O
Governo criou dia 28 o comissariado consultivo encarregado de definir até maio
o programa para as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, a
cumprir durante um ano, a partir de 10 de junho de 2024.
O
despacho que cria o comissariado para as “Comemorações do V Centenário do
Nascimento de Luís de Camões” foi assinado em conjunto pelo ministro da
Cultura, Pedro Adão e Silva, e pelo secretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, indica o comunicado do Ministério
da Cultura enviado à agência Lusa.
A
proposta de programa, segundo este despacho, “deverá ser apresentada ao Governo
até 20 de maio” próximo, com o início das comemorações a ter início em 10 de
junho, 21 dias mais tarde, prolongando-se por um ano até ao 10 de junho
seguinte, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades de 2025.
A
criação do comissariado consultivo foi determinada em maio de 2021, por
resolução do Conselho de Ministros, estabelecendo a sua composição por
representantes das “entidades responsáveis pela coordenação de diversas
dimensões do programa”, tendo por missão a definição desse programa até final
de 2022, juntamente com a comissária desde então designada, a professora
catedrática Rita Marnoto, da Universidade de Coimbra.
Segundo
o despacho, o comissariado é composto por representantes do Camões Instituto,
nomeadamente pelo investigador Joaquim Coelho Ramos e a diretora de Serviços
Culturais, Cristina Caetano; da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), pela
diretora, Inês Cordeiro, e pela subdiretora-geral, Margarida Lopes; da
Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), através do
subdiretor-geral Bruno Eiras; e pelo diretor-geral das Artes, Américo
Rodrigues.
O
Camões – Instituto de Cooperação e da Língua será a “entidade responsável pela
coordenação da dimensão externa do programa”, a BNP terá “a coordenação da
dimensão interna”, a DGLAB, “a coordenação da dimensão do livro, das
bibliotecas e da leitura”, e a Direção-Geral das Artes coordenará “a dimensão
artística do programa”, como se lê no comunicado do Ministério da Cultura.
No
passado dia 20, em entrevista à agência Lusa, a catedrática Rita Marnoto,
comissária designada para preparar o programa das comemorações, em coordenação
com as estruturas previstas, disse nada existir além da intenção do Governo de
assinalar a data.
A
resolução do Conselho de Ministros de 2021, que determinou a realização das
comemorações, nomeou a comissária e estabeleceu a criação de uma Comissão de
Honra pelo Presidente da República, do comissariado agora criado por despacho
dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, e ainda a criação de
uma estrutura de missão.
O
mesmo diploma definia que o programa deveria ser concluído e proposto ao
Governo até ao final de 2022, e que as comemorações decorreriam entre 12 de
março de 2024 e 10 de junho de 2025.
No
entanto, a catedrática Rita Marnoto, especialista em Literatura, disse então à
Lusa que nenhuma medida tinha sido tomada para a criação dessas estruturas, até
essa altura, condição necessária para o desenvolvimento do projeto e do
programa.
“Estou
na expectativa de que sejam designadas as duas comissões e a estrutura de
missão”, disse Rita Marnoto à Lusa, na semana passada. “A criação das duas
comissões e da estrutura de missão são condição para que a comissária possa
começar a trabalhar, a fazer os seus projetos, a fazer a programação”.
A
resolução de 2021 do Conselho de Ministros sublinhava a importância das
comemorações do quinto centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões
(1524-1580), considerando-a “uma oportunidade única” para pensar o legado de
“um dos maiores vultos da literatura universal […], reconhecido como fundador
de uma ideia de universalidade que hoje nos surge como revolucionária na
escrita, na vocação e no pensamento.” In “Mundo Lusíada” - Brasil
A
“Portuguesa” é o apelido dado localmente à locomotiva a vapor do comboio de
Pignes. No verão, atravessa as paisagens de oliveiras, arenitos e castanheiros
dos Alpes da Alta Provença e Marítimos. Durante os dias do património de
setembro de 2023, a locomotiva E 211 Mallet, que leva o nome do seu engenheiro,
celebrou o seu centenário.
