Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 31 de dezembro de 2023

Força de fera










Vamos aprender português, cantando

 

Força de fera

 

Dizem que ser humano

é ser amado.

Mas o amor não vem atrás de mim

por mais que eu vá.

Uma vez fui ao engano

e soube mal.

E eu não sei o que vai ser de mim

se não passar.

 

Com ciúme e desalento

destruiu o meu mundo por dentro.

Tive de ter força de fera

pra voltar a ser quem era.

Não, o amor não vai atrás de mim

por mais que ele vá

 

Dizem que amar a sério

é ir atrás

e eu não o quero a vir atrás de mim

nunca mais

 

Com ciúme e desalento

destruiu o meu mundo por dentro.

Tive de ter força de fera

pra voltar a ser quem era.

Não, o amor não vai atrás de mim

por mais que ele vá

 

E se um dia for amor a sério

e na emoção possa interessar.

Se ele avançar como eu quero

sem querer me acorrentar.

No calor, se ele parecer sincero

ganhar noção, querer mudar.

Diz-lhe o que magoa a sério

que eu não posso mais ficar.

E não o quero a vir atrás de mim nunca mais

 

Com ciúme e desalento

destruiu o meu mundo por dentro.

Tive de ter força de fera

pra voltar a ser quem era.

Não, o amor não vai atrás de mim

por mais que ele vá

por mais que ele vá

 

Márcia - Portugal


 

Falinhas mansas


 








Vamos aprender português, cantando

 

Falinhas mansas

 

Ele passa muitas vezes por gente

que nem bom dia lhe diz

ele passa muitas vezes por gente

que é dona do seu nariz

 

Gente que procura falar bem

só para enganar meio mundo

fazem-se passar por um chacrinha

com um discurso profundo

 

Mas vestem de falinhas mansas

até param de correr

para condizer com o fato

que estão a vender

 

Gente que domina em assembleia

e destaca os seus feitos

carregados de pó de arroz

a disfarçar os defeitos

 

Gente que tropeça e levanta

para não dar parte fraca

gente que afina e desafina

só para ver se destaca

 

Mas vestem de falinhas mansas

até param de correr

para condizer com o fato

que estão a vender

 

Mas vestem de falinhas mansas

até param de correr

para condizer com o fato

que estão a vender

 

Mas vestem de falinhas mansas

até param de correr

para condizer com o fato

que estão a vender

 

Francisca – Portugal

 

Composição:

Cláudio Duarte - Portugal


Aqui tem alguém










Vamos aprender português, cantando

 

Aqui tem alguém

 

Aqui tem alguém com dó de alguém

que me fez tão mal e eu quero bem

que me fez chorar, sorrir também

nem precisa falar, você sabe quem

 

Meu ódio e meu amor tá na mesma pessoa

porque fez coisas que meu orgulho não perdoa

 

É não deve tá fácil pra você

que foi capaz de me perder

"cê" me traiu, vou desejar o quê?

Boca pra mim e choro pra você

 

É não deve tá fácil pra você

que foi capaz de me perder

"cê" me traiu, vou desejar o quê?

Boca pra mim e choro pra você

 

Meu ódio e meu amor tá na mesma pessoa

porque fez coisas que meu orgulho não perdoa

 

É não deve tá fácil pra você

que foi capaz de me perder

"cê" me traiu, vou desejar o quê?

Boca pra mim e choro pra você

 

É não deve tá fácil pra você

que foi capaz de me perder

"cê" me traiu, vou desejar o quê?

Boca pra mim e choro pra você

 

"Cê" me traiu, vou desejar o quê?

Boca pra mim e choro pra você

 

Ana Castela – Brasil

 

Composição:

Mateus Félix, Júnior Pepato, Ana Castela, Lari Ferreira, Diego Silveira, Marco Carvalho - Brasil

 

sábado, 30 de dezembro de 2023

Portugal - Governo cria comissariado para comemorações dos 500 anos de Camões

O Governo criou dia 28 o comissariado consultivo encarregado de definir até maio o programa para as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, a cumprir durante um ano, a partir de 10 de junho de 2024.

O despacho que cria o comissariado para as “Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões” foi assinado em conjunto pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, indica o comunicado do Ministério da Cultura enviado à agência Lusa.

