Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 30 de abril de 2022

Portugal - Rede Global da Diáspora já potenciou “milhares de milhões de euros em investimentos”

A Rede Global da Diáspora, uma plataforma ‘online’ que junta empresários portugueses de 155 países, já permitiu, desde 2020, a realização de “milhares de milhões de euros em investimentos”, divulgou a Associação Empresarial de Portugal (AEP).

“Nós não conseguimos nunca saber o volume de negócios que é gerado porque esta rede cria relações, cria os contatos e as parcerias acontecem de forma bilateral entre os empresários, compradores, vendedores e investidores, mas já são milhares de milhões de euros de investimentos”, afirmou à agência Lusa o presidente da Fundação AEP, que promove a Rede Global da Diáspora.

Criada em 2020, esta que é a maior rede colaborativa da diáspora portuguesa, em formato digital e semelhante a uma rede social, possibilitou “potenciar de milhares de milhões” de euros, “quer na parte do imobiliário, quer nas tecnologias, quer na parte de materiais de construção, quer à parte do agroalimentar”, explicou Luís Miguel Ribeiro à Lusa.

“Depois, também, em alguns casos, o têxtil, o calçado, metalomecânica, mas sobretudo nestas áreas”, adiantou.

O responsável falava à Lusa à margem de uma ação de promoção da plataforma junto de empresas e cidadãos portugueses em Bruxelas, visando dar a conhecer esta rede social colaborativa, mas também explicar as oportunidades que cria para negócios, investimentos e ‘networking’.

A iniciativa surge após outras realizadas noutros países europeus, como o Luxemburgo, junto das comunidades, parceiros, câmaras de comércio, embaixadas e empresários.

Dados da Fundação AEP revelam que a Rede Global da Diáspora já tem mais de 7500 portugueses registados em 155 países e mais de 10500 empresas abrangidas.

E estes registos têm mais representatividade “nos países com comunidades maiores de portugueses, quer aqui na Europa, quer nos Estados Unidos, Canadá, quer no Brasil”, assinalou Luís Miguel Ribeiro.

A Rede Global da Diáspora visa aproximar os portugueses espalhados pela diáspora potenciar a internacionalização de empresas de menor dimensão.

“Nós estamos a viver uma situação atualmente – e este projeto já nasceu antes – que vem trazer uma nova ordem mundial e vem trazer novos desafios para as economias, para as empresas, nomeadamente naquilo que toca às empresas pequenas e médias, porque as maiores têm canais próprios e formas próprias de fazer esse processo de internalização de exportação”, apontou Luís Miguel Ribeiro.

Por isso, o projeto dirige-se, principalmente, às pequenas e médias empresas, que representam mais de 90% do tecido empresarial português.

Isto porque, segundo Luís Miguel Ribeiro, a existência desta rede social colaborativa “diminui o risco desse negócio […] e cria um sistema de informação que permite que o empresário, ao exportar, possa exportar com menor risco e, por outro lado, abre novas oportunidades de parcerias de negócio em termos de preço para essas empresas”. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”

 

CPLP - Aprova agenda estratégica com foco na melhoria do acesso ao financiamento

Luanda – A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aprovou, em Luanda, uma agenda estratégica para a cooperação económica no quinquénio 2022-207, com foco na melhoria do acesso ao financiamento para materializar os seus objetivos.

A agenda foi aprovada no âmbito da I reunião conjunta de ministros da Economia, Comércio e Finanças da CPLP e assenta em sete eixos estruturantes: “Promoção do comércio”, “Promoção do investimento”, “Capacitação institucional e empresarial”, “Melhoria dos mecanismos de financiamento”, “Reforço da competitividade”, “Reforço dos sistemas nacionais de propriedade industrial”, e “Desenvolvimento e consolidação das infraestruturas nacionais para a Qualidade”.

Na declaração final do encontro, os ministros reafirmam as deliberações anteriores da CPLP no que diz respeito ao desenvolvimento da cooperação económica e empresarial e reconhecem a necessidade de implementar um diálogo interministerial e uma ação concertada para os Estados-Membros estimularem as trocas comerciais e a captação de investimento, essenciais para o desenvolvimento das suas economias.

Manifestam-se também “cientes da importância da recuperação económica pós-pandemia covid-19 e de um reposicionamento estratégico para, também ao nível multilateral, se traçarem novos objetivos e soluções que respondam aos desafios da transformação digital, da revolução tecnológica, da emergência climática e da alteração do paradigma da globalização”.

Da agenda estratégica, ressalta a “necessidade da melhoria do acesso ao financiamento dada a importância de que se reveste a materialização da agenda estratégica para a consolidação da cooperação económica da CPLP, por via de instrumentos financeiros existentes ou, eventualmente, identificando outros instrumentos”.

Fica também expresso um incentivo à realização bienal de uma reunião conjunta de ministros da Economia, do Comércio e das Finanças da CPLP, bem como a realização anual da reunião técnica conjunta da Economia, Comércio e Finanças, à qual caberá propor ações, procedimentos e resoluções nos referidos setores.

Recomendam também ao secretariado-executivo que “considere a realização de um estudo de viabilidade para a criação de uma área específica naquele órgão, para o acompanhamento das ações relacionadas com a agenda estratégica para a consolidação da cooperação económica da CPLP”.

Exortam ainda os Estados-membros a envidarem esforços com vista à criação das condições necessárias para a implementação do Acordo sobre a Mobilidade, “considerando a importância primordial da mobilidade para a cooperação económica, bem assim para a retoma do setor empresarial, no seio da CPLP”. In “Inforpress” – Cabo Verde

 

Cabo Verde - Artista Nhelas Spencer actuou no Concerto no Convento a convite do Ministério da Cultura

Cidade da Praia – O artista Nhelas Spencer foi o convidado do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas para actuar no Concerto no Convento, na Cidade Velha, em reconhecimento ao músico pelo “enorme contributo” que tem dado à música cabo-verdiana.

O concerto marcado para sexta-feira, 29, segundo um comunicado do Ministério da Cultura, aconteceu em jeito de reconhecimento ao “conceituado músico” Nhelas Spencer, pelo enorme contributo que tem dado à música de Cabo Verde, enquanto um dos compositores mais gravados por artistas nacionais.

