Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Goa - Museu de Arte Cristã de Velha Goa reabre após renovação

O Museu de Arte Cristã reabriu a 23 de maio, depois de concluído o projeto de renovação iniciado em 2015, com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian


Localizado no Convento de Santa Mónica, o Museu beneficiou de uma profunda intervenção destinada à valorização da sua valiosa coleção de arte indo-portuguesa. O projeto, elaborado e oferecido pela Fundação Calouste Gulbenkian, inclui as vertentes de arquitetura, museologia e museografia.

Testemunho do intercâmbio cultural secular entre a Índia e Portugal, a coleção exposta no Museu de Arte Cristã / Museum of Christian Art (MoCA), em Velha Goa, é constituída por 178 obras de arte sacra indo-portuguesa de elevado valor, datadas dos séculos XVI a XX.

Em 1994 a Fundação Calouste Gulbenkian selecionou um conjunto de obras representativas da produção artística local e instalou a coleção no Seminário de Rachol, construído no século XVII pela Companhia de Jesus, edifício onde o MoCA funcionou até 2001. Nesse ano, as obras de arte foram transferidas para o espaço do antigo coro do Convento de Santa Mónica. A solução encontrada revelou-se desadequada do ponto de vista museológico.

Neste contexto, em 2015, a Fundação Calouste Gulbenkian elaborou e ofereceu ao MoCA um projeto de renovação que incluía as vertentes de arquitetura, museologia e museografia, seguindo as recentes orientações internacionais nesta área. O financiamento da intervenção foi obtido de entidades públicas e privadas, tendo 80% sido atribuído pelo Ministério da Cultura da Índia e os restantes por parte da Fundação Gulbenkian, do Governo Português e de mecenas privados.

Iniciada em 2017, a intervenção incluiu a construção de reservas, escritório, instalações sanitárias e uma área de segurança em torno das galerias de exposição. No interior do edifício, o projeto contemplou a reorganização do espaço e a construção de equipamento museográfico, dando resposta ao novo percurso museológico desenvolvido. Fundação Calouste Gulbenkian - Portugal


Brasil - Bicentenário: Historiadores debatem contribuição de dom João VI para a unidade brasileira


A contribuição de dom João VI para a unidade nacional foi tema da primeira rodada de debates do seminário “O Movimento da Independência: Ontem e Hoje – 200 Anos de Independência do Brasil”, que ocorre até esta quinta-feira (30) na Câmara dos Deputados em Brasília. Dom João VI foi rei de Portugal e do Brasil de 1816 a 1822.

Na manhã deste dia 29, pesquisadores da História brasileira discutiram aspectos da vida de dom João VI e também do contexto nacional à época da proclamação da independência, em 7 de setembro de 1822.

Como explicou o presidente da comissão especial curadora das comemorações do bicentenário na Câmara, deputado Enrico Misasi (MDB-SP), a ideia dos debates é focar em diferentes personagens, a partir de temas significativos na atuação de cada um.

Na visão de historiadores, a maior contribuição de dom João VI, que costuma ser retratado como um ser caricato, pode ter sido a criação de instituições e serviços que sedimentaram o Estado brasileiro, em uma cultura política que ainda perdura.

“Nem dom João nem a elite visaram à unidade nacional, mas pelas circunstâncias precisaram governar com a corte no Rio de Janeiro e isso facilitou a unidade. Mas o seu projeto era o reino unido [de Portugal e Brasil], e não a separação”, esclareceu o historiador Arno Wehling.

Wehling fez um paralelo entre o contexto social, político e institucional existente em 1808, quando a família real portuguesa aportou no Brasil fugindo das tropas napoleônicas, em 1822. Segundo o historiador, é mito a unidade da colônia portuguesa antes da independência.

“Em 1808, o Rio de Janeiro era uma capital de vice-reino, mas uma cidade acanhada, sem as características dos vice-reinos mais importantes da América espanhola, que eram México e Peru. Não havia aqui uma corte vice-reinal”, explicou Arno Wehling. “Um segundo aspecto: as capitanias eram desligadas do Rio de Janeiro e os seus governadores tinham ligação direta com a administração portuguesa. Em terceiro lugar, havia limitações econômicas e financeiras no Brasil de 1808 e a ausência de bancos, o que dificultava a circulação da riqueza.”

Até que, em 1821, no lugar da fragmentação anterior, já havia uma certa unidade em relação ao Rio de Janeiro. Treze anos após a chegada da família real, havia uma metropolização da capital, um aumento do comércio internacional, uma abertura para a imigração não portuguesa, o aparecimento de opinião pública e uma oposição às características mais fortes do antigo regime e da dominação portuguesa.

“Houve algumas alterações substanciais que potencializaram a futura unidade. Obviamente, a instalação da secretaria de Estado no Rio de Janeiro, os ministérios portugueses, garantiu uma unidade político-administrativa preliminar, que foi muito útil para a independência. Havia uma infraestrutura administrativa funcionando em 1821 e 1822. Foi um período de soberania sem independência”, disse ainda o Wehling.

O também historiador Jurandir Malerba acrescentou que, ao vir para o Brasil, dom João VI trouxe consigo todo um aparato de Estado. Aqui se instalou o aspecto administrativo do império luso. Após a independência, havia, portanto, no Brasil, um Estado operando plenamente.

Legado – Além desse aspecto, Malerba questionou se, em 2022, pode-se afirmar que o legado joanino foi positivo para o Brasil. Ele acredita que muitos dos vícios políticos brasileiros remontam à época de fundação do Estado, inclusive disputas de fundo ideológico.

