Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 31 de outubro de 2021

Lusofonia - Primeiros presos no Campo de Concentração do Tarrafal chegaram há 85 anos

Foi há precisamente 85 anos que chegaram a Cabo Verde, os primeiros 151 presos portugueses deportados em Campos de Concentração, a Tarrafal de Santiago. Hoje, este Património Cultural Nacional vive as memórias da luta pelas liberdades de pensamento de associação e de reunião dos povos, procurando promover o diálogo pela paz pela tolerância e diversidade


O Campo de Concentração do Tarrafal de Santiago, Museu da Resistência na qualidade de Património Cultural Nacional desde 2006, relembra através da sua página oficial do Facebook, a história que marcou os seus 85 anos de existência.

Foi há precisamente 85 anos, que chegaram a Cabo Verde, os primeiros presos portugueses deportados em Campos, pelo regime do Estado Novo então vigente em Portugal entre 1936 e 1954.

Prisioneiros

Do total de 340 presos, 151 foram aprisionados no Campo de Concentração em Tarrafal de Santiago.

Deste grupo, faziam parte Bento Gonçalves, líder do Partido Comunista Português (PCP) e Mário Castelhano, líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT), sendo que os restantes presos, eram de diversas profissões das quais camponeses, soldados, operários, marinheiros, estudantes e intelectuais que tiveram a ousadia de desafiar o regime político vigente.

“Campo da morte lenta”

Como castigo, estes foram tirados do país e instalados em barracas de lona com deficientes condições de habitabilidade e de higiene – “o espaço era ambíguo e os próprios presos acabariam por colaborar na edificação daquilo que seria a colónia penal, desde logo escavando as valas para que nenhuma tentativa de fuga sucedesse”.

As péssimas condições das instalações, da alimentação, da falta de assistência médica ou de índole criminosa, acrescida pelas condições geográficas e os constantes maus tratos começaram em 1937 a registar as primeiras mortes. Na primeira fase, 32 presos portugueses perderam a vida no “campo da morte lenta”.

Novos prisioneiros

Em 1953 o último preso português, Francisco Miguel, abandonou o Campo e o espaço foi encerrado por cerca de 8 anos. Contudo, a ideologia de aprisionar pensamentos, desterrar, isolar e castigar ainda faziam parte do regime.

Assim, Tarrafal seria novamente espaço de deportação e cárcere de presos políticos, desta, nacionalistas das antigas colônias, sendo os primeiros os angolanos em 1962, seguida de uma leva de 100 guineenses no mesmo ano e mais tarde os cabo-verdianos.

Preservar e perpetuar parte da memória…

“Libertado” em 1974, o complexo funcionou até 1985 como quartel das Forças Armadas de Cabo Verde. A seguir, o espaço foi ocupado por muitas famílias, salvando-se, porém, o estabelecimento prisional.

Em 2000 o complexo prisional passou a ser o “Museu da Resistência”, com o objetivo de preservar e perpetuar parte da memória histórica de Cabo Verde e em particular das ex-colónias portuguesas em África (Angola e Guiné-Bissau) e de Portugal.

Em 2006, o Campo de Concentração do Tarrafal passou a ser Património Cultural Nacional.

Dez anos mais tarde, o museu foi “rebaptizado” por “Museu do Campo de Concentração do Tarrafal”, tratando-se da “primeira experiência em Cabo Verde de uma musealização “in situ”, procurando “valorizar e perpetuar a memória, as emoções contidas no próprio local, a passagem do tempo, o passado recente do Campo, colocando a memória no estado atual das coisas”. In “A Nação” – Cabo Verde



Cabo Verde - Djodje, Soraia Ramos e Nelson Freitas nomeados para os “Grammy de África”

Os artistas cabo-verdianos Soraia Ramos, Djodje e Nelson Freitas estão entre os nove cantores de países africanos, de língua portuguesa, nomeados nas categorias de melhores artistas do festival “All Africa Music Awards”, que este ano registou um número recorde de inscrições


Considerado os “Grammy de África”, o Festival de Todos os Prémios de Música de África (Afirma, no acrónimo em inglês) registou 8880 inscrições e conta com artistas de 50 países africanos, das cinco regiões de África, além de 10 países dos Estados Unidos da América e da Europa, incluindo Portugal.

A cantora cabo-verdiana, Soraia Ramos encontra-se nomeada na categoria melhor artista feminina, junto com mais quatro cantoras de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), nomeadamente Anna Joyce (Angola), Edmazia Mayembe (Angola) e Pérola (Angola).

Já os artistas Djodje e Nelson Freitas foram nomeados para melhor artista masculino, num grupo de oriundos de países lusófonos, no qual concorrem também o C4 Pedro (Angola), Calema (São Tomé e Príncipe) e Rui Orlando (Angola).

Nelson Freitas concorre também na categoria melhor artista africano na diáspora, pela ligação entre Cabo Verde e Portugal.

Segundo a organização do certame, das 8880 inscrições registadas para o festival deste ano, a região da África Ocidental lidera (30,4%), seguindo-se a África Oriental (28,8%), a África Austral (22,9%), a África Central (12,3%), o norte de África (4,9%) e os artistas internacionais (0,7%).

As nomeações estão dispersas por 40 categorias de prémios regionais e continentais, os quais serão conhecidos já em Novembro. Romice Monteiro – Cabo Verde in “A Nação”


Circo de feras


 











Vamos aprender português, cantando

 

Circo de feras

 

A vida vai torta

jamais se endireita

o azar persegue

esconde-se à espreita

 

Nunca dei um passo

que fosse o correto

eu nunca fiz nada

que batesse certo

 

Enquanto esperava no fundo da rua

pensava em ti e em que sorte era a tua

quero-te tanto...

quero-te tanto...