Os
Caminhos de Ferro Portugueses (CP, Caminhos de Ferro Portugueses) utilizaram
diversas locomotivas articuladas no norte de Portugal na rede Minho e Douro.
Estas máquinas foram construídas pela empresa alemã Henschel & Sohn em
Kassel e numeradas de E 201 a E 216.
Após
63 anos de circulação nas linhas portuguesas, a locomotiva a vapor E 211 foi
adquirida pelo Grupo de Estudos dos Caminhos de Ferro (GECP) e juntou-se à
linha da Provença em Julho de 1986 (1).
Retornada
ao serviço em junho de 1988, atrelou o Comboio de Pignes por cinco temporadas
até ao verão de 1992. Classificado como monumento histórico, ficou estacionado a
aguardar uma reforma completa. Trabalhos dispendiosos foram realizados de 2005
a 2010 na Itália pelas oficinas Lucato Termica.
Desde
19 de junho de 2010, a “Portuguesa” está ao serviço todos os anos em França.
Garante a circulação histórica do comboio a vapor de Pignes, passando por
Annot, Entrevaux, Puget-Théniers.
A
locomotiva celebrou assim o seu 100º aniversário em 2023 (2).
Ela
ostentou com as suas bandeiras portuguesa e francesa, atrás dos pontos
turísticos da Côte d’Azur.
Por
ocasião das Jornadas do Património, foi dedicada durante algumas semanas uma
exposição às 2 locomotivas portuguesas Mallet, restauradas pelo GECP (E 182 em
curso).
Em
parceria com a associação Puget Photo Partage, uma antiga montra da localidade
de Puget-Théniers apresentou um cartaz de Valentine Guirao, 2 notas
explicativas e 10 fotografias que mostram as duas locomotivas E 211 e E 182
quando estiveram ao serviço em Portugal.
Podemos
ler na página de Facebook dos Amigos dos Caminhos de Ferro Portugueses
que estas fotos foram tiradas pelos amantes de França – Pascal Bejui,
recentemente falecido, Gérard de Santos e Jean-Luc Tesson – o português Rui
Carvalho, o suíço Jean-Luc Rochaix.
A
locomotiva portuguesa E 182 foi adquirida por um membro do GECP e transferida
para Puget-Théniers em março de 2020. Cabe à associação restabelecê-la em
condições de funcionamento. Um próximo desafio para o Grupo de Estudos
Ferroviários, que tem sede e depósito de locomotivas na comuna de
Alpes-Marítimos.
Entretanto,
o comboio turístico “Portugaise” e Pignes reunir-se-ão para as próximas rotas
na primavera de 2024. Myriam Bruzac – França in “LusoJornal”
“É Mentira” é o novo single do artista Philip Monteiro,
lançado recentemente, e que é o terceiro single de avanço para o seu próximo
projeto de estúdio que está previsto para 2024, que se intitula “Avô”. Um
trabalho em homenagem ao avô do artista que foi uma das figuras mais
importantes na sua vida como pessoa, como músico, para além de ter sido a sua
maior inspiração
O
single já está disponível em todas as plataformas digitais, e vem acompanhado
de um videoclipe que traduz em imagens o que a música retrata. O mesmo já pode
ser visto no canal do YouTube.
“É
Mentira”, ilustra um relacionamento entre um casal que enfrenta várias
provações devido aos comentários do povo. O apaixonado tenta a todo o custo
evidenciar que o que vale, é o que os dois vivenciam juntos e não a opinião
alheia, e que tudo não passa de mentiras.
Amor e confiança
Em
geral, o tema fala de amor e confiança, no sentido que devemos dar ao nosso
parceiro mais credibilidade visto que muitas vezes a sociedade acaba por
interferir de forma negativa desestabilizando o casal, e cabe aos mesmos
confiar e acreditar um no outro e no vínculo que os une.