A proposta de programa, segundo este despacho, “deverá ser apresentada ao Governo até 20 de maio” próximo, com o início das comemorações a ter início em 10 de junho, 21 dias mais tarde, prolongando-se por um ano até ao 10 de junho seguinte, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades de 2025.

A criação do comissariado consultivo foi determinada em maio de 2021, por resolução do Conselho de Ministros, estabelecendo a sua composição por representantes das “entidades responsáveis pela coordenação de diversas dimensões do programa”, tendo por missão a definição desse programa até final de 2022, juntamente com a comissária desde então designada, a professora catedrática Rita Marnoto, da Universidade de Coimbra.

Segundo o despacho, o comissariado é composto por representantes do Camões Instituto, nomeadamente pelo investigador Joaquim Coelho Ramos e a diretora de Serviços Culturais, Cristina Caetano; da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), pela diretora, Inês Cordeiro, e pela subdiretora-geral, Margarida Lopes; da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), através do subdiretor-geral Bruno Eiras; e pelo diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues.

O Camões – Instituto de Cooperação e da Língua será a “entidade responsável pela coordenação da dimensão externa do programa”, a BNP terá “a coordenação da dimensão interna”, a DGLAB, “a coordenação da dimensão do livro, das bibliotecas e da leitura”, e a Direção-Geral das Artes coordenará “a dimensão artística do programa”, como se lê no comunicado do Ministério da Cultura.

No passado dia 20, em entrevista à agência Lusa, a catedrática Rita Marnoto, comissária designada para preparar o programa das comemorações, em coordenação com as estruturas previstas, disse nada existir além da intenção do Governo de assinalar a data.

A resolução do Conselho de Ministros de 2021, que determinou a realização das comemorações, nomeou a comissária e estabeleceu a criação de uma Comissão de Honra pelo Presidente da República, do comissariado agora criado por despacho dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, e ainda a criação de uma estrutura de missão.

O mesmo diploma definia que o programa deveria ser concluído e proposto ao Governo até ao final de 2022, e que as comemorações decorreriam entre 12 de março de 2024 e 10 de junho de 2025.

No entanto, a catedrática Rita Marnoto, especialista em Literatura, disse então à Lusa que nenhuma medida tinha sido tomada para a criação dessas estruturas, até essa altura, condição necessária para o desenvolvimento do projeto e do programa.

“Estou na expectativa de que sejam designadas as duas comissões e a estrutura de missão”, disse Rita Marnoto à Lusa, na semana passada. “A criação das duas comissões e da estrutura de missão são condição para que a comissária possa começar a trabalhar, a fazer os seus projetos, a fazer a programação”.

A resolução de 2021 do Conselho de Ministros sublinhava a importância das comemorações do quinto centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões (1524-1580), considerando-a “uma oportunidade única” para pensar o legado de “um dos maiores vultos da literatura universal […], reconhecido como fundador de uma ideia de universalidade que hoje nos surge como revolucionária na escrita, na vocação e no pensamento.” In “Mundo Lusíada” - Brasil


França – Comboio de Pignes: Locomotiva “A Portuguesa” festejou o centenário em 2023

A “Portuguesa” é o apelido dado localmente à locomotiva a vapor do comboio de Pignes. No verão, atravessa as paisagens de oliveiras, arenitos e castanheiros dos Alpes da Alta Provença e Marítimos. Durante os dias do património de setembro de 2023, a locomotiva E 211 Mallet, que leva o nome do seu engenheiro, celebrou o seu centenário.


Os Caminhos de Ferro Portugueses (CP, Caminhos de Ferro Portugueses) utilizaram diversas locomotivas articuladas no norte de Portugal na rede Minho e Douro. Estas máquinas foram construídas pela empresa alemã Henschel & Sohn em Kassel e numeradas de E 201 a E 216.

Após 63 anos de circulação nas linhas portuguesas, a locomotiva a vapor E 211 foi adquirida pelo Grupo de Estudos dos Caminhos de Ferro (GECP) e juntou-se à linha da Provença em Julho de 1986 (1).

Retornada ao serviço em junho de 1988, atrelou o Comboio de Pignes por cinco temporadas até ao verão de 1992. Classificado como monumento histórico, ficou estacionado a aguardar uma reforma completa. Trabalhos dispendiosos foram realizados de 2005 a 2010 na Itália pelas oficinas Lucato Termica.

