxílio essencial se não houver mais apoios

Fatores como a terceira onda da Covid-19, conflito no extremo norte e doenças que podem ter graves consequências aumentam necessidades, entre as atividades mais ameaçadas estão a entrega de água potável, serviços de saúde, nutrição e ensino


O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, destaca que não será capaz de fornecer apoio previsto no apelo humanitário de 2021 em Moçambique devido à atual lacuna de financiamento.

De acordo com a agência, faltam fundos para cerca de 69% das necessidades de financiamento para programas de emergência em andamento. Sem o valor necessário ficará prejudicado o acesso à água potável, aos serviços de saúde e à nutrição, além de oportunidades de aprendizagem, proteção infantil e apoio a sobreviventes da violência de género.

Crianças  

Uma revisão feita em junho destaca que as necessidades aumentaram para US$ 96,5 milhões. Com o montante seriam fornecidos serviços essenciais para manter as crianças e os seus cuidadores vivos.

Para ilustrar os desafios, a agência destaca que o país teve uma alta nos casos de Covid-19 em junho, com o início da terceira onda. Apenas 1% da população-alvo foi completamente vacinada, quando era necessário chegar a 54% dos habitantes.

A Unicef também atua na frente de prevenção divulgando mensagens a 12 milhões de pessoas por mês. As atividades de informação também pretendem incentivar a vacinação.

Com o recente ataque de grupos não estatais à vila de Palma, no final de março, mais de 70 mil pessoas deixaram o distrito de Cabo Delgado. Confrontos com forças do governo na província já causaram pelo menos 732 mil deslocados.



Sarampo

Há ainda questões de saúde que podem ter efeitos graves. Cerca de 511 mil crianças menores de cinco anos enfrentam a desnutrição aguda. A agência informou ter ajudado a imunizar mais de 294 mil menores de 15 anos contra o sarampo e a rubéola.

A Unicef também apoia operações de transferências monetárias feitas pelo governo para beneficiar mais de 20 mil famílias em situação de fragilidade.

Este cenário acontece quando 689 mil crianças precisam de assistência humanitária, pouco menos da metade do número de moçambicanos que carecem de ajuda.

Até ao momento, a agência recebeu US$ 16,3 milhões para a resposta humanitária de governos como Canadá, Japão, Noruega, Suécia, Itália e Reino Unido. Entre os doadores estão a iniciativa a Educação Não Pode Esperar e o Fundo Central de Resposta a Emergências da ONU. ONU News – Nações Unidas


Brasil - Sítio Roberto Burle Marx entra para a lista do Património Mundial

Comité da Unesco reconhece a importância do projeto do paisagista e artista plástico brasileiro; situado no Rio de Janeiro, este é o primeiro jardim tropical moderno a ganhar o título de património da humanidade


Um dia histórico para o Brasil, o Sítio Roberto Burle Marx, na zona oeste do Rio de Janeiro, foi eleito Património Mundial na passada terça-feira, 27 de julho. Um comité da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, aprovou a indicação durante o encontro que aconteceu em Fuzhou, na China.

Segundo a Unesco, o sítio Burle Marx é o primeiro jardim tropical moderno a receber o status de Património Mundial. O projeto foi desenvolvido há mais de 40 anos pelo paisagista e artista plástico brasileiro, que morreu em 1994.

Inspiração Internacional

A proposta de Burle Marx era criar um “trabalho de arte vivo” e um “laboratório paisagístico”, usando plantas nativas e ideias Modernistas. O jardim do artista brasileiro acabou servindo de inspiração para outros locais modernos ao redor do mundo.

A Unesco destaca ainda que o jardim, na cidade do Rio de Janeiro, tem formas “suntuosas, plantas exuberantes, contraste dramático de cores e a incorporação de elementos do folclore tradicional”. No fim da década de 1960, o Sítio chegou a abrigar a coleção mais representativa de plantas brasileiras.