O momento contou, também, com a interpretação de Albertino Évora, Armando, Arlindo Rodrigues, Zuleica do Rosário, os músicos: Africano (viola), Carlos Ferro (percussão), Fany (cavaquinho, baixo).

O certame promovido no dia em que se comemorou o Dia Internacional da Dança teve ainda um momento de dança para celebrar a data, com a apresentação do bailarino Mano Preto.

O Convento de São Francisco, na Cidade Velha – Património Mundial acolhe mensalmente um concerto musical com nomes sonantes da música cabo-verdiana.

Este evento é de iniciativa do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através da Direcção Geral das Artes e das Indústrias Criativas e conta com a parceria do Instituto do Património Cultural (IPC), da Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago e da Comissão Diocesana para Bens Culturais. In “Inforpress” – Cabo Verde

 

sexta-feira, 29 de abril de 2022

China - Hengqin será “base de ensaio” para direito de matriz portuguesa

A Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin vai servir de “base de ensaio” para a convivência entre os direitos de Macau, de matriz portuguesa, e o da China, diz o advogado Rui Cunha. “Ganhámos essa responsabilidade, vamos participar num esforço de fusão do que existe no resto da China e o que existe em Macau”, notou à Lusa.

Macau tem um sistema jurídico que pode “engrenar perfeitamente no sistema da China”, assumiu, alertando que, “mais do que nunca, há que reflectir bastante sobre o Direito de Macau”.

O especialista indicou que “o próprio edifício legal da China se modificou bastante” desde finais dos anos 1970, quando o líder Deng Xiaoping lançou reformas económicas que converteram o país numa das maiores potências mundiais. “A China evoluiu o seu sistema [jurídico] no sentido de efectivamente acompanhar o resto do mundo”, defendeu.

Rui Cunha considerou, por outro lado, “um processo normal” que, em Macau, se esteja a assistir a uma adaptação ao Direito chinês, constatando, no entanto, que “mais recentemente tem havido um endurecimento” da legislação. Em 2019, foi introduzida na revisão da lei de bases da organização judiciária a exclusividade de juízes de nacionalidade chinesa no julgamento de processos relacionados com a segurança do Estado.

O advogado admitiu que juízes estrangeiros e chineses possam ter “sensibilidades diferentes”. E reforçou: “Não quer dizer que apoio, mas compreendo que haja esse receio [de ter juízes estrangeiros], porque são crimes em que há determinada sensibilidade que pode faltar a outros”.

De qualquer maneira, ressalvou, processos ligados ao patriotismo ou à segurança nacional, “se forem aplicados de maneira sensata (…), pouca diferença irão fazer”. “Nós aqui em Macau também não precisamos de ir à rua para partir carros e montras, até porque é uma população que se habituou há 400 anos a ser silenciosa, talvez por força do hábito”, disse, numa referência às manifestações de 2019 em Hong Kong.

Comunidade portuguesa terá “uma natureza diferente”

Por outro lado, Rui Cunha defende que, com a necessidade de contratação de quadros bilingues e as restrições impostas pela pandemia, a população portuguesa no território “vai evoluir para uma natureza diferente”. “Hoje há uma necessidade cada vez maior da aprendizagem da língua chinesa” por parte dos profissionais em Macau, disse o advogado, que vive no território desde 1981.

Cada vez mais, os clientes do escritório que lidera sentem falta do “contacto directo” com quem os representa, e “pedem para falar com alguém em chinês”, já que recorrer a um tradutor “não funciona” como outrora. “Nós temos de ser um pouco realistas e eu, neste momento, penso que a admitir pessoas, uma das primeiras coisas que perguntamos é que línguas falam”, contou, referindo que há uma maior necessidade de recorrer aos profissionais locais bilingues, o que também “não é fácil”.

“A comunidade portuguesa vinha para Macau, integrava-se totalmente na sociedade local, virava macaense no sentido de adoptar Macau e ficar por aqui, o que não vai acontecer daqui para o futuro”, acrescentou. O advogado acredita que a emigração lusa para a RAEM vai assemelhar-se à que existe actualmente para países com os quais Portugal “não tem uma grande ligação” histórica. “Gradualmente, iremos ter menos gente portuguesa que vem para ficar em Macau, temos pessoas que vêm, que fazem o trabalho, os seus negócios e voltam para Portugal”, anteviu.

A contribuir para esta alteração estão as restrições impostas pelo Governo local desde o início da pandemia e que têm levado membros da comunidade a abandonar a cidade. Rui Cunha admitiu que, com a limitação das deslocações, o escritório C&C Advogados já perdeu “alguns elementos essenciais”. Além disso, a crise sanitária “tem afectado o negócio”, na medida em que “a base da clientela” é originária de Hong Kong.

Questionado sobre o futuro da língua portuguesa em Macau, o advogado acredita que “não desaparecerá tão cedo”, até porque “é desejada pelos chineses”. “A China sabe que precisa do mundo, precisa de um mercado, porque o mercado interno não é suficiente para se auto-sustentar”, disse. E salientou que, sendo o universo de língua portuguesa de grande dimensão, a China, “tendo pessoas a falar português, tem um acesso” privilegiado a esses mercados. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”

 

UNESCO - Celebra Dia da Língua Portuguesa

O Grupo de Embaixadores dos Países de Língua Portuguesa na UNESCO está a organizar uma celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa em Paris


O certame ocorre às 17h00 da próxima quinta-feira, 5 de maio, na Sala I da UNESCO, na 125 Avenue de Suffren, Paris.

De acordo com a agenda divulgada, será feita uma homenagem aos escritores centenários da língua portuguesa e haverá espaço para alguns momentos musicais dos países membros da CPLP.

A entrada é gratuita e pode ser feita através do e-mail dl.portugal@unesco-delegations.org

É obrigatório o uso de máscara no interior da UNESCO. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Guiné-Bissau - Resgatadas 18 crianças “escravizadas” numa plantação de cajueiros

Dezoito crianças que estavam a ser sujeitas a exploração laboral numa plantação de cajueiros em Prábis, arredores de Bissau, foram resgatadas e duas pessoas foram detidas, disseram fontes da Associação dos Amigos da Criança e da Polícia Judiciária

“Foram resgatadas 18 crianças, entre os 8 e os 13 anos, que estavam a ser sujeitas a trabalho numa plantação de caju na zona de Prábis”, afirmou Laudolino Medina, secretário-executivo da Associação dos Amigos da Criança (AMIC).