 

De modo que a vida

é um circo de feras

e os entretantos

são as minhas esperas

 

Nunca dei um passo

que fosse o correto

eu nunca fiz nada

que batesse certo

 

Enquanto esperava no fundo da rua

pensava em ti e em que sorte era a tua

quero-te tanto...

quero-te tanto...

 

Enquanto esperava no fundo da rua

pensava em ti e em que sorte era a tua

quero-te tanto...

quero-te tanto...

quero-te tanto...

 

Enquanto esperava no fundo da rua

pensava em ti e em que sorte era a tua

quero-te tanto...

quero-te tanto...

quero-te tanto...

 

André Viamonte – Portugal

Mafalda Sacchetti – Portugal

 

Composição:

Xutos e Pontapés - Portugal


sábado, 30 de outubro de 2021

Timor-Leste – Faleceu Basílio do Nascimento bispo de Baucau

O bispo de Baucau, a segunda maior cidade de Timor-Leste, Basílio do Nascimento, morreu no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) na sequência de um ataque cardíaco, disse à Lusa fonte da Igreja católica timorense

Basílio do Nascimento, natural do Suai e que em junho completou 71 anos, tornou-se uma das vozes mais mediáticas do período antes do referendo de 1999, com os seus comentários sobre a situação em Timor-Leste a serem regularmente procurados por jornalistas, especialmente portugueses.

O prelado, que chefiou no passado a Conferência Episcopal Timorense (CET), sofreu o ataque cardíaco na cidade de Maliana, a sudoeste de Díli, de onde foi aerotransportado para a capital, acabando por falecer no HNGV.

Ordenado sacerdote em 1977, Basílio do Nascimento viveu em Paris até 1982, onde completou a sua formação académica, viajando nesse ano para Évora, onde foi pároco de Cano e Casa Branca (Sousel) e Santa Vitória do Ameixial (Estremoz).

Em outubro de 1994 regressou à sua diocese original, Díli, e a 30 de novembro de 1996 foi nomeado pelo então papa Paulo VI como Administrador Apostólico de Baucau e Bispo de Septimunicia, passando a ser bispo titular da diocese, a segunda do país, desde 6 de março de 2004.

A 7 de dezembro de 1999 foi agraciado por Portugal com o grau de Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Tornou-se em 2011 o primeiro presidente da Conferência Episcopal Timorense, quando o então arcebispo Leopoldo Girelli, núncio apostólico de Timor-Leste, entregou aos bispos timorenses o decreto da Congregação para a Evangelização dos Povos, com o qual se declarou a criação da CET.

A morte do prelado timorense causou profunda consternação em Timor-Leste, com imagens do bispo a dominarem as redes sociais. Agência Lusa


Cabo Verde propôs a Penafiel replicar o festival literário Escritaria

Penafiel – O ministro da Cultura de Cabo Verde disse hoje ter proposto ao município português de Penafiel, no distrito do Porto, a realização, em 2022, naquele país africano, de uma réplica do festival literário Escritaria.

“Fizemos o desafio ao senhor presidente para termos uma câmara geminada com Penafiel e fazermos uma edição do Escritaria em Cabo Verde, ou seja, promover a internacionalização do próprio conceito do Escritaria, a começar pelo Germano Almeida”, afirmou Abraão Vicente, em entrevista à agência Lusa.

Há poucas horas na cidade, onde encontrou animação de rua, nomeadamente música e teatro, e muito material gráfico alusivo à vida e à obra de Germano Almeida, o governante cabo-verdiano sugeriu que “tudo aquilo que foi produzido em Penafiel pode ser replicado num ou dois dias de programação na cidade do Mindelo ou na cidade da Praia”.

Para o titular da pasta da Cultura daquele país africano, “a programação e o impacto visual do Escritaria” em Penafiel é algo que se devia “plagiar, no bom sentido, e levar para Cabo Verde”.

À Lusa, assinalou ter já apresentado essa ideia à equipa camarária de Penafiel, no sentido de, no próximo ano, “fazer uma réplica daquilo que se fez aqui com a imagem e com a obra de Germano Almeida”.

“Creio que terá um profundo impacto na cidade de Mindelo. Hoje inauguraremos a silhueta de Germano e é algo que devíamos replicar em Cabo Verde”, reforçou.

Abraão Vicente destacou, por outro lado, a “arte de bem receber” de Penafiel.

“Não só fui bem recebido, como percebi que Germano Almeida está profundamente grato e impressionado com a forma como a sua obra está a ser divulgada”, concluiu.

O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino Sousa, disse à Lusa que promover uma réplica do festival em Cabo Verde é “um desafio muito interessante” e que o seu município vê com “entusiasmo”.

“O festival pode dar um contributo para a aproximação das comunidades que têm em comum a língua portuguesa. Há uma oportunidade imensa de criar maior proximidade entre os escritores, entre os leitores”, anotou.

O autarca português sinalizou, também, que o Escritaria, “ao final de cada edição, reúne um espólio imenso”.

“Todos os materiais que se vão produzindo, todas as peças artísticas, seja na pintura, seja nos objetos de arte de rua, criam um espólio muito interessante que deve poder ser visto por mais gente”, referiu, lamentando ser “uma pena que esse espólio chegue ao final do festival e seja arrumado”.

Agora que chegou à sua 14.ª edição, o Escritaria, defendeu o edil, “pode ganhar uma nova escala, não apenas mostrando o seu espólio nos países dos escritores homenageados, como de Mia Couto e Pepetela, mas – porque não? -, levar este espólio a Brasília ou a S. Paulo, no Brasil”.

