Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Austrália - Há cada vez mais golfinhos gravemente doentes devido às alterações climáticas

Doença de pele causada por fatores ambientais provoca uma morte lenta e dolorosa



Uma distinta dermatite ulcerativa conhecida como "doença de pele de água doce" é cada vez mais frequente em cetáceos costeiros de todo o mundo.

Segundo um relatório científico publicado na revista Nature, há cada vez mais golfinhos a morrer de forma lenta e dolorosa em todo mundo. Tratam-se de mortes dolorosas devido a lesões cutâneas semelhantes a queimaduras graves em resultado da exposição a água doce, exacerbadas pela crise climática.

Foi graças a dois eventos de mortalidade na Austrália, notavelmente semelhantes, que foi possível criar pela primeira vez uma definição de caso baseada na patologia e em fatores ambientais.

Embora os cetáceos possam sobreviver em água doce durante curtos períodos, verificou-se que a exposição repentina e prolongada, como quando um animal fica preso, ou a salinidade do seu habitat é afetada por fortes chuvas, provoca uma forma de dermatite.

As características comuns de ambos os eventos foram uma "diminuição abrupta e acentuada da salinidade devido à precipitação nas bacias hidrográficas", com hipossalinidade persistente de semanas a meses, e dermatite "caracterizada grosseiramente" por uma palidez cutânea desigual que progrediu para diversos tipos de lesões na pele cobrindo até 70% da superfície do corpo.

A pele afetada foi frequentemente colonizada por uma variedade de espécies fúngicas, bacterianas e algas que conferiam uma coloração variável amarela, verde ou laranja. "As lesões histológicas consistiam em alterações hidrópicas epidérmicas que levavam à vesiculação e erosão; alternadamente, ou além disso, a formação de pústulas intra-epiteliais resultando em ulceração e necrose hipodérmica", escrevem os cientistas.

Estas úlceras foram documentadas pela primeira vez num grupo de golfinhos-roaz que tinha ficado preso num lago salobro na Louisiana após o furacão Katrina em 2005. Desde então, os cientistas apontam que os relatórios têm vindo a aumentar de acordo com o aumento da frequência de eventos climáticos extremos.

"Não podíamos acreditar que uma doença tão grave e em rápido desenvolvimento pudesse ser outra coisa que não fosse infecciosa. Mas, em última análise, é uma doença causada pelo ambiente", apontou Nahiid Stephens, patologista veterinário da Universidade Murdoch em Perth, Austrália, e co-autor do artigo. Ana Carvalho – Luxemburgo in “Contacto”


China - A comoção na literatura de José Luís Peixoto chegou a 250 milhões de pessoas

Depois da morte do pai, He Shuai leu “Morreste-me”, de José Luís Peixoto, em directo no programa O Leitor, da CCTV3, que tem uma audiência de cerca de 250 milhões de espectadores. O escritor português contou ao Ponto Final o episódio e as suas repercussões, que fez com que haja agora uma editora chinesa a querer avançar para a publicação individual do livro


O pai de He Shuai, He Ming, foi diagnosticado com um cancro nos pulmões em 2016 e, nesse momento, lançou a si próprio um desafio: correr 100 maratonas. Em Junho de 2020, He Ming morreu tendo completado 61 maratonas. O filho propôs-se a terminar o desafio do pai e vai correr as restantes maratonas. He Shuai foi depois ao programa chamado O Leitor, que passa na CCTV3, ler “Morreste-me”, livro de José Luís Peixoto. O momento foi visto por cerca de 250 milhões de pessoas. “Números como estes são absolutamente avassaladores, difíceis de imaginar”, assinalou o escritor português ao Ponto Final.

“Morreste-me’ foi um livro que escrevi sobre a morte do meu pai, que fala desse luto e, por isso, foi muito impactante para mim assistir à leitura de uma tradução desse livro por He Shuai e aperceber-me de como tudo isso estava presente na sua leitura e tinha conseguido chegar a uma realidade que, à partida, se imagina tão remota”, indicou José Luís Peixoto.

O programa em causa está entre os mais populares da televisão chinesa e consiste em leituras feitas por pessoas muito famosas na China ou, como aconteceu no caso de He Shuai, de pessoas com histórias assinaláveis. He Shuai leu no programa a tradução para mandarim de “Morreste-me” feita na Universidade de Macau, através da coordenação de Yao Feng e que foi publicado na íntegra na revista chinesa World Literature Magazine.

O autor foi contactado em Novembro por uma das tradutoras do seu livro, que o avisou de que He Shuai o tinha lido na televisão chinesa, e mais tarde foi contactado pela produção de O Leitor para que enviasse um vídeo em resposta a He Shaui, com a leitura de um excerto do livro em português. A participação de José Luís Peixoto no programa acabou por ser incluída numa edição especial com os melhores momentos do ano.

O escritor contou que o momento fez até com que a editora Foreign Language Teaching and Research Press queira avançar para a publicação do livro a título individual. “Para além da oportunidade de toda esta repercussão, fico muito satisfeito com essa oportunidade, uma vez que a tradução do meu romance Galveias está a ser concluída e deverá ser publicada por essa mesma editora já em 2021”, notou.

José Luís Peixoto assumiu ainda que a “circulação da literatura portuguesa na China está muito atrás do que seria desejável e do que é a realidade da difusão de outras literaturas europeias”. No entanto, o escritor diz que há razões para optimismo e deixa elogios ao director do departamento de Português da Universidade de Macau: “Por um lado, hoje, há bastante mais universidades na China a ensinar a língua portuguesa do que acontecia há alguns anos. Por outro lado, há o trabalho incansável de indivíduos como Yao Feng, uma figura basilar nas relações literárias entre estas duas culturas”. Além disso, “é de referir o Festival Literário de Macau, que promove justamente essa vontade de aproximação e cumpre um papel muito importante”, acrescentou José Luís Peixoto.

“Morreste-me”, o relato do luto após a morte do pai, foi editado em 2000 e foi o texto que deu a conhecer José Luís Peixoto no panorama da literatura portuguesa. André Vinagre – Macau in “Ponto Final”

andrevinagre.pontofinal@gmail.com


Guiné Equatorial - Realiza em Fevereiro “Cimeira de Negócios” da CPLP

Lisboa – A Guiné Equatorial vai acolher em Malabo de 14 a 16 de Fevereiro a primeira “Cimeira de Negócios” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), desde que aderiu à organização em 2014, anunciou a embaixada equato-guineense em Lisboa.

A cimeira, patrocinada pelo Governo equato-guineense e pelo secretariado executivo da CPLP, e organizada pela Confederação Empresarial da CPLP, tem como objectivo “impulsionar, desenvolver e fortalecer a cooperação económica e empresarial” entre os Estados-membros da organização dos países de língua portuguesa e observadores associados.