Laudolino Medina explicou que o caso foi identificado por um dos colaboradores da AMIC e foi denunciado à Polícia Judiciária.

“As crianças estão no centro de acolhimento da AMIC” e são quase todas guineenses, com exceção de duas, provenientes da Gâmbia e uma da Guiné-Conacri.

Segundo Laudolino Medina, as crianças talibés, estudante do Corão, foram contratadas por um intermediário através do mestre corânico, que recebia o pagamento pelo trabalho dos menores, que chegavam a apanhar mais de 12 baldes de caju por dia.

Muitas famílias na Guiné-Bissau entregam os seus filhos a falsos mestres corânicos, que os obrigam a mendigar nas ruas e os exploram.

“Estavam em condições deploráveis, mal vestidos, descalços e não estavam bem alimentados”, sublinhou Laudolino Medina.

A PJ confirmou à Lusa que foram detidas duas pessoas, nomeadamente o proprietário da plantação e o mestre corânico.

Desde o início do ano, a AMIC já resgatou das ruas mais de 30 crianças, mas a falta de recursos financeiros e apoios está a atrasar uma operação para resgatar mais 77 já identificadas a mendigar nas ruas do Senegal.

“Neste momento, ninguém apoia esta iniciativa e é preciso a mobilização de recursos e a resposta está a ser mais lenta”, afirmou. In “África 21” – Brasil com “Lusa”


Portugal - Um dos maiores poetas da América Latina vai estar na Universidade do Porto

Hugo Mujica vem à Casa Comum, no próximo dia 2 de maio, pelas 21h30, para uma conversa com José Rui Teixeira e Valter Hugo Mãe. A entrada é livre


Tem obra traduzida, antologiada e publicada em quinze países e é hoje um dos mais reconhecidos poetas contemporâneos no contexto ibero-americano. Hugo Mujica vai marcar presença na Casa Comum da U.Porto (edifício histórico da Reitoria), às 21h30 do dia 2 de maio, para uma conversa com os escritores Valter Hugo Mãe e José Rui Teixeira, com entrada livre para todo o público.

Nascido em Buenos Aires, em 1942, Hugo Mujica estudou Belas-Artes, Filosofia, Antropologia Filosófica e Teologia. Esta multiplicidade de saberes perpassa uma obra que abarca filosofia, antropologia, narrativa, mística, poesia e indagação estética e que tem colocado o autor como um dos perenes “candidatos” ao Prémio Nobel da Literatura.

Aproveitando uma deslocação do autor argentino a Madrid, o poeta, docente e investigador português José Rui Teixeira, doutorado em Literaturas e Culturas Românicas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não quis deixar escapar esta oportunidade de trazer Hugo Mujica a Portugal. “É, talvez, a última vez que Mujica vem à Europa e esta será uma oportunidade única de o vermos e ouvirmos antes de voltar a Buenos Aires”. Do seu percurso “extraordinário” de salientar, talvez, o facto de ter vivido como artista plástico, em Nova York, na década de 1960, tendo depois ingressado numa congregação religiosa católica que deriva da Ordem de Cister, onde foi ordenado e presbítero e cumpriu o voto de silêncio por 7 anos. “É um homem para quem o ato de criar é entendido como um sucessivo renascimento. É um homem com uma grande atividade e discurso provocador”, reforça José Rui Teixeira.

“É um estudioso da poesia, com um discurso muito próximo da Filosofia”, acrescenta Valter Hugo Mãe. E “não faz favores”, adverte. “Diz o que tem a dizer sem fazer concessões. É sempre surpreendente ouvi-lo falar”. Seria como podermos ter “uma conversa franca com Eugénio de Andrade, ou António Ramos Rosa. É uma sorte!”, o que torna imperdível esta “raríssima presença de um dos maiores poetas da América Latina no Porto”.

Criar é o momento em que começamos a ser

“Sempre que escrevo, que é a minha forma de criar, descubro, ou talvez inauguro, algo de mim, de mim ou de todos (…)  como se a criação também me ensinasse isso: que criar é mais original do que saber, mais abismal do que compreender, mais definitivo do que agir.” disse Hugo Mujica no Colóquio Internacional Poesia e Transcendência, que se realizou no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, em julho de 2015. “O que procuro dizer, o que procuro pensar poeticamente ou poetizar pensativamente, é que o ato criador, nele e com ele, revivemos o acontecimento mais original e revelador que cada um de nós viveu: o nascer, o momento sem sombra ou memória em que sem ser, nos recebemos, o momento criador que ao recebermos, começamos a ser”.

O escritor argentino considera que “cada ato criador nos coloca no sítio onde não há lugar: no nada de onde tudo chega, na escuta do que vem à procura de um nome que o nomeie no seu ser. É, sem dúvida, por esta razão que, uma e outra vez, na escrita destas páginas, eu estava a homologar a criação com o nascimento, o continuar a criar com a continuação do nascer…” Hugo Mujica considera que “Se um deus criou o homem à sua imagem e semelhança ou o homem imaginou esse Deus à sua semelhança, o certo é que quando o ser humano começou a contar a si mesmo o início do mundo em que se encontrava vivo, ele deu como um atributo primordial a esse deus o ser criador, ele disse, intuiu, que criar é o ato mais inicial que um humano ou um deus pode realizar, ou o ato em que um e o outro são o mesmo evento, a mesma fecundidade”. Daí que na “relação cara a cara ou nudez a nudez, com o ser da existência, a criatividade é a relação mais decisiva, tão decisiva, que não podemos descartá-la, tão decisiva que é gratuita. É um dom”.


Tudo o que arde morre iluminando

A antologia é uma “recolha breve, muito feliz e séria” do trabalho poético de Hugo Mujica, diz-nos Valter Hugo Mãe. O que transforma esta obra numa oportunidade “maravilhosa” de entrar no universo “de um dos maiores poetas da América Latina”.