Jurandir Malerba perguntou ainda o que se ganha ao “exumar heróis criados pela elite branca escravocrata”, nas comemorações do bicentenário da independência, e continuar esquecendo heróis populares e toda a violência cometida contra povos originários e povos escravizados.

“Onde estão os grandes temas? Como a gente pode falar de independência sem se referir à questão fundiária, sem se referir ao problema da posse da terra por uma minoria branca desde o início da colonização? Como a gente não fala de política de terras sem mencionar a guerra brutal contra os povos originários e que dom João reiterou como política de Estado com vários decretos?”

O deputado Enrico Misasi respondeu que o papel da comissão curativa do bicentenário não é o de fazer a crítica aprofundada de eventos históricos, e as comemorações atuais têm uma função de “rememoração coletiva”. Ele considera importante fazer uma reflexão também sobre aquilo que a História do Brasil tem de bom.

“É trazer à tona temas importantes e personagens para que possamos ter um momento, no meio do caos em que a gente vive, de lembrar fatos importantes da nossa história”, afirmou o parlamentar. “Evidentemente que isso não pode nos levar a ser ingênuo com relação aos graves problemas estruturais que temos no País. Mas a solução para esses problemas passa antes por uma maior unidade entre as pessoas do que pelo aprofundamento de divisões.”

Abertura do seminário

No dia 28, a Câmara dos Deputados promoveu a cerimônia de abertura do seminário com a participação dos deputados que compõem a comissão especial do Bicentenário e a apresentação de um recital em que foram ouvidas obras musicais que têm relação com aquele momento histórico.

Na abertura, os deputados, além do ex-deputado Evandro Gussi (que coordenou a comissão no início, em 2017), fizeram rápidos comentários sobre a data a uma plateia composta por professores e autoridades brasileiras e representantes diplomáticos.

A deputada Soraya Santos (PL-RJ) destacou o desempenho de mulheres guerreiras no processo de Independência, tema que será alvo de debates em um dos painéis do seminário.

“Todas as vezes que a gente falava da história, pouco se falava das mulheres. E temos o privilégio de reavivar a história da Leopoldina. Temos um painel que vai tratar das mulheres na Independência. As mulheres que ombro a ombro com os homens construíram essa nação”, disse.

Comemorações

Até setembro, as comemorações do Bicentenário pela Câmara envolvem ainda o lançamento de dois livros — um sobre dom Pedro 1º e outro sobre o movimento da Independência. E no dia 7 de Setembro, encerrando o período de comemorações, haverá sessão solene do Congresso Nacional.

Até quinta, o prédio do Congresso Nacional fica iluminado nas cores verde e amarelo, também em comemoração ao Bicentenário da Independência.

A Câmara exibe também, a partir desta semana, duas exposições sobre os 200 anos da Independência do Brasil. As mostras fazem parte das comemorações da data iniciadas em 2017, com exposições, debates, sessões solenes, lançamento de selos e publicações sobre o tema, segundo a Agência Câmara de Notícias.

A série “Brasil, 200 anos de Independência” dos Correios, idealizada em parceria com a Câmara dos Deputados, fazem parte os seguintes selos: “A chegada de Maria Leopoldina ao Brasil”, “A aclamação de D. João VI”, “O Retorno de José Bonifácio ao Brasil”, “A Revolução Constitucionalista” e “O Brasil nas cortes de Lisboa”. No próximo dia 7 de setembro, o sexto e último selo será lançado, finalizando a série. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Agência Câmara”


 

Angola - Petrolífera italiana Eni e o Ministério da Saúde assinaram um memorando de entendimento para a formação de profissionais de cardiocirurgia

A petrolífera italiana Eni e o Ministério da Saúde assinaram um memorando de entendimento para a formação de até 100 profissionais de cardiocirurgia, para beneficiar perto de 250 pacientes ao ano e reforçar serviços de hospital especializado

O memorando, rubricado pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, e pelo director-geral da Eni, Adriano Mongini, prevê a formação de até 100 profissionais de cardiocirurgia para beneficiar um número estimado de 250 pacientes por ano e reforçar os serviços cardiovasculares do complexo hospitalar.

"Ao abrigo do memorando, a Eni reforçará os serviços cardiovasculares do complexo Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, reforçando a capacidade de cirurgia cardiovascular através da criação de um programa de formação para criar um serviço de cirurgia cardíaca sustentável", lê-se no comunicado enviado às redacções.

A petrolífera apoiará também o serviço cardiovascular do hospital através da prestação de intervenções cardiocirúrgicas e prestará apoio técnico à gestão do hospital, concentrando-se na administração hospitalar, gestão de recursos humanos e engenharia médica.

A Eni, presente em Angola desde 1980, é operadora dos Blocos 15/06 Cabinda Norte, Cabinda Centro, 1/14, 28 e em breve NGC. Além disso, a Eni tem uma participação nos blocos não operados 0 (Cabinda), 3/05, 3/05A, 14, 14 K/A-IMI, 15 e em Angola LNG. In “Novo Jornal” - Angola


quarta-feira, 29 de junho de 2022

Timor-Leste – Direção-Geral de Estatística recebe 280 tablets para recolha de dados dos Censos


Díli – A Agência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) disponibilizou 280 tablets à Direção-Geral de Estatística do Ministério das Finanças (MF) para a recolha de dados dos censos nacionais 2022, que decorre no próximo mês de setembro.