Segundo um comunicado da embaixada equato-guineense, o encontro da CPLP deverá levar “à Guiné Equatorial grandes empresas de todos os nove países, espalhados por quatro continentes”.

Empresas dos sectores do petróleo e gás, indústria, pesca, agricultura, transformação alimentar, meio ambiente, turismo, transportes, saúde e formação dos nove países da CPLP vão ter acesso a um menu de “oportunidades de negócio no país”, a ser apresentado pelo governo anfitrião, assim como conhecer as instituições locais de suporte ao investimento internacional, ainda segundo o texto.

A queda dos preços do petróleo, em consequência da violenta quebra de consumo mundial provocada pela pandemia de covid-19, teve um forte impacto na economia da Guiné Equatorial, que em Agosto remodelou o Governo, e em Outubro substituiu o ministro das Finanças, como recurso de combate à crise, assumido pelo próprio Presidente Teodoro Obiang Nguema.

O chefe de Estado declarou na altura ter sido obrigado “a tomar medidas rigorosas para mitigar os efeitos de uma grave recessão económica e prevenir a instabilidade política e social”.

Obiang sublinhou então que “razões económicas” justificaram a dissolução do Governo anterior e que o novo executivo – ainda que fundamentalmente com o mesmo elenco – devia “procurar soluções específicas e viáveis para resolver os actuais problemas enfrentados pelos países do mundo e os problemas económicos”.

A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) considerou no início do quarto trimestre deste ano que a Guiné Equatorial vai necessitar de mais ajuda financeira além do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), antevendo uma queda de 5,5% no PIB em 2021.

“Antevemos que a Guiné Equatorial vá pedir mais assistência além do seu actual pacote de financiamento, e cumprir as condições prévias de financiamento dos credores será uma das principais prioridades políticas, com o Governo a tentar encontrar maneiras de gerir o forte choque nas receitas causado pela pandemia”, escreveram os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

Numa nota sobre a economia do país enviada aos clientes, os analistas da EIU estimaram que a Guiné Equatorial enfrentará uma recessão de 12,7% do PIB este ano e que em 2021 a economia volte a quebrar, ao contrário do que prevê o FMI, que antecipa um crescimento da economia equato-guineense no próximo ano.

Desde a sua independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelos grupos de direitos humanos como um dos países mais repressivos do mundo, devido a alegações de detenção e tortura de dissidentes e de fraude eleitoral.

Obiang, que tem liderado o país desde 1979, quando derrubou o seu tio, Francisco Macias, num golpe de Estado, é o Presidente em funções há mais tempo em todo o mundo.

A Guiné Equatorial integra a CPLP desde 2014, que é ainda composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”

 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Reino Unido - Abelhas grandes aprendem a localização das melhores flores, indica novo estudo

 


Um novo estudo indica que as abelhas grandes decoram e aprendem a localização das melhores flores, enquanto as abelhas menores – que têm um alcance de voo menor e menor capacidade de carga – não prestam especial atenção às flores com o néctar mais rico.

Os Cientistas da Universidade de Exeter, Inglaterra, examinaram os “voos de aprendizagem” que a maioria das abelhas realiza após deixar as flores.

O estudo mostra o que as abelhas fazem, estudam o caminho de regresso, repetidamente olhando para trás para memorizar a localização de uma flor.

“Pode não ser amplamente conhecido que os insetos polinizadores aprendem e desenvolvem preferências individuais por flores, mas na verdade as abelhas são seletivas”, disse Natalie Hempel de Ibarra, professora associada do Centro de Pesquisa em Comportamento Animal de Exeter, num comunicado.

“Ao deixar uma flor, elas podem decidir ativamente quanto esforço deve ser feito para se lembrarem da sua localização. A descoberta surpreendente do nosso estudo é que o tamanho da abelha determina essa tomada de decisão e o comportamento de aprendizagem.”

No estudo, abelhas em cativeiro visitaram flores artificiais contendo solução de sacarose (açúcar) em concentrações variadas.

Quanto maior a abelha, mais o seu comportamento de aprendizagem varia, dependendo da riqueza da solução de sacarose.

As abelhas menores investiram a mesma quantidade de esforço em aprender a localização das flores artificiais, independentemente se a concentração de sacarose era alta ou baixa.

“As diferenças que encontramos refletem os diferentes papéis das abelhas nas suas colónias”, indicou em comunicado o professor Hempel de Ibarra.

“Abelhas grandes podem carregar cargas maiores e explorar mais longe do ninho do que as menores. Os pequenos com um alcance de voo e capacidade de carga menores não podem dar-se ao luxo de ser tão seletivos, então aceitam uma variedade maior de flores.

“Essas pequenas abelhas tendem a envolver-se mais com as tarefas dentro do ninho – só saem para procurar alimentos se o stock de comida na colónia estiver a acabar.”

O estudo foi realizado em colaboração com cientistas da Universidade de Sussex, financiado pela Leverhulme Trust e publicado na revista Current Biology. In “Green Savers Sapo” - Portugal


Macau - Clepsydra: Uma herança com 100 anos que “coloca Macau no mapa da literatura lusófona”

Para assinalar o centenário de Clepsydra, foram ontem lançados em Macau dois livros sobre a obra de Camilo Pessanha. “Clepsydra 1920-2020 – Estudos e Revisões” agrega uma série de artigos académicos de uma dezena de autores, e “Ladrão de Tempo” é da autoria de Carlos Morais José, que reúne textos sobre Pessanha publicados nas últimas três décadas



“E eis quanto resta do idílio acabado

Primavera que durou um momento

Como vão longe as manhãs do convento

do alegre conventinho abandonado”

Foi com este excerto de Clepsydra que Carlos Morais José apresentou ontem, na Casa de Portugal, os dois livros editados pela COD que assinalam o centenário da obra de Camilo Pessanha. “Ladrão de Tempo” junta os textos de Morais José sobre a obra do poeta que morreu em Macau em 1926, enquanto “Clepsydra 1920-2020 – Estudos e Revisões” agrega publicações académicas de uma dezena de autores acerca do livro.

“Tudo isto se enquadra no século da Clepsydra. Faz este ano, 2020, 100 anos desde que foi publicado o livro Clepsydra de Camilo Pessanha. Nós estamos a celebrar estes 100 anos”, lembrou Carlos Morais José ao Ponto Final, ainda antes da apresentação das publicações.

“Clepsydra 1920-2020 – Estudos e Revisões” é um livro editado em Macau pela COD e que tem Catarina Nunes de Almeida, académica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, como coordenadora. Além de Catarina Nunes de Almeida e de Carlos Morais José, há ainda outros oito autores: Daniel Pires, Duarte Drumond Braga, Fernando Cabral Martins, Paulo Franchetti, Pedro Eiras, Ricardo Marques, Rogério Miguel Puga e Serena Cacchioli.