A iniciativa é da Reitoria da Universidade do Porto e da Cátedra Poesia e Transcendência (Universidade Católica). A conversa entre José Rui Teixeira, Valter Hugo Mãe e o poeta argentino Hugo Mujica tem início marcado para as 21h30. Durante a noite será feita a apresentação da antologia da sua poesia: Tudo o que arde morre iluminando, publicada com a chancela Officium Lectionis, em edição bilingue, com tradução para português de Jorge Melícias. Anabela Santos – Portugal in “Universidade do Porto”




quinta-feira, 28 de abril de 2022

Brasil - Liderou a perda de florestas tropicais no mundo em 2021, segundo um estudo


São Paulo – O Brasil liderou a perda de florestas tropicais no mundo em 2021, sendo responsável por quase a metade da destruição deste tipo de bioma registada no período, informou um levantamento anual da Global Forest Watch (GFW).

Os dados da GFW, plataforma de monitorização de florestas em todo o planeta, indicam que foram destruídas no Brasil 1,5 milhões de hectares de florestas tropicais primárias no ano passado, o que representa 40% de toda a perda de florestas no planeta em 2021.

O Brasil lidera o triste ‘ranking’, bem à frente do segundo país, a República Democrática do Congo (RD Congo), que perdeu 500 mil hectares de floresta tropical em 2021.

Todos os anos, a GFW apresenta uma avaliação independente do estado das florestas do mundo. Os dados são produzidos a partir de análises geoespaciais desenvolvidas pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos da América, e monitorizam a cobertura florestal no mundo todo, incêndios florestais e perda de florestas primárias nos trópicos.

Segundo um comunicado divulgado pela organização, os resultados deste ano apresentam uma novidade: o registo das perdas de florestas causadas ou não por fogo.

“No caso do Brasil, nem mesmo a redução dos fogos na Amazónia e Pantanal em 2021 alterou essa tendência. As perdas não relacionadas ao fogo – que no Brasil são mais frequentemente associadas à expansão agrícola – aumentaram 9% entre 2020 e 2021”, destacou a GFW.

O Brasil detém cerca de um terço das florestas tropicais primárias remanescentes do mundo e tem mantido taxas de perda de florestas acima de 1 milhão de hectares desde 2016, segundo os mesmos dados.

“A perda de floresta primária no Brasil é especialmente preocupante, pois novas evidências revelam que a floresta amazónica está perdendo resiliência, estando mais perto de um ponto de inflexão do que se pensava anteriormente”, avaliou Fabíola Zerbini, diretora de Florestas, Agricultura e Uso do Solo da GFW Brasil, no comunicado.

Ao todo, a GFW identificou a perda de 3,75 milhões de hectares de florestas tropicais primárias no mundo em 2021.

Além do Brasil, o levantamento chama a atenção para a perda de florestas em países como Bolívia e RD Congo, que registaram aumento em relação a 2020.

Os dados mostram que a Indonésia registou redução das taxas de perda florestal pelo quinto ano consecutivo, indicando que políticas públicas do Governo local e compromissos do setor privado no país estão surtindo efeito.

Apesar de se concentrar nos trópicos, que é onde ocorre 96% do derrube permanente de florestas no mundo, a GFW também analisou florestas boreais e temperadas, identificando um aumento de 29% na perda florestal por fogo, especialmente na Sibéria – nessa região, as florestas estão ameaçadas pelas alterações climáticas. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”


 

Portugal - Escritora cabo-verdiana Vera Duarte dá à estampa livro de poesia “Urdindo palavras no silêncio dos dias”


Lisboa – A escritora cabo-verdiana Vera Duarte lança em Lisboa o seu mais recente livro de poesia com o título “Urdindo palavras no silêncio dos dias”, que reúne 100 poemas escritos durante a pandemia.

Em Lisboa, a apresentação da obra estará a cargo da professora da Universidade de Rio de Janeiro Carmem Ribeiro Seco e do professor e jurista português Boaventura de Sousa Santos, sendo que em Cabo Verde, o lançamento será feito no dia 25 de Maio, Dia da África.

Em declarações à Inforpress em Lisboa, Vera Duarte explicou que os poemas da obra foram escritos entre Junho de 2020 e Julho de 2021, mas que para além do tema da pandemia da covid-19, o livro aborda outros temas que lhe “tem perseguido ao longo da sua escrita”, como a questão do feminicídio, pedofilia, violência contra as mulheres, o racismo e a emigração clandestina.

“Isso tudo, tem uma mágoa grande com alguns acontecimentos que tiveram lugar durante a pandemia, como por exemplo o assassinato de George Floyd [EUA] ou de Giovani Rodrigues, mas é também onde se encontra o canto ao amor, à liberdade, à fraternidade e muito essa sensação que sinto por ser cabo-verdiana que acaba por ser toda essa mestiçagem e da crioulização do cabo-verdiano”, explicou.

Segundo Vera Duarte, nesse livro fala muito sobre a “nação crioula” e da mestiçagem, porque o cabo-verdiano tem “muita mistura” no seu ser, algo que “constitui muita a matéria incandescente” da sua poesia.

“É um livro de reflexão poética, porque a minha grande preocupação em cada coisa que escrevo, vai muito daquilo que me vem na alma e que me faz existir como pessoa, mas na verdade é que eu procuro escrever poesia da forma mais bela que eu puder, já que entendo que a poesia, trazendo uma mensagem, deve ser essencialmente uma poesia bela e que dá o prazer da leitura”, frisou.

Vera Duarte garantiu que esse livro lhe deu “muita alegria e muito bom esse regresso à poesia”, porque tinha passado algum tempo sem escrever a poesia, porque estava debruçada sobre contos, romances e crónicas.

O lançamento do livro “Urdindo palavras no silêncio dos dias” está marcado para o final da tarde desta quinta-feira, 28, nas instalações da Associação Caboverdeana de Lisboa.

Em relação aos próximos projectos, Vera Duarte revelou que já está a escrever e a preparar um livro de contos que provisoriamente está a chamar de “Contos infantis para adulto ler”, ou seja, são contos para crianças, mas que trazem “temáticas importantes” e que, eventualmente, até ao final deste ano estará disponível. In “Inforpress” – Cabo Verde



 

Macau - Instituto Cultural protege troços dos muros de chunambo


O Instituto Cultural (IC) encarregou o Laboratório de Restauro do Património Cultural da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau de “examinar de forma aprofundada” o Troço das Antigas Muralhas da Cidade (na Calçada de S. Francisco Xavier) e os dois troços dos muros de chunambo próximos das Ruínas de S. Paulo, bem como de formular o respectivo plano de conservação e restauro.