Com
este tema o Philip Monteiro, afirma-se cada vez mais como um artista romântico,
que sempre teve o amor como fonte de inspiração para as suas composições. Deste
modo o artista apresenta mais um trabalho em que a boa música romântica é o
principal ingrediente para cativar os fãs. In “A Nação”
– Cabo Verde
Nesta
quinta-feira, 29 de dezembro, o cantor moçambicano, Gunnias aka Black Malaika,
lançou o vídeo da sua nova música intitulada “Zunguza”, que conta com a
participação de Cizer Boss.
O
vídeo “Zunguza” foi dirigido por Blessing e lançado o canal oficial do Gunnias
no YouTube, sob chancela da Muthimba Music, label fundada por si. In “Moz
Entretenimento - Moçambique
Pela primeira vez em Macau e na China, a cantora
brasileira Lia Sophia traz ao território um “show especial” na noite de
passagem de ano junto à Torre de Macau. Conhecida por cantar o carimbó, género
musical típico da região da Amazónia, povoado por influências africanas, Lia
Sophia promete apresentar um concerto que homenageia essa região brasileira em
risco de deflorestação
Tudo
começou por acaso, porque, na verdade, Lia Sophia queria ser psicóloga. Mas o
facto de estar ligada à música desde cedo e a necessidade de ganhar dinheiro
fê-la começar a tocar em bares, e daí até construir uma carreira musical foi um
passo. A artista brasileira, conhecida por cantar géneros musicais brasileiros
tão diversos, assume-se como a mensageira das sonoridades do Carimbó, um estilo
nascido na floresta da Amazónia, zona em risco de extinção pela intensa
desflorestação de que tem sido vítima nos últimos anos.
Desta
forma, o concerto de Lia Sophia em Macau, agendado para a noite de passagem de
ano entre as 22h e as 00h10, junto à Torre de Macau, na praça do Lago Sai Van,
promete chamar a atenção para a musicalidade tão própria dos povos indígenas
que habitam este lugar.
“Esta
é a primeira vez que actuo em Macau e fico muito feliz. Estou muito empolgada
por poder levar um pouco da música que fazemos na Amazónia, com todas as
referências afro, sobretudo neste momento em que se fala tanto da Amazónia e da
preservação da floresta, e também dos povos indígenas que vivem neste lugar”,
contou ao HM.
Lia
Sophia diz ter preparado um “show especial” para Macau. “Vai ser um momento
muito especial e levo comigo uma história, referências importantíssimas destes
povos na música. Levo referências ao nível da repercussão, tendo escolhido
músicas do meu repertório para que o povo de Macau entenda de onde eu venho.”
A
cantora brasileira, que ficou surpreendida ao saber que no território persiste
uma pequena comunidade brasileira, disse ainda que “Macau vai ser um momento
especial” na sua carreira.
“Fico
feliz em saber que existe essa semelhança, pois parte da população fala
português. Vai ser bom demais encontrar compatriotas.”
Mescla de ritmos
Lia
Sophia lançou o primeiro disco em 2005, “Livre”, seguindo-se “Castelo de Luz”,
em 2009 e, mais recentemente, “Não Me Provoca”, com participações especiais de
Ney Matogrosso, Paulinho Moska e Sebastião Tapajós. O single “Ai Menina”, de um
outro álbum, fez parte da banda sonora da telenovela da Rede Globo “Amor,
Eterno Amor”, catapultando a artista ainda mais para a fama.
“Nunca
foi um projecto ou influência embarcar na música como profissão”, confessa. O
violão começou a ser tocado aos nove anos de idade, mas depois foi tudo fruto
do acaso. “Sou formada em psicologia na Universidade Federal do Pará, mas
precisei de trabalhar, pois venho de uma família humilde e pobre, e comecei a
tocar em bares, algo comum no Brasil. De repente, em 2005, lancei o meu
primeiro álbum, que foi um sucesso. A minha vida seguiu esse rumo e sou muito
feliz.”
