Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 30 de abril de 2023

Brasil - A megaestrada que ligará o país ao Chile cruzando o ‘inferno verde’ no Paraguai

“É um novo Canal do Panamá”. É assim que Egon Neufeld descreve o corredor bioceânico, um gigantesco projeto de infraestrutura que tentará ligar a costa do Oceano Pacífico no Chile com a costa atlântica no Brasil

Neufeld, um rico proprietário de vastas terras no Paraguai, diz que a rodovia – que terá cerca de 2200 quilómetros e cortará Argentina, Brasil, Chile e Paraguai – facilitará a vida dos fazendeiros e camponeses da região no transporte de gado e na exportação de produtos de exportação aos portos que estão no Atlântico e no Pacífico.

Os governos de cada um dos países envolvidos no projeto manifestaram apoio, mas o presidente paraguaio, Mario Abdo, foi um de seus principais impulsores. Cada país tem a responsabilidade de cumprir alguns trechos e prazos, porém não está claro qual é o prazo final para a conclusão do projeto.

Cerca de 525 quilómetros dessa nova rodovia passam pela região conhecida como Gran Chaco, uma das principais reservas ambientais do país, povoada por cerrados e zonas húmidas.

É o lar de onças, onças-pardas, tamanduás e milhares de espécies de plantas, um dos lugares de maior biodiversidade do planeta. Estima-se que a rodovia terá cerca de 2200 quilómetros de extensão e o custo aproximado do investimento total é de US$ 10 mil milhões. In “Milénio Stadium” – Canadá com “G1”

Luxemburgo - Dia da Língua Portuguesa comemorado com música lusófona

A 5 de maio de 2023, por ocasião da celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, proclamado pela UNESCO, o Centro Cultural Português Camões no Luxemburgo, em colaboração com a Embaixada de Portugal e a Embaixada de Cabo Verde, realiza um concerto de música lusófona


O concerto conta com a participação de músicos oriundos de países de língua oficial portuguesa residentes no Luxemburgo.

Let’z Bossa (Brasil), Kasy Rodrigues & Dany Delgado (Cabo Verde), Iragrett Tavares (Guiné-Bissau), TyCee (Moçambique) e o Trio de Cristina Godinho (Portugal) apresentarão, no Dia Mundial da Língua Portuguesa, um repertório exclusivamente lusófono.

O recital terá lugar no Camões – Centro Cultural Português, às 19h00, e a entrada é livre.

Dado o número limitado de lugares disponíveis, solicita-se reserva para o seguinte email: ccp-luxemburgo@camoes.mne.pt


Sonho


 







Vamos aprender português, cantando

 

Sonho

 

Se isto foi um sonho então leva-me embora

olho para o relógio vejo passar as horas

o que é que tu fizeste, não quero acordar agora

levaste-me nas tuas asas, não quero ir embora

 

Tu dás-me paz com a tua presença

tu és muito mais do que aparentas

vieste e ficaste-me na cabeça

pra impedir que um dia eu te esqueça

 

Quando ela está comigo vai embora a pain

se a pain é tão real por que é que foi embora

por que é que tu fazes comigo isso agora

e eu que pensava que não ia ter mais volta, volta

nunca te esqueci

então volta, volta

sem ti não faz sentido

 

Se isto foi um sonho então leva-me embora

olho para o relógio vejo passar as horas

o que é que tu fizeste-me, não quero acordar agora

levaste-me nas tuas asas, não quero ir embora

 

Eu sei que o tempo não perdoa

e que a saudade não surgiu à toa

dizias que se sonhas também voas,

mesmo que este desamparo doa

 

Ficam as canções e as cartas antigas

não me quero esquecer, nem quero que o consigas

não sei escrever direito, nem por linhas tortas

acorda-me agora, eu sinto tudo às voltas, volta

e se me perdi?

Amor, volta, volta

sem ti não faz sentido

 

Eu não sei o que posso dizer,

pra que tu nunca temas

esses problemas

 

Se isto foi um sonho então leva-me embora

olho para o relógio vejo passar as horas

o que é que tu fizeste-me, não quero acordar agora

levaste-me nas tuas asas, não quero ir embora

 

Pensamentos leves na cabeça

não passam, também não quero que passem mais

porque eu sei que dás-me paz

 

Se isto foi um sonho então leva-me embora

olho para o relógio vejo passar as horas

e o que é que tu fizeste-me, não quero acordar agora

levaste-me nas tuas asas, não quero ir embora

 

Margarida e Tomás – Portugal

 

Composição;

Margarida Anjos – Portugal

Tomás Machado – Portugal

Salo - Portugal


sábado, 29 de abril de 2023

Galiza - Goretti Sanmartín compromete-se a incluir música, teatro e cinema em português na programaçom festiva e cultural de Compostela


Dentro da campanha da AGAL para levar a proposta de 10 medidas para achegar-se ao português desde as câmaras municipais, este é o terceiro encontro de Eduardo Maragoto com candidaturas políticas para as próximas eleições municipais, depois de ter falado já com o alcalde de Outes e com a candidata de Compostela Aberta.

O BNG com a presença da deputada Mercedes Queixas e da porta-voz municipal de Santiago, Goretti Sanmartín, mantiveram um encontro com Eduardo Maragoto, presidente da AGAL, para valorizar as propostas para terem em conta e promocionar o português nos concelhos. Assim, Goretti Sanmartín comprometeu-se a incluir música, teatro e cinema em português na programaçom festiva e cultural de Santiago de Compostela.