“No início de Abril, foi também concluído o registo de infravermelhos e lasers destes muros de chunambo, bem como o registo mais abrangente de dados relativos ao estado de conservação actual dos mesmos, tendo em vista detectar e prevenir quaisquer eventuais patologias o mais cedo possível. Em aditamento, os materiais dos muros serão igualmente examinados por meio de outros instrumentos técnico-científicos e, consoante os resultados desses testes, será posteriormente formulado um plano de manutenção mais específico, conforme as necessidades de manutenção dos referidos troços”, explicou o IC, em comunicado.

O organismo garante que tem vindo a monitorizar regularmente as antigas estruturas de chunambo em toda a cidade, realizando inspecções anuais e efectuando a digitalização 3D das referidas estruturas para se inteirar da sua condição geral de segurança, contando igualmente com o apoio técnico de outras entidades especializadas. Por exemplo, em 2019, o Centro Experimental de Salvaguarda de Edifícios Históricos da Universidade de Tongji realizou trabalhos de inspecção aos muros de chunambo da zona da Fortaleza do Monte, elaborando também o respectivo plano de restauro, que foi posteriormente implementado pelo IC, resultando no restauro bem sucedido dos muros a sul e a leste.

Além disso, o IC tem ainda realizado intervenções de manutenção e restauro nos muros de chunambo da Rua de Tomás Vieira e do Pátio do Espinho, no Troço das Antigas Muralhas da Cidade (próximo da Capela de N. Sr.ª da Penha, próximo da Estrada do Visconde de S. Januário), da Travessa do Patane e nos muros localizados nas imediações das Ruínas de S. Paulo.

A construção de muros de chunambo “constitui um testemunho importante sobre o passado histórico de Macau”, frisa o IC, ao indicar que, “com base nos troços existentes, podemos constatar que este método de construção remonta ao século XVII”. “Devido à espessura e robustez do chunambo, que foi o principal material e técnica de construção utilizados na construção das antigas muralhas de defesa da cidade, incluindo nomeadamente, os três muros a sul, leste e oeste da Fortaleza do Monte de Macau, o Troço das Antigas Muralhas de Defesa e os muros do Colégio de S. Paulo, nota-se que estes importantes vestígios continuam em relativo bom estado de conservação e constituem testemunhos físicos relevantes sobre o processo do desenvolvimento urbano de Macau, desde as primeiras etapas da cidade”. No entanto, as estruturas de chunambo estão sujeitas a fenómenos paralelos, desde os tufões à erosão e instalação de plantas daninhas, requerendo assim obras regulares de manutenção e restauro. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


 

Macau - Plano piloto de entrada de estrangeiros deve integrar Portugal

O Governo está a estudar a inclusão de Portugal na lista de países que farão parte do programa experimental de entrada de estrangeiros em Macau. Ainda sem data ou detalhes de implementação, o plano destina-se a países ou regiões com uma “relação estreita com Macau”. Em caso de confinamento, um elemento do agregado familiar será autorizado a sair para fazer compras. Animais de estimação de infectados terão direito a “hotel de quarentena”


A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura Elsie Ao Ieong U, revelou ontem que o Governo está a estudar a implementação de um programa experimental para a entrada de estrangeiros em Macau e que Portugal deverá ser um dos países a integrar a lista inicial do plano piloto. Segundo a secretária, o plano destina-se a países ou regiões que tenham uma “relação estreita com Macau”, nomeadamente se entre esses países e Macau existem muitas famílias e estudantes em comum.

“Estamos a estudar a situação e quais os países que poderão ser incluídos [no plano de entrada de estrangeiros]. É claro que esses países devem ter uma relação estreita com Macau. Por exemplo, se muitas famílias desses países estão em Macau ou vice-versa ou se existem alunos que estão a estudar nesses países ou vice-versa. Estes países vão estar na lista preliminar para servir como referência”, começou por dizer Elsie Ao Ieng U à margem de uma sessão de esclarecimento sobre o “Plano de resposta de emergência para a situação epidémica da covid-19 em grande escala”.

“Concretamente, ainda não temos uma lista dos países que vão ser escolhidos para ser os países pilotos, mas vamos estudar essa situação e assim que tivermos um resultado vamos anunciar à população”, acrescentou.

Contudo, perante a insistência dos jornalistas, a secretária acabou por admitir que “Portugal é um dos alvos de estudo do programa”, podendo vir a ser integrado na lista de países-piloto que farão parte do programa experimental de entrada de estrangeiros em Macau. Por esclarecer, ficaram os detalhes de candidatura e implementação do programa ou quando é que este poderá entrar em funcionamento.

Recorde-se que desde segunda-feira entrou em funcionamento um plano piloto para permitir a entrada de empregadas domésticas das Filipinas, estando também no horizonte “numa próxima etapa”, que investigadores e docentes estrangeiros, nomeadamente de Portugal, e ainda estudantes do exterior admitidos em estabelecimentos de Ensino Superior de Macau.

Vou ali e já venho

Questionada sobre como é que a população terá acesso a bens essenciais caso Macau venha a sofrer um surto em grande escala e, por exemplo, um confinamento geral, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura adiantou que não ficará do lado das autoridades a entrega ou o fornecimento de alimentos e outros produtos. Ao invés, apontou, um dos elementos do agregado familiar deverá ser autorizado, a espaços, a sair do domicílio para fazer as compras necessárias.

“[Caso ocorra um surto em grande escala] e uma zona fique sob gestão de controlo pormenorizada, o Governo terá dificuldade em entregar bens essenciais porta a porta. As farmácias e os supermercados vão permanecer de portas abertas e vamos propor, que um dos elementos do agregado familiar possa sair de casa num horário específico para ir ao supermercado para, desta forma, sustentar a sua vida quotidiana”, explicou Elsie Ao Ieong U.

Quanto à eventual falta de recursos humanos para colocar em prática o plano de resposta de emergência caso haja um grande surto de covid-19 em Macau, a secretária vincou que o Governo Central estará disponível para “dar apoio” e “enviar pessoal”.