A
cantora descreve o Carimbó como “um ritmo tradicional com raiz no Belém do
Pará, onde me situo”, e que mistura música africana com indígena. “Na dança
desta música os pés arrastam-se como nas coreografias indígenas, usa-se um
tambor enorme onde se senta em cima para tocar, batem-se palmas, mistura-se a
dança, estilos de roupa e de vida. É uma cultura muito presente na Amazónia
profunda”, descreveu.
O
carimbó é ainda “uma dança em que as mulheres usam saias festivas, e quando se
toca é irresistível em qualquer lugar”. “Estou levando um pouco do carimbó para
Macau, tal como outros ritmos, como o brega, muito típico da região norte [do
Brasil], ou a guitarrada. É importante que o povo de Macau conheça um pouco
sobre estes géneros musicais e que eu possa projectar imagens da Amazónia, da
sua exuberância e riquezas natural e humana.”
Lia
Sophia diz esperar que, com este concerto, internacionalize mais a sua
carreira, que já contou com espectáculos em Londres ou Nova Iorque. “É
fantástico ter a chance de poder levar a nossa cultura para um lugar tão
diferente de onde você vive”, rematou. Andreia Silva – Macau in “Hoje
Macau”
Uma
equipa da Universidade Politécnica de Macau (UPM) venceu a 7ª edição do
concurso mundial de tradução Chinês-Português, que atraiu estudantes de mais de
40 instituições de ensino superior, anunciou a instituição.
Uma
equipa da Universidade de São José, de Macau, e outra do Instituto Politécnico
de Leiria ficaram em segundo lugar, indicou ainda a UPM. Na terceira posição
ficaram equipas da Universidade Católica Portuguesa, da Universidade de Estudos
Estrangeiros de Dalian, no nordeste da China, e da Universidade de Nankai, de
Tianjin, perto da capital chinesa.
O
concurso atribuiu ainda um prémio especial, para instituições lusófonas, que
foi para equipas da Universidade de São Paulo, no Brasil, e da Universidade do
Minho.
A
UPM sublinhou que a competição atraiu mais de 100 equipas de mais de 40
instituições de ensino superior da China, de Macau e dos países de língua
portuguesa, “tendo a resposta sido esmagadora”
Os
prémios do concurso vão de duas mil patacas a um máximo de 40 mil patacas. Cada
equipa tinha de traduzir pelo menos 1500 frases.
O
concurso estava aberto a estudantes de licenciatura na China, em Macau, em Hong
Kong, ou de instituições de ensino superior que sejam membros da “Language Big
Data Alliance” (LBDA) e de outros países ou regiões com tradução de chinês e
português, língua chinesa e portuguesa ou áreas afins, bem como a estudantes
dos Institutos Confúcio de todo o mundo.
O
objectivo da competição de tradução Chinês-Português é “promover o intercâmbio
cultural e a compreensão mútua entre a China e os países de língua portuguesa”,
sublinhou a UPM.
O
concurso, que se realiza desde 2017, “já atraiu cerca de 900 equipas e milhares
de estudantes e professores de universidades da Ásia, África, Europa e América
do Sul”, disse, em Junho, a vice-reitora da UPM, Lei Ngan Lin.
Na
altura, o presidente do concurso, Gaspar Zhang Yunfeng, disse que o evento
ajuda a “promover o intercâmbio entre estudantes de instituições de ensino
superior de todo o mundo em termos de técnicas de tradução entre as línguas
chinesa e portuguesa e formar talentos de tradução em ambas as línguas”. E
também “promover a aplicação dos últimos resultados do ensino e da investigação
em tradução em Macau, na China continental e nos países de língua portuguesa no
âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, acrescentou. In “Jornal
Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”
A
empresa francesa de energia TotalEnergies planeia reiniciar o seu projecto de
gás natural liquefeito (GNL) de Moçambique, há muito atrasado, de 20 mil
milhões de dólares, no primeiro trimestre do próximo ano, garantiram duas
fontes próximas à multinacional.