“Os dados têm mudado nos últimos sete anos. Atualmente, por exemplo, não sabemos quantas pessoas têm acesso a água, tanto nas zonas rurais, como nas urbanas. Também não sabemos qual é a taxa de abandono escolar, constatou o representante da UNICEF em Timor-Leste, Billal Durrani, no âmbito de entrega dos equipamentos eletrónicos, em Caicoli, Díli.

O responsável referiu que os censos vão fornecer informações demográficas, sociais e económicas.

“É importante ter dados atuais e identificar lacunas. Os resultados dos censos constituem uma chave para o Governo, pois a partir deles pode-se desenhar um Orçamento Geral do Estado adequado às necessidades. É preciso, por isso, que os dados sejam exatos e reflitam a realidade do país”, disse.

Billal Durrani garantiu que a UNICEF vai formar entrevistadores dos censos no que toca à recolha de dados e ao seu tratamento, bem como à elaboração de relatórios.

Já o Vice-ministro do MF, António Freitas, disse que, com o apoio dos equipamentos da UNICEF, a equipa deixará de recolher os dados manualmente e passará a fazê-lo de forma digital.

“Estes tablets são muito úteis. Agradeço à UNICEF por apoiar o governo timorense”, referiu.

Recorde-se que o Executivo tinha previsto 3,1 milhões de dólares americanos para a recolha de dados dos Censos Nacionais 2022.

O Diretor-Geral de Estatística, Elias dos Santos Ferreira, tinha já informado que a DGE vai recolher os dados da população entre 06 de setembro e 06 de outubro de 2022.

De acordo com os dados dos Censos de 2015, existiam 204597 agregados familiares, número que aumentou 4% nos Censos Agrícolas de 2019.

Já a taxa de crescimento da população subiu 3% em 2019, em relação a 2015. Jesuína Xavier – Timor-Leste in “Tatoli”


 

Brasil – No Rio Grande do Sul, Grupo Alma Lusitana e Orquestra Jovem comemoram Dia Estadual do Fado

A Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul (OJRS), a Maria Lisboa Casa de Fado e o Grupo Alma Lusitana farão, no próximo dia 5 de julho, um tour pelos sons de Portugal. O concerto será a partir das 19h, no teatro do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa, a entrada é gratuita mediante retirada de senha.

A apresentação homenageia o Dia Estadual do Fado, comemorado em 1ª de julho, que faz parte do calendário oficial de eventos do estado. A data escolhida refere-se ao nascimento de Amália Rodrigues, a maior cantora de Fado de todos os tempos, que propagou a cultura, o idioma e a música de Portugal ao longo de sua vida.

O repertório inclui músicas como “A Portuguesa”, um dos símbolos nacionais de Portugal, “Casa Portuguesa”, uma das canções mais conhecidas do país, “Júlia Florista”, fado que conta a história de uma mulher que vendia flores pelas ruas de Lisboa e cantava fados com sua voz melodiosa.

“Em seus quase 13 anos de história, a Orquestra Jovem vem firmando parcerias importantes, como essa com Maria Lisboa Casa de Fado e Alma Lusitana, que vai levar música de qualidade aos nossos espectadores, além de homenagear um país tão importante para a formação de Porto Alegre”, destaca a presidente da Fundação Orquestra Jovem do RS, Carla Zitto.

O evento, que tem apoio institucional do Vice-Consulado de Portugal, será transmitido ao vivo e ficará disponível no canal do youtube da orquestra:

https://www.youtube.com/orquestrajovemrs

A organização também divulga que receberá doações de fraldas geriátricas GG ou Mucilon que serão entregues à Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia. In “Mundo Lusíada” - Brasil

 

Portugal - Projeto FILMar ajuda a perceber relação dos portugueses com o mar

O projecto da Cinemateca de digitalização do cinema português ligado à temática do mar já permitiu “conhecer a fundo os arquivos” e perceber que os oceanos foram “uma matéria profundamente manipulada”, disse à Lusa o coordenador, Tiago Bartolomeu Costa

Numa altura em que Lisboa acolhe a Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas, a Cinemateca Portuguesa tem em curso um programa, com financiamento europeu, de digitalização de pelo menos 10000 minutos de filmes do cinema português, relacionados com a temática do mar e abrangendo mais de um século de produção cinematográfica.

Num balanço do trabalho já feito, desde 2020, a Cinemateca já digitalizou 55 curtas-metragens e sete longas-metragens, totalizando 1440 minutos.

O projecto de digitalização, financiado com cerca de 880 mil euros, através do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), prevê retrospectivas no final do programa, mas a Cinemateca está já a programar sessões com alguns dos filmes digitalizados, cumprindo um dos objectivos: Devolver o cinema português aos espectadores.

Com o trabalho já feito, a Cinemateca provou que “era possível traçar na história da produção de cinema em Portugal uma linha contínua, transversal a todos os géneros, que é o mar”, afirmou Tiago Bartolomeu Costa.

Foram já digitalizados documentários, filmes de promoção turística, filmes informativos sobre práticas culturais e sociais relacionadas com o mar, obras propagandísticas do Estado Novo e algumas obras de ficção, de vários géneros.

“Conseguimos encontrar títulos que vão permitir resgatar, ou do desconhecimento ou da sombra, determinadas filmografias ou reconhecer o papel que tiveram na construção do cinema contemporâneo”, sublinhou o coordenador.

Mais do que fazer uma simples digitalização e disponibilização ao público, a Cinemateca quer propor novas leituras do cinema português em estreita colaboração com festivais, cineclubes, museus ou no âmbito do Plano Nacional do Cinema e do Plano Nacional das Artes.