Toca a todos

Por último, questionada sobre o tratamento a dar aos animais de estimação dos residentes que venham a ser infectados com a doença e enviados, por isso, para isolamento em centros de tratamento comunitário, tratamento hospitalar ou hotéis de observação médica, Elsie Ao Ieong U revelou que o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) está a preparar “hotéis de quarentena” para acolher os respectivos animais.

“No último surto comunitário de Macau, tivemos essas experiências e o IAM, de forma muito simpática já tomou a iniciativa de abordar essa questão (…) e disse que irá providenciar hotéis para esses animais de estimação para servir como local de quarentena para esses animais de estimação”, disse a secretária.

Recorde-se que a preocupação vem no seguimento de em Xangai existirem relatos de que, os animais de estimação de cidadãos infectados com covid-19, terem acabado por ser abandonados ou abatidos pelas autoridades.

IAS espera “espírito de entreajuda”

Caso Macau venha a sofrer um surto em larga escala que implique confinamentos, o vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, afirmou esperar que a população demonstre “espírito de entreajuda” e apoie os vizinhos que se encontrem fechados no mesmo edifício. Durante a sua intervenção, Hon Wai frisou ainda que, entre Fevereiro e Abril de 2022, o número de idosos vacinados aumentou 47 por cento e que nos lares, 82 por cento dos idosos já estão vacinados contra a covid-19. No entanto, o responsável admitiu que a taxa de vacinação geral entre os mais velhos “não é satisfatória”.

Simulacro em Maio

Elsie Ao Ieong U revelou ontem que o simulacro previsto para o centro de tratamento comunitário localizado na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, deverá acontecer já no próximo mês de Maio. O objectivo passa por “perceber melhor” o funcionamento do plano de resposta e dar a conhecer a organização do centro de tratamento. “Temos que organizar e contactar vários serviços e só depois é que podemos lançar este plano. Esperamos que aconteça no próximo mês. Vamos convidar alguns residentes para participar no simulacro como voluntários, realizar testes de ácido nucleico e fazer trabalhos de triagem para a população perceber melhor o funcionamento do plano e do centro de tratamento comunitário”, explicou.

Covid-19 | Plano de resposta inspirado em Hong Kong, Xangai e Taiwan

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, frisou ontem que o plano de resposta a surtos de covid-19 em grande escala tem como referência as experiências de Hong Kong, Xangai e Taiwan e que a sua eficácia irá depender do “esforço comunitário” e da cooperação entre o sector social, da saúde e da educação. Por isso, a secretária espera que os diferentes departamentos se prepararem caso haja um novo surto em Macau.

“Tendo por referência a experiência das regiões de Hong Kong, Xangai e Taiwan, entre outras, [o Governo] concebeu um Plano de resposta. As diversas fases do Plano requerem esforços comunitários para uma implementação eficaz, especialmente o pleno apoio e cooperação dos serviços sociais, dos sectores de saúde e da educação. Deste modo, espero que todos possam articular-se com o Plano em causa e organizar os seus planos de trabalho com a maior brevidade possível, bem como proceder à programação e formação do pessoal, para se prepararem com antecedência”, disse durante o seu discurso.

Testes rápidos | Abastecimento garantido. População deve aprender método

O Governo garantiu ontem que, caso ocorra um novo surto de covid-19 em Macau, haverá kits de testes rápidos em número suficiente para fazer face às necessidades da população.

Depois de o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long ter apontado os prós e contras dos testes de antigénio e sublinhado a importância de a população começar a aprender como fazer a testagem por si própria, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U frisou que o sistema poderá mesmo servir para complementar os planos de testagem em massa da população.

“Comparando com Hong Kong, a população de Macau é pequena e estes testes de antigénio já são muito vulgares noutros países e em todo o mundo e, por isso, é fácil comprar mais. Estamos a encomendar novos lotes de testes rápidos para prevenir, caso estes venham a ser necessários. Se, no futuro, a necessidade persistir, vamos adquirir mais”, garantiu.

Sobre a possibilidade de os testes em massa poderem vir a ser realizados num só dia, Elsie Ao Ieong U apontou que essa não é uma obrigatoriedade, mas que é necessário “arranjar mais espaços”, manter a distância social nas filas e recorrer, eventualmente, a testes rápidos para “evitar a concentração de pessoas”. Pedro Arede – Macau in “Hoje Macau”


quarta-feira, 27 de abril de 2022

Nova Zelândia – Disponibiliza material didático a 504 escolas do ensino pré-escolar de Timor-Leste

Díli – O governo da Nova Zelândia, através do Programa Brincar. Descobrir e Aprender com Sucesso (Hands, em inglês), disponibilizou material didático a 504 estabelecimentos do ensino pré-escolar.

O Secretário da Embaixada da Nova Zelândia, Nick Borthawick, destacou a importância das crianças iniciarem os estudos no ensino pré-escolar para terem o sucesso académico.

“Este material escolar destina-se a 28857 alunos, de 504 escolas do pré-escolar”, afirmou Nick Borthawick, na cerimónia de entregado material escolar ao MEJD, em Vila Verde, Díli.

Segundo o dirigente, o Executivo neozelandês alocou cerca de 240 mil dólares americanos para financiar o Programa Hands nos próximos cinco anos.

Já o Diretor-Geral da Política, Plano e Inclusão do MEJD, Raimundo José Neto, mostrou-se satisfeito com o apoio do Executivo da Nova Zelândia.

“Peço aos beneficiários e aos dirigentes das 504 escolas do ensino pré-escolar que aproveitem este material para melhorar o processo de ensino-aprendizagem”, concluiu.

Recorde-se, o Programa Hands iniciou-se em 2015. Isaura de Deus – Timor-Leste in “Tatoli”

 

Angola - Acolhe I Reunião Conjunta de Ministros da Economia, Comércio e Finanças da CPLP

Lisboa – A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realiza na sexta-feira, 29, em Luanda (Angola), a I Reunião Conjunta de Ministros da Economia, Comércio e Finanças para debater os desafios e prioridades da cooperação económica. 

De acordo com informações facultadas à Inforpress em Lisboa pela organização, a reunião, que vai contar com a participação do secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa, será precedida da Reunião Técnica Preparatória, que ocorre hoje e quinta-feira, 28. 

