Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Timor-Leste - Cooperantes portugueses começam a regressar

Agentes da cooperação portuguesa destacados em vários projetos em Timor-Leste estão a começar, lentamente, a regressar ao país, apesar de fortes condicionalismos que incluem a proibição de voos comerciais e charters, devido à COVID-19

A única alternativa é, para já, o uso de voos organizados duas vezes por mês pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) entre Kuala Lumpur, na Malásia, e Díli, opção com critérios apertados que excluem muitos cidadãos portugueses.

Um primeiro grupo de cooperantes chegou a Díli há cerca de uma semana, viajando em voos comerciais até à Malásia e depois no voo do PAM, estando atualmente a cumprir o período de quarentena de 14 dias, após o qual serão sujeitos a testes à COVID-19.

Nesse grupo viajaram cooperantes do projeto de apoio do Camões à Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL) e do programa Parceria para a melhoria da Prestação de Serviços através da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas reforçada em Timor-Leste” (PFMO), cofinanciado pela instituição portuguesa e pelo Camões.

Fonte do PAM confirmou à Lusa que no próximo voo, previsto para chegar a Díli a 05 de agosto, viajam 25 portugueses – de um total de 52 passageiros de várias nacionalidades, incluindo 17 americanos, grande parte ligados ao projeto da escola internacional QSI.

Os passageiros portugueses incluem vários agentes da cooperação ligados ao PFMO, programas do Camões e outros da cooperação portuguesa, nomeadamente na área educativa e da justiça.

No voo de regresso saem sete portugueses, de um total de 23 passageiros.

Iniciados em meados de junho, os voos do PAM foram criados para ultrapassar o isolamento de Timor-Leste, permitindo o transporte de “carga médica e humanitária crítica” e, inicialmente, de “funcionários humanitários envolvidos no apoio ao Governo e à comunidade na resposta à COVID-19".

Progressivamente, e devido a crescente pressão de várias organizações internacionais, embaixadas e instituições, o voo tem vindo a ser usado por outros funcionários internacionais e até por timorenses ligados ao Estado.

A solução temporária para o regresso deixa de fora, porém, cidadãos que não estão ligados a este tipo de projetos, quer os que residem em Timor-Leste e saíram do país antes do fecho das fronteiras, e querem voltar, quer outros que terminaram contratos ou pretendem viajar até Portugal por questões familiares.

A PAM considera elegíveis para poder voar os funcionários de agências e programas das Nações Unidas, de Organizações Não-Governamentais, do Banco Mundial e outras instituições financeiras e representantes da comunidade de doadores e Embaixadas.

A questão dos restantes cidadãos não foi ainda resolvida pelo Governo timorense, que mantém a proibição por tempo indefinido de voos comerciais e charter de e para Díli.

No parlamento, na terça-feira, o primeiro-ministro Taur Matan Ruak disse que o Governo está a tentar equilibrar a necessidade de manter o controlo das fronteiras e das entradas - especialmente no que toca a quarentena obrigatória de quem chega ao país – com os esforços para procurar recuperar a economia e minimizar os impactos socioeconómicos da pandemia.

O chefe do Governo disse que encontros com os parceiros de desenvolvimento, organizações internacionais e embaixadas, mostraram haver vontade de “recuperar as atividades paradas devido á COVID-19”.

Para isso, porém, é preciso que o Governo flexibilize as condições “permitindo que os cidadãos dessas organizações internacionais, de empresas, embaixadas, que saíram, possam voltar para o país”.

“As medidas que adotamos têm um risco na atividade económica, de infraestruturas, devido aos trabalhadores de organizações internacionais e funcionários que saíram”, notou.

“Não se trata de chegar aos 100%, como antes da COVID-19, mas o suficiente para não ter impacto na atividade economia e emprego”, disse.

O Governo timorense vai também recorrer a um voo charter para trazer trabalhadores timorenses destacados na Coreia do Sul, e que terminaram os seus contratos, com timorenses e cidadãos de outros países, a viajarem também nos voos regulares da AirNorth, a partir de Darwin, com base num contrato negociado pelo executivo.

A única outra alternativa é a fronteira terrestre entre as duas metades da ilha de Timor que continua a abrir duas horas por semana às quartas-feiras, sendo crescente o número de pessoas que usa esse período para entrar em Timor-Leste.

Dezenas de pessoas atravessaram o posto fronteiriço de Batugadé, no norte da ilha.

Timor-Leste está sem casos ativos de COVID-19 desde 15 de maio. In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”

Portugal - Belmonte vai homenagear Zeca Afonso com estátua em tamanho real




A Câmara Municipal de Belmonte vai homenagear Zeca Afonso com um conjunto de iniciativas, que integram o descerramento de uma estátua em tamanho real daquele cantor e compositor português, que ali viveu quando ainda era muito jovem.

Em nota de imprensa, a autarquia adianta que as iniciativas decorrem no sábado e domingo e que o Castelo de Belmonte será palco para pequenos concertos que recordam a obra de Zeca Afonso e o seu trabalho de intervenção social.

“Destaque para o concerto de seu sobrinho, João Afonso, que ainda o acompanhou em muitos concertos e que regressa a Belmonte neste grande tributo a seu tio”, acrescenta a autarquia, sobre o espetáculo que está marcado para domingo, às 23 horas.

Citado na nota de imprensa, o presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Rocha, salienta a ligação de Zeca Afonso por ali ter residido, à guarda de um tio que chegou a ocupar o lugar de presidente de autarquia.

