A
biografia de Cesária Évora, da autoria de Elzbieta Sieradzinska, foi
apresentada ontem na Embaixada de Cabo Verde em Paris, com a diva da morna a
ser lembrada como a maior embaixadora do país no mundo.
“Cesária
Évora foi embaixadora, não só da morna, mas de Cabo Verde no mundo”, afirmou
Hércules Cruz, Embaixador de Cabo Verde em França, perante uma sala repleta de
figuras de destaque da Comunidade cabo-verdiana em terras gaulesas.
Após
o lançamento em Cabo Verde e Portugal, a editora Rosa de Porcelana rumou a
França, para um lançamento simbólico na cidade que projetou a cantora
cabo-verdiana para o mundo.
“A
Cesária pensava que seria Portugal que a lançaria no mundo, já que há esta
cumplicidade da língua, mas não funcionou. E foi sempre algo que a deixou um
pouco triste. Em França foi logo diferente, houve a felicidade de estar aqui o
José da Silva que a redescobriu. Paris tornou-se o centro da sua vida
artística”, explicou Elzbieta Sieradzinska, autora da biografia “Cesária Évora”,
em declarações à Lusa.
Elzbieta
Sieradzinska acompanhou Cesária Évora nos 10 últimos anos da vida da artista,
viajando um pouco por todo o globo com a cantora cabo-verdiana e partilhando o
seu quotidiano. A autora polaca lembrou que Paris se tornou casa da diva
cabo-verdiana que se admirava pelo interesse dos franceses na sua música.
“É
importante continuarmos a falar dela e da sua música aqui em França,
especialmente para que ela seja descoberta pelos mais jovens. Esta é uma das
cidades de Cesária”, sublinhou a autora polaca.
Esta
é a crença também da editora Rosa de Porcelana. “Paris é que lança a Cesária
Évora no mundo e não pode ficar fora das homenagens que lhe estamos a fazer”,
explicou a editora Márcia Souto, fundadora da Rosa de Porcelana.
A
editora luso-cabo-verdiana procura agora apoios para traduzir a obra de
Elzbieta Sieradzinska em francês, de forma a vir de encontro à curiosidade que
a diva da morna desperta ainda no mundo francófono. “É um livro originalmente
em polaco e primeiro fizemos a tradução em português, mas há um grande
interesse que este livro tenha o maior número de leitores possível, logo o
francês faz sentido. Estamos à procura de apoios”, declarou Márcia Souto.
Nesta
noite de homenagem, difundida em direto no Youtube para a Comunidade
cabo-verdiana em França e no mundo, não faltou também a música, com vários
músicos cabo-verdianos instalados em França a tocarem mornas, propositadamente
sem voz, já que Cesária Évora é, segundo o embaixador Hércules Cruz,
“insubstituível”. Catarina Falcão – França in “LusoJornal”
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