“Os ministros vão centrar o debate no tema ‘Cooperação económico na CPLP: prioridades e desafios’ e proceder à apreciação e aprovação da agenda estratégica para a cooperação económica na CPLP no quinquénio 2022-2027”, referiu a mesma fonte. 

O XXVI Conselho de Ministros da CPLP, que ocorreu em Julho de 2021, em Luanda, precedendo a XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo, decidiu criar um novo objectivo geral da CPLP, denominado “Cooperação económica”.

O Conselho de Ministros encorajou, ainda, os ministros responsáveis pelas áreas do Comércio, da Economia e das Finanças dos Estados-Membros a realizarem uma reunião conjunta, até Julho de 2022, com vista à definição de uma estratégia integrada para a cooperação económica na CPLP.

Também em Luanda, no dia 29, decorre a VII Reunião de Ministros Responsáveis pela Igualdade de Género da CPLP, sob o lema “Empoderamento da mulher para a equidade de género – rumo ao desenvolvimento sustentável”.

Nesta reunião ministerial, precedida hoje pela Reunião de Peritos da Igualdade de Género da CPLP, está prevista a apresentação e aprovação do Plano de Acção 2022-2024, bem como a análise e discussão de uma resolução sobre a equidade do género e o desenvolvimento sustentável.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP. In “Inforpress” – Cabo Verde  

 

Guiné-Bissau - Acolhe em maio pela primeira vez congresso de médicos de países lusófonos

A Guiné-Bissau vai acolher em maio, pela primeira vez, o congresso de médicos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma iniciativa que o ministro da Saúde, Dionísio Cumba, disse ser propícia para discutir o pós-pandemia de covid-19.

Em entrevista à Lusa, o governante guineense afirmou que, apesar das dificuldades, o país está pronto para receber o congresso que vai decorrer entre 04 e 05 de maio, em Bissau, juntando os bastonários das ordens de médicos de países da CPLP.

“Convidámos todos, mas alguns não vão poder participar, mas temos já a confirmação dos bastonários das ordens dos médicos de Angola, Brasil, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe”, notou Dionísio Cumba.

O ministro guineense disse que o país contou com “um grande apoio” do seu cônsul honorário na cidade do Porto, o também médico José Manuel Pavão, que sempre incentivou a que a Guiné-Bissau acolhesse o evento, observou.

O décimo congresso da comunidade médica de língua portuguesa, que terá como lema principal “Saúde lusófona pós-pandemia”, vai ainda debruçar-se sobre a violência no exercício da medicina, capacitação e desenvolvimento do capital humano em saúde bem como realizar a assembleia geral da organização.

O ministro guineense adiantou que os profissionais da medicina dos países lusófonos vão aproveitar o fato de o evento coincidir com o Dia da Língua Portuguesa, 05 de maio, para debater o tema: “Língua como fator de coesão”.

No mesmo dia terá lugar uma sessão de demonstração da cultura e potencialidades do turismo guineense, indicou o ministro.

“Será uma oportunidade também para demonstrar coisas positivas que acontecem na Guiné-Bissau”, disse Dionísio Cumba. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”

 

Timor-Leste - Parlamento ratifica por unanimidade acordo de mobilidade da CPLP

O Parlamento Nacional ratificou por unanimidade o acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que já tinha sido ratificado por seis outros membros da organização lusófona.

A ratificação decorreu neste dia 26 numa sessão do Parlamento Nacional em que os deputados destacaram a importância do acordo para reforço dos laços entre os Estados-membros da CPLP, permitindo maior liberdade de circulação neste espaço.

O acordo de mobilidade já foi ratificado igualmente por Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com o processo ainda por concluir em Angola e na Guiné Equatorial.

Adaljiza Magno, chefe da diplomacia timorense, disse no Parlamento que o Governo vai enviar uma notificação oficial ao Secretariado da comunidade relativa à ratificação em causa.

O acordo deverá depois ser submetido para registo, junto do Secretariado das Nações Unidas, cabendo, posteriormente, a cada país legislar em concreto sobre como irá facilitar a circulação de pessoas entre os países signatários.

Este entendimento a nível da CPLP estabelece um “quadro de cooperação” entre todos os Estados-membros de uma forma “flexível e variável” e, na prática, abrange qualquer cidadão.

Aos Estados é facultado um leque de soluções que lhes permitem assumir “compromissos decorrentes da mobilidade de forma progressiva e com níveis diferenciados de integração”, tendo em conta as suas próprias especificidades internas, na sua dimensão política, social e administrativa.

Neste contexto, têm a “liberdade (…) na escolha das modalidades de mobilidade, das categorias de pessoas abrangidas”, bem como dos países da comunidade com os quais pretendam estabelecer as parcerias.

O acordo define que a mobilidade CPLP abrange os titulares de passaportes diplomáticos, oficiais, especiais e de serviço e os passaportes ordinários. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”

 

terça-feira, 26 de abril de 2022

Guiné-Bissau - Associação de Mulheres Juristas guineenses pretende assumir a presidência da Federação Internacional de Mulheres Juristas

Bissau – A Presidente da Associação Guineense de Mulheres Juristas (AGMJ), manifestou a sua intensão de concorrer à presidência da Federação Internacional das Mulheres Juristas (FIMCJ) durante a XXIV Assembleia Geral da organização que vai decorrer, em Angola, ainda este ano.

A revelação foi feita pela própria Lucinda Gomes Barbosa Aukarie, à saída do encontro com o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, na segunda-feira.

"Participámos em 2018, na Assembleia geral da organização, como observadores e desta vez queremos uma participação mais ativa enquanto membros de pleno direito da organização”, disse.

Segundo Lucinda Aukarie, a organização que representa é, desde 2021, membro ativo da Federação Internacional das Mulheres de Carreira Jurídica que este ano, realiza a sua XXIV Assembleia Geral sob o lema “Alterações Climáticas e Mulher em Ação”.

O evento irá debater, não só sobre a preocupação das Nações Unidas sobre as alterações climáticas e mulheres em ação, mas também realizar a eleição de novos membros para a direção da Federação Internacional das Mulheres de Carreira Jurídica. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau

 

Moçambique – Livraria Mabuko junta autores para promover o livro na Matola


A Livraria Mabuko promoveu um encontro entre autores e leitores, na Cidade da Matola. A sessão serviu para celebrar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor e inaugurar um novo espaço dedicado ao livro naquele ponto do país.