“Existem muitos filmes carregados de ideologia. Não basta digitalizar os filmes, é preciso encontrar formas de apresentação desses filmes, encontrar contextos adequados para que sejam relidos à luz daquilo que hoje sabemos”, explicou.

Do misticismo

Neste trabalho do FILMar foi possível, por exemplo, digitalizar o filme “Gente da Praia da Vieira” (1975), de António Campos, cujo centenário do nascimento será assinalado este ano pelo festival Curtas de Vila do Conde, ou a curta “Albufeira” (1968), de António de Macedo, que abriu o festival IndieLisboa.

Sobre o que já foi digitalizado, Tiago Bartolomeu Costa disse que já é possível tirar algumas conclusões e falar de “um lado mítico” da relação dos portugueses com o mar.

“Há sobretudo uma consciência muito grande de que o mar foi uma matéria profundamente manipulada e quem manipulava era consciente de que o mar lhe escapava permanentemente. Razão pela qual existem muitas sequências em que se acha que se está a filmar o mar, mas se está a falar de perda, de revelação, de desistência, de redescoberta”, disse.

O trabalho de restauro e digitalização está a decorrer nos laboratórios do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), pertencente à Cinemateca, e que funciona numa quinta perto de Lisboa.

Linhas de montagem

Numa visita ao ANIM foi possível ver que os técnicos trabalham numa espécie de linha de montagem dos laboratórios, em diferentes salas, seguindo-se um percurso de tratamento, limpeza e restauro da película, tanto na imagem como no som.

O objectivo da digitalização não é retirar todas as imperfeições e desgastes da passagem do tempo. É corrigir e tratar uma obra para que seja exibida o mais aproximado possível das condições em que foi mostrada originalmente, explicou Tiago Bartolomeu Costa.

Numa sala, um dos técnicos está a corrigir a cor do filme “Sentinelas do mar” (1959), de Armando de Miranda, sobre exercícios militares da marinha, noutra sala trabalha-se o som do filme “Henrique, o Navegador” (1960), de João Mendes, de propaganda ideológica do Estado Novo.

No ANIM, onde estão preservados milhares de bobines e quilómetros de película, em cofres climatizados, foi criada também uma pequena sala de cinema, para simular uma exibição em sala dos filmes já restaurados.

Findo o programa FILMar, em 2024, Tiago Bartolomeu Costa diz que a Cinemateca entrará “num novo ciclo de vida”.

“O programa FILMar serviu para experimentar formas de programação e de contextualização que, quando o projecto foi idealizado, não estavam previstas e que a pandemia ajudou a revelar; e que o potencial e a grandeza destes ajudou a descobrir”, disse. In “Hoje Macau” - Macau


Madeira - Quer usar Macau como “ponte” asiática

A Invest Madeira acredita que Macau tem potencial para funcionar como plataforma de negócios entre a Região Autónoma portuguesa e os mercados asiáticos

O Governo da Região Autónoma da Madeira pretende aproveitar o potencial de Macau como plataforma comercial para a Ásia. Segundo o portal “CLBrief”, Filipa Ferreira, responsável pela agência governamental da Madeira para o investimento e promoção comercial, sublinhou que a “dimensão gigantesca do mercado asiático é muito importante” para a Madeira, “não só para a distribuição de produtos regionais, mas também para ajudar as empresas a ganhar escala”.

Num artigo publicado no Jornal da Madeira, intitulado “Macau: a porta de entrada para o Oriente”, a mesma responsável realçou que, “ao nível das empresas madeirenses, existem alguns casos de sucesso na exportação, nomeadamente de bebidas alcoólicas para a China, devido ao trabalho de prospecção destas empresas e ao apoio do Governo Regional na participação em feiras temáticas e na divulgação dos produtos regionais”. Filipa Ferreira acredita que a diversificação de mercados para a Madeira aumenta o potencial de crescimento, limitado pela dimensão do mercado regional e português, e permite ainda gerir melhor as “flutuações da procura”.

Depois de ter iniciado funções na Invest Madeira em 2018, Filipa Ferreira teve como uma das suas primeiras missões a preparação de um acordo de cooperação entre o governo regional e a Associação Internacional de Negócios China-Europa de Macau, presidida por Derio Kong Vai Chan. Nessa altura, a Invest Madeira estava sob a alçada do vice-presidente do Governo, Pedro Calado, que em Outubro de 2021 seria eleito presidente da Câmara Municipal do Funchal. Actualmente, a Invest Madeira é coordenada pelo novo secretário da Economia, Rui Barreto, referiu o portal “CLBrief”.

No artigo, Filipa Ferreira recorda o passado de Macau sob a administração portuguesa e a transferência pacífica de soberania para a República Popular da China, fruto das boas relações entre os dois países. Na sua perspectiva, a influência portuguesa e os laços culturais e afectivos com Macau são “um factor determinante para que as empresas portuguesas utilizem este território não só como porta de entrada para a China continental, mas também como plataforma de acesso a outros mercados do Oriente”.

“Estes laços históricos e culturais são extremamente importantes para facilitar o acesso das empresas portuguesas a este imenso mercado, criando uma enorme vantagem para o crescimento comercial entre empresas dos dois países” e tornam Macau num “ponto facilitador entre empresas portuguesas e chinesas”, também “utilizado pelas empresas chinesas para aceder aos diferentes países de língua portuguesa”, acentuou. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


terça-feira, 28 de junho de 2022

Portugal - Rede Global lançou hoje “facilitador de exportações”

A Rede Global da Diáspora acaba de lançar duas novas ferramentas que servirão como “facilitador de exportações de Portugal para empresas da diáspora”, disse o diretor executivo da Fundação AEP, Paulo Dinis


Queremos que sejam ferramentas de acesso fácil e que permitam alimentar os negócios com a diáspora, algo que não existia”, afirmou o responsável. “Se conseguirmos por portugueses a falar entre si, embora distantes geograficamente, já estamos a dar um bom contributo para acelerar o processo de internacionalização de algumas empresas portuguesas”.