O
trabalho no projecto foi interrompido em 2021, quando uma violenta insurgência
liderada por militantes ligados ao Estado Islâmico ameaçou o local de Cabo
Delgado, levando a TotalEnergies a declarar força maior e interromper a
construção.
Em
Setembro deste ano, o director-executivo, Patrick Pouyanne, referiu que a
empresa planeava recomeçar antes do final deste ano, uma vez que a situação de
segurança tinha melhorado com o apoio de uma força militar regional, incluindo
o Ruanda.
“A
TotalEnergies indicou que pretende reiniciar o seu projecto de (Gás Natural
Liquefeito) GNL em Moçambique em Janeiro
de 2024”, disse uma fonte governamental próxima do processo, que pediu o
anonimato devido à sensibilidade do assunto.
A
violência em curso na província do norte de Moçambique causou milhares de
mortes desde que eclodiu em 2017, interrompendo investimentos multimilionários,
incluindo o projecto de GNL de 20 mil milhões de dólares, no qual a
TotalEnergies tem uma participação de 26,5%.
“A
TotalEnergies pediu aos financiadores para obterem aprovação para o reinício do
projecto Mozambique LNG no primeiro trimestre de 2024”, disse uma segunda fonte
de financiamento com conhecimento directo do projecto.
Esta
empreitada, que ajudará a transformar a economia de Moçambique, tem sido alvo
de críticas por parte de activistas ambientais que, no mês passado, instaram os
financiadores a retirar o seu apoio financeiro.
Filipe Nyusi já tinha falado de retorno da total no
primeiro trimestre de 2024
Segundo
Filipe Nyusi, a multinacional TotalEnergies, que lidera o projecto Mozambique
LNG, instalado na península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo
Delgado, poderá retomar a actividade dentro dos primeiros três meses de 2024. O
Presidente da República falava durante a cerimónia de recepção da comunidade
moçambicana na diáspora, por ocasião das festividades do fim do ano.
“Para
o primeiro trimestre do próximo ano, espera-se a retoma dos projectos em terra,
especialmente do projecto Mozambique LNG operado pela TotalEnergies”, afirmou o
estadista. Tal deve-se ao “esforço empreendido pelas Forças de Defesa e
Segurança de Moçambique (FDS) apoiadas por um contingente militar da Força de
Defesa do Ruanda e pela Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral, o que influenciou na redução dos ataques terroristas”,
acrescentou o chefe do Estado.
O
projecto Mozambique LNG é um dos maiores em África, com um custo estimado de 20
mil milhões de dólares e uma capacidade de produção de 12,9 milhões de
toneladas por ano. Envolve o desenvolvimento de campos de gás offshore na bacia
do Rovuma e a construção de uma fábrica de GNL em terra e de um terminal de
exportação na península de Afungi. Espera-se que gere receitas e benefícios
significativos para a economia e o povo moçambicanos, e que contribua para a
transição e segurança energética global.
A
TotalEnergies é o operador e o maior accionista do projecto, com uma
participação de 26,5%. Os outros parceiros incluem a empresa pública
moçambicana ENH, a empresa japonesa Mitsui, a tailandesa PTTEP e as empresas
indianas ONGC Videsh, Bharat Petroleum e Oil India. O projecto assegurou
contratos de longo prazo com compradores da Ásia e da Europa, como a China
National Offshore Oil Corporation, a Tokyo Gas, a Centrica e a Shell.
A
província de Cabo Delgado tem vindo a ser afectada por um conflito desde 2017
que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e
massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de
ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela
região. O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict
Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de
acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas. Rui Dgedge –
Moçambique in “O País”
O filme “Abandonados”, de Francisco Manso, retrato da
invasão japonesa de Timor-Leste na II Guerra Mundial, conquistou o prémio de
Direitos Humanos do Kiez Film Festival, em Berlim
O
Kiez Berlim Film Festival é uma iniciativa local de divulgação de diferentes
cinematografias que decorre ao longo do ano em galerias de arte e centros
culturais da capital alemã, com o objetivo de envolver “comunidades locais a
desfrutar de exibições de filmes em espaços alternativos” e em “ambientes
informais e descontraídos”, como se lê na página do certame e na plataforma
FilmFreeway que o acolhe.