Desde 19 de junho de 2010, a “Portuguesa” está ao serviço todos os anos em França. Garante a circulação histórica do comboio a vapor de Pignes, passando por Annot, Entrevaux, Puget-Théniers.

A locomotiva celebrou assim o seu 100º aniversário em 2023 (2).

Ela ostentou com as suas bandeiras portuguesa e francesa, atrás dos pontos turísticos da Côte d’Azur.

Por ocasião das Jornadas do Património, foi dedicada durante algumas semanas uma exposição às 2 locomotivas portuguesas Mallet, restauradas pelo GECP (E 182 em curso).

Em parceria com a associação Puget Photo Partage, uma antiga montra da localidade de Puget-Théniers apresentou um cartaz de Valentine Guirao, 2 notas explicativas e 10 fotografias que mostram as duas locomotivas E 211 e E 182 quando estiveram ao serviço em Portugal.

Podemos ler na página de Facebook dos Amigos dos Caminhos de Ferro Portugueses que estas fotos foram tiradas pelos amantes de França – Pascal Bejui, recentemente falecido, Gérard de Santos e Jean-Luc Tesson – o português Rui Carvalho, o suíço Jean-Luc Rochaix.

A locomotiva portuguesa E 182 foi adquirida por um membro do GECP e transferida para Puget-Théniers em março de 2020. Cabe à associação restabelecê-la em condições de funcionamento. Um próximo desafio para o Grupo de Estudos Ferroviários, que tem sede e depósito de locomotivas na comuna de Alpes-Marítimos.

Entretanto, o comboio turístico “Portugaise” e Pignes reunir-se-ão para as próximas rotas na primavera de 2024. Myriam Bruzac – França in “LusoJornal”

Notas:

(1) https://www.gecp-asso.fr/

(2) O filme da centenária da «Portugaise» realizada por Les Déviants Studio :

https://fb.watch/pdsLAB-UoL/


Cabo Verde - Novo single de Philip Monteiro antevê novo álbum de 2024

“É Mentira” é o novo single do artista Philip Monteiro, lançado recentemente, e que é o terceiro single de avanço para o seu próximo projeto de estúdio que está previsto para 2024, que se intitula “Avô”. Um trabalho em homenagem ao avô do artista que foi uma das figuras mais importantes na sua vida como pessoa, como músico, para além de ter sido a sua maior inspiração

O single já está disponível em todas as plataformas digitais, e vem acompanhado de um videoclipe que traduz em imagens o que a música retrata. O mesmo já pode ser visto no canal do YouTube.

“É Mentira”, ilustra um relacionamento entre um casal que enfrenta várias provações devido aos comentários do povo. O apaixonado tenta a todo o custo evidenciar que o que vale, é o que os dois vivenciam juntos e não a opinião alheia, e que tudo não passa de mentiras.

Amor e confiança

Em geral, o tema fala de amor e confiança, no sentido que devemos dar ao nosso parceiro mais credibilidade visto que muitas vezes a sociedade acaba por interferir de forma negativa desestabilizando o casal, e cabe aos mesmos confiar e acreditar um no outro e no vínculo que os une.

Com este tema o Philip Monteiro, afirma-se cada vez mais como um artista romântico, que sempre teve o amor como fonte de inspiração para as suas composições. Deste modo o artista apresenta mais um trabalho em que a boa música romântica é o principal ingrediente para cativar os fãs. In “A Nação” – Cabo Verde


sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Moçambique - Gunnias lança o vídeo da música “Zunguza”

Nesta quinta-feira, 29 de dezembro, o cantor moçambicano, Gunnias aka Black Malaika, lançou o vídeo da sua nova música intitulada “Zunguza”, que conta com a participação de Cizer Boss.

O vídeo “Zunguza” foi dirigido por Blessing e lançado o canal oficial do Gunnias no YouTube, sob chancela da Muthimba Music, label fundada por si. In “Moz Entretenimento - Moçambique


Macau – Brasileira Lia Sophia traz sons da Amazónia a concerto da passagem de ano

Pela primeira vez em Macau e na China, a cantora brasileira Lia Sophia traz ao território um “show especial” na noite de passagem de ano junto à Torre de Macau. Conhecida por cantar o carimbó, género musical típico da região da Amazónia, povoado por influências africanas, Lia Sophia promete apresentar um concerto que homenageia essa região brasileira em risco de deflorestação

Tudo começou por acaso, porque, na verdade, Lia Sophia queria ser psicóloga. Mas o facto de estar ligada à música desde cedo e a necessidade de ganhar dinheiro fê-la começar a tocar em bares, e daí até construir uma carreira musical foi um passo. A artista brasileira, conhecida por cantar géneros musicais brasileiros tão diversos, assume-se como a mensageira das sonoridades do Carimbó, um estilo nascido na floresta da Amazónia, zona em risco de extinção pela intensa desflorestação de que tem sido vítima nos últimos anos.

