São Tomé e Príncipe é o único país de língua portuguesa que deve alcançar 80% das cinco metas nutricionais da Organização Mundial da Saúde, OMS. Um terço das crianças da região subsaariana tem problemas de crescimento e 75% dos africanos não têm o suficiente para pagar por uma dieta saudável com frutas, proteínas, vegetais e animais
O
número de crianças afetadas pelo atraso de crescimento continua em alta na
África Subsaariana.
A
região concentra 91% de crianças sofrendo de nanismo. No continente, 57,5
milhões de menores enfrentam o problema. A região africana é a única do globo
com tendência de alta.
Lusófonos
Dentre
os países de língua portuguesa, São Tomé e Príncipe está entre três nações a
caminho de atingir quatro das cinco metas nutricionais da Assembleia Mundial da
Saúde. Com uma prevalência de
desnutrição de 12%, o país tem a mais baixa taxa entre os lusófonos africanos.
O
Panorama sobre Segurança Alimentar e Nutrição em África cita um programa de
fortificação de alimentos com pó de micronutrientes múltiplos que cobre todas
as crianças são-tomenses abaixo dos cinco anos.
No
período entre 2017 e 2019, Angola teve uma taxa de desnutrição de 18,6%,
seguida de Cabo Verde com 18,5% e Moçambique com 32,6%.
Já
a Guiné-Bissau não apresenta dados no estudo, mas consta entre os países que
sofrem pela influência de insegurança, da desaceleração económica e de choques
climáticos que inter-relacionados aumentaram a prevalência da desnutrição.
O
país deve atingir as metas de combate ao excesso de peso e amamentação
exclusiva.
Dependência
Angola
está entre 12 nações africanas em vias de cumprir a meta de combate ao baixo
peso para a altura.
Cabo
Verde aparece entre os mais afetados com a queda abrupta nas viagens por causa
da pandemia, pela forte dependência do turismo. O país tem uma prevalência de
carência de vitamina A abaixo de 10%, que afasta o problema como uma ameaça à
saúde pública.
Já
em Moçambique, impactos climáticos e desacelerações económicas causaram a alta
prevalência de subnutrição. O país tem 1,7 milhão de pessoas sofrendo de
insegurança alimentar aguda devido a fatores como chuvas fracas, dois ciclones,
aumento dos preços dos alimentos básicos e infestação generalizada pela
lagarta-do-cartucho-do-milho.
O
estudo envolveu especialistas da Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura, FAO, da Comissão Económica da ONU para a África, ECA, e da
Comissão da União Africana.
Dieta
O
Panorama sobre Segurança Alimentar e Nutrição em África destaca que quase três
quartos da população regional não podem pagar o suficiente para uma dieta
saudável com frutas, proteínas, vegetais e animais.
O
documento revela que mais da metade não tem acesso a uma alimentação adequada
que forneça uma mistura de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e
minerais essenciais para a manutenção de saúde básica.
Mesmo
uma dieta que forneça um mínimo de energia suficiente está fora do alcance de
mais de 10% da população da região.
Custos
O Panorama
sobre Segurança Alimentar e Nutrição em África recomenda uma transformação dos
sistemas agroalimentares regionais promovendo dietas saudáveis mais acessíveis.
Os
habitantes do continente enfrentam custos alimentares mais elevados do que em
outras regiões com um nível de desenvolvimento similar e a alimentos básicos
como cereais e raízes com amido. Algumas razões para a situação são sistémicas.
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