Esta é uma colecção de artigos académicos “sobre a literatura do Pessanha e sobre a importância dessa literatura no contexto da lusofonia e não só”, explicou Morais José. Apesar de a ideia do livro ter nascido em Portugal no início do ano, só em Novembro é que a COD acordou a publicação de “Clepsydra 1920-2020 – Estudos e Revisões”  em Macau.


Na apresentação do livro, na Casa de Portugal, o autor falou sobre a importância “fundamental” que Clepsydra teve para Macau. “Clepsydra coloca Macau no mapa da literatura lusófona. Macau será para sempre lembrada como um espaço onde floresceu a literatura portuguesa por Pessanha”, afirmou Morais José.

Também esteve presente na sessão de ontem, através de videochamada, Catarina Nunes de Almeida, que destacou Clepsydra como “uma das obras máximas da poesia portuguesa”. Duarte Drumond Braga também esteve presente directamente a partir de Portugal, tendo frisado que, nos 30 anos em que Pessanha viveu em Macau, o poeta “foi um activo representante de Portugal”. “A sua escrita deve ser vista como parte da produção cultural portuguesa na China”, acrescentou.

“Ladrão de Tempo” foi o outro livro sobre Pessanha lançado ontem na Casa de Portugal. “É uma colecção de coisas que eu fui escrevendo ao longo do tempo sobre o Camilo Pessanha e que agora resolvi publicar”, adiantou Carlos Morais José. De “Ladrão de Tempo” fazem parte artigos publicados desde a década de 1990 até agora em diversos sítios, como a Revista de Cultura do Instituto Cultural (IC), o jornal Hoje Macau, e há também textos publicados no Brasil e em Portugal.

Os textos são de diferentes naturezas. “Um deles foi um texto que eu li nos 80 anos da morte do Camilo Pessanha junto à campa”, indicou. O livro já estava preparado para ser lançado por ocasião dos 100 anos de Clepsydra e “é o encerrar de uma série de trabalhos que fiz sobre Camilo Pessanha”, explicou. André Vinagre – Macau in “Ponto Final”




Portugal - Covid-19, cientista da Universidade de Coimbra desenvolve simulador para diminuir o risco de contágio no interior de edifícios

O cientista Manuel Gameiro da Silva, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), desenvolveu um simulador capaz de prever a quantidade de vírus SARS-CoV-2 inalada pelas pessoas em ambientes no interior de edifícios.

Considerando a intensidade da fonte, a dimensão do espaço, o caudal de ar existente – que possa atenuar a carga viral –, o uso ou não de máscara e o tempo de permanência previsto, o modelo informático consegue determinar a quantidade de vírus inalada no período de permanência nesse ambiente.


De acordo com o catedrático da FCTUC, esta ferramenta pode ser muito útil para a gestão de edifícios (escolas, escritórios, etc.), «pois consegue prever os mais diversos cenários, possibilitando assim a adoção de medidas para evitar o risco de contágio. Imaginemos uma sala de aula: sabendo a dimensão da sala, os alunos que vão estar presentes, a duração da aula e o caudal de ar no espaço, o simulador permite prever o nível de exposição a que cada utilizador vai estar sujeito em cada momento, o que permite tomar medidas para mitigar o risco, por exemplo, abrir janelas para renovar o ar ou reduzir o tempo de permanência na sala de aula».

A vantagem deste simulador, designado “Covid-19 - calculador da dose de exposição”, reforça o investigador, «é que simula simultaneamente as evoluções das concentrações do vírus e do CO2 metabólico, com base no conjunto dos fatores que são importantes na cadeia de transmissão da Covid-19, permitindo uma abordagem mais informada na tomada de decisões relacionadas com a gestão de edifícios e respetivos equipamentos».

O investigador tenciona agora adaptar o modelo a uma App (aplicação informática) simples e intuitiva, de modo a que qualquer cidadão possa utilizar esta ferramenta. Universidade de Coimbra - Portugal


 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Brasil - Lança programa de alfabetização em parceria com instituições portuguesas

 


O Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), abriu dia 8 de dezembro 40 mil vagas para professores da área de alfabetização no curso on-line Alfabetização Baseada na Ciência (ABC).

O curso terá início em 11 de janeiro de 2021 e a duração prevista é de 160 horas, no Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (Avamec). Vídeos, materiais de leitura e tarefas de estudo concebidos de acordo com os princípios da gamificação e dos recursos abertos compõem o acervo.

Com investimento de R$ 6,3 milhões da Capes, o curso ABC é a primeira ação da parceria com instituições portuguesas, que contará também com capacitação presencial de profissionais da educação brasileira [GSM1], que atuam na alfabetização, em Portugal.

“O objetivo é melhorar a qualidade da alfabetização das nossas crianças, um compromisso do governo brasileiro. Para isso, é preciso preparar e valorizar os nossos professores”, explicou Benedito Aguiar, presidente da Capes. O foco está no ensino dos alunos da pré-escola até o 2º ano do ensino fundamental.

O curso ABC se propõe a ofertar uma qualificação de nível internacional aos profissionais da alfabetização, aliando a teoria e a prática. A iniciativa é parte do Tempo de Aprender, programa de alfabetização escolar, e foi viabilizada por meio de uma cooperação internacional entre a Capes, a Secretaria de Alfabetização (Sealf) do MEC, a Universidade do Porto (UP), o Instituto Politécnico do Porto (IPP) e a Universidade Aberta de Portugal (UAb).

O curso é composto por um Manual Teórico, de 24 capítulos, elaborado pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, e um Programa de Intervenção Prático, desenvolvido pelo Centro de Investigação e Intervenção na Leitura do Instituto Politécnico do Porto. A Universidade Aberta de Portugal ficou responsável por gravar as videoaulas e produzir as legendas para o português do Brasil.

A parceria prevê, além da formação a distância, levar professores alfabetizadores a Portugal em 2021 e 2022. Neste ano, o curso foi convertido para a modalidade on-line por conta do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). In “Mundo Lusíada” - Brasil


Venezuela – A língua portuguesa cresce no país

O embaixador de Portugal em Caracas está confiante na expansão da Língua Portuguesa na Venezuela

A Venezuela passa por um momento favorável para a divulgação da língua e cultura portuguesas no país, onde quase 5500 alunos aprendem oficialmente o idioma, segundo o embaixador de Portugal em Caracas. «Estamos num momento particularmente favorável à divulgação da nossa língua. Neste momento contamos com cerca de 5500 alunos de português a nível escolar (ensino oficial)», disse.

Carlos de Sousa Amaro falava à agência Lusa no final do Primeiro Encontro Virtual de Escritores Lusófonos da Venezuela, que durante cinco dias reuniu sete escritores e intelectuais de diversos países com o público venezuelano e que homenageou o poeta português Fernando Pessoa.