Em concreto, considera que em Compostela as propostas da AGAL que se estabelecem para âmbitos como o institucional, turismo, cultura e língua som pertinentes, mesmo algumhas delas nom tenhem custo económico e som de vontade, “simplesmente há que contar com o português como língua de relaçom com as instituições, disponibilizar as páginas web do Concelho também em língua portuguesa, realizar encontros com instituições lusófonas análogas, medidas com as que concordamos e incorporaremos ao programa do BNG para estas eleições municipais”.

“Também queremos ampliar a convocatória para os prémios literários organizados polo Concelho de Santiago à língua portuguesa e impulsionar um plano diretor de língua que potencie, entre outros idiomas, o português tendo em conta o que significa o Eixo Atlántico nas relações culturais e comerciais; ademais de que se adquiram livros em língua portuguesa para as bibliotecas municipais.” In “Portal Galego da Língua” - Galiza


 

Brasil - Museu da Língua Portuguesa celebra a potência da música e idioma no Dia Internacional da Língua 2023

Chico César, Djaimilia Pereira de Almeida, Lirinha, KL Jay e Samba da Vela estão entre os convidados. Cantos indígenas, lusofonia, música caipira, funk, rap, embolada, coco e MPB estão presentes na programação, toda gratuita, que vai ocupar vários espaços do Museu nos dias 5 e 6 de maio


O Museu da Língua Portuguesa promove uma celebração à potência e à diversidade da música brasileira no contexto do Dia Internacional da Língua Portuguesa 2023, comemorado em 5 de maio, com uma série de atividades nos dias 5 e 6 em diversos espaços do Museu. O tema principal do evento será Língua e Canção, que permeia boa parte da programação da instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo neste ano. Todas as ações, assim como a entrada ao Museu, serão gratuitas nesses dois dias.

Com curadoria do historiador e músico Cacá Machado, o Dia Internacional da Língua Portuguesa 2023 vai abordar a variedade da língua portuguesa e do cancioneiro do país, que se manifesta por meio de diferentes gêneros musicais. Pois, se tem uma gente, um povo, que se revela por meio da música, é o brasileiro.

“O Dia da Língua do Museu da Língua Portuguesa se organizará em dois eixos temáticos/poéticos: ‘Cio da terra: sonoridades da língua e da canção’ e ‘Máquina de ritmo: a misturada geral sob o signo do suingue’. O ‘Cio da terra’ abarca a vocação da língua portuguesa (e brasileira em particular) em transformar tudo em canção: religião, trabalho, jogos, afetos. Tradição oral do litoral e do sertão. Tradição lírica. Cantos vindos pelo mar: Portugal, África, Brasil. Nossos cantos das terras. Já o ‘Máquina de ritmo’ é o reconhecimento do ritmo brasileiro (importado, recriado e exportado) como força motriz de uma tradição poderosa de dicção da língua e da canção brasileira. Do samba ao rap, passando pelo coco, pela embolada, pelo funk e outros sacolejos”, afirma Machado.

Na programação, a MPB se fará presente em um show de voz e violão de Chico César. A influência africana no português e a lusofonia aparecem em conversa entre o sociólogo brasileiro Mário Medeiros, a professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo Rita Chaves e a escritora portuguesa Djaimilia Pereira de Almeida, que, virtualmente, lerá trechos de seus romances.

A atriz Luah Guimarães, a percussionista Victória dos Santos, o diretor Vadim Nikitin e o compositor e curador da programação, Cacá Machado, farão uma performance remixando literatura e canções da língua portuguesa. Já o tradicional Samba da Vela aporta no Saguão Central da Estação da Luz.

A música caipira também é lembrada em trabalho de Suzana Salles e Lenine Santos, que recebem o instrumentista Webster Santos. O funk é destaque na participação de Meno del Picchia, MC Lanzinho, MC Tizzi e Batata Boy. Ritmos originários do Norte e Nordeste do país, como coco, ganham espaço com Caçapa, Lirinha e os cantadores de embolada Antônio Caju e Rouxinol Pereira. Contos e cantos indígenas estarão em performance com Denilson Baniwa, Lilly Baniwa e Andrea Duarte.

Para fechar a programação, Xis e KL Jay realizam o Papo da Quebrada, uma aula-show em que falarão sobre o rap com uma discotecagem ao vivo. A mediação será da jornalista Gisele Coutinho.

Enquanto essas atividades estiverem acontecendo, será exibido, em looping, no miniauditório do Museu, o documentário “Nelson Cavaquinho” (1969), dirigido por Leon Hirszman.

“Pensei a programação em três camadas. Uma primeira são as rodas de conversas, que chamamos aqui de ‘Conversas de botequim’. Serão dois encontros, um sobre a língua portuguesa viva na literatura negra contemporânea (Portugal-África-Brasil) e outro sobre a língua brasileira nordestina. Outra camada são os shows: da música caipira ao funk de São Paulo, passando pelo rap e emboladas. Por fim, duas performances acontecerão junto ao público do Museu, trazendo as línguas dos povos originários e um remix da literatura e de canções da língua portuguesa. Enfim, o público terá uma ampla amostra da língua portuguesa contemporânea”, finaliza o curador. In “Museu da Língua Portuguesa” - Brasil

Mais informações aqui

Cabo Verde – Lura apresenta o seu novo single “Si Si”

Lisboa – A artista cabo-verdiana, residente em Portugal, Lura lançou o seu novo ‘single’ denominado “Si Si”, que narra uma história de amor, de encontros e desencontros, disponibilizados em todas as plataformas digitais.