Desta forma, o concerto de Lia Sophia em Macau, agendado para a noite de passagem de ano entre as 22h e as 00h10, junto à Torre de Macau, na praça do Lago Sai Van, promete chamar a atenção para a musicalidade tão própria dos povos indígenas que habitam este lugar.

“Esta é a primeira vez que actuo em Macau e fico muito feliz. Estou muito empolgada por poder levar um pouco da música que fazemos na Amazónia, com todas as referências afro, sobretudo neste momento em que se fala tanto da Amazónia e da preservação da floresta, e também dos povos indígenas que vivem neste lugar”, contou ao HM.

Lia Sophia diz ter preparado um “show especial” para Macau. “Vai ser um momento muito especial e levo comigo uma história, referências importantíssimas destes povos na música. Levo referências ao nível da repercussão, tendo escolhido músicas do meu repertório para que o povo de Macau entenda de onde eu venho.”

A cantora brasileira, que ficou surpreendida ao saber que no território persiste uma pequena comunidade brasileira, disse ainda que “Macau vai ser um momento especial” na sua carreira.

“Fico feliz em saber que existe essa semelhança, pois parte da população fala português. Vai ser bom demais encontrar compatriotas.”

Mescla de ritmos

Lia Sophia lançou o primeiro disco em 2005, “Livre”, seguindo-se “Castelo de Luz”, em 2009 e, mais recentemente, “Não Me Provoca”, com participações especiais de Ney Matogrosso, Paulinho Moska e Sebastião Tapajós. O single “Ai Menina”, de um outro álbum, fez parte da banda sonora da telenovela da Rede Globo “Amor, Eterno Amor”, catapultando a artista ainda mais para a fama.

“Nunca foi um projecto ou influência embarcar na música como profissão”, confessa. O violão começou a ser tocado aos nove anos de idade, mas depois foi tudo fruto do acaso. “Sou formada em psicologia na Universidade Federal do Pará, mas precisei de trabalhar, pois venho de uma família humilde e pobre, e comecei a tocar em bares, algo comum no Brasil. De repente, em 2005, lancei o meu primeiro álbum, que foi um sucesso. A minha vida seguiu esse rumo e sou muito feliz.”

A cantora descreve o Carimbó como “um ritmo tradicional com raiz no Belém do Pará, onde me situo”, e que mistura música africana com indígena. “Na dança desta música os pés arrastam-se como nas coreografias indígenas, usa-se um tambor enorme onde se senta em cima para tocar, batem-se palmas, mistura-se a dança, estilos de roupa e de vida. É uma cultura muito presente na Amazónia profunda”, descreveu.

O carimbó é ainda “uma dança em que as mulheres usam saias festivas, e quando se toca é irresistível em qualquer lugar”. “Estou levando um pouco do carimbó para Macau, tal como outros ritmos, como o brega, muito típico da região norte [do Brasil], ou a guitarrada. É importante que o povo de Macau conheça um pouco sobre estes géneros musicais e que eu possa projectar imagens da Amazónia, da sua exuberância e riquezas natural e humana.”

Lia Sophia diz esperar que, com este concerto, internacionalize mais a sua carreira, que já contou com espectáculos em Londres ou Nova Iorque. “É fantástico ter a chance de poder levar a nossa cultura para um lugar tão diferente de onde você vive”, rematou. Andreia Silva – Macau in “Hoje Macau”


Universidade Politécnica de Macau venceu concurso mundial de tradução chinês-português

Uma equipa da Universidade Politécnica de Macau (UPM) venceu a 7ª edição do concurso mundial de tradução Chinês-Português, que atraiu estudantes de mais de 40 instituições de ensino superior, anunciou a instituição.