Espécies Nativas

São 3,5 mil espécies das floras tropical e subtropical “em harmonia com a vegetação nativa, como manguezais, restinga e elementos da Mata Atlântica”. A diretora da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, declarou que com a decisão do Comité, fica reconhecida a “dimensão internacional do criador do conceito de jardim tropical moderno”.

O Comité da Unesco incluíu novos locais na lista do Património Mundial. Entre os recém-eleitos, estão os Sítios Pré-Históricos de Jomon, no Japão; a cidade de Nice, na Riviera Francesa, pelos seus resorts de inverno; a Igreja de Atlântida, no Uruguai e o Passeio do Prado e os Jardins do Bom Retiro, em Madrid, na Espanha. ONU News – Nações Unidas




Timor-Leste - Fundação Oriente retoma atividades presenciais do curso da língua portuguesa

Díli – A Fundação Oriente retomou as atividades presenciais do curso da língua portuguesa a nível básico e intermediário para jovens timorenses.

O curso foi suspenso por causa da aplicação da cerca sanitária e do estado de emergência provocada pela propagação do novo coronavírus em Timor-Leste.

“Normalmente, realizamos o curso em duas edições por ano. No entanto, este ano, estamos a realizar apenas uma edição devido à situação da pandemia. Tivemos de parar durante a implementação da cerca sanitária e do estado de emergência”, afirmou a delegada da Fundação Oriente, Joana Saraiva, à Tatoli, no local de trabalho, no Bairro dos Grilos.

A responsável lembrou também que, apesar de a Fundação Oriente disponibilizar formação em linha, nem todos os formandos frequentaram a formação por falta de acesso à internet.

Joana Saraiva recordou igualmente que o custo do registo no curso de nível básico é de 55 dólares americanos e no intermediário é de 65 dólares americanos. O curso decorre normalmente ao longo de três ou quatro meses.

“Os cursos têm duração de 90 horas e são pagos. O objetivo é promover e divulgar a língua portuguesa”, referiu.

Segundo a delegada, embora haja muitos interessados, a fundação recebeu apenas alguns por causa da lotação máxima das salas.

“Infelizmente, não recebemos metade dos jovens que se inscreveram por falta de espaços. Estamos a começar a primeira edição do ano”, disse.

O curso arrancou esta segunda-feira com a primeira edição do ano. Existem atualmente 50 formandos, sendo que 25 são do nível básico e os restantes do intermediário.

A antiga docente do Departamento de Comunicação Social da Universidade Nacional Timor Lorosa’e revelou ainda que, para promover a língua portuguesa, a fundação dispõe de várias atividades, como apresentação de filmes, atribuição de prémios da língua portuguesa e realização de feiras do livro no sentido de promover a leitura.

“Apresentámos os livros na feira e obtivemos resultado positivo. Mais de mil livros foram comprados com desconto. O dinheiro do desconto foi usado para pagar aos leitores”, recordou.

A delegada relembrou, por fim, que a existência da Fundação Oriente em Timor-Leste tem a missão de fortalecer os laços de amizade e intercâmbio cultural entre Portugal e os países da Ásia. Jesuína Xavier – Timor-Leste in “Tatoli”

 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Cabo Verde - Jovem inspira-se em ave abundante no país para criar mascote da Liga de Campeões da União de Futebol da África Ocidental vertente feminina


Mindelo – Filili, uma das aves de rapina que mais abunda em Cabo Verde, com habitat nos demais países da África Ocidental, foi escolhido para ser a mascote Liga de futebol feminino da União de Futebol da África Ocidental (UFOA).

A criação da mascote para os jogos que decorrem até 30 de Julho, no Estádio Adérito Sena, em São Vicente, é da jovem bióloga de 30 anos Nathalie Melo.

Em declarações à Inforpress, Nathalie Melo, que neste momento faz doutoramento na área de biologia em Portugal, explicou que a organização pediu que a mascote fosse um animal que pudesse representar todos os países que participam na liga UFOA.