“O tema conta com produção do Agir, que tem sido um verdadeiro mágico na arte de dar forma às minhas canções”, disse Lura na sua página oficial nas redes sociais.

O tema já vem com um videoclipe que está disponível no YouTube e conta com uma coreografia da bailarina Solange Dias.

A 11 de Maio, Lura irá actuar no mítico Olympia a convite da Helen Keller Europe, uma associação francesa que combate a cegueira evitável e a desnutrição em mais de 20 países. In “Inforpress” – Cabo Verde

 

Cabo Verde - “Nha Love”, novo single de Djodje disponível em todas as plataformas digitais

O músico cabo-verdiano residente em Portugal Djodje tem um novo ‘single’ no mercado, denominado “Nha Love” e já está disponível em todas as plataformas digitais

“Minha família é com alegria que vos digo que o meu novo single já está disponível no YouTube”, anunciou o próprio artista, através da na sua página oficial nas redes sociais.

Djodje sublinhou ainda que esse trabalho “é mais do que especial”, porque considera que foram fãs que decidiram e o fizeram lançar a música que “já é um sucesso”.

“Agora a música é nossa e conto com vocês para ouvirem, dançarem, cantarem e partilharem muito com o mundo! Obrigado”, finalizou.

Em Outubro de 2022, Djodje lançou, em colaboração com o artista luso-cabo-verdiano Dino D’Santiago, o ‘single’ intitulado “Lá fora”.

Neste momento, Djodje é um dos artistas mais nomeado na XII edição dos Cabo Verde Music Awards (CVMA) 2023, com quatro nomeações, cuja gala para divulgação dos premiados acontece no dia 03 de Junho, na ilha do Sal.

As categorias em que o artista está nomeado são Música do Ano, Melhor Videoclipe e Melhor Intérprete Masculino, todas com a música “Avé”, e para Melhor Artista em palco. In “Balai Cabo Verde” – Cabo Verde


sexta-feira, 28 de abril de 2023

Macau - Plataforma do Instituto Português do Oriente integra rede de ensino no estrangeiro

A plataforma “Ler em Rede”, desenvolvida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) em conjunto com o Instituto Camões, foi integrada no projecto de Digitalização do Ensino Português no Estrangeiro (EPE).


O projecto “tem como objectivo qualificar a rede de Ensino Português no Estrangeiro, através da disponibilização de equipamentos a todos os alunos/alunas e professores/professoras, para utilização de plataformas digitais de conteúdos de língua e cultura portuguesa”.

Segundo o IPOR, a “Ler em Rede” pretende ser “uma ferramenta para proporcionar a todos os jovens que aprendem português no âmbito da rede EPE a possibilidade de desenvolverem reforçar as suas competências através de experiências pedagógicas de qualidade, diversificadas, atrativas e criativas, alinhadas com os referenciais para o ensino de Português nas modalidades compreendidas no EPE”.

A plataforma encontra-se organizada em três níveis etários e apresenta um percurso formativo composto por 60 unidades didáticas por cada nível, incorporando “recursos tecnológicos inovadores” que visam promover uma aprendizagem que, centrada nas competências de leitura, faça igualmente apelo a outras competências ao nível da compreensão do oral e do escrito uma aprendizagem, indica o IPOR em comunicado.

A sessão de lançamento decorreu na Alemanha e contou, entre outros, com a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.

Após dois anos de trabalho colaborativo entre o IPOR, o Camões e as Coordenações de Ensino da Rede, com o apoio da equipa de desenvolvimento OMNI, Lda, a plataforma “Ler em Rede” apresenta ainda a possibilidade de incorporação de “novas dinâmicas e funcionalidades”.

Desenhada para permitir percurso de autoaprendizagem, a plataforma pode também ser utilizada em contexto de sala de aula, como um recurso adicional à disposição dos docentes.

O projecto Digitalização EPE, beneficia cerca de 22000 alunos da rede de cursos extracurriculares promovidos pelo Camões em Espanha, Andorra, França, Reino Unido, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos e África do Sul, bem como na Austrália, Canadá, EUA e Venezuela. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


Cabo Verde - Romance “Tudo por Amor” vence Prémio Literário/Científico Dr. Henrique Teixeira de Sousa lançado pela Câmara Municipal de São Filipe


São Filipe – O romance “Tudo por Amor”, de Isaquiel Pina Barbosa Lobo, cujo pseudónimo é I.P. Lobo, foi o vencedor da primeira edição do Prémio Literário/Científico Dr. Henrique Teixeira de Sousa, lançado pela Câmara Municipal de São Filipe.

O anúncio do vencedor da primeira edição do prémio literário-científico Dr. Teixeira de Sousa aconteceu no salão nobre da câmara de São Filipe, numa cerimónia presidida pelo edil Nuías Silva, acto que coincidiu com o lançamento da Revista Iniciativa, sobre a ilha do Fogo.

Ao todo foram avaliados pelo júri do concurso três trabalhos que, segundo o presidente da câmara, são trabalhos inéditos e que preenchiam todos os requisitos constantes do regulamento do concurso divulgado em Novembro do ano passado, no quadro da Semana d´Arte.

Para além do romance “Tudo pelo amor”, de Isaquiel Pina Barbosa Lobo, professor na escola secundária Pedro Verona Pires, outros dois trabalhos foram avaliados pelo júri, o romance “Dacabalaio”, de Pablo Honório, e UCCLA II, de John de Deus.