«Temos vindo a desenvolver um trabalho, ao longo dos últimos anos, e é agora possível ter o ensino do português no curriculum das escolas. Isto é muito importante», disse o diplomata, que destacou também o papel das associações luso-venezuelanas na promoção do idioma.

O diplomata explicou que neste momento há três universidades venezuelanas a ensinar português, ao abrigo de um acordo com o Instituto Camões, com uma delas, a UPEL, na cidade de Maracau, a preparar os estudantes para serem professores de português.

Carlos de Sousa Amaro frisou ainda que tem sido preparada «toda uma cadeia» de ensino e promoção da língua, «que vai ter muito bons frutos a médio e longo prazo».

«Cobrimos vários estados (regiões) bastante diversos da Venezuela. Estamos com uma grande oferta, mas também com muita recetividade, adesão e interesse por parte das próprias escolas», frisou.

Contornos do encontro de escritores

Sobre o Encontro Virtual de Escritores, explicou que «foi uma iniciativa piloto», em que a «adesão excedeu em muito» as expetativas», e adiantou que já está a ser pensada a «possibilidade de repetir esta iniciativa».

Por outro lado, explicou que a pandemia da covid-19 «tem tido efeitos muito negativos, mas também alguns positivos, e permitiu que este tipo de iniciativas chegasse onde provavelmente não chegaria».

«No ano passado tínhamos pensado em fazer algo presencial, um seminário (…). O facto de ter sido à distância, virtual, permitiu juntar pessoas com interesse semelhantes, dos vários cantos do mundo. E isso foi graças à pandemia», disse.

O diplomata aproveitou para pedir à comunidade lusa da Venezuela «que apoie os filhos no estudo» do português, recordando que o Instituto Camões, a Coordenação (local) do Ensino da Língua Portuguesa e a Embaixada de Portugal estão a proporcionar oportunidades, pensando no futuro.

«Aprender uma língua é abrir uma janela para outra cultura, uma porta para um futuro profissional», frisou.

O encontro foi organizado pela Embaixada de Portugal em Caracas, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, a Coordenação de Ensino Português na Venezuela (CEPE-Venezuela), com o apoio do Instituto Português de Cultura, a Caixa Geral de Depósitos, o jornal de expressão portuguesa Correio da Venezuela e a Fundação Coração em Malaca. In “Correio da Venezuela” – Venezuela com “Lusa”

 

Macau - Miro e Cátia gravam música para levar esperança em tempos de pandemia

 


Lançado no dia 24 de Dezembro, o videoclip foi feito a pensar nos Países de Língua Portuguesa e conta com a participação de algumas caras locais, como Carlos Marreiros, José Sales Marques e Bruno Nunes



“Transmitir uma mensagem positiva e de esperança”. É este o objectivo principal do videoclip “Distante de Nós”, produzido por Casimiro Pinto e a filha Cátia, lançado a 24 de Dezembro. Num ano em que as celebrações de Natal sofreram alterações em todo o mundo, devido ao impacto da pandemia da covid-19, Casimiro e Cátia lançaram um vídeo a pensar não só na família em Portugal, mas também em todos os que falam português.

Inicialmente, o vídeo era para ser feito a pensar na família, e principalmente nos primos de Cátia, uma vez que os condicionamentos da pandemia impedem a deslocação a Portugal.

“A Cátia era para ir a Portugal visitar os primos, mas não pode ir por causa da pandemia. Por isso, quis gravar a canção para oferecer uma prenda de Natal aos familiares”, contou Casimiro Pinto, pai e também conhecido como Miro, ao HM. “Durante a produção adoptámos uma visão mais alargada, e pensamos que se poderia tornar numa mensagem de Macau para o mundo lusófono. Quisemos deixar uma mensagem de esperança para todos e sublinhar que apesar de a situação ser séria, é possível sairmos bem”, acrescentou.

Além disso, a data escolhida para o lançamento foi 24 de Dezembro, como prenda de Natal e pela importância desta celebração para os países de língua portuguesa. “Decidimos que o dia do lançamento seria a 24 de Dezembro, porque achamos que o Natal é um dia especial para todos, e em especial para os Países de Língua Portuguesa e para a cultural ocidental”, explicou.

Projecto em crescendo

A música cantada por Cátia Pinto, composta e escrita pelo pai e Ernesto Leite, é original. No entanto, a versão portuguesa começou a ser elaborada a partir de uma versão em mandarim, que foi criada para encorajar os trabalhadores envolvidos no mecanismo de prevenção e combate à pandemia da covid-19.

“Entre Maio e Junho escrevi uma canção na versão em mandarim. Lancei o tema para encorajar e ter uma mensagem de solidariedade para Macau e para as pessoas. Também foi uma dedicatória para todos que estiveram na linha da frente a combater a covid-19”, revelou sobre a origem do tema “Distante de Nós”.

No entanto, como a filha frequenta a Escola Portuguesa, “Miro” considerou que poderia haver uma versão na língua de Camões, para chegar ainda a mais gente. “Como a minha filha estuda na Escola Portuguesa achei que era interessante que ela fizesse uma canção com duas versões, nas duas línguas. Depois de termos feito a versão em chinês, começámos logo a trabalhar na versão em português, que demorou mais ou menos dois meses. Foi um período para ensaios, gravação, produção do vídeo”, indicou.

Só que o projecto acabou por crescer e ao longo dos dois meses de trabalho envolveu personalidades da comunidade macaense e também de pessoas em Portugal.

Por esse motivo, o videoclip conta com a participação de personalidades como o arquitecto Carlos Marreiros, José Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus, ou ainda de Bruno Nunes, advogado e conselheiro do Instituto para os Assuntos Municipais. Os envolvidos escreveram mesmo mensagens que são mostradas durante o vídeo.

Fotografias de Portugal

Mas a movimentação à volta da causa foi mais longe e chegou a Portugal, com a ajuda de um conhecido que se mobilizou no sentido de arranjar fotografias de pessoas interessadas em participar na mensagem de esperança.

“Cerca de 99 por cento das fotografias que surgem no vídeo são de Portugal e de pessoas que não conheço. Foi um amigo, professor e fotógrafo, que recolheu as imagens e eu fiz um esforço para colocá-las quase todas”, confessou Casimiro Pinto.

Apesar da tentativa, houve fotografias que acabaram mesmo por ficar de fora, o que o realizador explica com o tempo limitado da música. “A canção tem cerca de três minutos e houve uma altura em que simplesmente tive de parar de meter fotografias porque não havia mais espaço… Mas esperamos que tenha sido uma prenda com algum significado. É o nosso desejo”, sublinhou.