Para o presidente da câmara, o processo de internacionalização que agora vai começar deve envolver “todas as instituições que se preocupam com a promoção da língua portuguesa e da literatura em português”, nomeadamente a Comunidade de Países de Língua Portuguesa e o Instituo Camões, que, acentuou, devem “olhar para esta iniciativa com entusiasmo”. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”

 

Cabo Verde - Inaugurada escultura de Germano Almeida em Penafiel (Portugal)


Mindelo – O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas informou hoje que a Câmara Municipal de Penafiel, em Portugal, inaugurou uma escultura da cara do escritor cabo-verdiano Germano Almeida junto ao Tribunal Judicial da Comarca do Porto Este.

Em nota enviada à Inforpress, o Ministério da Cultura explicou que a inauguração da escultura foi um momento simbólico que decorreu inspirado pela exibição do filme “O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, numa adaptação à obra homónima de Germano Almeida, uma vez que se sucedeu em baixo a vários guarda-chuvas devido à chuva em Penafiel.

“Um momento de grande emoção para o escritor que ficou sem palavras com o descerramento do pano que contou com a presença do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, convidado da Câmara Municipal de Penafiel, para estar neste festival literário, e o presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Antonino de Sousa”, destacou.

O escritor cabo-verdiano Germano Almeida, Prémio Camões em 2018, é homenageado no 14.º Festival Literário Escritaria, em Penafiel, no distrito do Porto, Portugal, que decorre até este domingo. O evento homenageia todos os anos um escritor de língua portuguesa.

O escritor, nasceu na ilha da Boa Vista em 1945. Licenciou-se em Direito na Universidade Clássica de Lisboa, mas vive em São Vicente onde, desde 1979, exerce a profissão de advogado.

Publicou as primeiras estórias na revista Ponto & Vírgula, assinadas com o pseudónimo de Romualdo Cruz, que em 1994 foram transformadas no livro “A Ilha Fantástica” e que recriam os anos de sua infância e o ambiente social e familiar na ilha da Boa Vista.

O seu primeiro romance foi “O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, publicado em 1989, que marca a ruptura com os tradicionais temas cabo-verdianos.

O Meu Poeta, 1990, Estórias de Dentro de Casa, 1996, A Morte do Meu Poeta, 1998, As Memórias de Um Espírito, 2001 e O Mar na Lajinha, 2004, formam o que se pode considerar o ciclo mindelense da obra do autor.

Germano Almeida, tem obras publicadas no Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Noruega e Dinamarca, Cuba, Estados Unidos, Bulgária, Suíça e Cabo Verde. In “Inforpress” – Cabo Verde


 

Timor-Leste – Três professores vencem concurso de oratória em língua portuguesa

Díli – Três professores foram os vencedores da competição de oratória em língua portuguesa.

O Ministério da Educação, Juventude e Desporto (MEJD) organizou a competição no âmbito do Dia Nacional dos Professores.

O Vice-Ministro da Educação, Juventude e Desporto, António Guterres, disse que o concurso pretende divulgar a capacidade dos professores que frequentaram a formação do Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação (INFORDEPE).

“Os professores eram 15 na primeira fase da competição. Na segunda fase, dos seis docentes a concurso, três dos municípios de Baucau, Díli e Viqueque são os vencedores”, afirmou o governante no Salão do INFORDEPE, em Balide.

O MEJD entregou 1500 dólares americanos ao primeiro vencedor, 1250 ao segundo e o terceiro recebeu mil.

Angelina dos Santos Gago, do Município Díli, mostrou-se orgulhosa por ser a primeira classificada, considerando a competição uma experiência enriquecedora.

A docente encorajou todos os professores a aprenderem português.

“Não me preparei ao máximo por falta de tempo, mas consegui elaborar o meu texto científico de forma rápida para apresentar na competição. Todos nós tivemos essa oportunidade”, disse.

Os outros vencedores são o professor Elídio Pedro, da Escola Básica Filial Uiguia do Município de Viqueque e Celina José Freitas, professora do ensino secundário no Município de Baucau. Tome Amado – Timor-Leste in “Tatoli”

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Guiné-Bissau - Apesar de haver vacinas só 117 mil guineenses foram imunizados

Bissau - O coordenador da campanha de vacinação no Alto-Comissariado contra a Covid-19, Júlio Nogueira, disse hoje à Lusa estar preocupado com "baixo número de vacinados", quando algumas doses de vacinas vão perder o prazo de validade.

A vacinação contra a covid-19 na Guiné-Bissau arrancou no mês de abril e até agora foram imunizadas 117668 pessoas, explicou Júlio Nogueira, apelando a "sinergia de todos, Governo, técnicos de saúde e a população" para atingir o compromisso universal de vacinar, pelo menos, 70% da população.

Júlio Nogueira salientou que ainda faltam compilar os dados dos últimos dias de vacinação, mas em números redondos admitiu que o país já tenha vacinado cerca de 13 a 14% da população, o que disse ser baixo em termos de média mundial, mas dentro das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), observou.

De acordo com o responsável guineense, a OMS propôs, numa primeira fase, que os países africanos vacinassem 10% da população, até agosto, cifra alcançada em setembro, agora a organização aponta para a meta de 40% até ao final do ano.

No passado dia 25, o Governo guineense lançou uma campanha de vacinação em massa da população para decorrer durante 10 dias e mobilizou técnicos militares da saúde para reforçarem o processo ao lado dos agentes civis.

A campanha tem como objetivo imunizar 70% da população com 18 anos ou mais de idade.