Para Nuías Silva, o facto de terem sido avaliados três trabalhos não se pode considerar o prémio literário-científico Dr. Teixeira de Sousa um fracasso, lembrado que são obras inéditas, acrescentando que o importante é traduzir uma maior divulgação do território e cativar nos próximos anos mais pessoas, porque além de literário pode ser também trabalhos científicos.

O autarca avançou que no próximo mês de Julho, no quadro da semana da cidade, que decorre de 05 a 12, a edilidade irá lançar a segunda edição do prémio literário Pedro Monteiro Cardoso e, no mês de Novembro, na Semana d´Arte, a segunda edição do prêmio literário-científico Dr. Henrique Teixeira de Sousa, para resgatar e preservar a cultura e promover o desenvolvimento do território municipal.

O vencedor da primeira edição do prémio literário-científico Dr. Henrique Teixeira de Sousa receberá o valor de 200 mil escudos.

Com a relação à Revista Iniciativa sobre a ilha do Fogo, Nuías Silva explicou que a câmara decidiu cofinanciar a sua edição, porque o objectivo é divulgar a ilha e a sua equipa prometeu transformar São Filipe numa região competitiva, atractiva e prazerosa para se viver, visitar e amar.

“Se queremos tornar São Filipe num pivô regional importante, não só para a região Fogo/Brava, mas para o país, é preciso divulgar as oportunidades e as potencialidades da ilha para que os interessados possam ter mais informações e interessar-se em conhecer a região e deslocar-se e fazer os seus investimentos”, advogou Nuías Silva.

Segundo o autarca, a câmara de São Filipe está “fortemente apostada” na promoção da região territorial Fogo/Brava a partir da capital que é a cidade de São Filipe, observando que a visão não é redutora ao território municipal onde exerce as suas competências, mas quer, em articulação com os outros presidentes, que as acções possam ser sempre convergentes na plataforma regional que se quer para desenvolver da ilha ações e a região.

Para Nuías Silva, a ilha do Fogo deve ser vista como uma região produtora e abastecedora do mercado e para que isso aconteça é necessário atrair investimentos nos sectores da produção, das cadeias logísticas de abastecimento, de transformação agroalimentar, pesca, turismo ligado à natureza, assim como a cultura e a tradição.

Por estas e outras razões, explicou, é que a câmara abraçou a ideia da produção de uma iniciativa totalmente dedicada à ilha do Fogo. In “Inforpress” – Cabo Verde


 

Portugal – Cidade de Pombal promove literatura infantojuvenil lusófona

Difundir e promover a literatura para a infância e juventude, os escritores, ilustradores e editores, projetando-os nos territórios da CPLP são objetivos do Observatório de Leitura, criado em Pombal, no distrito de Leiria

O projeto surge no contexto do Encontro de Literatura Infantojuvenil Caminhos de Leitura, cuja 20.ª edição decorre entre os dias 22 e 24 de junho, em Pombal, onde serão entregues os primeiros prémios selecionados pelos dez especialistas que fazem parte do Observatório, avança o município.

“Sentimos necessidade de deixar uma marca mais científica no território, através do encontro que realizamos”, explicou à agência Lusa Sónia Fernandes, chefe da Unidade de Cultura da Câmara Municipal de Pombal, a propósito da ação da nova estrutura criada.

O Observatório de Literatura é inspirado no Instituto Interdisciplinar de Leitura da PUC-Rio – iiLer/Cátedra UNESCO de Leitura PUC-Rio, do Brasil, com o qual foi firmada uma parceria.

“A ideia era muito interessante para desenvolver cá e foi amadurecendo desde a 18.ª edição”, explica a responsável. Agora que o encontro Caminhos de Leitura parte para o 20.º ano, torna-se uma realidade, atribuindo quatro selos distintivos às melhores edições do ano e fomentando “a investigação com suporte científico”.

A intenção é investir no estudo e na partilha, para “aprofundar mais as questões” relacionadas com a literatura infantojuvenil.

Por outro lado, o acordo entre o Observatório de Literatura e o instituto brasileiro representa “uma porta muito grande que se abre para as editoras e autores nacionais”.

“A ponte que se cria com este projeto vai permitir levar escritores e editoras portuguesas para o Brasil, permitindo o melhor acesso àquele mercado, e o contrário também se vai verificar”, explica a responsável da Unidade de Cultura do município de Pombal.

A partir de Pombal espera-se aproximar Portugal e Brasil nesta área da literatura, assim como outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“Até aqui tem sido muito difícil fazer chegar o livro infantojuvenil lá. Sentimos necessidade de conhecer mais, conhecer outros autores”, bem como agilizar canais de comunicação.

“A literatura no Brasil e a nossa estão muito relacionadas. A base é muito idêntica, mas não conseguimos ter livros. Mandar vir – ou enviar – livros é arriscado, porque ou não chegam ou ficam muito mais caros”, devido a custos de alfândega.

O novo projeto traz também uma lufada de ar fresco aos Caminhos de Leitura que, de braço dado como Observatório, vão acontecer renovados este ano. “Queremos novos horizontes, explorando novos temas, mantendo a nossa forma de estar e de receber”, procurando “outra divulgação que, até ao momento, não temos tido”, conclui a responsável. 

Neste primeiro ano, o Observatório de Leitura recebeu na totalidade 61 títulos de 24 editoras e edições de autor. “Acreditamos que para o ano vamos ter muito mais editoras a querer participar e muitos mais títulos a concurso”.