Os
prémios são distribuídos mensalmente em diferentes categorias, de melhor filme
ou documentário, a melhor interpretação, melhor música ou melhor produção em
ambiente escolar, e a escolha é feita pelo júri, na sequência de encontros e
debates com o público.
A
escolha de “Abandonados”, hoje comunicada à equipa do filme, realizou-se no
âmbito das sessões realizadas em novembro no centro social da praça Helmholm e
na galeria Luisa Calucci, no bairro de Schillerkiez, que envolveram o produtor
e fotógrafo Michele Princigalli, a curadora Luisa Catucci, o especialista em
media Igor Wolfango Schiaroli e o artista visual Filippo Gregoretti, segundo a
página do festival.
A
longa-metragem estreou-se nas salas portuguesas no passado mês de julho, depois
de ter sido exibida pela RTP como série filmada, na versão longa, em dezembro
do ano passado.
O
filme e a série filmada, dirigidos por Francisco Manso, têm por referência o
livro “Timor na II Guerra Mundial – Diário do Tenente Pires” (2007), do
historiador António Monteiro Cardoso (1950-2016), e tem como fio condutor a
vida do oficial português Manuel Pires, então administrador de Baucau, que
tentou retirar o maior número possível de timorenses, portugueses e
australianos do território, face à entrada das forças japonesas e à ocupação
durante o conflito.
Estima-se
que, durante a invasão e a ocupação de Timor-Leste, tenham morrido entre 50000
e 70000 pessoas, por causa da guerra, da fome, das doenças e dos trabalhos
forçados a que foram obrigadas.
O
elenco conta com os atores Marco Delgado, que desempenha o papel do tenente
Manuel Pires, Maya Booth, António Pedro Cerdeira, Soraia Tavares, Elmano
Sancho, Luís Esparteiro, Virgílio Castelo, Joaquim Nicolau, Vítor Norte, José
de Abreu e Chico Diaz, além de atores e figurantes timorenses, japoneses e
chineses.
Francisco
Manso é autor de várias produções para cinema e televisão, como “O testamento
do senhor Nepomuceno” (1997), “Assalto ao Santa Maria” (2010), “O Cônsul de
Bordéus” (2011) e “O nosso cônsul em Havana” (2019). In “Bom dia
Europa” - Luxemburgo
O
historiador Luís Filipe Thomaz apresenta na obra “Nanban-Jin. Os portugueses no
Japão” uma perspetiva cronológica e geograficamente ampla sobre o encontro
entre Portugal e o Japão, iniciado em 1543 e que durou cerca de 100 anos.
Luís
Filipe Thomaz enquadra o processo dos Descobrimentos portugueses numa “história
universal de ampla cronologia e de geografia planetária”, como realça, no
prefácio, o historiador João Paulo Oliveira e Costa.
“A
leitura deste livro poderá servir como uma introdução a um modelo
interpretativo moderno, de cariz globalizante, livre das amarras quixotescas de
quem não deu conta que o mundo não se explica por uma visão eurocêntrica e que
não se descola de uma perspetiva colonialista dos Descobrimentos, criticando-a
indefinidamente como se não houvesse outro modelo explicativo”, afirma Oliveira
e Costa.
O
ex-aluno do autor salienta que Luiz Filipe Thomaz trouxe uma nova maneira de
abordar a realidade histórica, privilegiando o estudo dos povos ultramarinos
como forma de compreender a ação dos portugueses, e analisando sistematicamente
a documentação, permitindo “uma nova perceção dos acontecimentos, agora vistos
de um modo mais complexo e livre tanto dos interesses dos cronistas como dos
filtros que eclipsavam os agentes ultramarinos”.