Ainda sobre a realização, Miro explicou que houve o cuidado de mostrar pessoas sorridentes, para vincular a mensagem: “O vídeo aposta mais nos sorrisos das pessoas, em vez de focar o aspecto mais sério da questão. Sabemos que a situação é séria e complicada, mas temos uma abordagem positiva, para as pessoas saberem que há esperança. Acreditamos que vamos receber um futuro melhor”, justificou. Nos primeiros três dias no canal de youtube de Cátia Pinto, o vídeo somava mais de duas mil visualizações. João Filipe – Macau in “Hoje Macau”


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Cazaquistão - Saiga, o antílope com focinho inchado que está em vias de extinção


Oriunda da Ásia Central, a espécie está ameaçada pela destruição do seu habitat e pela caça ilegal.

A espécie Saiga (Saiga tatarica) é um antílope de cor bege que tem um focinho que o distingue de todos os do grupo. Com um nariz parecido com o de um papa formigas, que serve para filtrar a poeira no verão, e uns chifres que parecem cenouras, é raro este animal passar despercebido.

Oriunda da Ásia Central, a Saiga habita em zonas de pastagem e deserto, sendo encontrada atualmente em zonas como o Cazaquistão e a Mongólia.

A espécie está e vias de extinção, sendo considerada como “criticamente em perigo” pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Estima-se que existam entre 123 e 124 mil indivíduos na natureza.

As grandes ameaças à sua sobrevivência são a agricultura, que destrói o seu habitat, e a caça ilegal, dado que os seus chifres são utilizados na medicina asiática.

Outro fator que contribuiu para o decréscimo da sua população foi, um surto causado pela bactéria Pasteurella multocida em 2015, que levou à morte de 200 mil animais.

Sendo uma espécie migratória, é essencial que se desenvolvam esforços de conservação da espécie entre os vários países, para que esta não desapareça nos próximos anos. In “Green Savers Sapo” - Portugal


 

Macau - “Clepsydra 1920-2020 – Estudos e Revisões” é lançado na Região

“Clepsydra 1920-2020 – Estudos e Revisões”, coordenado por Catarina Nunes de Almeida, é apresentado amanhã em Macau. Uma obra que traça um olhar sobre o único livro que Camilo Pessanha deixou através de uma série de ensaios, alguns deles com novos dados sobre o poeta português. Editado em Portugal e em Macau, o livro é lançado amanhã na sede da Casa de Portugal com a chancela da editora COD. Será também lançada a obra “Ladrão de Tempo”, de Carlos Morais José

Como surgiu a ideia de reunir este conjunto de ensaios sobre “Clepsydra”?

Inicialmente pensámos em fazer um evento público para celebrar os 100 anos da publicação de “Clepsydra” através de umas jornadas, que iriam acontecer na Biblioteca Nacional. Esta ideia partiu de mim e do professor Gustavo Rubim [da Universidade Nova de Lisboa], que por motivos pessoais teve de se afastar do projecto. Mas a pandemia veio alterar tudo, e para não se perderem estes contributos, uma vez que a maior parte das pessoas já tinha aceite falar na ocasião, decidimos transformar as jornadas em livro. A ideia nasce desta linha de investigação que é o ORION, o orientalismo português. Neste momento sou eu que coordeno esta linha [na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL)] e já temos feito alguns trabalhos de investigação sobre Camilo Pessanha e a sua relação com a China e Macau.

O que é que este livro traz então de diferente?

Queríamos fazer algo um pouco mais abrangente e não ficarmos apenas pela parte orientalista de Pessanha, mas celebrar esse livro discreto que ele nos deixou, que até se pode dizer que de orientalista tem muito pouco, uma vez que é encarado como sendo, talvez, o melhor exemplo do simbolismo português. Reunimos especialistas, e entram os nomes incontornáveis em torno da investigação de Camilo Pessanha, que é o caso de Paulo Franchetti ou Daniel Pires. Mas depois também chamámos investigadores novos, que, não sendo especialistas das obras de Camilo Pessanha, poderiam de facto pensar sobre a obra e trazer novos contributos.

Duarte Drummond Braga, por exemplo, é um desses autores, que tem escrito muito sobre o orientalismo.

Sim, o Duarte e eu somos os dois representantes do ORION, essa linha de investigação do Centro de Estudos Comparatistas [da FLUL]. De facto, o texto que ele escreve para este volume está directamente relacionado com essa vivência de Camilo Pessanha na China e em Macau. No entanto, depois há outros trabalhos que não se cruzam tanto com esta temática. Mas sim, o Duarte é um dos pensadores desta nova geração de académicos que tem trazido muitas coisas novas sobre Pessanha, nomeadamente relacionando-o com a Geração de Orfeu, que vem logo a seguir à dele e que o considera um mestre. Ele [Camilo Pessanha] vai ser um mestre para Pessoa e para os restantes poetas de Orfeu.

Pessanha foi importante para poetas de gerações seguintes?

Pessanha tem sido muito lembrado já no novo milénio. Foi celebrado pela Comissão Asiática da Sociedade de Geografia de Lisboa nos 90 anos da sua morte, em 2016. Depois foi lembrado em 2017 quando foram os 150 anos do seu nascimento. Mas acho que a tónica tem sido a figura do Pessanha nas suas múltiplas facetas, de tradutor, sinólogo, professor e jurista. Mas a obra magistral que ele nos deixa não tinha sido ainda objecto de trabalho nenhum. A verdade é que ele é visto como um mestre, não só para a primeira Geração de Orfeu. Tem sido continuamente designado de mestre por poetas como Eugénio de Andrade, que também esteve em Macau. Eugénio de Andrade tem um livro muito interessante, “Pequeno Caderno do Oriente”, em que a figura central é Camilo Pessanha. Temos António Barahona, o próprio Gastão Cruz, e mais recentemente Manuel de Freitas. São poetas mais recentes e estamos sempre a encontrar um diálogo nas poesias. Muitas vezes vão buscar versos de Pessanha para compor novos poemas. Tem sido tão continuo este diálogo com a obra ao longo destes 100 anos que passaram que acho que seria uma pena deixarmos passar esta efeméride centrada numa obra fundamental e que, para muitos, é a mais importante da poesia portuguesa.

Um dos capítulos do livro é da sua autoria, e é sobre Pessanha lido hoje. Como é que Pessanha é hoje lido, além dessas referências dos poetas contemporâneos? É um autor próximo dos leitores portugueses? Não é uma poesia fácil.