Uma equipa da Universidade de São José, de Macau, e outra do Instituto Politécnico de Leiria ficaram em segundo lugar, indicou ainda a UPM. Na terceira posição ficaram equipas da Universidade Católica Portuguesa, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Dalian, no nordeste da China, e da Universidade de Nankai, de Tianjin, perto da capital chinesa.

O concurso atribuiu ainda um prémio especial, para instituições lusófonas, que foi para equipas da Universidade de São Paulo, no Brasil, e da Universidade do Minho.

A UPM sublinhou que a competição atraiu mais de 100 equipas de mais de 40 instituições de ensino superior da China, de Macau e dos países de língua portuguesa, “tendo a resposta sido esmagadora”

Os prémios do concurso vão de duas mil patacas a um máximo de 40 mil patacas. Cada equipa tinha de traduzir pelo menos 1500 frases.

O concurso estava aberto a estudantes de licenciatura na China, em Macau, em Hong Kong, ou de instituições de ensino superior que sejam membros da “Language Big Data Alliance” (LBDA) e de outros países ou regiões com tradução de chinês e português, língua chinesa e portuguesa ou áreas afins, bem como a estudantes dos Institutos Confúcio de todo o mundo.

O objectivo da competição de tradução Chinês-Português é “promover o intercâmbio cultural e a compreensão mútua entre a China e os países de língua portuguesa”, sublinhou a UPM.

O concurso, que se realiza desde 2017, “já atraiu cerca de 900 equipas e milhares de estudantes e professores de universidades da Ásia, África, Europa e América do Sul”, disse, em Junho, a vice-reitora da UPM, Lei Ngan Lin.

Na altura, o presidente do concurso, Gaspar Zhang Yunfeng, disse que o evento ajuda a “promover o intercâmbio entre estudantes de instituições de ensino superior de todo o mundo em termos de técnicas de tradução entre as línguas chinesa e portuguesa e formar talentos de tradução em ambas as línguas”. E também “promover a aplicação dos últimos resultados do ensino e da investigação em tradução em Macau, na China continental e nos países de língua portuguesa no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, acrescentou. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”


quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Moçambique – TotalEnergies vai reiniciar projecto de gás no início de 2024

A empresa francesa de energia TotalEnergies planeia reiniciar o seu projecto de gás natural liquefeito (GNL) de Moçambique, há muito atrasado, de 20 mil milhões de dólares, no primeiro trimestre do próximo ano, garantiram duas fontes próximas à multinacional.


O trabalho no projecto foi interrompido em 2021, quando uma violenta insurgência liderada por militantes ligados ao Estado Islâmico ameaçou o local de Cabo Delgado, levando a TotalEnergies a declarar força maior e interromper a construção.

Em Setembro deste ano, o director-executivo, Patrick Pouyanne, referiu que a empresa planeava recomeçar antes do final deste ano, uma vez que a situação de segurança tinha melhorado com o apoio de uma força militar regional, incluindo o Ruanda.

“A TotalEnergies indicou que pretende reiniciar o seu projecto de (Gás Natural Liquefeito)  GNL em Moçambique em Janeiro de 2024”, disse uma fonte governamental próxima do processo, que pediu o anonimato devido à sensibilidade do assunto.

A violência em curso na província do norte de Moçambique causou milhares de mortes desde que eclodiu em 2017, interrompendo investimentos multimilionários, incluindo o projecto de GNL de 20 mil milhões de dólares, no qual a TotalEnergies tem uma participação de 26,5%.

“A TotalEnergies pediu aos financiadores para obterem aprovação para o reinício do projecto Mozambique LNG no primeiro trimestre de 2024”, disse uma segunda fonte de financiamento com conhecimento directo do projecto.

Esta empreitada, que ajudará a transformar a economia de Moçambique, tem sido alvo de críticas por parte de activistas ambientais que, no mês passado, instaram os financiadores a retirar o seu apoio financeiro.

Filipe Nyusi já tinha falado de retorno da total no primeiro trimestre de 2024

Segundo Filipe Nyusi, a multinacional TotalEnergies, que lidera o projecto Mozambique LNG, instalado na península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado, poderá retomar a actividade dentro dos primeiros três meses de 2024. O Presidente da República falava durante a cerimónia de recepção da comunidade moçambicana na diáspora, por ocasião das festividades do fim do ano.