“Ainda não era o grande Zeca, quando viveu entre nós, mas importa realçar que o seu percurso e a sua formação humanista têm uma passagem pelas beiras, sobretudo pelos jovens de Belmonte, com quem estudou e brincou, e pelas pessoas que o acolheram na sua casa e ajudaram a mitigar um período conturbado da sua vida, em que viveu longe dos pais”, aponta.

A cerimónia de descerramento da estátua em tamanho real está marcada para domingo, às 18 horas, o mesmo dia em que Zeca Afonso fazia anos.

Segundo a autarquia, a homenagem deve contar com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, da diretora regional de Cultura do Centro, Susana Menezes, e do ex-ministro da Cultura João Soares.

As atividades arrancam no sábado, com uma visita teatralizada (16 horas e 30, Largo Zeca Afonso). A partir das 21 horas, no Castelo de Belmonte, as apresentações musicais ficam a cargo de Joana Carvalho, TriVenção e Zeca e outros Amigos.

No domingo, após a inauguração da estátua, atuam Carlos Vasconcelos (19 horas), Rúben Matos (21 horas e 30) e João Afonso (23 horas).

A autarquia também alerta que, devido às regras da Direção Geral da Saúde, os lugares para cada espetáculo estão limitados a 50 espetadores e que os bilhetes serão obrigatórios (estão esgotados) e devem ser adquiridos previamente através da página oficial do município na internet. In “Jornal do Fundão” - Portugal

Macau - Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau lidera desenvolvimento de vacina para a covid-19 com “potente resposta” em animais



A Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) anunciou ontem que o projecto que lidera sobre o desenvolvimento de uma vacina para a covid-19 induziu “uma potente resposta funcional de anticorpos” em animais. De acordo com comunicado, o professor Zhang Kang da Faculdade de Medicina da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau lidera uma equipa de investigação conjunta com instituições da China continental e de Hong Kong.

O estudo, publicado na revista académica Nature, segundo a MUST, aponta ter conseguido “induzir uma potente resposta funcional de anticorpos nos ratos, coelhos e primatas não humanos imunizados logo ao sétimo ou 14.º dias após uma injeção de dose única”.

“O nosso pensamento inicial ao conceber a nossa vacina em janeiro de 2020 foi o de utilizar a menor parte da proteína S [proteína Spike], de modo a produzir o melhor efeito vacinal, mas com o menor potencial de efeitos secundários, tais como uma complicação de melhoramento anticorpo dependente do corpo, por isso fizemos cuidadosamente várias vacinas candidatas e testámos cada uma delas, e concluímos que a RBD é a melhor candidata”, indicou o líder da equipa.

“Em retrospectiva, isso parece óbvio agora, mas em Janeiro de 2020, quando todos os outros estavam a avançar com a produção de vacinas, foi uma decisão difícil. Estamos agora satisfeitos por não nos termos apressado e tomado a decisão certa antes de avançarmos”, acrescentou.

No comunicado, a universidade detalhou existirem mais de cem vacinas da covid-19 em desenvolvimento no mundo, mas que “estão a enfrentar desafios árduos em termos de eficácia, efeitos secundários e produção”.

No estudo, observou a MUST, ficou demonstrado que “as vacinas recombinantes contra a região da proteína Spike RBD podem induzir eficazmente uma resposta imunitária potente no organismo com um bom perfil de segurança”.

A Universidade notou, contudo, que a “eficácia da vacina precisa de ser avaliada e validada em ensaios clínicos em humanos, que serão iniciados em breve”. In “Hoje Macau” - Macau

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Guiné-Bissau - Centro de Poetas, Ensaístas Novelistas repudia práticas de violência contra a estação emissora privada

Bissau – O Centro de Poetas, Ensaístas Novelistas da Guiné-Bissau (PEN) repudiou o acto de violência perpetrado contra a estação emissora Capital FM e expressa sua inquietação perante o que diz ser “clima de intimidação” que reina no país.

O repúdio do PEN foi manifestado numa nota à imprensa a que a ANG teve acesso, na qual considera o acto, não só um atropelo às liberdades e garantias constitucionais duramente conquistadas, mas sobretudo “sinais claros de implementação da ditadura no país”.

“O Centro de PEN, após ter tomado conhecimento da acção criminosa perpetrada contra a Rádio Capital FM, na madrugada de 26 de Julho, vandalizando as suas instalações e equipamentos, manifestou a sua indefectível solidariedade com todo o pessoal deste prestigiado órgão de comunicação, exigindo que o direito constitucionalmente assegurado ao cidadão de informar-se seja respeitado e aplicado a todos os níveis e por todas as instâncias do poder”, refere a nota.    

No documento, os escritores, jornalistas e editores agrupados no Centro de PEN declaram estar cientes de que a tendência ditatorial das acções em curso terá implicações sérias e desastrosas tanto na consolidação da democracia e do Estado de Direito como na promoção da unidade e coesão da nação guineense.

Por outro lado, o Centro de PEN sustentou que a cada dia crescem sinais de que está em curso um plano abrangente que visa a supressão, de forma paulatina mas agressiva, das principais conquistas democráticas e constitucionais.

"Quase três décadas após fim do regime de partido único e início do processo de instauração de um sistema político baseado nos preceitos de Estado de Direito democrático, vemo-nos novamente sob ameaça do automatismo, diz a nota.