Segundo a jovem, por ser bióloga e trabalhar com aves, pensou em transformar Filili na mascote da competição, por ser uma espécie que habita em todos os países que participam desta competição.

“O Filili é uma espécie de falcão ou peneireiro bastante ágil e um pouco acrobático, o que também pode representar as características de jogadores de futebol”, explicou a jovem de 30 anos.

Para a criadora, trata-se de uma espécie “resiliente e que se adapta ao ambiente” em que ela se encontra e que se ajusta às “características das mulheres africanas que são fortes e resilientes”.

Para complementar o trabalho, Nathalie Melo também foi responsável por fazer a animação. Na animação, explicou que quis dar um certo protagonismo à ilha de São Vicente, que é anfitriã da liga UFOA, e depois terminar com a apresentação da mascote a entrar em campo. 

“A animação começa com um mapa mais abrangente, com uma música, numa espécie de tensão, que se aumenta de volume à medida que se faz o zoom nas ilhas até chegar à ilha de São Vicente. Assim fica claro onde é que os jogos vão decorrer e prepara o espectador para algo grandioso. Logo a seguir entra a mascote”, esclareceu a mesma fonte.

Para a bióloga, fazer a mascote e animação foi um “grande desafio”, porque exigiu horas de trabalho com recurso a técnicas mais complexas do que costumava usar. Mas, afirmou que o feedback tem sido excelente.

“Fazer algo que representa as equipas femininas africanas é um grande orgulho. Ao mesmo tempo dá a oportunidade das pessoas conhecerem a espécie Filili que é tão comum nas nossas ilhas mas que nem sempre é conhecida”, afirmou.

Ainda, segundo Natahlie Melo, o arranjo musical do parceiro Samuel Cruz deu à animação um tempero e um ‘feeling’ especial, que se encaixa nas características de uma competição num campo de futebol onde reina amizade e a junção desses países irmãos”. In “Inforpress” – Cabo Verde


 

Brasil - Museu da Língua Portuguesa em São Paulo regressa seis anos após grande incêndio


O Museu da Língua Portuguesa, uma instituição sediada na icónica Estação da Luz desta metrópole brasileira, incendiou-se no final de 2015, mas seis anos depois vai abrir as portas ao público, no coração de São Paulo, oferecendo um passeio turístico historicamente rico e socialmente inclusivo pela quinta língua mais falada do mundo.

Embora existam 260 milhões de falantes de português espalhados por nove países, poucos espaços no mundo são especificamente dedicados a essa língua românica.

A Estação da Luz de São Paulo é uma delas. Os três pisos daquela emblemática estação de Metro e comboio, originalmente construída em 1901 e utilizada por centenas de milhares de pessoas todos os dias, voltará a ser um espaço interactivo de celebração da língua de José Saramago e Joaquim Maria Machado de Assis a partir de 31 de Julho.

O museu começou a operar em 2006, mas foi envolvido pelas chamas em 21 de Dezembro de 2015, um incêndio que matou um bombeiro que morreu por inalação de fumaça e provocou dor aos falantes e conhecedores da língua portuguesa.

Isa Grinspum, uma das curadoras da exposição permanente do museu, disse à Efe que se lembra do incêndio como se fosse ontem. Recordou que estava a voltar para casa de carro quando recebeu uma ligação de uma estação de televisão a pedir comentários sobre o incêndio.

Diz que inicialmente pensou que era brincadeira, mas quando parou o veículo e viu que era verdade, começou a chorar. “Foi um choque tremendo, uma perda enorme, mas deu-nos a possibilidade de repensar o museu, o que é uma oportunidade única”, referiu.

O backup de cópias de segurança possibilitou a recuperação do acervo quase inteiramente digital do museu, embora a estrutura original projectada pelo arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha (1928-2021) – vencedor do prestigioso Prémio Pritzker de Arquitectura em 2006 – e do seu filho Pedro se tenham perdido.