A essas edições foi atribuído o selo Caminhos de Leitura em quatro categorias: dez prémios “Distinção” aos “dez melhores livros do ano”; 20 prémios “Seleção”, para “livros que não podem faltar em qualquer biblioteca”; um selo “António Torrado – Menção honrosa”, para o livro que se destaca em todas as categorias; e ainda selo Brasil, “livros da distinção do Selo Cátedra 10 – Cátedra da UNESCO para a Leitura da PUC-Rio”.

Os premiados para as três primeiras categorias estão já anunciados, com “Caras”, de João Pedro Mésseder (texto) e Inês Oliveira (ilustração), uma edição da Xerefé Edições, a receber o selo “António Torrado – Menção honrosa”, de destaque em todas as categorias.

Os prémios são entregues em Pombal, em cerimónia a realizar no dia 23 de junho, no âmbito do 20.º Caminhos de Leitura. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Olivença vai celebrar o Dia da Língua Portuguesa


Numa organização conjunta entre a cidade de Olivença e a UCCLA, terá lugar no dia 5 de maio, a celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, com um vasto programa de eventos institucionais e culturais, no Convento de São João de Deus e Castelo de Olivença.

Programa

Texto do Secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho:

Comemoração do Dia Mundial da Língua em Olivença

Como é do domínio público, no próximo dia 5 de maio comemora-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Tendo presente a importância da data, o facto da língua portuguesa ser das mais faladas no mundo, de milhares de oliventinos com ascendência portuguesa terem dupla nacionalidade, e de referências identitárias portuguesas estarem bem presentes no património imobiliário histórico, o município de Olivença entendeu promover, pela primeira vez em parceria com a UCCLA, uma iniciativa com um vasto programa que se anexa dada a sua relevância.




 

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Macau - Banco Nacional Ultramarino “é para ficar, pelo menos, mais 120 anos"

A afirmação partiu do presidente do Conselho de Administração do BNU, que está de visita a Macau onde assistiu à cerimónia de reabertura da renovada agência sede do banco de matriz portuguesa. José João Guilherme revelou que é esse o desejo da casa-mãe, a Caixa Geral de Depósitos, instituição cujo capital social do BNU pertence na totalidade


O presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional Ultramarino (BNU) desejou, numa breve declaração aos jornalistas, que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) enquanto accionista único do BNU em Macau “continua apostada em estar, pelo menos, mais 120 anos em Macau”. A afirmação de José João Guilherme foi feita à margem da cerimónia de reabertura da renovada agência sede, que sofreu, nos últimos meses, obras de melhoria.

Também no final da cerimónia, o presidente da Comissão Executiva do BNU admitiu à comunicação social que existem fortes possibilidades de empresas portuguesas investirem na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, na sequência da recente visita do Chefe do Executivo da RAEM, Ho Iat Seng, a Portugal.

Carlos Cid Álvares classificou a visita como “muito positiva” e, à semelhança do que disse José João Guilherme, revelou que “a CGD dá grande apoio à continuidade da actividade bancária do BNU em Macau”, ao mesmo tempo que considera que a economia local, em rumo pós-Covid-19, “está a dar sinais de recuperação”, apesar de admitir que essa recuperação não se consegue ver de um dia para o outro. “O aumento de turistas nas ruas de Macau acaba por reflectir-se na confiança das pessoas.”

A renovação da agência esteve a cargo de uma equipa de projecto liderada pela OBS-Arquitectos em colaboração com a Impromptu Projects, a quem se juntou a Tecproeng Macau como consultores de sistemas eletromecânicos e eléctricos, sistemas de segurança contra incêndios e HVAC sistemas, Resonance Engineering Consultancy Ltd para sistemas de comunicação e equipamentos audiovisuais, CHUBB para sistemas de segurança, CESL Asia na gestão de projectos e Ng Kam Kee Constructions para a execução.

Durante a cerimónia de abertura, o presidente da Comissão Executiva do BNU, Carlos Cid Álvares, explicou que o conceito por detrás da proposta de design de interiores “é inspirado no emblemático isotipo do BNU, a icónica caravela, que representa o espírito aventureiro português e uma abordagem multicultural”. “Da mesma forma que, em 1997, a ampliação da sede se materializou com uma pegada moderna utilizando o revestimento de vidro no topo do prédio colonial existente, esta renovação do interior da agência que aqui vemos hoje mantém a herança simbólica, transformando-a na base estrutural da própria caravela. Os tradicionais cascos de madeira, são modernizados com perfis brancos que unem todo o design do lobby, e que permitem ter um espaço dinâmico e que transmite a sensação de mobilidade e evolução nos tempos modernos. Como a era digital é composta por fibra óptica e rede sem fio para conectar o mundo, os materiais foram escolhidos propositadamente para proporcionar aos nossos visitantes uma sensação de leveza, utilizando a identidade da marca BNU, o branco e o azul ultramarino”, disse o responsável.