Requer alguma maturidade, e talvez por isso seja um pouco marginal do ensino básico e secundário. Depois encontramos essa poesia mais facilmente na universidade. Um currículo de literatura portuguesa não deixará de incluir Pessanha, que é o representante da Escola Simbolista. Ele acaba por estar presente de uma forma discreta mas mais entre poetas, é aí que o vamos encontrar. E por isso dei o título “representar, rescrever e reconhecer um poeta”. Porque são estas três fórmulas que vamos encontrar nos exemplos que recolhi para o ensaio. “Representar” porque sendo uma figura muito lacónica, há muito pouca informação que seja absolutamente credível sobre a sua figura. Ele foi sendo representado, e essas lacunas foram sendo aproveitadas pelos próprios escritores para ficcionarem a sua figura. A verdade é que ele é personagem de romances, de novelas, como é o caso de Agustina Bessa-Luís, em “A 5ª Essência” e de Paulo José Miranda em “O Mal”. De algum modo a literatura delicia-se até com essas lacunas porque vai aproveitar tudo o que não sabe para criar por si.

Mas na poesia há uma ligação diferente.

No caso da poesia há esse diálogo inter-textual. Os poetas não precisam de o apelidar de mestre mas acabam por resgatar e revisitar alguns dos seus poemas, muitas vezes usando um ou outro verso, muitas vezes colocado em itálico, e escrevem um novo poema. Tem havido muito o outro lado da homenagem, não só com a obra que já referi, de Eugénio de Andrade, como o próprio Daniel Pires, que escreve um ensaio neste volume. Se há continuamente este tipo de impulsos, de escrever sobre ou para homenagear Pessanha, quer dizer que há muita vitalidade na sua obra, e há ainda que a pensar no final destes 100 anos, fazer um balanço.

Apesar de ser apenas uma só obra, “Clepsydra” é muito rica em análise.

Exactamente. É uma obra tão pequenina, de um autor discreto, que viveu quase como um exilado, longe da metrópole, e no entanto não o deixámos cair no esquecimento. E importa perguntar porquê, mas acho que a melhor resposta que temos é abrir a “Clepsydra” e lê-la.

Este conjunto de ensaios aborda menos o Pessanha homem, a sua personalidade e feitos além da literatura.

Não tínhamos tanto essa intenção. A nossa ideia era centrarmo-nos na “Clepsydra”, embora depois haja pontes para pensar essas questões. Por exemplo, é incontornável essa relação de Pessanha com Macau e com a China. Há um estudo de Daniel Pires que não deixa de nos trazer alguns dados novos muito importantes que não têm directamente a ver com a “Clepsydra”. Ele traz-nos com este ensaio um inventário daquilo que era a biblioteca de Pessanha que estava em Macau. Ele [Daniel Pires] nas várias viagens que foi fazendo conseguiu ir reunindo essa listagem das suas obras e sabemos que este tipo de inventários, do que é uma biblioteca de um autor, podem ter um contributo importante para a análise da obra. Outro exemplo importante é o trabalho do Ricardo Marques, que é o acesso ao que foi a crítica de Clepsydra no momento em que ela sai, nas revistas da Geração Orfeu.

Já existe uma data para a apresentação deste livro em Lisboa?

A obra acabou de sair em Portugal mas deixa-me muito feliz que acabe por ser apresentada em primeiro lugar em Macau. Ainda não temos data de apresentação em Lisboa, mas é possível que seja em Janeiro. Fico muito contente, pensando pela cabeça e coração de Pessanha, que a obra seja apresentada primeiro em Macau. Camilo Pessanha tem de facto uma comunidade de leitores muito importante em Macau. Andreia Silva – Macau in “Hoje Macau”  


 

Itália - Arqueólogos descobriram um thermopolium completo nas ruínas de Pompeia

Foi encontrado um thermopolium nas ruínas de Pompeia, a descoberta pode dar pistas preciosas sobre a alimentação da altura


Debaixo das cinzas do Vesúvio, nas ruínas da cidade romana de Pompeia, arqueólogos descobriram um antigo thermopolium, o nome em latim para bancas de venda de comida quente na rua. Dentro das concavidades circulares de terracota do termopolium, os arqueólogos encontraram vestígios de comida com quase dois mil anos, preservados pela explosão vulcânica de 79 AC.

"Esta é uma descoberta extraordinária. É a primeira vez que estamos a escavar um thermopolium inteiro", declarou Massimo Ossana, diretor do parque arqueológico de Pompeia, num vídeo divulgado pela instituição.



O achado, descoberto na secção Regio V de Pompeia, que ainda não está aberta ao público, poderá dar pistas preciosas sobre a alimentação dos romanos. Foram encontrados vestígios de carne de porco e vaca, peixe e caracóis, um "testemunho da grande variedade de produtos animais usados para preparar pratos", acrescentou Valeria Amoretti, uma das arqueólogas responsável pelas escavações.

Na fronte do thermopolium, os arqueólogos também encontraram frescos em excelentes condições, imagens com cores garridas do que se pensa ser a comida vendida no estabelecimento, incluindo desenhos de duas galinhas e um pato virados de cabeça para baixo. Os documentos da época descrevem os thermopolium como locais em que os transeuntes compravam a comida e continuavam a caminhar.

Muito mais pode estar por descobrir nas ruínas de Pompeia, onde viviam umas 13 mil pessoas antes de serem soterradas pela erupção do Vesúvio. Cerca de dois terços da cidade continuam por escavar, tendo sido declarada Património Mundial pela UNESCO, tornando-se numa das mais populares atrações turísticas italianas. In “Sol” - Portugal 




Macau – Devido à nova estirpe são reforçadas as medidas de entrada na Região

Depois do surgimento de uma nova estirpe do coronavírus no Reino Unido, as autoridades de Macau apertaram as medidas. Todas as pessoas do Interior, RAEHK e Taiwan que tenham estado fora da China estão proibidas de entrar no território. Além disso, a quarentena passa a ser de 21 dias ao invés de 14 – uma medida bem vista por alguns médicos. Outros questionam a dualidade de critérios



Macau voltou a reforçar as medidas de prevenção contra a COVID-19. Estão proibidas de entrar em Macau todas as pessoas do Interior da China, Hong Kong e Taiwan que nos 21 dias anteriores tenham estado fora da China. Além disso, os cidadãos estrangeiros que pretendam entrar na RAEM para casos excepcionais de reagrupamento familiar só o podem fazer se tiverem permanecido no Interior da China nos 21 dias anteriores à chegada a Macau – a exigência, anteriormente, era de 14 dias.

Por outro lado, a quarentena foi prolongada de 14 para 21 dias. A alteração surge em resposta à evolução da pandemia a nível mundial, concretamente devido ao aparecimento de uma nova estirpe no Reino Unido que acelera a transmissão do vírus até 70%, mas também pelo facto de terem sido detectados novos casos no mundo depois de cumpridas as duas semanas de isolamento. No caso dos residentes de Macau que tenham visitado países estrangeiros nos 21 dias anteriores à entrada no território têm de apresentar um teste negativo e submeter-se a uma observação médica de 21 dias.