O Centro de PEN condena sequestros e espancamentos de cidadãos, ilegal e impunemente perpetrados pelas autoridades policiais, ameaças à liberdade de expressão e de opinião incluindo a instalação do sistema de vigilância e escuta telefónica à revelia das leis e do direito privado e também tentativas de silenciamento de órgãos da comunicação social discordantes do regime. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau

África do Sul – Repatriamento de cidadãos de e para Portugal irá realizar-se em Agosto

A XL-Novotours com escritórios em Lisboa e em Maputo e a XL-Novo Mundo Travel de Joanesburgo, estão a trabalhar no sentido de ter um voo de repatriamento de Joanesburgo para Lisboa e vice-versa, com possibilidades de extensão a outros destinos dentro da Europa e mesmo a outros continentes.

Este voo de repatriamento permitirá o regresso a Portugal e a outros países da Europa dos cidadãos portugueses e de outras comunidades europeias e até mesmo de outros continentes. Cidadãos sul-africanos e de outras nacionalidades que queiram retomar o seu trabalho ou os seus estudos, reunião de família, tratamentos médicos no estrangeiro ou assumir a residência permanente noutro país, podem participar neste voo.

O voo de Joanesburgo para Lisboa está previsto para o dia 15 de Agosto de 2020. No dia anterior o avião sai de Lisboa para o aeroporto  O.R. Tambo, em Joanesburgo, e está  igualmente disponível para sul-africanos, residentes permanentes e estudantes que venham reassumir os seus estudos no país.

Para mais informações, os interessados poderão contactar desde já com a XL-Novotours através do email:  info@novotours.com ou a XL-Novo Mundo Travel em Joanesburgo, email: sales@novomundotravel.com. In “O Século de Joanesburgo” – África do Sul

Guiné-Bissau - Director de Parque de Cantanhez confirma a presença de dois elefantes a viverem no país


Bissau - O Director do Parque de Cantanhez confirmou que dois elefantes voltaram a residir na Guiné-Bissau desde 2014 e que os mesmos habitam na região de Quinará, concretamente na tabanca de “Sintchan Pati” no sector de Buba, sul do país.

Queba Quecutá em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné, garantiu que o Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) vai fazer de tudo para conservar a zona na qual circulam e habitam os elefantes para que os mesmos possam ter uma vivência segura no país.

“Os elefantes têm as suas zonas que costumam percorrer, eles não gostam de perturbação. Por isso, acabam sempre por refugiar quando se sentem perseguidos ou incomodados, mas vamos evitar com que isso aconteça desta vez”, prometeu aquele responsável.

Quecutá referiu que em 2014 foram registados 06 elefantes, mas que até agora as suas pegadas são vistas, o que indica que eles possam ainda estar a viver no país ou que estiveram de passagem.

 “Já temos a certeza de que dois elefantes residem na zona de Buba, porque normalmente eles costumavam passar na Guiné-Bissau uma vez por ano, mas desde 2014 os dois ficaram a habitar na zona que referimos e isso mostra que são capazes de regressar em número maior caso haja condições favoráveis para tal”, referiu.

Queba Quecutá explicou que os elefantes têm os seus caminhos fixos e que actualmente passam com mais frequência na zona de povoação de Colubuia devido ao processo de transformação que acaba por condicionar surgimento de novas tabancas e consequente desaparecimento de certas vias de passagem dos mesmos.

Explicou que o Parque de Cantanhez tem dois corredores transfronteiriços, que são da tabanca de Balana e Guiledje, no sector de Bedanda, região de Tombali e que ainda existe sete corredores internos.

“Os elefantes costumavam visitar a zona de Colubuia uma vez por ano e passavam até Cufada, mas actualmente passam nestas vias com mais frequência devido ao desaparecimento de outros caminhos que utilizavam”, disse aquele responsável.

O Director de Parque de Cantanhez informou que os elefantes são uma espécie que existia na Guiné-Bissau no período antes da Luta de Libertação nacional e que acabaram por emigrar para outros países devido a perturbação que sofreram no país com a fase da guerra.

Por outro lado, o Director de Parque de Cantanhez afirmou que, os animais tornaram-se mais agressivos actualmente devido a acção do homem e sobretudo na exploração de produtos silvestres, de que se alimentam.

Sublinhou que a desmatação é um dos factores que está a contribuir também para as constantes irritações dos animais, porque os mesmos acabam por ficar sem abrigo de qualidade e sem alimentos suficientes. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau

Japão – Estátua perturba relações com a Coreia do Sul



O governo do Japão reagiu com indignação a uma estátua na Coreia do Sul que parece retratar o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ajoelhando-se e curvando-se diante de uma “mulher de consolo” - um eufemismo para as mulheres forçadas a trabalhar como prostitutas em bordéis do Japão em tempos de guerra.

O secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, disse que, se relatos sobre a estátua em exibição forem verdadeiros, será um caso de violação “imperdoável” do protocolo internacional.

“Se os relatos forem precisos, haverá um impacto decisivo nas relações Japão-Coreia”, disse Suga numa conferência de imprensa em Tóquio.

O chefe do jardim botânico particular que encomendou a obra disse que a figura ajoelhada pretende retratar qualquer pessoa que possa estar em posição de se desculpar formalmente pelo erro histórico, e não Abe em particular.

“Se essa pessoa for Abe, isso seria bom”, disse Kim Chang-ryul à Reuters, que não previu que a estátua agravasse uma disputa diplomática já complicada.