O Portal de Negócios e a Diáspora Business Intelligence estão disponíveis sem custos aos empresários e investidores registados na Rede Global, uma plataforma promovida pela Fundação AEP com apoio do Portugal 2020.

Uma das nossas intenções é alargar a base exportadora e fazer chegar os produtos portugueses, muitos ligados ao agroalimentar, a todo o mundo”, indicou. “O processo de exportação torna-se facilitado com a diáspora”, continuou. “Queremos acentuar esta dimensão de que Portugal tem um canal facilitado de acesso à exportação através dos nossos compatriotas”.

Segundo explicou Paulo Dinis, o Portal de Negócios servirá para partilhar oportunidades de negócio envolvendo empresas da diáspora e empresas em território nacional, incluindo também informação relativa a programas de investimento, disponibilidade para investir ou necessidade de investimento de terceiros.

“É um portal dirigido essencialmente ao diálogo económico com a diáspora portuguesa”, frisou o responsável.

Em paralelo, a base de dados da Diáspora Business Intelligence permitirá pesquisar entre 10022 empresas identificadas em 154 países da diáspora e identificar potenciais parceiros de exportação. Contém também a informação pesquisável de 18571 empresas portuguesas que já exportam.

“Uma empresa em Boston pode ter interesse em pesquisar empresas portuguesas que já exportam para os Estados Unidos e obter a informação aplicando o filtro de acordo com a área de interesse”, exemplificou Paulo Dinis.

O mercado norte-americano é, aliás, visto com tendo muito potencial. “Há enormes oportunidades no mercado dos Estados Unidos que ainda não estão a ser aproveitadas” disse. “É isso que também queremos fazer, estreitar os laços para que uma comunicação direta permita agilizar os processos”.

O diretor executivo explicou que as ferramentas foram desenvolvidas para responder a uma necessidade expressada pelos empresários portugueses.

“Há muita dificuldade em conhecer a realidade da diáspora no sentido económico, saber quais são as empresas da diáspora tituladas por portugueses”, sublinhou. “É um trabalho que tem de ser feito de forma sistematizada e ao longo de um período temporal relativamente longo”.

Para o diretor, se as ferramentas ajudarem as empresas portuguesas a exportarem mais produtos ou a iniciarem a sua internacionalização, mesmo que com volumes pequenos, os objetivos serão atingidos.

A Rede Global da Diáspora é um projeto promovido pela Fundação AEP e apoiado pelo Portugal 2020, no âmbito do COMPETE 2020 – Sistema de Apoio às Ações Coletivas, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo


UCCLA - Fórum “Justiça Económica após a independência dos PALOP”

A Casa de Moçambique e a UCCLA organizam, nos dias 29 e 30 de junho, o Fórum subordinado ao tema “Justiça Económica após a independência dos PALOP”, que contará com a presença de diversas personalidades da vida económica, social e política dos países africanos de língua oficial portuguesa.

Os trabalhos terão início a partir das 15 horas e poderá consultar o programa aqui.

O fórum conta com o apoio institucional da Fundação Corvo Provedor (Guiné-Bissau), do Governo da Guiné-Bissau e do Governo de Moçambique. Tem como parceiros o ICLM-Imperial Crown Logistics Mocambique e o Liceu Ebenezer (Moçambique).

Morada:

Casa das Galeotas

Avenida da Índia, n.º 110 (entre a Cordoaria Nacional e o Museu Nacional dos Coches), em Lisboa

Autocarros: 714, 727 e 751 - Altinho, e 728 e 729 - Belém

Comboio: Estação de Belém

Elétrico: 15E - Altinho

Coordenadas GPS: 38°41’46.9″N 9°11’52.4″W

 

Cabo Verde - Prestes a obter certificado livre do paludismo, diz coordenador


Cidade da Praia – O coordenador do Programa Nacional de Doenças de Transmissão Vectorial afirmou que Cabo Verde, depois de todo o seu percurso e experiência na luta contra os mosquitos, está prestes a obter o certificado livre do paludismo.

António Moreira fez essa afirmação em declarações à imprensa, após reunir-se com uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que se encontra no País para apoiar na preparação para a certificação e avaliar se tudo está pronto para receber a missão de certificação independente.

“Todo o percurso, a experiência dos anos anteriores e do trabalho dos sucessivos governos, para além da população que se mostra empenhada, creio que demos um passo grande na eliminação do paludismo em Cabo Verde”, disse, afirmando estar expectante quanto à vinda ao País da equipa independente para a certificação da eliminação do paludismo.

Sublinhou ainda, na sua declaração, que a equipa da OMS que se encontra no arquipélago tem como missão avaliar as recomendações da equipa que esteve no País antes, ou seja, o progresso das advertências feitas, assim como as actividades em curso para se elaborar um plano final a ser implementado até à vinda da equipa independentemente para a certificação da eliminação do paludismo.

“Estamos há quatro anos e cinco meses sem casos locais, mas continuamos a ser um País de risco e vulnerável, pois, temos aqui o mosquito e há condições climáticas para o desenvolvimento do mosquito vector que transmite a doença”, afirmou, reconhecendo que o País está aberto e situa-se próximo de uma comunidade que tem uma carga enorme em relação à incidência do paludismo e a movimentação das pessoas que entram e saem.