Mas olhando para os números que apontam para "uma fraca adesão da população" aos postos de vacinação, Júlio Nogueira está preocupado que "muita vacina venha a perder o prazo de validade", nomeadamente a da marca AstraZeneca.

A Guiné-Bissau recebeu da comunidade internacional pouco mais de 600 mil doses de vacinas, entre as quais 202 mil doses da AstraZeneca, 100 mil doses oferecidas por Portugal, mas uma boa parte desses imunizantes deverá ficar fora do prazo de validade no final deste mês e a outra parte no final de novembro, alertou Nogueira.

Por ser a dose única, os guineenses preferem mais a vacina da fabricante norte-americana, contudo, Júlio Nogueira sublinhou que até aqui apenas 62817 mil pessoas receberam aquele imunizante, cujo prazo de validade, entre as doses disponibilizadas ao país, termina em dezembro, disse.

O coordenador da campanha de vacinação do Alto-Comissariado contra a Covid-19 apontou as greves do pessoal médico e a desinformação sobre a vacina como fatores para o baixo número de pessoas vacinadas na Guiné-Bissau até aqui.

O Governo guineense decretou na quinta-feira o estado de alerta na saúde pública até final de janeiro e tornou obrigatória a vacina para os docentes e funcionários de qualquer nível escolar e os estudantes do ensino superior.

Ou seja, quem não tenha pelo menos a primeira dose da vacina até 10 de novembro ou a segunda dose até 10 de janeiro vai passar a ser obrigado a fazer testes RT-PCR quinzenalmente para ter acesso ao estabelecimento.

O decreto impõe a mesma medida para a circulação em transporte público rodoviário ou fluvial para passageiros e condutores ou pilotos.

A partir de 10 de novembro, a circulação fica condicionada à tomada da primeira dose de vacina e a partir de 10 de janeiro a dose completa da vacina é requerida. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau com “Lusa”

 

Nações Unidas - Aspira integrar tropas de Angola em missões de paz

As Nações Unidas querem que contingentes de Angola possam integrar operações em situações pós-conflito. A organização tem atualmente mais de 90 mil conciliadores em 12 operações de paz no mundo. 

As maiores estão na África: na República Democrática do Congo e na República Centro-Africana. Angola acompanha processos de estabilização presidindo na Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, CIRGL.

Trabalho

Em visita terminada esta quinta-feira, em Luanda, o subsecretário-geral da ONU para as Operações de Paz, Jean Pierre Lacroix explicou aos jornalistas os detalhes para realizar essa intenção.

“Esse é o nosso objetivo. Está muito claro que vai depender da decisão política das autoridades de Angola. Neste momento, o que acordamos é que deve começar um trabalho mais intenso para que Angola esteja preparada para desdobrar unidades, pessoas e participar nas nossas operações.”

Lacroix mencionou ainda a necessidade de robustez para garantir uma presença militar eficaz em ações desta natureza, por envolverem riscos e perigos.

“Essas operações precisam de capacidades fortes, de ser bem-preparadas e com equipamento adequado. Eu acho que a República de Angola pode contribuir para preencher esse déficit de capacidade que nós temos em várias operações da ONU.” 

Tropas de paz

O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, ressaltou o envolvimento de diferentes setores nas discussões em andamento sobre uma futura integração angolana nas tropas de paz.

“Também no âmbito do Capítulo 8 da Carta das Nações Unidas, a cooperação com a ONU e as Organizações regionais cabe também nesta visita. Outra parte importante é a possível participação da República de Angola em missões de operações da paz. É parte da agenda das discussões acontecendo não só com autoridades diplomáticas, tivemos a visita também com as autoridades militares angolanas no que diz respeito às nossas capacidades nesse aspeto.”

Esta semana, Jean Pierre Lacroix esteve na República Democrática do Congo e no Burundi. A presença na capital burundesa, Bujumbura, foi a primeira de um alto funcionário da organização em cerca de cinco anos. ONU News – Nações Unidas    

 

Madagáscar - Bispo português ajuda crianças há mais de 40 anos

O bispo português Alfredo Nóbrega Caires vive há 40 anos em Madagáscar, um Estado africano afetado pela fome e a seca e onde a população, habituada a lutar contra a adversidade, sabe bem onde fica Portugal, o país do Ronaldo

Natural da Madeira, o bispo de Mananjary, que fica a cerca de 600 quilómetros da capital, Antananarivo, disse à agência Lusa que são muitas as dificuldades que atingem os malgaxes, que “parecem não conseguir sair do emaranhado do subdesenvolvimento, como se fosse uma herança”.

A situação é especialmente grave no Sul deste país insular. Um relatório divulgado na quarta-feira pela Amnistia Internacional (AI) revela que “Madagáscar está na linha da frente da crise climática. Para um milhão de pessoas, significa uma seca de proporções catastróficas, e violações dos seus direitos à vida, saúde, alimentação e água. Pode significar a morte por fome”.

Segundo o relatório “Será demasiado tarde para nos ajudarem quando já estivermos mortos”, 91% da população vive abaixo do limiar da pobreza.

O bispo Alfredo Nóbrega Caires confirma as dificuldades acrescidas pela seca, lamentando que sejam as crianças as mais afetadas, privadas do que é fundamental para um bom desenvolvimento.

O país, tradicionalmente afetado por ciclones, que costumam deixar um rasto de morte e destruição, não tem registado estes fenómenos climáticos, que têm seguido outras rotas e atingido os países vizinhos, como Moçambique.

Apesar da ausência dos efeitos nefastos dos ciclones, esta tem, contudo, consequências negativas na produção alimentar, nomeadamente na fertilidade da terra.