O sítio do jardim localizado no condado rural de Pyeongchang baptizou a estátua de “Expiação Eterna”.

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul disse que pode haver um protocolo internacional para se levar em consideração, mas não quis comentar mais, dizendo tratar-se de um gesto de um cidadão.

O tema das mulheres de consolo, a maioria coreanas obrigadas a trabalhar em bordéis japoneses antes e durante a Segunda Guerra Mundial, e a questão da compensação das vítimas tem sido fonte de tensão desde há muito tempo.

O Japão considera o tema “final e irreversivelmente resolvido” por um acordo firmado em 2015 por Abe e pela então presidente sul-coreana, Park Geun-hye, por meio do qual o primeiro-ministro japonês pediu desculpas e prometeu um fundo de apoio às sobreviventes.

Mas o governo do actual presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na prática anulou o acordo. Estátuas semelhantes de jovens mulheres foram colocadas diante da embaixada japonesa em Seul em homenagem às vítimas.

As relações agravaram-se no ano passado, quando Tóquio adotou restrições à exportação de materiais de alta tecnologia para a Coreia do Sul após um tribunal sul-coreano ter ordenado que empresas japonesas pagassem indemnizações a coreanos forçados a trabalhar para elas durante a guerra. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Venezuela - Novo voo de repatriamento organizado por Portugal

Portugal prevê repatriar nesta sexta-feira mais 200 cidadãos nacionais que ficaram retidos na Venezuela devido à quarentena preventiva da covid-29, disse esta terça-feira o cônsul-geral de Portugal em Caracas



“São à volta de 200 portugueses que vão viajar neste voo, a esmagadora maioria com destino ao Funchal. Temos cerca de 40 italianos, alguns venezuelanos e espanhóis, no voo do dia 31 (sexta-feira)”, disse Licínio Bingre do Amaral.

Em declarações à agência Lusa, o diplomata explicou que para as pessoas que pretendam ser repatriadas da Venezuela “continua a ser obrigatório que tenham residência” em Portugal.

Licínio Bingre do Amaral admitiu haver “umas ligeiras exceções”, como “de pessoas que têm uma situação de saúde muito complicada e têm de ir fazer tratamento médico”.

“Isso são exceções que nós permitimos”, salientou.

Questionado sobre como tem sido o relacionamento com as autoridades venezuelanas na coordenação, com Portugal, deste voo, o segundo organizado pelos consulados portugueses, o cônsul-geral respondeu existir “colaboração total”.

“Desde o Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano à vice-presidência, na parte da autorização dos voos, tem sido excelente. E o vice-ministro dos Transportes Aéreos, o almirante Vieira Acevedo, tem sido muito, muito, colaborador e deu-nos todo o apoio para a elaboração dos voos até este momento”, adiantou.

Desde março, 257 portugueses foram repatriados da Venezuela, 181 deles em 13 de junho, num voo organizado por Portugal.

Pelo menos 76 portugueses regressaram a Portugal noutros voos organizados pela União Europeia, Espanha e França.

O novo voo, organizado por Portugal, está marcado para a próxima sexta-feira e “o custo de cada bilhete de avião é de 821 euros”, afirmou Licínio Bingre do Amaral.

Apenas os cidadãos comprovadamente residentes em Portugal ou noutro país europeu tiveram acesso à compra de bilhetes.

Os portugueses que queiram ser repatriados deverão informar o consulado e enviar uma fotocópia do passaporte português e, no caso dos cidadãos com dupla nacionalidade, também uma cópia do passaporte venezuelano.

Devem ainda apresentar comprovativos de residência em Portugal ou noutro país europeu, indicar a cidade e morada completa onde se encontram atualmente na Venezuela, um endereço de ‘e-mail’ e números de telefones fixos e de telemóvel. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo

Moçambique - CPLP devia “ajudar a mobilizar apoios internacionais”

O ex-secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) Murade Murargy defendeu que a organização deve ajudar Moçambique no combate aos ataques em Cabo Delgado, nomeadamente agindo “como um padrinho” na mobilização de apoios internacionais.

Como moçambicano, Murade Murargy, que também fez parte de anteriores governos do seu país e foi chefe da Casa Civil de ex-Presidente Joaquim Chissano, disse, em entrevista à Lusa, que Moçambique precisa do apoio internacional para combater o problema dos ataques em Cabo Delgado (norte do país) e que a CPLP devia passar das palavras aos atos na ajuda a um Estado-membro que enfrenta “uma agressão externa” e “uma invasão do seu território”.

“O meu país, além desta grande crise sanitária [a pandemia de covid-19] ainda está enfrentando duas frentes de batalha (…). A primeira, já é antiga, (…) que é a guerra contra a Junta Militar da Renamo [o grupo de antigos militares do braço armado do maior partido da oposição], que está ainda atuando no centro de Moçambique. Depois tem a frente de Cabo Delgado, que está mais relacionada com o crime organizado e transfronteiriço”, sublinhou.

Numa organização como a CPLP, “solidária, fraterna, com espírito de entreajuda”, seria natural que “os chefes de Estado, de alguma forma, tivessem uma reunião de urgência, (…) para ver o que se pode fazer para ajudar Moçambique a ultrapassar esta invasão do seu território”, afirmou Murargy, que foi secretário-executivo entre 2012 e 2016.

Os apoios podem, na opinião de Murargy, ser técnico-militares, materiais ou financeiros. E, acrescentou, “a CPLP pode ser o padrinho para solicitar a mobilização do apoio internacional para Moçambique”.