Por este motivo, António Moreira admitiu que Cabo Verde juntamente com a OMS estão a elaborar um plano para evitar a reintrodução do paludismo, alegando que para que todos os ganhos conseguidos sejam consolidados é preciso a mobilização geral da população, em relação à doença.

Isso porque, sublinhou, a tendência de não haver paludismo poderá provocar relaxamento e depois surpresas com aparição de casos.

O representante residente da OMS, Daniel Kertesz na sua declaração afirmou estar convicto de que Cabo Verde receberá a certificação livre de paludismo.

“Trata-se do certificado da eliminação do paludismo num País, o que significa que a malária não está a provocar a doença, mas estamos aqui com uma missão que vai apoiar o País a obter essa certificação”, acrescentou.

Segundo Daniel Kertesz a missão da OMS em Cabo Verde tem de avaliar tudo o que está sendo feito, identificar as lacunas e desafios e só depois disso poderão saber quanto tempo vai ser preciso para a certificação livre do paludismo.

“Para isso, a OMS tem de estar certa de que não haverá transmissão e o País tem de saber gerir qualquer importação de paludismo no futuro”, concluiu.

A missão da OMS em Cabo Verde vai avaliar os avanços conseguidos no quadro da implementação das recomendações anteriores das missões da OMS, orientar os profissionais e as autoridades de Saúde incluindo os membros do Comité Nacional Independente para Eliminação do Paludismo, sobre as directivas e os requisitos para o processo.

A iniciativa visa ainda rever toda a documentação do País na matéria e apoiar na elaboração de um plano de acção e um cronograma para a certificação em colaboração com as autoridades nacionais.

A missão de duas semanas, para além de alguns encontros com instituições nacionais, visita ainda as ilhas da Boa Vista e de São Vicente.

O paludismo em Cabo Verde caracteriza-se por ser uma doença instável, de transmissão sazonal dependendo fortemente da pluviosidade, que se encontra presente em quatro ilhas, Santiago, Boa Vista, São Vicente e Maio.

Cabo Verde está há quatro anos sem registar casos locais de paludismo e espera obter, ainda este ano, a certificação de País livre da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). In “Inforpress” – Cabo Verde


 

Macau - Associações de matriz portuguesa deixam “recados” para Lisboa

O défice de apoio institucional e “a notória dificuldade em Portugal” em compreender as “características de Macau” foram alguns problemas manifestados por associações de matriz portuguesa, em reuniões com a presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas

A presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) reuniu-se no domingo com dirigentes de associações locais de matriz portuguesa, com o objectivo de auscultar opiniões que poderão ser transmitidas em Lisboa durante a visita que irá realizar entre 4 e 19 de Julho, e cujo programa inclui a reunião anual do Conselho Permanente do CCP, na Assembleia da República, bem como contactos com várias autoridades governamentais.

Acompanhada pelo assessor Rui Marcelo, Rita Santos encontrou-se com a presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, que destacou as “dificuldades financeiras” derivadas dos “obstáculos burocráticos associados aos apoios de que a associação depende, resultante do abrandamento da economia local, provocado pela pandemia”, segundo refere uma nota do gabinete do CCP no Círculo China, Macau e Hong Kong. “Daí que, e apesar do constante apoio do governo de Macau, seja fundamental continuar a transmitir às autoridades responsáveis em Portugal a importância do apoio institucional às actividades da Casa de Portugal”, sublinha.

De acordo com a nota, Amélia António descreveu as actividades organizadas pela CPM, nomeadamente na Escola de Artes e Ofícios, e a “complexidade do seu planeamento” devido à “imprevisibilidade dos apoios”. “Em destaque, estiveram também questões como a necessidade de promover o intercâmbio entre instituições, como forma de apoio às actividades da CPM, a renovação dos contratos de portugueses no território”, o reforço da participação portuguesa nas acções do Fórum de Macau e “a importância da definição de uma política cultural para Macau”.

Algumas dessas preocupações foram partilhadas pelo presidente da Associação dos Macaenses (ADM), “nomeadamente a notória dificuldade em Portugal em interpretar as características de Macau e as especificidades dos portugueses de Macau”. Nesse âmbito, Miguel de Senna Fernandes enalteceu o “esforço” da comunidade macaense e de diversas instituições de matriz portuguesa em prol da “manutenção da identidade cultural de origem portuguesa, que ao longo de mais de cinco gerações desempenha um papel essencial na promoção da cultura e laços comerciais entre Portugal e a China Continental, Macau e Hong Kong”.

O líder da ADM realçou também a relevância do Consulado de Portugal na promoção das relações luso-chinesas e na transmissão dos anseios da comunidade portuguesa em Macau, pelo que “é fundamental que lhe sejam garantidas as condições para continuar a desempenhar o seu papel, com qualidade e dignidade”. Defendeu ainda que as instituições portuguesas devem apostar na RAEM como plataforma de investimento para a China e instou Portugal a apoiar eventos culturais como o Festival da Lusofonia.