Oliveira
e Costa dá como exemplo desta nova perspetiva sobre a expansão marítima
portuguesa os resultados da ação missionária, particularmente referidos em
“Nanban-Jin. Os Portugueses no Japão”, já que este país foi o espaço geográfico
onde se desenvolveu “uma das missões mais bem-sucedidas do século XVI”.
Os
portugueses chegaram ao Japão em 1543, 128 anos depois da conquista de Ceuta
(1415), 109 anos depois de Gil Eanes ultrapassar o Cabo Bojador (1434), 45 anos
depois de Vasco da Gama aportar pela primeira vez à Índia (1498), e 30 anos
depois de os primeiros oficiais portugueses terem desembarcado na China – um
contexto essencial “para compreender bem as relações luso-nipônicas”, defende
Oliveira e Costa, referindo-se ao contributo de Luís Filipe Thomaz, que se
afasta de “uma historiografia eurocêntrica de pendor colonialista”.
“Os
Descobrimentos provocaram o arranque irreversível da globalização”, e não basta
apenas “enunciar relações bilaterais entre portugueses e uma sucessão de povos,
como imaginam hoje os herdeiros da historiografia colonial travestidos de
anticolonialistas”, argumenta Oliveira Costa.
O
“encontro” entre portugueses e japoneses é ainda hoje celebrado no Japão, de
uma forma sistemática que resulta exclusivamente da população”.
João
Paulo Oliveira e Costa considera “que nenhum outro povo estrangeiro tem tantas
homenagens públicas espalhadas pelo território do Japão como os portugueses”, a
mais recente, um escorrega para crianças com a forma da nau de trato, a
“célebre nau” que em 1550 iniciou a ligação entre Goa, na Índia, e a ilha
japonesa de Kyushu, construído este século.
Luís
Filipe Thomaz, 82 anos, foi docente na Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa e na Universidade Nova de Lisboa, que o distinguiu com um douroramento
“honoris causa”.
Como
bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou, em Paris, a Escola
Prática de Altos Estudos e a Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, o
Instituto Nacional de Línguas e Civilizações Orientais, a Universidade Paris
III e o Instituto Católico.
Foi
professor nas Universidades de Bordéus, em França, de Kebangsaan, na Malásia,
da Ásia Oriental, em Macau e na Universidade de Santa Cruz, no Brasil, e
trabalhou na Universidade Católica Portuguesa, onde organizou o Instituto de
Estudos Orientais, do qual foi diretor de 2002 a 2011.
Depois
de deixar de lecionar recebeu a tonsura e o hábito monástico, tendo tomado o
nome de Jerónimo. Foi também ordenado diácono para servir a paróquia ortodoxa
moldava de S. João Crisóstomo, em Cascais.
Luís
Filipe Thomaz publicou dez livros, entre os quais “A Expansão Portuguesa – Um
Prisma de Muitas Faces” (2021), “O Drama de Magalhães e a Volta ao Mundo sem
Querer” (2018) e “Ucrânia – As Lições da História e Outros Estudos sobre o
Oriente Cristão” (2022). In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
O
Brasil lidera o número de casos de dengue no mundo, com 2,9 milhões registrados
em 2023, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os casos são mais
da metade dos 5 milhões registrados mundialmente. A organização chamou atenção,
no último dia 22, para a doença que tem se espalhado para países onde
historicamente a doença não circulava.
Entre
as razões para o aumento está a crise climática, que têm elevado a temperatura
mundial e permitido que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti
sobreviva em ambiente onde antes isso não ocorria. O fenômeno El Niño de 2023
também acentuou os efeitos do aquecimento global das temperaturas e das
alterações climáticas.
Em
todo o mundo a OMS relatou mais de 5 milhões de infecções por dengue e 5 mil
mortes pela doença. A maior parte, 80% desses casos, o equivalente a 4,1
milhões, foram notificados nas Américas, seguidas pelo Sudeste Asiático e
Pacífico Ocidental. Nas Américas, o Brasil concentra o maior número de casos,
seguido por Peru e México. Os dados são referentes ao período de 1º de janeiro
e 11 de dezembro.