“Ao mesmo tempo que os ciclones destroem as casas e fazem inundações, são também um fator de fertilidade da terra e mesmo das plantas, como o café, pois estas plantas têm a necessidade de uma certa agitação ciclónica. Sem ciclones, há menos produção”, referiu.

Onde o bispo português vive, na parte tropical da ilha, a fome não é tão acentuada, pois as pessoas ainda vão encontrando “alguma coisa para comer, seja no mato, na agricultura ou cultivo do arroz”.

O Governo “tem feito o que pode” para minimizar este problema, principalmente junto das crianças, as quais agora podem contar com pelo menos um prato de arroz por dia, distribuído nas escolas, contou o religioso.

A juntar a esta panóplia de dificuldades, a pandemia de covid-19 também está presente e a vacinação não atinge sequer os cinco por cento da população.

Ainda assim, o número de casos não é muito significativo, o que o bispo atribui às várias doenças que têm afetado a população desde sempre e que, provavelmente, as prepararam para mais este desafio.

A maior preocupação em termos de saúde é a malária, que tem atingido uma parte significativa da população e causado a morte a muitas crianças, “mais uma vez as maiores vítimas”, lamentou.

Para o bispo Alfredo Nóbrega Caires, e apesar das constantes dificuldades, muito foi feito desde que chegou a Madagáscar, sendo agora comuns serviços de saúde e de ensino, coisa que não existia há quatro décadas.

A prioridade da sua diocese continua a ser precisamente o ensino e a saúde e é com indisfarçável orgulho que afirma que, hoje em dia, mesmo com muitas dificuldades, os jovens conseguem tirar o seu curso universitário, o que seria impensável na altura em que ali chegou.

“Fazemos o que se pode”, disse o religioso, que conta apenas com um padre português, com quem vai falando do país de origem. Mas sente-se “em casa” em Madagáscar, cujo povo sabe agora perfeitamente onde fica Portugal, graças ao futebol e ao Cristiano Ronaldo.

“Dantes, as pessoas pensavam que Portugal pertencia a Espanha, mas agora sabem bem onde fica o país do Ronaldo”, referiu.

O foco da diocese é precisamente os jovens, estando muito empenhada em ajudá-los a encontrarem caminhos “para uma agricultura mais racional e não tanto de sobrevivência”.

“São anos e anos para conseguirmos. É muito difícil. O que chamamos desenvolvimento cultural, para melhorar a vida das pessoas, leva anos e anos”, disse, rematando: “Temos de lutar”.

O Programa Mundial Alimentar (PAM) das Nações Unidas e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) alertaram, em maio passado, para o facto de 1,14 milhões de pessoas enfrentarem elevados níveis de insegurança alimentar aguda em Madagáscar, nomeadamente na região sul. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo com “Lusa”


Brasil - Associação de Portugueses recebe título de utilidade pública em Vitória

Por unanimidade, a APES – Associação de Portugueses do Espírito Santo foi aprovada a receber o título de utilidade pública, na Câmara Municipal de Vitória.

O projeto de Lei foi apresentado pelo Vereador Armandinho Fontoura, “amigo e participante ativo dos nossos eventos e causas que defendemos” segundo a direção da APES.

“A associação faz um excelente trabalho de desenvolvimento sócio-econômico-cultural, além de oferecer assistência à Comunidade Portuguesa e de Luso-Brasileiros no Estado. Com isso damos ainda mais visibilidade às admiráveis ações da @apesbr. Sou um grande amigo, admirador e participante ativo dos eventos da Associação, e levar o projeto à frente foi uma honra” declarou o vereador.

O Presidente da APES Alexandre Mendes recebeu a aprovação acompanhado pelo sócio fundador José António Gonçalves, o Diretor Ricardo Graça e o luso capixaba Leonardo Coutinho.

“Agradecimento muito especial ao proponente pela confiança que depositou e defendeu o PL em plenário. Estendemos os agradecimentos a todos os vereadores presentes e um abraço ao Presidente da Casa Davi Esmael pela amizade de sempre” divulgou o presidente Alexandre Mendes.

“Uma grande conquista para a APES e a Comunidade portuguesa no estado do Espírito Santo” concluiu.

O reconhecimento do poder público mostra que a instituição está em consonância com o seu objetivo social, sem fins lucrativos e prestadora de serviços à coletividade, podendo participar de editais públicos.

A Associação de Portugueses do Espírito Santo foi fundada no dia 05 de julho de 2018, quando o português Alexandre Mendes se deparou com dificuldades para regularizar sua documentação no Estado, auxiliando outros conterrâneos na mesma situação de dificuldades. In “Mundo Lusíada” - Brasil

 

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Timor-Leste – Parlamento Nacional e Governo manifestam condolências pelo falecimento de Max Stahl

Díli – O Parlamento Nacional (PN) e o Governo timorense expressaram hoje as suas sentidas condolências pelo falecimento do jornalista Max Stahl à sua família.

O Presidente do PN, Aniceto Guterres, disse hoje que o Estado timorense perdeu um grande amigo e jornalista.

“Consideramos que Max Stahl foi um combatente na luta pela libertação da pátria. E o Parlamento Nacional, como um órgão colegial, elaborará uma resolução para prestar o voto de pesar pela sua morte”, referiu.

Também o Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak, afirmou que o Governo aguarda ainda a decisão da família sobre a cerimónia fúnebre.

“Manifestamos as nossas sentidas condolências à família pela morte do nosso jornalista e amigo. Desejamos-lhe coragem para lidar com esta situação com calma e força”, disse o Chefe do Governo.

O Chefe do Governo adiantou também que o Presidente da República pediu ao Executivo que prestasse a devida atenção a este processo.