Uma investigação concluída em Junho de 2019 determinou que a causa do incêndio foi provocada por um defeito num dos reflectores do edifício.

Mas agora, após uma grave crise económica e uma pandemia que é responsável por quase 550 mil mortes naquele país sul-americano, o Museu da Língua Portuguesa vai ser finalmente reinaugurado no dia 31 de Julho e oferecerá várias novas experiências aos visitantes.

Esse novo começo vem após um “intenso processo de reconstrução” que levou anos e contou com a contribuição de artistas, intelectuais e músicos, disse a directora técnica do museu, Marília Bonas. Ao todo foram gastos na reconstrução, 16,5 milhões de dólares norte-americanos

O museu inicia uma nova fase com o mesmo abrangente objectivo de antes: celebrar as diversas formas da língua portuguesa falada em todo o mundo.

Esses diferentes dialectos são o resultado de influências culturais indígenas e africanas, bem como da incorporação de elementos linguísticos de uma variedade de outras línguas, incluindo japonês, espanhol e italiano.

O museu traça a história da língua portuguesa, desde as suas origens latinas, às influências africanas até às suas múltiplas variedades actuais, que vão desde os tipos de português falados nas áreas rurais aos encontrados nas favelas das maiores cidades do Brasil.

“A ideia é propor um espaço de diálogo, reflexão e descoberta de todo esse potencial da língua portuguesa. Em última análise, trata-se de responder à pergunta, ‘o que esta língua quer e o que ela pode fazer?’ Parafraseando Caetano Veloso”, disse Grinspum em referência ao famoso compositor e cantor brasileiro“.

Uma descoberta, por exemplo, diz respeito à origem da palavra “samba” que, segundo uma teoria, deriva da palavra bantu (família de línguas do sul da África) “samba” ou “semba”, que significa um tipo de dança semelhante ao batuque, em que os dançarinos comprimem as barrigas de maneira sugestiva.

Nos últimos anos, no entanto, uma nova corrente etimológica vinculou a palavra “samba” ao verbo kimbundo (uma língua bantu) (ku) samba, que significa “rezar”.

O museu aborda também a história da língua portuguesa de um ponto de vista crítico, nomeadamente através do exame do violento processo de colonização e da violência brutal que causou aos povos indígenas e aos milhares de escravos trazidos de África. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”


 

UCCLA - Lançamento do livro “Pérolas Soltas” de Mirian de Deus

O lançamento e apresentação ao público do primeiro livro de um escritor é um momento único. O livro “Pérolas Soltas” é disso exemplo! A são-tomense Mirian de Deus escolheu a UCCLA para a apresentação da sua primeira obra, uma obra que representou uma terapia para a autora, umas pérolas soltas que falam sobre assuntos diferentes e que será dada a conhecer no dia 30 de julho, a partir das 18 horas, no auditório da UCCLA.

Sinopse:

Mediante tantos desafios que a quarentena nos apresentou, a escrita de poemas foi a forma que encontrei para ultrapassar o desconforto e as crises existenciais.

Os meus poemas, minha terapia, isto porque é nos poemas que consigo dar voz a muitas das minhas inquietudes e aos meus eu(s) mais obscuros.

Faço a analogia desses poemas com as pérolas das ostras. As ostras só produzem pérolas quando não estão felizes, ou seja, é preciso um certo desconforto para elas poderem produzir pérolas. Assim, os meus versos ricos e profundos são o resultado das minhas inseguranças.

