Fatores como a terceira onda da Covid-19, conflito no extremo norte e doenças que podem ter graves consequências aumentam necessidades, entre as atividades mais ameaçadas estão a entrega de água potável, serviços de saúde, nutrição e ensino
O
Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, destaca que não será capaz de
fornecer apoio previsto no apelo humanitário de 2021 em Moçambique devido à
atual lacuna de financiamento.
De
acordo com a agência, faltam fundos para cerca de 69% das necessidades de
financiamento para programas de emergência em andamento. Sem o valor necessário
ficará prejudicado o acesso à água potável, aos serviços de saúde e à nutrição,
além de oportunidades de aprendizagem, proteção infantil e apoio a
sobreviventes da violência de género.
Crianças
Uma
revisão feita em junho destaca que as necessidades aumentaram para US$ 96,5
milhões. Com o montante seriam fornecidos serviços essenciais para manter as
crianças e os seus cuidadores vivos.
Para
ilustrar os desafios, a agência destaca que o país teve uma alta nos casos de
Covid-19 em junho, com o início da terceira onda. Apenas 1% da população-alvo
foi completamente vacinada, quando era necessário chegar a 54% dos habitantes.
A
Unicef também atua na frente de prevenção divulgando mensagens a 12 milhões de
pessoas por mês. As atividades de informação também pretendem incentivar a
vacinação.
Com
o recente ataque de grupos não estatais à vila de Palma, no final de março,
mais de 70 mil pessoas deixaram o distrito de Cabo Delgado. Confrontos com
forças do governo na província já causaram pelo menos 732 mil deslocados.
Sarampo
Há
ainda questões de saúde que podem ter efeitos graves. Cerca de 511 mil crianças
menores de cinco anos enfrentam a desnutrição aguda. A agência informou ter
ajudado a imunizar mais de 294 mil menores de 15 anos contra o sarampo e a
rubéola.
A
Unicef também apoia operações de transferências monetárias feitas pelo governo
para beneficiar mais de 20 mil famílias em situação de fragilidade.
Este
cenário acontece quando 689 mil crianças precisam de assistência humanitária,
pouco menos da metade do número de moçambicanos que carecem de ajuda.
Até
ao momento, a agência recebeu US$ 16,3 milhões para a resposta humanitária de
governos como Canadá, Japão, Noruega, Suécia, Itália e Reino Unido. Entre os
doadores estão a iniciativa a Educação Não Pode Esperar e o Fundo Central de
Resposta a Emergências da ONU. ONU News – Nações Unidas
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