Matan Ruak referiu ainda que o Governo não irá transladar o corpo de Max Stahl para Timor-Leste, pois, segundo a informação da família, este será cremado. “A família trará as suas cinzas para Timor-Leste”, concluiu.

Timor-Leste perdeu Max Stahl, jornalista e realizador, responsável pela filmagem das imagens do massacre de Santa Cruz, em 1991, que permitiram chamar a atenção para a situação que o país vivia, e colocar o país no topo da agenda internacional, o que se tornou num importante contributo para a autodeterminação do povo timorense.

Max Stahl faleceu hoje, dia 28 de outubro, em Brisbane, vítima de doença prolongada, no mesmo dia em que se assinalam os 30 anos da morte de Sebastião Gomes, que originou a homenagem que culminou no massacre de Santa Cruz.

Christopher Wenner, mais conhecido como Max Stahl, nasceu a 6 de dezembro de 1954 no Reino Unido.

Depois ter passado por vários cenários de conflito, sobretudo na América Latina, em agosto de 1991, Max Stahl veio para Timor-Leste para filmar o documentário que viria a chamar-se “In Cold Blood: The massacre of East Timor”.

A 12 de novembro de 1991, acompanhou e filmou a marcha de homenagem da Igreja de Motael até à campa de Sebastião Gomes, que culminou no massacre do Cemitério de Santa Cruz, em que centenas de jovens timorenses foram mortos por militares indonésios. As imagens correram o mundo e deram a conhecer o drama timorense.

O seu profissionalismo e a sua extrema coragem impulsionaram a frente diplomática, catapultando Timor-Leste para as primeiras páginas dos meios de comunicação mundiais, depois de vários anos em que a situação timorense permanecia adormecida para a comunidade internacional.

Max Stahl entrevistou vários líderes da resistência timorense, como o Comandante David Alex Daitula e o Comandante Nino Konis Santana.

Criou o Centro Audiovisual Max Stahl em Timor-Leste (CAMSTL), com o intuito de preservar e divulgar a coleção audiovisual que documenta o período da resistência, os acontecimentos durante e após o referendo e os primeiros anos da independência até aos dias de hoje.

Esta coleção foi reconhecida, em 2013, pela UNESCO, ao ser inscrita no “Registo da Memória do Mundo”, um programa criado com o objetivo de proteger e promover o património documental mundial através da conservação e do acesso aos documentos.

O jornalista recebeu, em 2000, o Rory Peck Award, um prémio que homenageia jornalistas de vídeo independentes. Recebeu muitos outros prémios em reconhecimento do seu trabalho em zonas de conflito, como as guerras dos Balcãs e de El Salvador.

Em 2009, foi condecorado com a Insígnia da Ordem de Timor-Leste e, em 2019, recebeu o Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração nacional.

Também em 2019, foi-lhe atribuída a nacionalidade timorense pelo Parlamento Nacional, num ato que “representa a homenagem do Povo de Timor-Leste ao espírito humanista, altruísmo e extraordinária coragem de Max Stahl” e que “expressa o agradecimento e reconhecimento dos feitos excecionais praticados por um homem excecional”.

Já o Ministro Fidélis Magalhães, em nome do Governo e de todo o povo timorense, manifestou as suas mais sentidas condolências à família e amigos de Max Stahl.

“O povo timorense estará para sempre grato pela sua contribuição para a autodeterminação nacional. A sua coragem e o legado do seu trabalho perdurarão para sempre na memória de todos nós”, concluiu. Domingos Freitas – Timor-Leste in “Tatoli”

 

Cabo Verde - Navio hidro-oceanográfico da Marinha Portuguesa visita o Mindelo para acções científicas e de segurança cooperativa


Mindelo – O navio hidro-oceanográfico da Marinha Portuguesa, NRP D. Carlos I, atracará no Porto Grande do Mindelo esta quinta-feira, enquadrado na Iniciativa Mar Aberto, com cunho científico e de segurança cooperativa no Golfo da Guiné.

A Iniciativa Mar Aberto 2021.2, conforme informações do adido de Defesa Junto à Embaixada de Portugal na Cidade da Praia, visa contribuir para o conhecimento situacional marítimo, desenvolvimento científico e da segurança cooperativa na costa ocidental Africana.

“Na prossecução de objectivos da política externa nacional na satisfação de compromissos internacionais assumidos por Portugal com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente, Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe, prevendo-se também a escala no Senegal”, explicou João Domingos em nota enviada à Inforpress.

Dentro da cooperação no domínio da defesa, serão desenvolvidas actividades de presença e de diplomacia naval com a Marinha de Angola, a Guarda Costeira de Cabo Verde e a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, incluindo actividades de cooperação técnica e científica com o Instituto Nacional de Hidrografia e de Sinalização Marítima de Angola e com o Instituto do Mar de Cabo Verde (IMar).

Durante a missão em que serão desenvolvidos trabalhos com o Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar (ISECMar) da Universidade Técnica do Atlântico e com o GEOMAR, será ainda realizada uma campanha oceanográfica, biogeoquímica e de controlo de microplásticos ao largo do arquipélago.

A cooperação com as entidades cabo-verdianas comporta ainda o lançamento de flutuadores derivantes e de um `wave glider´ para realização de observações ambientais e será fundeada uma boia ondógrafo na costa sul da ilha de São Vicente.

A Força Nacional portuguesa destacada para a missão é constituída pelo NRP D. Carlos I, com 51 militares embarcados, integrando uma equipa de mergulhadores e uma equipa de segurança reforçada, e ainda está previsto o embarque de equipas multidisciplinares de cientistas do Instituto Hidrográfico em Angola e de Cabo Verde, que darão corpo aos trabalhos de cooperação científica de cariz hidro-oceanográfico.