“Para o primeiro trimestre do próximo ano, espera-se a retoma dos projectos em terra, especialmente do projecto Mozambique LNG operado pela TotalEnergies”, afirmou o estadista. Tal deve-se ao “esforço empreendido pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) apoiadas por um contingente militar da Força de Defesa do Ruanda e pela Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, o que influenciou na redução dos ataques terroristas”, acrescentou o chefe do Estado.

O projecto Mozambique LNG é um dos maiores em África, com um custo estimado de 20 mil milhões de dólares e uma capacidade de produção de 12,9 milhões de toneladas por ano. Envolve o desenvolvimento de campos de gás offshore na bacia do Rovuma e a construção de uma fábrica de GNL em terra e de um terminal de exportação na península de Afungi. Espera-se que gere receitas e benefícios significativos para a economia e o povo moçambicanos, e que contribua para a transição e segurança energética global.

A TotalEnergies é o operador e o maior accionista do projecto, com uma participação de 26,5%. Os outros parceiros incluem a empresa pública moçambicana ENH, a empresa japonesa Mitsui, a tailandesa PTTEP e as empresas indianas ONGC Videsh, Bharat Petroleum e Oil India. O projecto assegurou contratos de longo prazo com compradores da Ásia e da Europa, como a China National Offshore Oil Corporation, a Tokyo Gas, a Centrica e a Shell.

A província de Cabo Delgado tem vindo a ser afectada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região. O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas. Rui Dgedge – Moçambique in “O País”


Alemanha - Filme do português Francisco Manso vence prémio Direitos Humanos em festival na cidade de Berlim

O filme “Abandonados”, de Francisco Manso, retrato da invasão japonesa de Timor-Leste na II Guerra Mundial, conquistou o prémio de Direitos Humanos do Kiez Film Festival, em Berlim


O Kiez Berlim Film Festival é uma iniciativa local de divulgação de diferentes cinematografias que decorre ao longo do ano em galerias de arte e centros culturais da capital alemã, com o objetivo de envolver “comunidades locais a desfrutar de exibições de filmes em espaços alternativos” e em “ambientes informais e descontraídos”, como se lê na página do certame e na plataforma FilmFreeway que o acolhe.

Os prémios são distribuídos mensalmente em diferentes categorias, de melhor filme ou documentário, a melhor interpretação, melhor música ou melhor produção em ambiente escolar, e a escolha é feita pelo júri, na sequência de encontros e debates com o público.

A escolha de “Abandonados”, hoje comunicada à equipa do filme, realizou-se no âmbito das sessões realizadas em novembro no centro social da praça Helmholm e na galeria Luisa Calucci, no bairro de Schillerkiez, que envolveram o produtor e fotógrafo Michele Princigalli, a curadora Luisa Catucci, o especialista em media Igor Wolfango Schiaroli e o artista visual Filippo Gregoretti, segundo a página do festival.

A longa-metragem estreou-se nas salas portuguesas no passado mês de julho, depois de ter sido exibida pela RTP como série filmada, na versão longa, em dezembro do ano passado.

O filme e a série filmada, dirigidos por Francisco Manso, têm por referência o livro “Timor na II Guerra Mundial – Diário do Tenente Pires” (2007), do historiador António Monteiro Cardoso (1950-2016), e tem como fio condutor a vida do oficial português Manuel Pires, então administrador de Baucau, que tentou retirar o maior número possível de timorenses, portugueses e australianos do território, face à entrada das forças japonesas e à ocupação durante o conflito.

Estima-se que, durante a invasão e a ocupação de Timor-Leste, tenham morrido entre 50000 e 70000 pessoas, por causa da guerra, da fome, das doenças e dos trabalhos forçados a que foram obrigadas.

O elenco conta com os atores Marco Delgado, que desempenha o papel do tenente Manuel Pires, Maya Booth, António Pedro Cerdeira, Soraia Tavares, Elmano Sancho, Luís Esparteiro, Virgílio Castelo, Joaquim Nicolau, Vítor Norte, José de Abreu e Chico Diaz, além de atores e figurantes timorenses, japoneses e chineses.

Francisco Manso é autor de várias produções para cinema e televisão, como “O testamento do senhor Nepomuceno” (1997), “Assalto ao Santa Maria” (2010), “O Cônsul de Bordéus” (2011) e “O nosso cônsul em Havana” (2019). In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


Portugal - Historiador Luís Filipe Thomaz dá perspectiva não eurocêntrica dos Descobrimentos

O historiador Luís Filipe Thomaz apresenta na obra “Nanban-Jin. Os portugueses no Japão” uma perspetiva cronológica e geograficamente ampla sobre o encontro entre Portugal e o Japão, iniciado em 1543 e que durou cerca de 100 anos.

