O
presidente do Banco Nacional Ultramarino considera que os negócios entre
Portugal e a China têm potencial de crescimento, ainda que até maio o comércio
bilateral tenha registado um aumento de cerca de 18%.
“Sem
pandemia podiam ter sido melhores”, afirmou Carlos Álvares, presidente do Banco
Nacional Ultramarino (BNU), acrescentando que ainda assim em 2020, ano em que a
pandemia se fez mais sentir em termos económicos, já se tinha verificado um
crescimento homólogo.
As
trocas comerciais aumentaram 4,82% em 2020, para 6,9 mil milhões de dólares, de
acordo com dados oficiais no portal do Fórum para a Cooperação Económica e
Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Macau), com base nas
estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses. Em termos de investimento
entre os dois países, explicou Carlos Álvares, há ainda uma disparidade grande
entre os dois: a China investe cerca de 75 vezes mais do que Portugal.
À
margem do Seminário sobre o Estado de Investimento e Desenvolvimento das
Relações Luso-Chinesas no âmbito da covid-19, a consultora especial da MdME
Lawyers Un I Wong disse à Lusa que as dificuldades de circulação entre os dois
países, assim como restrições as restrições fronteiriças impostas no regresso à
China têm causado uma redução geral nos investimentos.
Há
investidores que “investem mesmo sem ver os imóveis”, disse, ainda que tenha
sentido, “em geral, uma redução de investimentos”. “O interesse está lá”,
frisou a também vice-presidente da Associação de Jovens Empresários
Portugal-China, mostrando-se confiante que muitos negócios se concretizarão
após a pandemia. Até lá, a responsável disse que tem verificado que muitos
projectos em curso têm sido “adiados e alguns cancelados, por causa da
incerteza” e que os investidores estão “mais prudentes e cautelosos”.
Para
além da pandemia, detalhou Un I Wong, tem-se registado nos últimos tempos “cada
vez mais restrições por parte do Governo Central para investimento para fora da
China”.
Também
à margem deste seminário realizado no Consulado Geral de Portugal em Macau e
Hong Kong, no antigo território administrado por Portugal, o presidente da CESL
Asia, António Trindade, afirmou à Lusa que prevê “um aumento de potencial de
valor à relação económica entre Portugal e China”.
Na
sua opinião, “as exigências de valor acrescentado e a aversão ao risco aumentou
o potencial de atividades económicas que têm maior credibilidade
estabelecidas”, num contexto em que há uma mudança estrutural na economia
chinesa e de restruturação do sistema financeiro, investimento estrangeiro e
das próprias empresas estatais.
Numa
outra via complementar, frisou, a China pode utilizar Macau para atrair mais
investimento em Portugal e consequentemente, via Portugal, aumentar o
investimento na Europa. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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