Segundo o antigo responsável, o próprio presidente da organização – atualmente o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca -, “podia deslocar-se a Moçambique, falar com o Governo moçambicano, avaliar a situação (…), conhecer a origem deste conflito, depois informar os outros Estados-membros ou convocar uma cimeira de urgência”, para “encontrar soluções”.

A nível bilateral, entre os Estados-membros, também “devem haver acordos de cooperação militar, que podem permitir uma mobilização de apoios para fazer frente a esta agressão”, adiantou.

Mas, é a CPLP deve ver o que pode fazer “seja ao nível dos seus Estados-membros, seja de apoios fora da comunidade, ao nível das Nações Unidas, por exemplo”, apontou.

Quando questionado se o Governo moçambicano quer realmente ajuda para fazer face ao problema dos ataques a Cabo Delgado, cuja origem ainda não é definitivamente conhecida, o embaixador respondeu: “Não sei. Mas a iniciativa tem de partir da CPLP. Não é Moçambique que vai pedir à CPLP para se reunir”.

Murargy apontou como exemplo o apoio que a França está a dar, com os seus militares numa força conjunta, para combater o Boko Haram, grupo jihadista que opera na região do Sahel.

“Por isso, se as Nações Unidas assumirem que este conflito em Moçambique é transfronteiriço e que põe em causa a estabilidade vindo de fora, se for chamada como uma força de manutenção de paz vai ter de considerar”, concluiu, admitindo que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, “estaria aberto a discutir essa possibilidade e de que forma esse apoio poderia vir”.

Segundo o diplomata moçambicano, o que está a acontecer em Moçambique é uma situação que está também a ganhar terreno na Tanzânia

“É um movimento que vem lá de cima, mas vem descendo da Somália. É porque há cidadãos de outros países que estão envolvidos nisto e que querem transformar esta região toda numa região islâmica”, reforçou.

Os ataques de grupos armados que desde 2017 aterrorizam Cabo Delgado já fizeram pelo menos mil mortos, entre civis, militares moçambicanos e vários rebeldes, e estão a causar uma crise humanitária que afeta mais de 700 mil pessoas.

As Nações Unidas estimam que haja 250 mil pessoas em fuga dos distritos mais afetados, mais de 10% da população da província, que tem cerca de 2,3 milhões de habitantes.

Alguns dos ataques são desde há um ano reivindicados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico e a ameaça terrorista é reconhecida dentro e fora do país, tendo os grupos de rebeldes ocupado importantes vilas de Cabo Delgado (situadas a mais de 100 quilômetros da capital costeira, Pemba) durante dias seguidos, antes de saírem sob fogo das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.

Além de Moçambique, integram a CPLP mais oito Estados: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”

Cambodja – Primeiro-ministro prepara filho para lhe entregar o poder

O primeiro-ministro do Cambodja Hun Sen governa o país há 35 anos e, embora espere ocupar o cargo por pelo menos mais uma década, o líder começou a posicionar o seu filho mais velho, Hun Manet, como o seu sucessor

Hun Manet, um general de três estrelas de 42 anos e vice-comandante-chefe das Forças Armadas, é frequentemente visto em eventos oficiais e nesta semana participou de uma excursão por três províncias, onde presidiu inúmeras cerimónias dos militares, um aliado indispensável no caminho do poder.

O filho do primeiro-ministro, que começa a se destacar na imprensa pró-governamental, foi nomeado no início de Junho como chefe da ala juvenil do Partido Popular do Cambodja (CPP), posição que lhe reserva um lugar entre os 37 membros do Comité Permanente, um órgão-chave na tomada de decisões do país.

Para já, aos 67 anos, o primeiro-ministro Hun Sen diz que pretende manter-se no poder por mais dois mandatos de cinco anos, e rejeita acusações de nepotismo, mantendo que os seus três filhos homens ocupam cargos no governo graças às suas habilitações e experiência‘. Hun Manet é graduado por West Point e doutorado pela Universidade de Bristol, educação ocidental que tem força no país.

“Como pai, tenho que apoiar o meu filho e treiná-lo para que ele seja capaz [para o cargo] ... Mesmo que não possa ser como seu pai, pelo menos deve corresponder ao pai em 80 ou 90 por cento” disse Hun Sen durante um discurso transmitido nas redes sociais, onde enfatizou que os eleitores teriam sempre a última palavra.

65% do eleitorado é formado por jovens

"Tecnicamente, o Cambodja é uma democracia parlamentar, onde a figura do primeiro-ministro não pode ter outro sucessor senão o vencedor de uma eleição geral“, disse Marc Piñol, professor assistente de política da Universidade de Bristol e autor de vários estudos sobre o Cambodja.

“Hun Manet está a emergir como um possível sucessor para o cargo. Está em posição de poder dentro do partido e do Exército ... para já precisa ganhar a confiança do Politburo e das várias facções do CPP e, segundo, conquistar o povo”, referiu.

Juntamente com o filho mais velho de Hun Sen, vários filhos de membros proeminentes do partido também foram promovidos dentro da ala juvenil do partido, vista como um movimento estratégico para abordar a população com menos de 30 anos de idade, que representa 65% do total e a chave para manter o poder.

“Os jovens de hoje não sofreram nem a guerra civil nem o genocídio [perpetrado pelo regime dos Khmers Rouge]. A maioria não viveu os anos mais difíceis após-conflito ou era muito nova, nessa altura. Em parte, isso dá-lhes outra perspectiva política que, em muitos casos, está fora das redes do CPP”, disse Piñol.