O navio fará escala no Porto Grande do Mindelo entre 28 e 30 de Outubro e de 15 a 19 de Novembro, e também visitará o Porto da Praia entre 05 e 07 de Novembro.

A missão Iniciativa Mar Aberto, que decorre até Janeiro de 2022, inclui ainda a participação no projecto-piloto da União Europeia das Presenças Marítimas Coordenadas (PMC) no Golfo da Guiné. In “Inforpress” – Cabo Verde


 

Portugal - Escritor cabo-verdiano Germano Almeida não gosta da expressão “lusofonia”


Penafiel – O escritor cabo-verdiano Germano Almeida, prémio Camões em 2018, disse hoje, no festival Escritaria, em Penafiel, não gostar da expressão lusofonia, considerando que a língua portuguesa não representa “uma cultura lusófona”.

“Eu não gosto muito da expressão lusofonia. Somos escritores de diversos países que usam a língua portuguesa como língua de contacto, como língua de expressão, mas não é uma cultura lusófona”, afirmou na conferência de imprensa do evento que hoje se realizou no museu municipal daquela cidade do distrito do Porto.

O escritor, que está a ser homenageado pelo festival Escritaria até domingo, acrescentou: “Nós temos muitos pontos comuns, obviamente, sobretudo Cabo Verde, que é um país feito pelos portugueses. Mas as ilhas – não só a sua orografia, mas sobretudo a ausência de meios de vida, a falta de chuva, sobretudo – fizeram de nós pessoas diferentes”.

Segundo o autor, “é isso que a gente tenta traduzir na literatura e na música”.

“Isto [língua comum] pode ser um elemento importante para os países de expressão portuguesa, mas não nos faz lusófonos; ‘lusógrafos’ sim”, observou aos jornalistas.

Sublinhando que teve sempre com Portugal, onde estudou e fez serviço militar, “uma relação óptima”, ressalvou que os portugueses não fizeram dos cabo-verdianos portugueses.

“Portugal foi sempre uma presença estranha. Nunca me senti português, sempre me afirmei cabo-verdiano. Mas, se um dia Cabo Verde desaparecesse, o país que eu adotaria seria Portugal, mais nenhum outro”, acentuou.

O ministro da Cultura de Cabo Verde, Abraão Vicente, vai estar em Penafiel, no Festival Literário Escritaria.

O governante cabo-verdiano participará na conferência “O papel da Lusofonia | À conversa com Germano Almeida e Abraão Vicente”, além de outras iniciativas incluídas na programação oficial do festival, até 31 de outubro, disse o presidente da câmara de Penafiel, Antonino Sousa.

O festival literário Escritaria de Penafiel inclui dezenas de atividades dedicadas ao livro, ao teatro, a exposições, música e artes de rua.

“Germano Almeida, um dos mais proeminentes escritores em língua portuguesa, terá silhueta e frase em Penafiel para memória futura, a par com os anteriores homenageados”, assinala a organização.

No sábado, será lançado o novo romance de Germano Almeida, “A Confissão e a Culpa”, o último volume da sua “Trilogia do Mindelo”.

Lídia Jorge, Pepetela, Manuel Alegre, José Saramago, Alice Vieira, Mário de Carvalho, Mário Cláudio, Agustina Bessa-Luís são alguns outros escritores homenageados em edições anteriores do festival. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”


 

Portugal - Casa de Macau vai organizar fundo documental

Depois de anos a receber inúmeras publicações relacionadas com Macau, a Casa de Macau em Portugal decidiu agora organizar um fundo documental, cujo objectivo é ajudar estudantes e investigadores em assuntos respeitantes ao território. O projecto de organização dos materiais deverá demorar cerca de dois anos a ser concretizado. Por outro lado, a Direcção da Casa anunciou o regresso dos eventos presenciais – vai haver Magusto e Chá-Gordo de Natal


A Direcção da Casa de Macau em Portugal vai organizar um fundo documental, uma vez que ao longo dos anos tem recebido “inúmeras publicações” que têm sido depositadas numa das salas da Casa. Assim, entendeu que “seria importante” começar a organizar toda a documentação, “por forma a catalogar e salvaguardar o importante espólio” de que dispõe.

No boletim informativo “Qui Nova?”, enviado ao Jornal Tribuna de Macau, a Casa de Macau informa que, sob a supervisão da vice-presidente da Direcção, Maria João dos Santos Ferreira, se iniciou um projecto de tratamento documental “tendo em vista uma futura partilha de informação e conhecimentos” com o público que deseje consultar o espólio.

“Um dos propósitos fundamentais é conseguirmos apoiar estudantes e investigadores, em assuntos respeitantes a Macau. Trata-se de um projecto audacioso que levará cerca de dois anos a ser concretizado”, refere.

De acordo com a informação, o fundo documental será organizado em temáticas será organizado em temáticas referentes a Macau e apoiado em diversos ficheiros: de ordem sequencial numérica; de títulos de publicação; de autoridade (autor pessoa física ou colectividade); de assunto, entre outros.

“Numa primeira fase, ainda incipiente, estamos a fazer a separação entre monografias e publicações periódicas, tendo sido já agrupadas cerca de 60 monografias, de diversos autores, e cerca de 20 títulos de publicações periódicas, que terão no seu conjunto mais de 100 publicações”, pode ler-se no boletim informativo.

A preocupação da Casa é “centralizar a documentação toda em salas específicas” – uma de monografias e outra de periódicos. “Este projecto prima também pela sua ambição: queremos utilizadores presenciais – na nossa sala de leitura – e remotos – que acedam à base de dados que iremos futuramente criar”.