Luís Filipe Thomaz enquadra o processo dos Descobrimentos portugueses numa “história universal de ampla cronologia e de geografia planetária”, como realça, no prefácio, o historiador João Paulo Oliveira e Costa.

“A leitura deste livro poderá servir como uma introdução a um modelo interpretativo moderno, de cariz globalizante, livre das amarras quixotescas de quem não deu conta que o mundo não se explica por uma visão eurocêntrica e que não se descola de uma perspetiva colonialista dos Descobrimentos, criticando-a indefinidamente como se não houvesse outro modelo explicativo”, afirma Oliveira e Costa.

O ex-aluno do autor salienta que Luiz Filipe Thomaz trouxe uma nova maneira de abordar a realidade histórica, privilegiando o estudo dos povos ultramarinos como forma de compreender a ação dos portugueses, e analisando sistematicamente a documentação, permitindo “uma nova perceção dos acontecimentos, agora vistos de um modo mais complexo e livre tanto dos interesses dos cronistas como dos filtros que eclipsavam os agentes ultramarinos”.

Oliveira e Costa dá como exemplo desta nova perspetiva sobre a expansão marítima portuguesa os resultados da ação missionária, particularmente referidos em “Nanban-Jin. Os Portugueses no Japão”, já que este país foi o espaço geográfico onde se desenvolveu “uma das missões mais bem-sucedidas do século XVI”.

Os portugueses chegaram ao Japão em 1543, 128 anos depois da conquista de Ceuta (1415), 109 anos depois de Gil Eanes ultrapassar o Cabo Bojador (1434), 45 anos depois de Vasco da Gama aportar pela primeira vez à Índia (1498), e 30 anos depois de os primeiros oficiais portugueses terem desembarcado na China – um contexto essencial “para compreender bem as relações luso-nipônicas”, defende Oliveira e Costa, referindo-se ao contributo de Luís Filipe Thomaz, que se afasta de “uma historiografia eurocêntrica de pendor colonialista”.

“Os Descobrimentos provocaram o arranque irreversível da globalização”, e não basta apenas “enunciar relações bilaterais entre portugueses e uma sucessão de povos, como imaginam hoje os herdeiros da historiografia colonial travestidos de anticolonialistas”, argumenta Oliveira Costa.

O “encontro” entre portugueses e japoneses é ainda hoje celebrado no Japão, de uma forma sistemática que resulta exclusivamente da população”.

João Paulo Oliveira e Costa considera “que nenhum outro povo estrangeiro tem tantas homenagens públicas espalhadas pelo território do Japão como os portugueses”, a mais recente, um escorrega para crianças com a forma da nau de trato, a “célebre nau” que em 1550 iniciou a ligação entre Goa, na Índia, e a ilha japonesa de Kyushu, construído este século.

Luís Filipe Thomaz, 82 anos, foi docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e na Universidade Nova de Lisboa, que o distinguiu com um douroramento “honoris causa”.

Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou, em Paris, a Escola Prática de Altos Estudos e a Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, o Instituto Nacional de Línguas e Civilizações Orientais, a Universidade Paris III e o Instituto Católico.

Foi professor nas Universidades de Bordéus, em França, de Kebangsaan, na Malásia, da Ásia Oriental, em Macau e na Universidade de Santa Cruz, no Brasil, e trabalhou na Universidade Católica Portuguesa, onde organizou o Instituto de Estudos Orientais, do qual foi diretor de 2002 a 2011.

Depois de deixar de lecionar recebeu a tonsura e o hábito monástico, tendo tomado o nome de Jerónimo. Foi também ordenado diácono para servir a paróquia ortodoxa moldava de S. João Crisóstomo, em Cascais.