Esse voto dos jovens já foi fundamental nas eleições gerais de 2013, nas quais, apesar de Hun Sem se manter no poder, o partido viu sua hegemonia ameaçada pelo CNRP da oposição.

O desafio ao poder foi mantido nas eleições locais de 2017, antes do governo lançar uma campanha de repressão política contra a oposição, resultando na dissolução no mesmo ano do CNRP pelo Supremo Tribunal Federal e na prisão ou fuga para o exílio dos seus lídere. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau

Macau - Reestruturação na Universidade de São José focada no ensino das línguas

A reestruturação na Universidade de São José, nomeadamente no que respeita à Faculdade de Artes e Humanidades, tem como objectivo o reforço das línguas, indicou o novo director, Carlos Caires, ao Jornal Tribuna de Macau. Deixa de haver o Departamento de Estudos Portugueses para passar a haver o Departamento de Línguas e Cultura



A Universidade de São José (USJ) sofreu uma reestruturação interna, indicou o novo director da Faculdade de Artes e Humanidades, Carlos Caires, ao Jornal Tribuna de Macau. No caso da faculdade que dirige, é extinto o Departamento de Estudos Portugueses, passando a haver o Departamento de Línguas e Cultura.

“O objectivo final desta reestruturação, na Faculdade de Artes e Humanidades, que está com o pelouro das línguas, a pedido de um objectivo claro da reitoria, é o reforço do ensino das línguas”, disse o mesmo responsável, acrescentando que a ideia é reorganizar todos os programas da USJ.

E explicou: “Por exemplo, a licenciatura em Direito ou Gestão tem um ano obrigatório de Português. Com esta reestruturação, queremos que os alunos tenham a possibilidade de ter quatro anos de Português, ou Chinês ou Inglês, conforme as exigências da Direcção dos Serviços do Ensino Superior”. Esta reorganização, esclareceu, “está em cima da mesa”.

Carlos Caires afasta a ideia de que o Português fique em desvantagem e garante mesmo que a Língua Portuguesa “até saiu valorizada”. “Não há qualquer diminuição ou desvantagem do ponto de vista do Português, muito pelo contrário. Enquanto novo director, a minha ideia, e tendo em conta as directrizes que vieram da reitoria, é reforçar as línguas”, sublinhou.

Segundo explicou o director da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ, tudo isso será feito tendo sempre por base as políticas públicas e aquilo que é o reforço do intercâmbio entre Portugal e a China, através da plataforma de Macau. “Queremos reforçar o ensino das línguas, disso não há dúvida, e o Português vai ser reforçado. Esse é um grande objectivo”, insistiu.

Apesar disso, Carlos Caires disse que a preocupação é “valorizar as línguas por igual” – o Português, Chinês e Inglês. O novo director da Faculdade de Artes e Humanidades vê com bons olhos esta nova realidade, ainda assim observou que a maior diferença “é trabalhar com estas três línguas, sobretudo no contexto bilingue e de aproximação do Chinês com Português”. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

terça-feira, 28 de julho de 2020

Timor-Leste – Ministério da Saúde prepara locais de quarentena para 160 cidadãos timorenses repatriados



Díli – O Ministério da Saúde (MS) mantém a preparação de locais destinados à quarentena dos 160 cidadãos timorenses que regressarão em breve a Timor-Leste num voo de repatriamento.

A Diretora da Prestação de Saúde, Odete Viegas, disse que o centro de quarentena localizado em Taci Tolu, Díli, dispõe de 230 camas, estando atualmente alojados 60 ocupantes a cumprir quarentena.

Já no que toca ao centro de quarentena de Tíbar, em Liquiçá, Odete Viegas referiu que o espaço possui 31 camas, estando alojadas 29 pessoas.

“Qualquer cidadão que entra no país ficará em confinamento obrigatório em Taci Tolu e Tibar, centros que estão a ser preparados pelo Governo”, afirmou a diretora à Tatoli, em Caicoli, Díli.

No que diz respeito aos 160 trabalhadores e estudantes que regressarão a Timor-Leste a 30 de julho num voo fretado pelo Governo, da companhia aérea indonésia Citilink, Odete Viegas referiu que a viagem será eventualmente adiada para dia 5 de agosto.

“Recebi informações do Secretário-Geral do MNEC de que existe a possibilidade de adiar [o voo de repatriamento] para 5 de agosto. Temos já garantido o espaço que acolherá os cidadãos, quer em Taci-Tolu quer em Tíbar”, afirmou.

Recorde-se que o Governo timorense fretou um voo da companhia aérea indonésia Citilink para efetuar o repatriamento, a 30 de julho, dos 160 timorenses que residem na Coreia do Sul e em outros países bem como a trasladação do corpo de Carlito Pereira.

O Diretor Nacional dos Assuntos Consulares e das Comunidades Timorenses do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC), Ermínio Pinto, tinha antes afirmado que, além dos trabalhadores da Coreia do Sul, o Executivo pretende repatriar seis estudantes que vivem nos Estados Unidos da América (EUA), três da Tailândia e um cidadão retido na Malásia.

“Trabalhamos juntamente com a Secretaria de Estado para a Formação Profissional e Emprego (SEFOPE) e com as nossas embaixadas em Nova Iorque, na Tailândia e Malásia para vermos esta questão”, disse Hermínio Pinto, na Praia dos Coqueiros, em Díli.