Rita Santos reuniu-se ainda com António Monteiro e Paula Carion, respectivamente presidente e vice-presidente da Associação dos Jovens Macaenses (AJM), que apontaram a “preservação da identidade cultural de Macau como uma importante linha orientadora”, defendendo o desenvolvimento de uma plataforma tecnológica para reforçar a ligação com os jovens da diáspora macaense. Reconheceram ainda a necessidade de expandir as actividades da AJM para “áreas abrangentes do interesse dos jovens da comunidade”, como a economia e a tecnologia, em complemento da componente cultural, no âmbito da estratégia de desenvolvimento da Grande Baía. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


segunda-feira, 27 de junho de 2022

Angola – Fundo de Apoio Social avança com projecto “Xadrez nas comunidades precárias do Uíge”

Cinco milhões de kwanzas é o valor que o Fundo de Apoio Social (FAS) vai gastar no projecto de massificação do xadrez em, pelo menos, quatro dos 16 municípios da província do Uíge. Tiro de partida será dado já no próximo mês de Julho

A partir de Julho, crianças e jovens das comunidades precárias, residentes nos municípios do Songo e Mucaba, província do Uíge, vão começar a praticar xadrez, o também conhecido por desporto-ciência, confidenciou ao Novo Jornal o director provincial do Fundo de Apoio Social (FAS), Nanizaiawo Capitão.

A este semanário, o responsável fez saber que o tiro de partida para o projecto de massificação do xadrez na província do Uíge será dado no município do Songo, onde, nos próximos dias, vai começar o processo de selecção de crianças e adolescentes que, numa primeira fase, irá abranger 20 praticantes.

Para o projecto "Xadrez nas Comunidades Precárias do Uíge", o NJ apurou que, para os primeiros quatro municípios do Uíge, o FAS vai gastar pelo menos cinco milhões de kwanzas.

"A missão do FAS é promover o desenvolvimento das localidades, que, por sua vez, se faz também com o desporto, cultura e turismo. Durante o processo de implementação do projecto Kwenda, vamos descobrindo potencialidades nas comunidades, que são outras áreas de actuação, por isso entendemos começar com o xadrez, de forma a promover a inclusão social das comunidades e a impulsionar a capacidade de raciocínio das crianças, aliás, a própria modalidade é conhecida no mundo como o desporto-ciência. A implementação do xadrez nas comunidades visa promover a educação, o desporto e a inclusão social", lembrou Nanizaiawo Capitão ao NJ. Eduardo Gito – Angola in “Novo Jornal”

 


Portugal – Investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto sobre esquizofrenia distinguida pela Janssen

Trabalho distinguido com o Prémio RWE 2022 da Janssen Neuroscience concluiu que cerca de um quarto dos doentes com esquizofrenia é reinternado no espaço de um ano

Uma equipa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) venceu o primeiro Prémio RWE 2022 da Janssen Neuroscience, na categoria “Séries Clínicas”. O prémio distinguiu o trabalho “Hospitalizations Readmission Rates in Patients with Schizophrenia: a Nationwide Analysis”, cujo primeiro autor é Manuel Gonçalves Pinho, médico e investigador da FMUP/CINTESIS.

O trabalho analisou mais de 25 mil episódios de hospitalização por esquizofrenia de um total de mais de 14 mil doentes, num período de oito anos, nos hospitais públicos portugueses. O objetivo foi conhecer a taxa de readmissão de doentes nestes hospitais.

Ao todo, 3378 doentes, ou seja, 23,7%, foram reinternados no período de um ano. Feitas as contas, representa cerca de um quarto dos pacientes. Até 90 dias após a alta, 14,1% dos doentes tiveram de regressar ao hospital. No espaço de um mês, foram readmitidos 8,6%. Mais de 2% foram hospitalizados novamente nos cinco dias que se seguiram à alta.

As readmissões nos hospitais portugueses foram mais frequentes no sexo masculino, onde também se verificaram os períodos mais curtos entre novos internamentos.

As conclusões do estudo apontam para o facto de as novas hospitalizações serem um possível indicador de falha no tratamento e representam uma quebra na qualidade de vida dos doentes com diagnóstico de esquizofrenia, uma doença mental grave que se pode caraterizar por episódios de descompensação com eventual necessidade de tratamento hospitalar.

No entanto, “os cuidados de saúde mental na comunidade devem representar um dos pilares do tratamento destes doentes, sendo necessário o investimento e desenvolvimento de parcerias entre a comunidade e os serviços de saúde para diminuir a necessidade de hospitalizações e promover a reintegração social dos doentes com esquizofrenia”, refere Manuel Gonçalves Pinho.

Este trabalho insere-se numa linha de investigação mais ampla na área da saúde mental e utilização de dados secundários, desenvolvida por uma equipa da FMUP, que já tinha analisado e publicado dados inéditos sobre hospitalizações em Portugal por esquizofrenia.

Além de Manuel Gonçalves Pinho, assinam este estudo João Pedro Ribeiro (CHTS), Lia Fernandes e Alberto Freitas (ambos da FMUP/CINTESIS@RISE).

Os Prémios RWE 2022 foram atribuídos durante o VII Fórum de Neurociências Janssen que decorreu em Lisboa, no passado mês de maio. Universidade do Porto - Portugal


Portugal – Autarquia recria histórica batalha de Castelo Rodrigo

A Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, vai promover, de 07 a 10 de Julho, a Recriação Histórica da Batalha de Castelo Rodrigo, que foi travada em 1664. Segundo a autarquia, dada a “relevância histórica e cultural” da batalha que foi travada em 07 de Julho de 1664, serão realizadas diversas iniciativas ao longo dos quatro dias do evento.

O programa evocativo da efeméride inclui a recriação da batalha final na aldeia de Mata de Lobos, cortejos pelas ruas da Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, espectáculos com músicas e danças seiscentistas e o milagre de Nossa Senhora de Aguiar, entre outras iniciativas.