Com 120 anos de história ao serviço de Macau e da comunidade, o BNU “pauta-se por uma estratégia de proximidade e de foco no cliente, na qual a modernização e inovação dos serviços desempenham um papel crucial”. “Com este propósito, o BNU renovou a sua agência sede e tem o prazer de trazer aos cidadãos de Macau um novo espaço, com uma disposição moderna e funcional, que, aliado ao profissionalismo e conhecimento da equipa do BNU, irá certamente proporcionar a melhor experiência bancária”, disse Cid Álvares durante o seu discurso na cerimónia de reabertura, sublinhando que “a fachada histórica integra agora com um interior moderno, resultando numa verdadeira simbiose entre o passado e o futuro, e que procura acompanhar as tendências de design da era digital”. Gonçalo Pinheiro - Macau in “Ponto Final”


Timor-Leste - Empresas indonésias com contrato de 79 milhões de dólares para obras no Aeroporto de Díli

O Governo timorense aprovou contratos no valor de quase 79 milhões de dólares com empresas indonésias para a conceção e construção da pista, ‘taxyway’, torre de controlo e parqueamento de aeronaves no Aeroporto de Díli, foi anunciado


Os dois contratos de aprovisionamento, um no valor de 72,5 milhões de dólares (65,6 milhões de euros) e outro no valor de 6,25 milhões de dólares (5,65 milhões de euros) foram aprovados numa deliberação do Conselho de Ministros, a que a Lusa teve acesso.

A deliberação adjudica o maior contrato, de conceção e construção da pista, ‘taxyway’, torre de controlo e zona de parqueamento de aeronaves do Aeroporto Internacional Presidente Nicolau Lobato (AIPNL) à empresa indonésia PT. Waskita Karya (Persero) Tbk.

O serviço de gestão do projecto de desenvolvimento do aeroporto foi adjudicado, por seu lado, a um consórcio das empresas indonésias PT. Amythas e PT Meinhardt EPCM Indonesia.

Na deliberação explica-se que a concessão dos contratos surgiu depois de concursos públicos internacionais, com três propostas apresentadas para o maior projeto e cinco para o segundo.

O projecto de ampliação e construção no AIPNL seguirá “um modelo híbrido de PPP [parceria público-privada], dada a natureza do mecanismo de financiamento que envolve múltiplas fontes de financiamento, como empréstimos, subvenções e o Orçamento do Estado”. “A complexidade deste mecanismo de financiamento exige uma melhor coordenação entre os doadores, a fim de evitar o desperdício de recursos e a duplicação de trabalho”, destacou o ministro das Finanças, Rui Gomes.

Para a primeira fase do projeto, Timor-Leste assinou um empréstimo de 135 milhões de dólares (126 milhões de euros) do Banco Asiático de Desenvolvimento. O Governo australiano, por seu lado, assinou um acordo de financiamento no valor global de 73,4 milhões de dólares norte-americanos (69,6 milhões de euros) para obras no Aeroporto de Díli.

Esse acordo com Camberra engloba uma contribuição financeira da Austrália a Timor-Leste, no valor de 28,3 milhões de dólares (26,8 milhões de euros), e a contratação de um empréstimo no valor de 45 milhões de dólares (42,7 milhões de euros), com um período de maturidade de 25 anos.

O apoio australiano destina-se, especialmente, ao desenho técnico, ao aprovisionamento e à construção de várias estruturas necessárias para as operações aeroportuárias, bem como assistência técnica para a aplicação do projeto.

Para o projecto foi ainda concretizado um apoio de cerca de 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) da agência de cooperação japonesa JICA, para a construção do novo terminal aeroportuário.

O Governo de Timor-Leste injetará 17,5 milhões de dólares (16 milhões de euros) para cofinanciar algumas atividades, incluindo compensações às famílias afetadas pelo projeto, serviços de consultoria e obras de demolição, entre outras.

Rui Gomes considerou que este é um “projecto de elevado impacto que irá tocar diretamente e mudar muitas vidas deste pequeno estado insular e construir as suas capacidades para poder alcançar o sonho a longo prazo de se tornar um país moderno e próspero”.

Antes da pandemia, o aeroporto de Díli recebia anualmente 200 mil passageiros, número que o Governo espera ver aumentar para um milhão por ano, até 2050, indicou. As obras de melhoria vão permitir a Díli receber aviões maiores, com mais capacidade de carga e de passageiros, “incluindo para bens de alto valor, bem como para armazenamento em cadeia fria”, além de “instalações modernas de quarentena para permitir a Timor-Leste enfrentar ameaças emergentes de biossegurança para a região”. In “Ponto Final” - Macau com “Lusa”


Panamá - Seca ameaça uma das rotas marítimas mais importantes do mundo

A falta de chuva fez com que os níveis de água caíssem nos dois lagos artificiais que abastecem o canal


A falta de chuvas obrigou o Canal do Panamá a reduzir o tráfego marítimo.

A crise de abastecimento de água ameaça o futuro desta importante rota marítima que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.

Cerca de seis por cento de todo o transporte marítimo global passa pelo canal, principalmente dos EUA, China e Japão. Pela quinta vez nesta temporada de seca, que vai de janeiro a maio, a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) teve de limitar a passagem de navios de grande porte.

Como a seca afetou o Canal do Panamá?

Alajuela e Gatún são os dois lagos artificiais que fornecem água ao Canal do Panamá. Requer cerca de 200 milhões de litros de água para fluir por uma série de eclusas em camadas para o mar para que cada navio passe.

A água da chuva é a fonte dessas reservas que alimentam as eclusas, que podem chegar a até 26 metros acima do nível do mar.

A ACP diz que de 21 de março a 21 de abril, os níveis de água em Alhajuela caíram sete metros, mais de 10%.

“A falta de chuvas afeta várias coisas, sendo a primeira a redução das nossas reservas de água”, disse à AFP Erick Cordoba, gerente de água da ACP.

Também afeta os negócios “com a redução do calado das embarcações Neopanamax, que são as maiores embarcações que transitam pelo canal” e as que mais pagam portagem, acrescenta.