Luís Filipe Thomaz publicou dez livros, entre os quais “A Expansão Portuguesa – Um Prisma de Muitas Faces” (2021), “O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo sem Querer” (2018) e “Ucrânia – As Lições da História e Outros Estudos sobre o Oriente Cristão” (2022). In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”



Brasil – Segundo a Organização Mundial de Saúde é o país com mais casos de dengue no mundo

O Brasil lidera o número de casos de dengue no mundo, com 2,9 milhões registrados em 2023, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os casos são mais da metade dos 5 milhões registrados mundialmente. A organização chamou atenção, no último dia 22, para a doença que tem se espalhado para países onde historicamente a doença não circulava.

Entre as razões para o aumento está a crise climática, que têm elevado a temperatura mundial e permitido que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti sobreviva em ambiente onde antes isso não ocorria. O fenômeno El Niño de 2023 também acentuou os efeitos do aquecimento global das temperaturas e das alterações climáticas.

Em todo o mundo a OMS relatou mais de 5 milhões de infecções por dengue e 5 mil mortes pela doença. A maior parte, 80% desses casos, o equivalente a 4,1 milhões, foram notificados nas Américas, seguidas pelo Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental. Nas Américas, o Brasil concentra o maior número de casos, seguido por Peru e México. Os dados são referentes ao período de 1º de janeiro e 11 de dezembro.

Brasil

Do total de casos constatados no Brasil, 1474, ou 0,05% do total são casos de dengue grave, também chamada de dengue hemorrágica. O país é o segundo na região com o maior número de casos mais graves, atrás apenas da Colômbia, com 1504 casos.

Países anteriormente livres de dengue, como França, Itália e Espanha, reportaram casos de infecções originadas no país – a chamada transmissão autóctone – e não no estrangeiro. O mosquito Aedes aegypti é amplamente distribuído na Europa, onde é mais conhecido como mosquito tigre.

Alterações climáticas

No Brasil, levantamento feito pela plataforma AdaptaBrasil, mostrou que as mudanças climáticas no Brasil podem levar à proliferação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti e, em consequência, ao agravamento de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. A plataforma é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),

As projeções indicam também expansão da malária, leishmaniose tegumentar americana e leishmaniose visceral. O trabalho levou em conta as temperaturas máxima e mínima, a umidade relativa do ar e a precipitação acumulada para associar a ocorrência do vetor, que são os mosquitos transmissores das diferentes doenças em análise. A AdaptaBrasil avalia também a vulnerabilidade e a exposição da população a esses vetores.

A dengue é a infecção viral mais comum transmitida a humanos picados por mosquitos infectados. É encontrado principalmente em áreas urbanas em climas tropicais e subtropicais.

Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Para evitar a infestação de mosquitos, o Ministério da Saúde orienta que é necessário eliminar os criadouros, mantendo os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas. Medidas de proteção contra picadas também podem ajudar especialmente nas áreas de transmissão. O Aedes aegypti ataca principalmente durante o dia.

Vacina

Na quinta-feira (21), o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.

Conhecida como Qdenga, a vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro momento, mas será focada em público e regiões prioritárias. A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).

O Ministério da Saúde informou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) trabalhará junto à Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) para definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível, como público-alvo e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses. A definição dessas estratégias deve ocorrer nas primeiras semanas de janeiro.

Em entrevista à Radioagência Nacional, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, enfatiza a importância da vacina para controlar a dengue no país. “A vacina, sem dúvida, junto com outras medidas, será importante instrumento para controle dessa doença”, disse.

Ele acrescenta que “a dengue é uma doença que impacta diretamente praticamente todo o território nacional, vem se expandindo em regiões onde a gente não tinha dengue e o controle do vetor do mosquito transmissor da doença têm sido insuficientes para que nos consigamos diminuir as taxas de infecção que só se alastram”.

Ministério da Saúde

Em nota, o ministério diz que está alerta e monitora constantemente o cenário da dengue no Brasil. Para apoiar estados e municípios nas ações de controle da dengue, a pasta repassou R$ 256 milhões para todo o país para reforçar o enfretamento da doença.

A pasta informa que instalou uma Sala Nacional de Arboviroses, espaço permanente para o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue, chikungunya e Zika para preparar o Brasil em uma eventual alta de casos nos próximos meses. Com a medida, será possível direcionar melhor as ações de vigilância.

“O momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção por parte de todos para reduzir a transmissão da doença. Para evitar o agravamento dos casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas”, diz o texto, que ressalta ainda que cerca de 11,7 mil profissionais de saúde foram capacitados em 2023 para manejo clínico, vigilância e controle da dengue. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Agência Brasil”