Bissau
– As mulheres da Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, iniciaram ontem
um encontro de três dias, destinado a partilha de experiências sobre a luta de
emancipação e participação nos lugares de tomadas de decisão.
O
encontro é promovido pela Associação para Cooperação entre os Povos (ACEP) de
Portugal, em parceira com Mindjeris di Guiné-Bissau no Lanta (MIGULAND), a
Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV) e a Plataforma dos Direitos
Humanos e Equidade de Género de São Tomé e Príncipe.
No
ato da abertura do encontro, Isabela de Almeida, Coordenadora de MIGUILAND, a
anfitriã do evento, disse que espera que no final do encontro os países
presentes tenham uma declaração comum que vai servir de guião para as próximas
ações em prol das mulheres.
A
coordenadora da MIGULAND ainda sublinhou a importância da visibilidade das
mulheres nos mídia, que diz não ter tido destaques, e prometeu que vão apreciar
esse tema durante o encontro.
Isabela de Almeida destacou os ganhos obtidos pelas
mulheres cabo-verdianas nas últimas eleições legislativas, com quarenta por
cento de participação na Assembleia de República daquele país, e encorajou os
demais países a manterem o foco para terem mais ganhos nessa batalha.
Por
sua vez, a ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social, Conceição Évora,
que presidiu a abertura da cerimónia, alertou que as alterações das leis ou
elaboração das novas, sejam elas nacionais ou internacionais, não serão capazes
de transformar as realidades que as mulheres vivem.
Segundo
a governante, os direitos adquiridos são meros instrumentos jurídicos, e para
terem efeitos reais, diz Évora, precisam de ser acompanhados de comportamento e
práticas sociais que favoreçam a sua aplicação.
Conceição
Évora sublinhou que é necessário ter a consciência dos direitos das mulheres e
que a sua implementação é indispensável para a construção de uma sociedade mais
democrática.
Acrescenta
que o Governo precisa da contribuição de todos e em especial das organizações
que atuam na temática das mulheres, para unirem esforços e levarem esta luta
para a frente.
A
ministra da Mulher assegurou que o seu Ministério vai redobrar esforços para
mitigar todas as barreiras existentes e que impedem a emancipação das mulheres
no país.
No
ato também esteve presente, o Adido da Cooperação Portuguesa na Guiné-Bissau,
António Nunes, em representação da Embaixada Portuguesa no país.
Nunes
ressaltou a importância de se ultrapassar a barreira de que a mulher tem que
dar duro para ser uma heroína ou para vencer na vida.
“A
mulher precisa de ser normal como qualquer uma na sociedade para encontrar o
seu caminho”, defendeu o diplomata português acrescentando que a atual
realidade das mulheres na Guiné-Bissau também se verificava em Portugal, antes
e depois de 25 de abril, mas que, “com o esforço e as garras nas conquistas”,
hoje a realidade é outra. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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