Biografia:

Mirian Patrícia Gomes Madre de Deus nasceu em São Tomé e Príncipe, a 1 de setembro de 2000. Filha de Maria Izilda Cabral Gomes Duarte e de Manuel Argentino da Madre de Deus, naturais de São Tomé. Ficou órfã de pais aos 5 anos, em julho de 2006. Foi criada pelos familiares, nomeadamente pela sua avó materna, que fez até o impossível para que nunca faltasse nada. Morou também num colégio de Madres onde aprendeu a partilhar, tolerar, consolar e desafiar-se a si mesma. Em 2018, Mirian de Deus recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, para fazer o curso de Bioquímica na Universidade de Évora, em Portugal. Em 2020, lidando com diversas crises existenciais, encontrou refúgio nos poemas e nas histórias que criava, e desde então nunca mais abandonou a sua paixão. Extremamente comprometida e apaixonada pelas crianças, os seus poemas e histórias são maioritariamente dedicados à proteção e educação das crianças.

 

terça-feira, 27 de julho de 2021

Namíbia - Fome ameaça milhares de crianças angolanas deslocadas no país

Alguns milhares de famílias, muitas com crianças, deixaram o sul de Angola rumo à vizinha Namíbia para escaparem às dificuldades geradas pela prolongada seca e ao desemprego, mas o que estão a viver agora é muito semelhante à situação que deixaram para trás e as autoridades das regiões fronteiriças para onde foram não escondem que a situação começa a ganhar contornos trágicos. Já há registo de crianças mortas por malnutrição


A imprensa namibiana tem repetido os alertas de que os milhares de angolanos que se encontram no país, especialmente nas regiões que fazem fronteira com Angola, estão em situação dramática, existindo mesmo contactos políticos ao nível dos governos regionais e provinciais mas que, até agora, se revelaram insuficientes para encontrar soluções duradouras e viáveis.

Uma das situações mais graves está, segundo acaba de noticiar o The Namiban, a ocorrer em Etunda, região de Omusati, onde estão registados 2352 angolanos em condições de grande precariedade e, entre estes, 1751 crianças com sinais de malnutrição evidentes.

Já há mesmo registo de mortes entre estas crianças, como relata este jornal, destacando o exemplo de uma criança de quatro anos que morreu recentemente de malnutrição severa no centro improvisado de Etunda, Ruacana, onde as famílias angolanas se juntaram.

De acordo com o que escreve hoje Hileni Nembwaya, jornalista do The Namibian, o governador da região de Omusati, Erginus Endjala avançou que outra criança, com escassos meses de vida, foi levada de urgência para uma unidade hospitalar devido a evidências de perigo de vida devido à fome.

Como o Novo Jornal tem vindo a noticiar nos últimos meses, milhares de famílias deixaram as províncias do Cunene, Namibe e Kuando Kubango, e ainda da Huíla, para fugirem aos efeitos devastadores da severa estiagem que vive o sul de Angola há largos anos, com especial efeito a partir de 2018, devido à acção do El Nino, um fenómeno natural que bloqueia as chuvas no sul do continente e que, de acordo com cientistas, é resultado directo das alterações climáticas.

Como resultado evidente disso, as culturas não vingam e as pastagens sucumbem face ao calor tórrido e à ausência de chuvas.

Segundo Hileni Nembwaya, que esteve neste campo improvisado de angolanos, os relatos obtidos entre as pessoas que ali vivem em condições precárias deixam evidente que muitos vivem durante dias com rações alimentares que não chegam sequer para uma refeição.

Os alimentos doados, inclusive por autoridades angolanas nos últimos meses, já acabaram e isso levou a que a insegurança alimentar destas pessoas tenha aumentado de forma substancial.

É face a isso que o governador de Omusati voltou a lançar um apelo veemente aos dois governos para fazerem chegar bens alimentares de emergência a este centro e ainda às empresas e pessoas das imediações que possam abdicar de alguns dos seus alimentos para evitar a morte de pessoas.