Em 2022, mais de 14 000 embarcações com 518 milhões de toneladas de carga passaram pela hidrovia, contribuindo com US$ 2,5 mil milhões (€ 2,3 mil milhões) para o tesouro panamenho.

As autoridades estão à procura de soluções

O administrador do canal, Ricaurte Vasquez, reconheceu recentemente ao sítio panamenho SNIP Noticias que a escassez de água era a principal ameaça ao transporte marítimo no canal.

Em 2019, o abastecimento de água doce caiu para apenas três mil milhões de metros cúbicos – muito aquém dos 5,25 mil milhões necessários para operar o canal.

Isso disparou o alarme para as autoridades que temem que a incerteza possa levar as companhias de navegação a favorecer outras rotas. A crise da água também os fez procurar outras soluções.

“Sem um novo reservatório que traga novos volumes de água, esta situação tirará a capacidade de crescimento do canal”, disse à AFP o ex-administrador Jorge Quijano.

“É vital encontrar novas fontes de água, especialmente diante das alterações climáticas que estamos vendo, não apenas no nosso país, mas em todo o mundo.”

A crise da água não está a afetar apenas o canal, no entanto. A escassez levou a problemas de abastecimento em várias partes do Panamá e provocou uma série de protestos.

Especialistas alertam que escassez de água pode levar a conflitos

Especialistas alertam que isso pode causar conflitos de água entre o canal e as populações locais.

“Não queremos entrar num conflito filosófico sobre a água para os panamenhos ou para o comércio internacional”, disse Vasquez.

O canal sofreu “uma falta de chuva como em todo o país, mas dentro dos parâmetros do que é um período normal de seca”, disse à AFP Luz de Calzadilla, gerente geral do Instituto de Meteorologia e Hidrologia do Panamá.

Mas o fenómeno climático El Nino provavelmente reduzirá as chuvas na segunda metade do ano, acrescenta Calzadilla.

Ele diz que há uma responsabilidade por lei de dar prioridade a água potável sobre os negócios, mas a administração do canal “faz magia” para manter o equilíbrio.

É pouco conforto para aqueles que enfrentam escassez de água no Lago Alajuela.

“Alajuela tem menos água a cada dia”, disse à AFP Leidin Guevara, 43 anos, que pesca no lago.

“Este ano foi o mais difícil que já vi para a seca.” Euronews.green


Prémio Literário UCCLA com duas obras premiada


Pela primeira vez, foi atribuído o primeiro lugar a duas obras com igual mérito na 8.ª edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa. Trata-se de Leonel Araújo Barbosa, com a obra “Breviário de Medo e Malícia”, e André Bazzoni Bueno, com a obra “Sentido Litoral”.

O júri desta edição apresentou os seguintes resultados:

- Primeiro prémio em ex aequo:

• “Breviário de Medo e Malícia” - contos da autoria de Leonel Araújo Barbosa, de 36 anos, de nacionalidade portuguesa, residente em Lisboa, Portugal;

• “Sentido Litoral” - poesia da autoria de André Bazzoni Bueno, de 44 anos, de nacionalidade brasileira, residente em Santa Cruz Cabrália, Bahia, Brasil;

- Menções honrosas em ex aequo:

• “Os Poemas Figurativos” - poesia da autoria de Paulo Jorge Monteiro Marques, de 52 anos, de nacionalidade portuguesa, residente em Lisboa, Portugal;

• “Sete Contos Insensatos” - contos da autoria de Emanuel Vasconcelos Barbosa, de 56 anos, com dupla nacionalidade Portugal/Cabo Verde, residente no Estoril, Portugal.

De referir que, nesta edição, recebemos 301 candidaturas oriundas de África (países de língua portuguesa), América (EUA e Brasil), Ásia (China e Timor-Leste) e Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polónia, Reino Unido e Suíça). O Brasil tem sido o país com o maior número de candidaturas. UCCLA

Informação do júri da 8.ª edição do Prémio de Revelação Literária UCCLA-CMLisboa - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa


 

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Moçambique - Francisco Guita Jr. e Jeremias F. Jeremias lançam livros no Camões, Centro Cultural Português

Os livros de poesia “Chãos e outras arritmias” e “Rostos desabitados e fragmentos do escuro”, de Francisco Guita Jr. e Jeremias F. Jeremias, respectivamente, serão apresentadas no Camões – Centro Cultural Português em Maputo, esta quinta-feira, às 17:30h. As obras venceram, ex-aequo, o Prémio de Poesia Reinaldo Ferreira 2022, iniciativa da Gala-Gala Edições.


O Prémio de Poesia Reinaldo Ferreira, em edição única, visava assinalar as comemorações do centenário do poeta Reinaldo Ferreira (1922–2022), que realizou toda a sua obra em Moçambique, e aqui morreu precocemente, vítima de um cancro pulmonar, aos 37 anos de idade, a 30 de Junho de 1959. O júri do prémio foi constituído, em duas etapas, pela bibliotecária Aissa Mithá, pelos escritores moçambicanos Adelino Timóteo e M. P. Bonde, pelo poeta e professor universitário brasileiro Ricardo Pedrosa Alves e pelo professor e ensaísta moçambicano Cristóvão Seneta.