Recorde-se que a SEFOPE disponibiliza um orçamento no valor de 94 mil dólares para o repatriamento dos trabalhadores timorenses que vivem na Coreia do Sul e na Austrália e cujos contratos de trabalho já terminaram. Felicidade Ximenes – Timor-Leste in “Tatoli”

Macau – Nasce a “Liga Camões” um campeonato de futebol de sete em tempo de pandemia

Arranca a 1 de Agosto a primeira jornada da Liga Camões, um campeonato de futebol composto por duas divisões e em duas categorias, sénior e veteranos. Segundo Rui Fernandes, organizador da iniciativa, a Liga Camões surgiu para dar rodagem às várias equipas locais numa altura em que não há competições oficiais em Macau



Como forma de responder à paragem do futebol a nível local em tempos de pandemia, Rui Fernandes decidiu criar um campeonato de futebol que viesse dar alguma competitividade às equipas e aos jogadores. Baptizada como Liga Camões, “porque fica mal chamar Liga Covid”, este campeonato de futebol de sete irá decorrer em dois formatos, sénior e veteranos, e contará com duas divisões com seis equipas cada.

“A Liga Camões surgiu no propósito de fazer rotação às equipas que estavam paradas por causa do ‘lockdown’ da covid-19, podemos dizer que a Liga Camões surgiu da covid-19”, explicou o organizador ao Ponto Final.

Rui Fernandes, que é também vice-presidente da Casa do FC Porto de Macau, contou que no seguimento de várias mensagens de atletas a perguntar por treinos decidiu colocar “mãos à obra e fazer um ‘draft’ daquilo que poderia ser uma competição entre as equipas que estavam paradas”.

Pouco depois começou a desenhar-se a estrutura da competição, com a aceitação de vários clubes também. Será um modelo de futebol de sete, disputado com partidas de 25 minutos, sem número limite de substituições. “Há duas ligas, uma para os veteranos, com mais de 39 anos, das velhas vedetas, e outra liga dos que ainda não são vedetas. Há equipas em que os jogadores sentem-se aptos e jogam nos veteranos porque têm idade para isso, mas podem dar uma perninha na outra. Por exemplo, o Dedé é um caso desse género, é mais do que veterano e continua a jogar na primeira e na segunda divisões”, referiu Rui Fernandes

Há algumas variantes em relação às chamadas regras tradicionais, como a ausências de foras de jogo ou a possibilidade de marcar lançamentos laterais com os pés, e até o sistema de atribuição de pontos foi alvo de algumas alterações. Uma vitória vale três pontos e um empate um ponto, embora uma igualdade possa também render dois pontos, se for com golos, “para diferenciar as equipas que marcam e as que não marcam”, disse o organizador.

As equipas ficarão divididas em duas divisões, havendo subidas e descidas à semelhança de outros campeonatos, representando a ideia de continuidade desta iniciativa. “Este primeiro ano será uma espécie de torneio só para distribuir as equipas nas duas divisões, e para o próximo ano iniciaremos em data a combinar o campeonato propriamente dito, tanto na classe ‘vintage’, como na de seniores”, prosseguiu Rui Fernandes.

O campeonato sénior ainda não tem data confirmada para começar, mas a liga de veteranos arranca no próximo sábado, dia 1 de Agosto, às 18 horas no campo do Sam Yuk. “Neste fim-de-semana haverá só uma jornada, com dois jogos, e depois terá continuidade no próximo fim-de-semana num horário que ainda está por definir, mas que será entre as 10 horas e a uma da tarde”, referiu.

Casa do FC Porto de Macau, Casa de Portugal, CDF Benfica, Akisa, Papatudo, Iau I, B&I Dragons e Lafayette são algumas das equipas que irão participar na Liga Camões. Para além do título de campeão para os respectivos vencedores de cada divisão, haverá ainda prémios para os melhores atletas e outras distinções consoante o desempenho dos jogadores. “Penso até que o mais coxo e o mais desajeitado terão direito a um prémio por terem a coragem suficiente de se apresentarem em campo”, concluiu Rui Fernandes. Pedro Santos – Macau in “Ponto Final”

pedrosantos.pontofinal@gmail.com

UCCLA - Projeto Fumukaba distinguido com o prémio nacional do Energy Globe Award - Guiné-Bissau



O Projeto Fumukaba - “Projeto de desenvolvimento de energias domésticas sustentáveis na cidade de Bissau” - coordenado pela UCCLA e financiado pela União Europeia e cofinanciado pela Fundação GALP, foi distinguido com o prémio nacional do Energy Globe Award.

O Energy Globe Award - Prémio Mundial para a Sustentabilidade -, atualmente o prémio ambiental mais reconhecido a nível mundial, tem como objetivo premiar projetos inovadores e sustentáveis, a nível global, aumentando assim a projeção e reconhecimento dos mesmos.

O Projeto Fumukaba - com um montante de 1 milhão de euros financiados em 90% pela União Europeia e em 10% pela Fundação GALP -, iniciado em abril de 2018, visa incentivar a utilização de gás butano na confeção de alimentos em agregados familiares de bairros de Bissau.  O projeto surgiu no âmbito do Pacto dos Autarcas da África subsaariana.

Assim, mais de 25 mil agregados familiares (cerca de 50% das famílias residentes no sector de Bissau) foram beneficiados.