A nova medida aplica-se a quem chega de todas as partes do mundo, à excepção de Taiwan, mantendo-se os 14 dias de quarentena (caso a pessoa não tenha estado na RAEHK ou em países estrangeiros). Quem vem de zonas de baixo risco do Interior da China é obrigado a apresentar um resultado negativo ao teste do ácido nucleico. Porém, se vier de zonas consideradas de alto risco epidémico, mantém-se também a quarentena de 14 dias. Chengdu, Província de Heilongjiang, Pequim e Liaoning são algumas destas zonas.

A forma como as autoridades agiram é vista com bons olhos por alguns, mas há também que não perceba os critérios. O médico Fernando Gomes disse ao Jornal Tribuna de Macau estar de acordo com o prolongamento da quarentena. “De momento, penso que foi prudente passar para os 21 dias, porque parece que a transmissibilidade se prolonga. Depois de passarmos um ano com tantos cuidados, alertas e prevenção, penso que não é excessivo ultimar essa medida”, afirmou.

Sublinhando que não tem base teórica para dizer peremptoriamente se a quarentena deve ser de 14 ou 21 dias, o médico Rui Furtado critica os critérios usados para a aplicação das medidas. “Há uma coisa que posso dizer que não entendo e que ouvi naquela célebre conferência de imprensa improvisada, que é, as pessoas que vêm das zonas de alto risco na China e de Taiwan continuam a fazer uma quarentena de 14 dias e quem vem de fora tem de fazer de 21 dias. Esta dualidade de critérios, para mim, é um bocado estranha. Não sei qual é a base em que isto foi decidido, mas não me parece que haja qualquer base que possa justificar esta medida”, apontou Rui Furtado.

Fernando Gomes, por sua vez, acredita que acontece pelo facto de na China “actualizarem diariamente as precauções e recomendações”. “Na China, as províncias já estão divididas. Por exemplo, ontem ou anteontem surgiram casos em Pequim, eles restringiram aquela zona e aquelas pessoas vão ser testadas, isoladas, acompanhadas”, explicou.

Na mesma linha, o médico Chan Iek Lap fala sobre a diferença de critérios apontando para a comunicação entre as autoridades do território e o Continente. “O mecanismo de comunicação entre Macau e o Interior da China é rápido. Desde que haja novos casos de COVID-19, o Governo da RAEM irá imediatamente anunciar novas medidas de isolamento médico”, observou. Ainda assim, diz que as visitas ao Interior da China “podem ter algum risco”.

Chan Iek Lap concorda com a extensão da quarentena para 21 dias. “É importantíssimo que Macau, quanto cidade turística, mantenha a sua segurança. É necessário assegurar a confiança das pessoas na cidade, de forma a que continue a atrair mais turistas”, frisou. O médico disse compreender as mudanças feitas pelas autoridades. “O Governo da RAEM mostrou uma atitude firme, de que não se importa com os custos na contenção do vírus. Esse é o princípio do trabalho para assegurar a saúde da população. Temos de dizer ao mundo que a pandemia está sob controlo em Macau. Não podemos estar como Hong Kong, onde a pandemia não acaba e há sempre mais infectados”, realçou.

Para Chan Iek Lap, as pessoas que pretendem entrar em Macau devem ponderar “se vale a pena”, uma vez que terão de estar 21 dias em quarentena. Indicou ainda que há registo de muitos casos de infectados por COVID-19 que, depois dos 14 dias de quarentena, voltaram a testar positivo, razão pela qual acredita que “as autoridades tiveram de avaliar muitos dados antes de anunciar as novas medidas”.

Já Rui Furtado considera que as medidas estão a ser lançadas para “mostrar serviço”. Questionado sobre se será pelo facto de Macau não ter capacidade para tratar um elevado número de doentes, caso haja um surto, o médico desvalorizou. “Como esta pandemia provou, ninguém a nível mundial tem capacidade para gerir o número de casos em quantidade e com eficiência. Numa pandemia, ninguém tem essa capacidade”, afirmou. “Acho que Macau está empenhado em manter esta bênção [dos poucos casos de SARS e COVID-19]”, acrescentou.

Durante a quarentena de 21 dias serão realizados três testes de ácido nucleico. Quem cumpriu 14 dias de quarentena e tem de fazer a autogestão de saúde está obrigado a fazer um teste ao ácido nucleico ao vigésimo dia – o código de saúde passou automaticamente para amarelo após a entrada em vigor das novas medidas.

Apanhados de surpresa

Ao Jornal Tribuna de Macau chegaram queixas de dois residentes que foram apanhados de surpresa com as novas medidas. Já se encontravam em quarentena e esperavam sair para passar o Natal com as famílias. Nos e-mails endereçados a este jornal, queixaram-se ainda de falta de condições, nomeadamente, falta de luz solar no quarto, bem como de ventilação. Além disso, alertaram para a falta de limpeza do quarto durante este período.

Quem já estava a fazer quarentena quando foi anunciada a medida que alarga o período de isolamento não vai ter de pagar os restantes dias. Uma vez que “o ajustamento não foi antecipado quando [as pessoas] foram inicialmente sujeitas à observação médica”, a Administração decidiu que residentes e não-residentes que estavam em hotéis designados “ficam isentos do pagamento dos custos relativos ao período entre o 15º e 21º dias”. No caso das pessoas que estavam em hotéis escolhidos por si, caso pretendam usufruir da isenção de pagamento, terão de mudar de hotel, caso contrário, as despesas ficam a seu cargo.

Depois de Macau aplicar as novas medidas, também Hong Kong optou por aumentar os dias de quarentena, justificando com o surgimento das novas estirpes do coronavírus.

Entretanto, já se encontra a decorrer o 25º plano de fornecimento de máscaras até dia 26 de Janeiro. Cada pessoa pode comprar 30 máscaras com um custo de 24 patacas.

Morada obrigatória no Código de Saúde

A partir de 7 de Janeiro será obrigatório declarar a informação de morada no Código de Saúde, caso contrário este não será gerado. O objectivo é articular esta medida com o plano de controlo e prevenção da epidemia por zonas e categorias.

Estudantes no Reino Unido pedem ajuda

Um grupo de estudantes de Macau em Inglaterra apelou ao Governo da RAEM para coordenar um voo fretado e abrir um corredor especial com Hong Kong para os ajudar a regressar, face à evolução da pandemia no mundo e ao aparecimento da nova estirpe do coronavírus no Reino Unido. Porém, Iu Man Cheng, chefe do Departamento da Comunicação e Relações Externas substituta dos Serviços de Turismo, disse que Hong Kong já limitou a chegada dos voos da Inglaterra e Macau não tem condições para iniciar um plano para o regresso dos alunos que estudam fora. Segundo dados oficiais, cerca de 1139 estudam em Inglaterra. Catarina Pereira e Viviana Chan – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

domingo, 27 de dezembro de 2020

São Tomé e Príncipe - Interessado em integrar a região da Macaronésia

 

Funchal – O arquipélago de São Tomé e Príncipe manifestou o interesse de vir a integrar o grupo de Estados e Regiões da Macaronésia.