"Não temos capacidade para fazer isto sozinhos, nem as pessoas de Omusati conseguem dar resposta. Esta catástrofe exige acção imediata dos governos de Angola e da Namíbia, e impõe que os bons samaritanos namibianos continuem a ajudar estas pessoas desesperadas e em risco de vida", disse Erginus Endjala, sublinhando de forma veemente que se isso não suceder, "mais pessoas vão morrer de fome severa", incluindo muitas centenas de crianças que sofrem de doenças diarreicas, entre outras. In “Novo Jornal” – Angola com “The Namibian”

Portugal - Compra vacinas da Hungria para doações a países lusófonos

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, elogiou hoje o “espírito da cooperação europeia” que permitiu a Portugal adquirir à Hungria 200 mil doses de vacinas anticovid-19 para reforçar a cooperação com países lusófonos.

O acordo com a Hungria “mostra bem o espírito da cooperação europeia”, disse Augusto Santos Silva na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa, tendo a seu lado o ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio Externo húngaro, Péter Szijjártó, que chegou hoje a Lisboa para uma visita de trabalho.

Péter Szijjártó aterrou em Lisboa cerca de uma hora depois de um avião fretado pelas autoridades de Budapeste ter transportado as vacinas compradas por Portugal.

“Nos termos deste acordo, Portugal adquire 200 mil doses de vacinas AstraZeneca à Hungria que serão usadas para reforçar as nossas doações de vacinas aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste”, disse Augusto Santos Silva.

O chefe da diplomacia portuguesa recordou que o primeiro-ministro, António Costa, tinha anunciado, na recente cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda, que Portugal iria triplicar as doações de vacinas aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste.

“Isto significa doar três milhões de vacinas e, para isso, temos em conta não só as contratações diretas que fizemos de vacinas, mas também as compras que podemos fazer a outros países Estados-membros da União Europeia”, precisou Augusto Santos Silva.

Até 20 de julho, Portugal tinha disponibilizado 196000 doses de vacinas contra a covid-19 a Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e a Timor-Leste, de acordo com dados do Governo. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”

 

Cabo Verde - Ratifica esta semana Acordo de Mobilidade da CPLP

O Governo cabo-verdiano vai levar esta semana ao parlamento a ratificação do Acordo de Mobilidade da CPLP e quer o apoio da oposição à suspensão do limite do défice orçamental para este ano, anunciou o primeiro-ministro.

Ulisses Correia e Silva, também líder do Movimento para a Democracia (MpD, maioria), fez o anúncio depois de reuniões nos últimos dias com os dirigentes dos restantes partidos representados na Assembleia Nacional, para pedir a concertação nestas duas matérias, face à realização, esta semana, da última sessão parlamentar antes do período de férias.

Depois de reunir com a direção do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Ulisses Correia e Silva explicou que apresentou ao maior partido da oposição “informação sobre o Acordo de Mobilidade da CPLP assinado em Luanda”.

“A ratificação do Acordo será feita pelo parlamento na última sessão deste mês de julho”, disse, apresentação que foi feita também à liderança da União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID, oposição).

Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aprovaram em 17 de julho, em Luanda, o Acordo sobre a mobilidade, preparado ao longo da presidência cabo-verdiana da organização, que terminou este mês.

Na resolução de Conselho de Ministros aprovada na XIII cimeira da organização, os líderes comprometem-se “a promover as diligências necessárias com vista ao acolhimento, tão célere quanto possível” do acordo “nos respetivos ordenamentos jurídicos”.

O acordo estabelece um “quadro de cooperação” entre todos os Estados-membros, de forma “flexível e variável” e, na prática, abrange qualquer cidadão. Aos Estados é facultado um leque de soluções que permite assumirem “compromissos decorrentes da mobilidade de forma progressiva e com níveis diferenciados de integração”, tendo em conta as suas próprias especificidades internas, na sua dimensão política, social e administrativa.