Actividades presenciais estão de volta

Por outro lado, a Casa de Macau anunciou o regresso “progressivo e seguro” às actividades presenciais, em linha com o que está a acontecer em Portugal, e de forma a proporcionar aos associados, amigos e parceiros “momentos de lazer e convívio, numa tentativa de recuperar rotinas e uma certa normalidade”.

Nesse sentido, neste último trimestre do ano vão realizar-se dois eventos de confraternização – um convívio de São Martinho e outro de Natal. O tradicional Magusto vai decorrer no dia 13 de Novembro, a partir das 15:00, proporcionando um lanche ajantarado em que serão servidos “não só os pratos tradicionais da época, como o caldo verde, as febras, as castanhas cozidas e assadas, mas também algumas delícias Macaenses, como chilicotes, arroz chau-chau, tai chói kóu de coco e bebinca de leite”.

Já no dia 11 de Dezembro, a partir das 17:00, terá lugar na Casa de Macau em Portugal um Chá-Gordo de Natal “muito especial”, indica a organização. Além de um menu “repleto” de iguarias Macaenses, contará com música ao vivo, com a actuação do Duo “A Outra Banda”. Constituído em finais de 2015, o Duo reúne os talentos de Carlos Piteira e Jaime Mota, num tom revivalista, onde canções do passado, portuguesas, macaenses e de outras longitudes, são reinventadas ao som das teclas (órgão) e das cordas (viola), “prometendo muita animação e nostalgia”.

Em ambos os eventos, a participação de qualquer pessoa, sócios, não sócios, adultos ou crianças, tem um custo de cinco euros. A Casa de Macau espera assim poder contar com “uma calorosa adesão”.

Plano de actividades e orçamento votados no dia 25 de Novembro

A Casa de Macau em Portugal convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 25 de Novembro, pelas 17:00. De acordo com a informação disponível, da agenda fazem parte a apreciação e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2022 e as propostas de sócios honorários. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


 

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Brasil - Diretor do Museu Nacional do Rio procura em Portugal doações de espólio


O diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro está em Portugal visitando diversas instituições museológicas para conseguir espólio para o futuro museu a reconstruir, após a destruição causada pelo incêndio de 2018.

“Estamos conscientes de que não vamos reconstruir o Museu Nacional, como tem de ser, sem a ajuda internacional, em especial de Portugal”, afirmou o diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Alexander Kellner, aos jornalistas, frisando que o projeto de futuro museu não é uma questão financeira.

“O maior entrave e a maior preocupação de quem está no projeto não é a questão financeira, mas sim o acervo e é por isso que estou aqui”, sublinhou.

O diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro falava na Lourinhã, no distrito de Lisboa, onde nesta terça-feira visitou o museu do Grupo de Etnografia e Arqueologia da Lourinhã (GEAL) e o Dino Parque, onde estão expostos achados paleontológicos.

Nesta viagem a Portugal, o responsável pelo museu brasileiro desloca-se ainda a Coimbra, ao Porto e ao Museu de História Natural e da Ciência, da Universidade de Lisboa, em Lisboa.

“Espero que possa angariar bastante suporte com esta viagem que estou a fazer e, em 2022, desde que a pandemia o permita, pretendo intensificar estas viagens para outros países”, disse Kellner.

O responsável adiantou que já recebeu doações de espólio de instituições da Alemanha, Áustria, Inglaterra, Estados Unidos da América e França, sensibilizando as instituições portuguesas a seguir o mesmo caminho.

“Todos sabemos a história que nos une. No bicentenário da independência brasileira, é um momento propício para conversar”, afirmou Alexander Kellner, que admitiu que a parceria poderá passar por “ações de empréstimo de longa duração”.

“Os museus têm milhões de exemplares, muitos dos quais ficam nos porões. Em vez de ficarem no porão, podem ficar expostos no Brasil e eu acho que tanto o Brasil, como Portugal ficam mais bem servidos”, frisou.

A reconstrução do novo Museu Nacional do Rio de Janeiro é um investimento de 380 milhões de reais [cerca de 59 milhões de euros], dos quais já têm garantidos 65%, e deverá ficar concluída em 2026, estimou, depois de várias aberturas faseadas até lá, sendo a primeira a dos jardins do museu, em 2022.

Para Kellner, o Brasil quer demonstrar que “aprendeu, que [o incêndio] não vai acontecer de novo, porque este abandono da Cultura não foi bom para o país e deve servir de exemplo para todos os países do mundo”.

O projeto do novo museu está alicerçado nas “melhores normas de segurança para visitantes e técnicos e para o novo acervo”, como condição para o “Brasil merecer estas novas coleções”, acrescentou.

Na Lourinhã, as instituições locais, “desde o primeiro momento, disseram que estariam presentes e disponíveis para colaborar, dentro das disponibilidades do seu espólio”, afirmou Vital do Rosário, presidente do GEAL.

“Temos algum espólio que foi descoberto no Brasil e que está cá para ser preparado. Era uma oportunidade de devolvermos este patrimônio às origens, o que é muito bem visto na comunidade científica”, exemplificou o responsável.

Com mais de 200 anos, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, o mais antigo patrimônio do Brasil, foi reduzido a escombros no dia 02 de setembro de 2018 por um incêndio que destruiu grande parte de seu acervo de 20 milhões de peças.

O prédio histórico, que inicialmente serviu como palácio imperial do Brasil, abrigava o maior museu de história natural da América Latina e um dos cinco maiores do gênero, no mundo. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”