Bissau
- O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC),
Domingos Simões Pereira, denunciou o que considerou ser uma ordem
"cobarde" de restrição das liberdades fundamentais dos cidadãos.
Domingos
Simões Pereira foi proibido de viajar para Portugal no voo da Euroatlântico por
"ordens superiores".
"Quero
aqui à frente do departamento de migração do aeroporto denunciar esta situação
grosseira de restrição das liberdades fundamentais de um cidadão", afirmou
o líder do PAIGC, em declarações aos jornalistas no aeroporto, onde se deslocou
para saber das razões pelas quais foi
impedido de viajar.
Segundo
Domingos Simões Pereira, o departamento de migração não apresentou qualquer
documento e evoca a "existência de uma ordem superior" que o impede
de viajar, sem qualquer explicação sobre os "fundamentos legais".
"É
absolutamente ilegal a cobardia das pessoas que o fazem. Pelo menos que me
enfrentem e digam, nós estamos a restringir a tua liberdade porque temos força
para o fazer e porque o decidimos fazer", disse Simões Pereira.
"Mas
são tão cobardes, que ficam nos seus espaços fingindo que estão ocupados com os
seus dossiês tão importantes, dão ordens que não têm qualquer fundamentação
legal e jurídica e o departamento da migração comunica que são ordens
superiores que me impedem de viajar", sublinhou.
O
líder do PAIGC afirmou também aos jornalistas que vai apresentar queixa e
responsabilizar "não só quem executa, mas também quem manda
executar".
Segundo
Domingos Simões Pereira, "o mundo vai saber o tipo de regime que se quer
instalar neste país", salientando que "o regime é arbitrário e
ditatorial, mas amador".
"Vamos
ser livres, se tivermos a coragem de ser livres. A mim ninguém me dá ordens que
não correspondem à lei, porque isto é absolutamente arbitrário", disse,
falando para os cidadãos guineenses.
"Enquanto
não tivermos essa capacidade, essa determinação, de dizer que ninguém pode
restringir as nossas liberdades, vamos continuar a ser tratados como cordeiros,
a mim ninguém me trata como cordeiro", disse.
Contactada
pela imprensa, a secretaria de Estado da Ordem Pública disse não ter
conhecimento, remetendo declarações para mais tarde.
O
empresário guineense Veríssimo Nancassa, próximo do PAIGC, também foi impedido
de viajar em junho por "ordens superiores".
Na
sequência do impedimento de viagem do empresário, a imprensa guineense noticiou
a existência de uma lista de pessoas impedidas de viajar.
Na
altura, as autoridades guineenses, nomeadamente o Ministério do Interior,
disseram desconhecer totalmente a existência de qualquer lista. In “Agência
de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau com “Lusa”
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