Sobre “Chãos e outras arritmias”, de Guita Jr., de acordo com o júri, a poesia é encantadora, que faz corpo com o chão, com a terra, carregada de sensualidade; é, também, uma poesia que engloba o cosmos, numa vertente suportada pelo amor mesmo quando se lhe denota um certo desencanto do sujeito poético em relação às questões existenciais. Uma poesia firme, madura, dissecada com rigor e com sinais de vir a sobreviver no tempo.

“Em nota de prefácio, a professora brasileira Carmen Lucia Tindó Secco faz questão de assinalar que Guita Júnior, na esteira de Knopfli, Patraquim, Drummond de Andrade, Camões, é um grande poeta. ‘E é, também, não só um atento leitor da vida, da história, das solidões, da existência, do amor e da morte, mas dos silêncios e solitudes existentes nas entranhas líricas de sua obra poética’”, lê-se na nota de imprensa.

Para o júri, a obra “Rostos desabitados [e] os fragmentos do escuro”, de Jeremias F. Jeremias, avança a mesma nota, é impecável. A construção de imagens é nítida e inédita e há equilíbrio no conjunto e na atenção à sequência dos poemas no livro. Jeremias trabalha sobre a percepção, explorando o poema como pensamento e não como mensagem. Há condensação, ritmo, respeito ao poema como ente “não-parafraseável” (Roubaud). “Rostos desabitados” é um trabalho criativo a partir de elementos mínimos, básicos, como água, luz, pássaro.

A sessão de apresentação de “Chãos e outras arritmias” e “Rostos desabitados” estará a cargo dos escritores Lucílio Manjate e M. P. Bonde.

Francisco Guita Jr. nasceu em Inhambane, em 1964. Inicia a sua actividade literária no Xiphefo, Caderno Literário, em 1987, do qual é membro fundador. Estreia-se em 1997 com o livro de poesia “O Agora e o Depois das Coisas”. Em 2000, publica “Da Vontade e de Partir” (Prémio FUNDAC – Rui de Noronha, 1999) e “Rescaldo” (1.º Prémio de Poesia TDM – Telecomunicações de Moçambique, 2001). Lança em Portugal e Moçambique, em 2006, “Os Aromas Essenciais”. Em 2020 publica, em Moçambique e Angola, o livro “Da Pele do Rosto/ A Coisa do Tempo”.

Jeremias F. Jeremias é natural de Gaza. Reside em Maxixe, em Inhambane. É licenciado em Organização e Gestão da Educação pela Universidade Eduardo Mondlane e formado em Ensino de Português, pela Universidade Pedagógica. Foi vencedor da primeira edição do concurso “Prémio de Poesia Gala-Gala”, em 2020. In “O País” - Moçambique



Macau - Grupo de Hong Kong quer criar uma “Pequena Lisboa” no coração da cidade

Um grupo empresarial de Hong Kong avançou que quer criar uma “Pequena Lisboa” no coração de Macau, com restaurantes lojas, mercados ao ar livre e festivais, com direito a viagens de eléctrico


Entre as Ruínas de São Paulo e a Igreja de São Lázaro, o grupo já conta com projectos como os restaurantes Albergue 1601 e Portucao, a taberna 3 Sardines, a “nano-cervejaria” Lazaro Brewing e uma loja de recordações. Ao lado do espaço onde se vendem pastéis de Chaves nasceu ontem a Ginja do Senado, onde é possível comprar o licor português, um investimento realizado em parceria com um empresário português. No início de maio, a Travessa da Paixão vai passar a acolher o Lata e Porto, focado em enlatados de peixe e no vinho do Porto.

A “Pequena Lisboa”, que vai ser apresentada à Direcção dos Serviços de Turismo de Macau e às seis operadoras de casinos, deverá integrar um mínimo de 18 conceitos relacionados também com os países de língua portuguesa e gastronomia macaense numa distância de cinco minutos a pé.

O projecto, que já contempla experiências como oficinas de pintura de azulejos, prevê a extensão da calçada portuguesa nas zonas circundantes ao Consulado-Geral de Portugal em Macau, duas pequenas rotas de elétrico, o fecho ao trânsito de algumas ruas cuja marca é o legado arquitectónico português, bem com a criação de esplanadas, para além do aluguer de trajes tradicionais portugueses complementados com um serviço prestado por um fotógrafo profissional.

Uma das linhas do eléctrico pretende garantir a viagem entre as imediações do consulado e a Igreja de São Lázaro. A outra poderia assegurar uma viagem entre uma das ruas que serve o consulado e a Fortaleza do Monte. O grupo propõe-se igualmente a criar todos os fins de semana “um calendário estimulante de eventos culturais, festivais de rua, festivais gastronómicos, concertos e mercados ao ar livre associados aos países de língua portuguesa”.

Os eventos mais pequenos teriam lugar nas ruas do Bairro de São Lázaro, enquanto os eventos maiores, como concertos e exposições, podem estender-se à Praça do Tap Seac e ao Pavilhão Multidesportos, muito porque a praça é um dos maiores espaços urbanos ao ar livre da cidade, com vista para alguns dos edifícios mais icónicos da arquitetura portuguesa em Macau.

O Lubuds Macau, subsidiário do Lubuds Group com uma forte presença em Hong Kong, conta com mais de mil colaboradores. O investimento em Macau, que não foi divulgado pelo grupo empresarial, vai traduzir-se também na exploração do restaurante na Casa das Receções das Casas-Museu da Taipa, cuja concessão foi decidida este mês pelo Instituto Cultural de Macau. Este restaurante vai avançar com uma parceria com a Associação dos Macaenses, indicou o grupo. In “Ponto Final” - Macau