O projeto visa contribuir para:
- reduzir a devastação das florestas na Guiné-Bissau;
- estimular o uso de uma energia limpa, na preparação de alimentos, libertando tempo para as mulheres, principais responsáveis desta atividade nas comunidades;
- introduzir uma tecnologia segura e com impacto positivo na saúde pública;
- incentivar à criação de novas oportunidades comerciais e a pequenos negócios.



Em Portugal, foi o Hotel Neya Lisboa Hotel que ganhou com o projeto de eficiência energética que, desde 2014, tem vindo a baixar o consumo energético em 38%.

Em Cabo Verde foi um projeto de água na Ilha do Fogo, que utiliza a energia solar para acionar uma bomba de água e fornecer água a 4000 mil utentes.

No âmbito do Energy Globe, em 2019, mais de 180 nações participaram com projetos implementados em praticamente todo o planeta. Todos os projetos que protegem o nosso ambiente podem ser submetidos e são elegíveis.

O Energy Globe Award internacional é apresentado nas categorias Vida, Terra, Fogo, Água, Ar e na categoria orientada para o futuro, Juventude. Todos os anos, existe uma categoria especial como, por exemplo, Smart Plastics (Plásticos Inteligentes).

O Energy Globe Award, Prémio Mundial para a Sustentabilidade, é organizado pela Fundação independente Energy Globe da Áustria.

O prémio Internacional nas várias categorias só será conhecido no final do ano.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Brasil - Exportar mais é a saída

Em artigo que escrevemos em 2004 e que consta do livro Logística: os desafios do século XXI (São Paulo, Fiorde Logística Internacional, 2005), às páginas 188/190, sob o título “Negligenciar a Alca, um erro”, deixamos claro que o governo brasileiro de então falhava ao negligenciar e até mesmo tripudiar a formação da Aliança de Livre-Comércio das Américas (Alca), proposta do presidente norte-americano George Bush (1924-2018) que incluía Canadá, México e os demais 32 países das Américas, com exceção de Cuba. Afinal, ao esgrimir a desgastada bravata contra um possível domínio dos Estados Unidos na América Latina, o Brasil estaria, isso sim, permitindo que outros países viessem a ocupar um espaço que poderia ser seu no mercado norte-americano. E finalizávamos: “As consequências desse erro o tempo mostrará”.

Infelizmente, o tempo acabou por mostrar que este articulista tinha razão. Basta ver que o volume das exportações da China para os Estados Unidos cresceu de forma exponencial, enquanto as vendas brasileiras para aquele país se estabilizaram em patamares modestos e até decresceram. Obviamente, se a Alca tivesse saído do papel, hoje a corrente de comércio entre as duas nações seria muito alta e o País estaria em melhores condições para enfrentar o período de dificuldades que enfrenta.

Mas, seja como for, com a pandemia do coronavírus (covid-19) e a taxa de câmbio do real subvalorizada, tudo leva a crer que este pode constituir um bom momento para que o fluxo de comércio com os Estados Unidos seja retomado com maior vigor. Até porque a política de Cooperação Sul-Sul, que privilegiava negócios com nações do Hemisfério Sul e tantos prejuízos causou ao erário brasileiro, está definitivamente enterrada. Hoje, ainda que o governo não tenha uma política de comércio exterior digna desse nome, segue, embora de maneira empírica, o ensinamento deixado por um antigo secretário de Estado norte-americano, John Foster Dulles (1888-1959), segundo o qual “não há países amigos, mas interesses”.

Assim, sem desprezar ou afugentar os negócios com a China, o Brasil pode muito bem concorrer de maneira mais intensa com aquele país oferecendo ao mercado norte-americano produtos com baixa e média tecnologia, para os quais teria boa capacidade de produção. Essa política de reaproximação com os Estados Unidos poderia resultar num reavivamento da indústria nacional, o que significaria também dar condições e renda ao exército de desempregados que ficará ainda maior até o final da pandemia de coronavírus.

É de se ressaltar que a quantidade de multinacionais que abriram unidades na China, para usufruir de mão-de-obra barata, é enorme, mas já se detecta certa insatisfação por parte dos investidores. Portanto, seria o caso de atrair boa parte desses investidores, pois, aparentemente, os efeitos da pandemia causarão sérios transtornos à economia chinesa. Por outro lado, seria este também o momento de o produto made in Brazil garantir parte dos mercados que até agora foram majoritariamente atendidos pela China, principalmente o norte-americano.

Num primeiro momento dessa retomada,  o País deveria focar, por exemplo, em vestuários em geral, confecções e sapatos, que constituem um mercado gigantesco, assim como nos setores de eletroeletrônicos e artefatos de plástico, que são produtos de baixa e média tecnologia, além, é claro, de continuar a expandir as vendas de commodities agrícolas e minerais, que mantiveram até aqui a estabilidade da economia nacional.

Para tanto, o governo federal, em vez de ficar distribuindo dinheiro aleatoriamente, deveria oferecer mais apoio às iniciativas focadas no comércio exterior, estimulando também a importação de insumos, de forma que o setor industrial possa vir a ampliar o número de vagas, pois, afinal, é o emprego que dá dignidade ao trabalhador. Como se sabe, são nos momentos de dificuldades que aparecem as grandes oportunidades. Milton Lourenço – Brasil


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Milton Lourenço é presidente do Grupo Fiorde, constituído pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e Armazéns Gerais e Barter Comércio Exterior (trading company), todas com matriz em São Paulo e filiais em vários Estados brasileiros. E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br