O país não se encontra num bom momento, no que à promoção do livro diz respeito. Por isso, e partindo de uma boa experiência de feira do livro realizada no ano passado, a Livraria Mabuko organizou um encontro entre escritores e leitores, na Cidade da Matola.

De acordo com Cisa Ponta Vida, da Mabuko, o centro comercial Novare passa a contar com a venda de livros porque o objecto literário é essencial para educação e cultura de toda a humanidade. “Nós tivemos um momento muito difícil, na altura em que a COVID-19 estava em alta. Muita gente estava a fechar as portas. Então, decidimos que tínhamos de inovar, porque a leitura é um assunto importante para todos nós”, acrescentou Cisa Ponta Vida, como que a justificar porque a Mabuko não se contentou com a livraria localizada na zona nobre da Cidade de Maputo: “Depois da adesão que registámos em Dezembro, quando cá viemos fazer uma feira do livro, decidimos ceder à vontade dos leitores em ter-nos cá”.

Além de só inaugurar um novo espaço de venda de livros, num contexto em que as livrarias estão encerradas em várias cidades nacionais, a Mabuko convidou autores como Ungulani ba ka Khosa, Juvenal Bucuane e Adelino Timóteo para uma confraternização, igualmente, como forma de celebrar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor, assinalado no passado dia 23 deste mês. A Mabuko procedeu assim porque percebeu que muitos dos que compram os livros nunca tiveram a oportunidade de estar com o escritor moçambicano que lêem.

Para Adelino Timóteo, que veio da Cidade da Beira precisamente para participar no evento, a iniciativa da Mabuko é importante porque tira o livro do centro urbano para outros locais, contribuindo, dessa forma, para divulgar as obras literárias em locais alternativos, onde as pessoas estão. “Deste modo, ganha a literatura, porque o livro fica mais próximo do destinatário. De igual maneira, ganham também os autores porque passamos a ter maior comunicação entre escritores e leitores”.

Concordando com Timóteo, a escritora Stela Manhiça Langa considerou que a divulgação do livro em espaços como o centro comercial Novare, na Matola, é fundamental porque, em geral, os moçambicanos ainda estão a aprender a ler obras literárias, se se pensar em termos quantitativos. “Esta é uma forma de estimular a leitura. É um exercício que pode e deve ser feito a partir da base e da pré-escola, de modo que as crianças possam crescer com hábitos de leitura. Com um Plano Nacional de Leitura, que envolve educadores de infância e a família, passaríamos a ter no país adultos que gostam de ler”.

Já para o escritor Albert Dalela, o encontro promovido pela Mabuko foi marcante porque teve a oportunidade de estar com autores que lê desde criança. “Para além de que assim os leitores têm a possibilidade de nos conhecer e, entre nós, conversamos sobre a complexa indústria do livro. Para que as pessoas leiam, precisamos que o Governo se envolva em campanhas a favor do consumo da literatura”. José dos Remédios – Moçambique in “O País”


 

Timor-Leste – Partidos que compõem o governo consolidam plataforma política e acordo pré-eleitoral

Os três partidos actualmente no Governo timorense, Fretilin, PLP e KHUNTO chegaram a um acordo pré-eleitoral para as próximas legislativas, marcadas para 2023, consolidando a atual plataforma


A decisão foi tomada num encontro dos líderes dos três partidos, Mari Alkatiri secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Taur Matan Ruak presidente do Partido Libertação Popular (PLP) e José Naimori, conselheiro máximo do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO)

Numa declaração conjunta divulgada ontem, a plataforma explica que decidiu reforçar a coesão “na sua representação Parlamentar e Governativa de modo a garantir a continuidade da estabilidade governativa”, criando ainda “canais de diálogo com todos os órgãos de soberania, com particular destaque para com o Presidente da República e os tribunais”.

Os três líderes comprometeram-se ainda a “erguer todos os meios de prevenção de crises, reagindo, sempre que necessário para afastar cada vez mais dos horizontes de Timor-Leste o espetro de conflito” e “criar uma nova dinâmica de inclusão capaz de contribuir para o reforço da vida e cultura institucionais do Estado e das Instituições públicas”.

Finalmente, decidiram “ampliar a Plataforma de Entendimento com vista a competir nas eleições legislativas de 2023”, preparando um “amplo acordo pré-eleitoral, definindo para a plataforma uma vida institucional própria, sólida e moderna”.

A declaração surge na sequência da vitória de José Ramos-Horta nas eleições presidenciais de 19 de Abril, em que derrotou com uma ampla margem Francisco Guterres Lú-Olo, o atual chefe de Estado que era apoiado pelos três partidos.

Ramos-Horta foi apoiado pelo Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão, entre outras forças políticas, que defende a dissolução do parlamento para resolver o que considera ser várias violações constitucionais. Além do possível cenário de dissolução, pode estar ainda em cima da mesa uma nova votação no parlamento para eleição de um presidente do órgão de soberania e uma eventual moção de censura ao Governo. Para triunfar, seria necessário que deputados das bancadas do Governo, que representam atualmente 36 dos 65 lugares votassem com a oposição.

A declaração conjunta dos três partidos tem em conta o resultado das presidenciais e a “necessidade de uma profunda análise e debate dentro da própria Plataforma e fora dela sobre o desenrolar das campanhas nas duas rondas e o desfecho final”.

Tem ainda em consideração a “situação absolutamente calma e estável que se verificou ao longo das campanhas e durante as votações que contrastam com as ameaças de um perigo iminente de crise face a promessa de menos ponderadas ou imponderadas decisões de um dos candidatos”.

Os encontros das três forças políticas envolvem não apenas os líderes, mas ainda as bancadas parlamentares “e todos os membros do VIII Governo sustentado pela Plataforma”. O objectivo, sublinha, é de “analisar de uma forma clara os fatores de caráter objetivo e subjetivo que contribuíram para a conjuntura política atual de modo a se poder prevenir situações a serem, eventualmente, provocadas por imponderados e irresponsáveis atos de terceiros”.

José Ramos-Horta toma posse a 20 de Maio, dia em que se cumpre o 20.º aniversário da restauração da independência de Timor-Leste. In “Ponto Final” - Macau