Este interesse esteve sobre a mesa num encontro realizado na última sexta-feira na cidade de Funchal (capital da região autónoma da Madeira), entre o ministro São-tomense do Turismo e Cultura, Aerton do Rosário e Miguel Albuquerque, presidente do Governo da Ilha da Madeira.

O interesse de São Tomé e Príncipe em solicitar a sua adesão a região de Macaronésia prende-se essencialmente com perspectivas de impulsionar o turismo nesse espaço onde afiguram-se alguns arquipélagos com características comuns nomeadamente, Cabo Verde, Ilhas Canárias (região autónoma da Espanha), Açores, Madeira e as Ilhas Selvagens (todas pertencentes a Portugal).

Ficou assente no encontro entre as duas individualidades que a integração de São Tomé e Príncipe nesse espaço, estará dependente da luz verde dos membros da Macaronésia, ao qual deverá passar por um período com o estatuto de observador.

Aerton do Rosário que acaba de concluir uma visita de cinco dias a Madeira discutiu também com a parte madeirense, oportunidade de formação de quadros São-tomenses em áreas como a museologia, turismo e hotelaria, ao qual ficou plasmado num Acordo subscrito pelas partes.

Ainda na Madeira, o governante avistou-se com mais de quatro dezenas de estudantes São-Tomenses que nesta parcela de território luso fazem a formação em diversas especialidades de turismo e hotelaria. Manuel Dênde – São Tomé e Príncipe in “STP Press”


Angolanos e São-tomenses podem circular mutuamente para os dois países sem vistos em passaportes

 


São Tomé – O Governo da República de Angola e o Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe assinaram na passada segunda-feira, 21 em Luanda, Angola um Acordo sobre Isenção Recíproca de Vistos em Passaportes Diplomáticos, de Serviço e Ordinários, soube a STP-Press de fonte diplomática.

A cerimónia teve lugar no edifício sede do MIREX, (à Mutamba) em Luanda, após um encontro de trabalho entre as delegações de alto nível dos dois países no âmbito da visita a Angola da ministra são-tomense dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Edite dos Ramos da Costa Ten Jua, iniciada domingo, dia 20.

O referido instrumento jurídico foi assinado pelo Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Téte António (por Angola) e pela Ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Edite Jua.

A chefe da diplomacia são-tomense, que esteve em Luanda até ao dia 23 do mês em curso, foi portadora de uma mensagem do Presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe, Evaristo do Espírito Santo Carvalho, para o Estadista angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço.

Durante a sua estada em Angola, a Ministra Edite Jua teve ainda encontros de trabalho e de cortesia com distintas entidades do sector político, económico e social do Estado angolano e do seu país.

Angola e São Tomé e Príncipe mantêm relações fraternas, de amizade e cooperação político-diplomática há mais de 40 anos e esse acordo de isenção recíproca de vistos em três categorias de passaportes vem fortalecer ainda mais os laços. In “STP Press” – São Tomé e Príncipe


Cabo Verde - Cremilda Medina divulgou o single “Amá Sem Mêde”

 


Cidade da Praia - A cantora cabo-verdiana Cremilda Medina desejou hoje boas festas para todos os cabo-verdianos através do tema “Recordai”, uma composição de Teófilo Chantre.

A menos de uma semana do lançamento do seu novo trabalho, Cremilda Medina, que divulgou no dia 16 o single “Amá Sem Mêde”, que irá compor o seu álbum, resolveu agora gravar o tema “Recordai” para presentear os cabo-verdianos.

“Este ano, devido a tudo o que tem acontecido, senti uma vontade especial de dar Boas Festas pa tud gente” (de dar boas festas para toda a gente), para de certa forma tentar confortar um pouco mais os corações deste nosso Cabo Verde, que tanto tem sofrido com esta pandemia”, explicou Cremilda Medina, numa nota de imprensa.

“Recordai”, revelou, é um dos temas que todos os anos faz parte da sua ‘playlist’ no Natal e Passagem de Ano, por isso este ano decidiu, juntamente com Palinh Vieira, marcar este momento de uma forma mais especial ao gravarem este tema de uma “forma simples, mas muito sentida”, adianta o documento.

Cremilda Medina nasceu e cresceu na ilha do Monte Cara, São Vicente, e desde criança que a música faz parte da sua vida.

Aos nove anos, brilhou na gala dos Pequenos Cantores em São Vicente e com 14 entrou no grupo musical juvenil “Rytmos”, que animou festas e acontecimentos sociais na ilha.

Aos 19 anos, Cremilda passou a fazer parte da banda musical “Noites de Mindelo”.

Mas o seu nome passa a ser conhecido do grande público quando se tornou numa das finalistas do concurso “Talentu Strela”, um programa e espectáculo televisivo de procura de novos talentos.

Cremilda venceu também o prémio Melhor Intérprete Feminina na gala “Mindel Prémio”, em 2011.

Em 2013, foi nomeada para melhor intérprete individual feminina na gala “Mindel Awards” em São Vicente.

Em Dezembro de 2014, fez a sua estreia internacional num concerto em Portugal com um auditório completamente cheio, onde centenas de pessoas aplaudiram de pé a sua actuação.

Tendo como principais referências a cantora Cesária Évora e os cantores Bana, Ildo Lobo, Morgadinho e Paulino Vieira, Cremilda empenha-se na assunção de uma carreira musical assente na tradição e valorização dos estilos tradicionais cabo-verdianos, tendo lançado em Outubro de 2016 o seu primeiro single, a morna “Raio de Sol”, em homenagem à sua avó “Bia”.

Em 2017, recebeu a sua primeira nomeação internacional, nos International Portuguese Music Awards (IPMA) para “Music Video of the Year” nos Estados Unidos da América com o single “Raio de Sol”.

Com o mesmo single, recebeu também em 2017 a nomeação nos Cabo Verde Music Awards (CVMA) para a categoria de “Melhor Morna” e “Melhor Videoclip” e vence o SAPO Award CVMA 2017 “Artista mais popular na internet”.

Em Novembro do mesmo ano, editou o seu primeiro disco de nome “Folclore”, onde explora os ritmos tradicionais, em especial a morna e a coladeira, mas onde também se aventura pelo fado.

Cremilda Medina já partilhou o palco com grandes nomes da música de Cabo Verde, como Diva Barros, Titina Rodrigues, Boy Gê Mendes, Grace Évora, Michel Montrond, Neuza Pina, Mirri Lobo, Boss AC, e internacionais como o cantor brasileiro Diogo Nogueira, o angolano Heavy C e a cantora Shaudeh Price. In “Inforpress” – Cabo Verde