Esta sessão parlamentar de três dias em Cabo Verde, que ratificará este acordo, deverá arrancar na quarta-feira, na Praia, e prevê igualmente a discussão e votação da proposta de lei de Orçamento Retificativo para este ano, devido à crise econômica provocada pela pandemia de covid-19, bem como o debate sobre o estado da Nação, que habitualmente encerra o ano parlamentar em Cabo Verde. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”

 

Mercosul: o que se espera do governo

São Paulo – Por concordância de todos os países-membros do Mercosul, o Brasil foi autorizado a aplicar seu próprio regime de ex-tarifário para bens de capital e de informática e telecomunicações até o dia 31/12/2021. Ocorre que este prazo está em vias de se expirar e muitas empresas, que já se utilizam deste recurso e que têm interesse em sua manutenção, ainda não sabem como será feita esta renovação, que precisará passar também pelo crivo do bloco.

O governo brasileiro espera conseguir até a data prevista um acordo com os demais parceiros do bloco sobre como será feito o procedimento, porém, até o momento não há nenhuma negociação em concreto. É de se lembrar que o regime ex-tarifário consiste na redução temporária da alíquota do imposto de importação de bens de capital, de informática e telecomunicação previstos na Tarifa Externa Comum (TEC), quando não houver a produção nacional equivalente. Por isso, sua importância é fundamental, pois, além de promover a atração de investimentos em bens de capital e tecnologia para o País, viabiliza o aumento da inovação e produz um efeito multiplicador de emprego e renda em segmentos diferenciados da economia nacional.

Na última reunião de cúpula do Mercosul, um dos principais pontos abordados foi a proposta brasileira de revisão da taxa de importação de 10% sobre os percentuais aplicados atualmente. Já o governo argentino apresentou uma contraproposta, para que sejam zerados mais de 2000 produtos considerados insumos importantes para a indústria. Para que seja feita alguma mudança, é preciso unanimidade.       

Para fortalecer o Mercosul, é preciso que as relações entre seus membros se renovem e que seus termos de isenções tarifárias se atualizem, pois só assim poderá interagir com outros blocos econômicos. Nesse caso, é de se lembrar ainda que, para assinar acordos com outros países ou blocos, há um agravante: nem todos os parceiros do Mercosul cumprem padrões trabalhistas e ambientais mínimos.

Por outro lado, se com a concordância dos demais parceiros, o Brasil partisse para negociações individuais haveria um enfraquecimento do bloco, abrindo espaço para a entrada de produtos de países que se utilizam de práticas desleais, o que representaria uma grave ameaça à produção e ao emprego no País.  Além disso, essa opção acabaria por tornar o Brasil, praticamente, um fornecedor de produtos de baixo valor agregado, prejudicando as empresas nacionais que estão inseridas em segmentos de produtos industrializados, como aço, máquinas, automotivo e fármacos, entre outros.

Em outras palavras: nessa negociação com os parceiros do Mercosul, é preciso levar em conta, em primeiro lugar, a necessidade de estancar a atual trajetória de desindustrialização, inserindo a economia nacional em atividades de maior valor agregado e com mais conteúdo tecnológico. Afinal, só assim será possível reduzir os bolsões de pobreza que estão explodindo em quase todas as cidades do País, pois apenas os segmentos de maior valor agregado podem criar empregos que absorvam trabalhadores mais qualificados e mais bem remunerados.

O que parece claro é que os negociadores brasileiros para o Mercosul não estão levando em conta as reais necessidades do País, pois nunca houve por parte do atual governo a preocupação de consultar e ouvir os segmentos industriais e dos trabalhadores. Por isso, o que se espera é que o governo, na próxima reunião de ministros do Mercosul, proponha uma avaliação mais aprofundada sobre a TEC e a política de negociação com terceiros países. E que o ministro da Economia, antes de participar daquela reunião, ouça as reivindicações e sugestões das entidades representativas da indústria e dos trabalhadores. Liana Martinelli - Brasil

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Liana Lourenço Martinelli, advogada, pós-graduada em Gestão de Negócios e Comércio Internacional, é gerente de relações institucionais do Grupo Fiorde, constituído pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e Armazéns Gerais e Barter Comércio Internacional. E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br