O
Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Camões, I.P.) e a Universidade
Federal de Sergipe – UFS, assinaram um protocolo de cooperação para criação da
Cátedra Marquês de Pombal na universidade.
Esta
é a sétima cátedra Camões no Brasil e a 55ª cátedra Camões no mundo.
A
cátedra terá como propósito o desenvolvimento de um conjunto de iniciativas de
carácter científico e cultural orientadas para a reflexão e a investigação
sobre o século XVIII no Brasil e em Portugal.
Segundo
o coordenador da Cátedra, Prof. Doutor Luiz Eduardo Oliveira, “para além de
consolidar o campo dos estudos pombalinos, que já vêm sendo desenvolvidos na
Universidade Federal de Sergipe, a cátedra cria as condições para o
desenvolvimento de estudos, em várias áreas das humanidades, relacionados não só
ao Marquês de Pombal e ao Pombalismo, mas também aos estudos sobre receção e
circulação de pensadores e filósofos iluministas em Portugal e no Brasil, bem
como questões teóricas relacionadas à história das ideias linguísticas e à
literatura.”
Para
Professor Valter Santana, Reitor da Universidade Federal de Sergipe, a cátedra
é uma conquista relevante, pois “insere a universidade num grupo seleto de
instituições de ensino superior que proporcionam pesquisas aprofundadas sobre a
língua portuguesa, bem como seus aspectos culturais e filosóficos”.
Como
patrono, a Universidade Federal de Sergipe propôs a figura de Marquês de
Pombal, apesar das controvérsias em torno do seu papel histórico, tanto em
Portugal quanto no Brasil, é “um fato incontestável” que sua obra impulsionou,
em vários sentidos, o processo de autonomia política do Brasil, segundo o
coordenador da Cátedra.
“Isso
porque ele dotou a mais importante colônia portuguesa com os elementos
necessários para a construção de sua nacionalidade, desde sua unidade
linguística, provocada pela Lei do Diretório de 1755, tornando a língua
portuguesa uma língua nacional; passando pela sua unidade territorial, algo
inicialmente assegurado no final de 1762 com o armistício entre os exércitos
peninsulares; pela sua identidade cultural e literária, dado o seu mecenato com
relação aos poetas neoclássicos nascidos no Brasil; pela sua estrutura política
e institucional, uma vez que a transferência da corte de D. João para o Brasil,
em 1808, significou, em muitos aspetos, a aplicação e desenvolvimento das
diretrizes estabelecidas pelas reformas pombalinas; e a estruturação do seu
sistema de instrução pública, seja através da institucionalização da profissão
docente, seja mediante o impulso dado ao novo método de ensino de humanidades,
para não mencionar o fato de que a reforma de 1772 da Universidade de Coimbra
proporcionou a formação dos quadros científicos, políticos e burocráticos do
Brasil, os quais foram formados pelos homens responsáveis por sua
independência”, ressaltou o professor Luiz Eduardo.
A
cátedra Marquês de Pombal junta-se às cátedras João Lúcio de Azevedo
(Universidade Federal de Belém do Pará), CESPUC – Centro de Estudos
Luso-Afro-Brasileiros (PUC-Minas/Belo Horizonte), Agostinho da Silva
(Universidade de Brasília e Universidade Federal de Uberlândia), Padre António
Vieira de Estudos Portugueses (PUC-Rio de Janeiro), Fidelino Figueiredo
(Universidade do Estado da Bahia/Salvador) e Jaime Cortesão (USP), tornando o
Brasil o segundo país com mais cátedras do Camões IP, logo após a Itália. In “Mundo
Lusíada” - Brasil
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