Brasil
Do
total de casos constatados no Brasil, 1474, ou 0,05% do total são casos de
dengue grave, também chamada de dengue hemorrágica. O país é o segundo na
região com o maior número de casos mais graves, atrás apenas da Colômbia, com 1504
casos.
Países
anteriormente livres de dengue, como França, Itália e Espanha, reportaram casos
de infecções originadas no país – a chamada transmissão autóctone – e não no
estrangeiro. O mosquito Aedes aegypti é amplamente distribuído na
Europa, onde é mais conhecido como mosquito tigre.
Alterações climáticas
No
Brasil, levantamento feito pela plataforma AdaptaBrasil, mostrou que as
mudanças climáticas no Brasil podem levar à proliferação de vetores, como o
mosquito Aedes aegypti e, em consequência, ao agravamento de
arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. A plataforma é vinculada ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz),
As
projeções indicam também expansão da malária, leishmaniose tegumentar americana
e leishmaniose visceral. O trabalho levou em conta as temperaturas máxima e
mínima, a umidade relativa do ar e a precipitação acumulada para associar a
ocorrência do vetor, que são os mosquitos transmissores das diferentes doenças
em análise. A AdaptaBrasil avalia também a vulnerabilidade e a exposição da
população a esses vetores.
A
dengue é a infecção viral mais comum transmitida a humanos picados por
mosquitos infectados. É encontrado principalmente em áreas urbanas em climas
tropicais e subtropicais.
Os
principais sintomas da dengue são febre alta, dor no corpo e articulações, dor
atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas
no corpo.
Para
evitar a infestação de mosquitos, o Ministério da Saúde orienta que é
necessário eliminar os criadouros, mantendo os reservatórios e qualquer local
que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas. Medidas
de proteção contra picadas também podem ajudar especialmente nas áreas de
transmissão. O Aedes aegypti ataca principalmente durante o dia.
Vacina
Na
quinta-feira (21), o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao
Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o
Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público
universal.
Conhecida
como Qdenga, a vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro
momento, mas será focada em público e regiões prioritárias. A incorporação do
imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de
Tecnologias no SUS (Conitec).
O
Ministério da Saúde informou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI)
trabalhará junto à Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) para
definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível, como
público-alvo e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses.
A definição dessas estratégias deve ocorrer nas primeiras semanas de janeiro.
Em
entrevista à Radioagência Nacional, o vice-presidente da Sociedade Brasileira
de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, enfatiza a importância da vacina para
controlar a dengue no país. “A vacina, sem dúvida, junto com outras medidas,
será importante instrumento para controle dessa doença”, disse.
Ele
acrescenta que “a dengue é uma doença que impacta diretamente praticamente todo
o território nacional, vem se expandindo em regiões onde a gente não tinha
dengue e o controle do vetor do mosquito transmissor da doença têm sido
insuficientes para que nos consigamos diminuir as taxas de infecção que só se
alastram”.
Ministério da Saúde
Em
nota, o ministério diz que está alerta e monitora constantemente o cenário da
dengue no Brasil. Para apoiar estados e municípios nas ações de controle da
dengue, a pasta repassou R$ 256 milhões para todo o país para reforçar o
enfretamento da doença.
A
pasta informa que instalou uma Sala Nacional de Arboviroses, espaço permanente
para o monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência de dengue,
chikungunya e Zika para preparar o Brasil em uma eventual alta de casos nos
próximos meses. Com a medida, será possível direcionar melhor as ações de
vigilância.
“O
momento é de intensificar os esforços e as medidas de prevenção por parte de
todos para reduzir a transmissão da doença. Para evitar o agravamento dos
casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os
primeiros sintomas”, diz o texto, que ressalta ainda que cerca de 11,7 mil
profissionais de saúde foram capacitados em 2023 para manejo clínico,
vigilância e controle da dengue. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Agência Brasil”