A batalha de Castelo Rodrigo foi “uma das mais importantes batalhas da Guerra da Restauração da Independência” e opôs “os militares lusitanos, comandada por Pedro Jacques de Magalhães, às forças espanholas, culminando com uma importante vitória portuguesa”, lembra a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo em comunicado hoje divulgado.

O presidente do município, Carlos Condesso, citado na nota, refere que o objectivo da recriação histórica “passa por oferecer à população e visitantes a possibilidade de regressarem ao passado, revivendo da forma mais genuína a grandeza e a importância desta batalha a nível nacional”.

Carlos Condesso refere, ainda, que a celebração quer “envolver os cidadãos nas diversas actividades, como participantes ou espectadores, aproveitando os cenários idílicos de Castelo Rodrigo e Mata de Lobos” para homenagear os antepassados e “esta importantíssima vitória que ajudou a definir o futuro de Portugal”.

Com a finalidade de “retratar autenticamente o ambiente vivido naquele conturbado período seiscentista”, a autarquia tem abertas as inscrições, até ao dia 24 de Junho, para todas as associações, mercadores, artífices, artesãos ou outros artistas que queiram participar na comemoração.

Ataque pela Beira

A Guerra da Restauração desenvolveu-se quase completamente no Alentejo onde se registaram importantes embates como a Batalha das Linhas de Elvas, a Batalha do Ameixial e a Montes Claros.

Mal sucedidos no Alentejo, e desejosos de vingar o saque da vila espanhola de Sobradillo pelas forças portuguesas sob o comando de Pedro Jacques de Magalhães, uma força espanhola de 5.000 homens sob o comando do duque de Ossuna, forçou a sua entrada em território português pela fronteira da Beira, tendo imposto cerco à vila de Castelo Rodrigo.

Na ocasião, o Castelo de Castelo Rodrigo encontrava-se guarnecido, , por uma pequena guarnição de apenas 150 homens. Avisado, Pedro Jacques de Magalhães reuniu à pressa o maior número de forças portuguesas disponíveis e acorreu em defesa de Castelo Rodrigo, mesmo assim em menor número que os atacantes.

A batalha final desferiu-se a 7 de Julho de 1664, no lugar da Salgadela, freguesia da Mata de Lobos, no termo do concelho (donde o nome alternativo por que é conhecida – batalha da Salgadela) e onde consta um padrão comemorativo.

Repelido o primeiro assalto, o comandante português, aproveitando o cansaço das tropas espanholas, contra-atacou, obrigando as forças espanholas à retirada.

A tradição local afirma que o duque de Ossuna e o próprio D. João de Áustria conseguiram escapar com vida disfarçados de frades, mas valiosos despojos permaneceram em mãos portuguesas, incluindo o arquivo do duque de Ossuna, com documentos do maior interesse histórico. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”

 

Timor-Leste - Portugal promete apoio ao desenvolvimento da segurança social

O secretário de Estado da Segurança Social português prometeu em Timor-Leste a manutenção do apoio a Díli nesta área, um “investimento” crucial para o país e para apoio às populações em momentos críticos, potenciando as oportunidades de desenvolvimento

“Temos tido um empenho muito grande nesta vertente da cooperação, de capacitação institucional na área da segurança social, que nos parece absolutamente crítica”, disse à Lusa em Díli o secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos. “Timor-Leste deu passos recentes como a aprovação em 2016 do regime contributivo e com legislação complementar no quadro das prestações sociais, mas há novas oportunidades para ir mais além, tratar da questão do fundo de reserva, desenvolver lei de bases da segurança social em Timor-Leste, que garanta que a arquitetura do sistema é robusta. Este é um aspecto em que devemos continuar a trabalhar em conjunto”, notou.

Gabriel Bastos falava em Díli no início de uma visita a Timor-Leste que permitirá fazer um ponto da situação do apoio dado até aqui e de eventuais apoios complementares. “Timor precisa de criar instituições fortes nesta área, para que o desenvolvimento da sua missão possa ser sólido, robusto e coerente. E Portugal tem dado um destaque e uma prioridade, identificada pelo Governo timorense, como uma necessidade em que importava investir”, explicou.

Durante a visita a Timor-Leste, e além de contactos bilaterais com as autoridades timorenses, Gabriel Bastos participa numa conferência de alto nível dedicada ao tema da “Segurança Social e Desenvolvimento Humano”, que decorre na próxima segunda e terça-feira.

Visitará ainda vários dos projectos apoiados pela cooperação portuguesa, nomeadamente do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, em vários dos municípios do país, incluindo Manatuto, Lautem, Baucau, Aileu e Díli. “Reforçar essa cooperação e dar visibilidade e em articulação com o Governo de Timor fazer uma auscultação e mantermos um diálogo sobre eventuais desafios e oportunidades de desenvolvimento e aprofundamento desta cooperação que, tem sido, é o feedback que temos, muito positiva e apreciada pelas autoridades e pelo conjunto dos destinatários dessa cooperação, os cidadãos de Timor-Leste”, referiu.

Na próxima semana está prevista a assinatura da Convenção Bilateral para a Segurança Social, “instrumento muito importante na regulação e coordenação dos dois sistemas” e que permite a mobilidade laboral, marcando “um reforço e um estreitar das relações bilaterais”.

A conferência de dois dias conta, entre outros, com as participações do presidente do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) timorense, Longuinhos Armando, da embaixadora de Portugal em Díli, Manuela Bairos e da vice-primeira-ministra e ministra da Solidariedade Social e Inclusão, Armanda Berta dos Santos.

Participam ainda, entre outros, Rui Augusto Gomes, ministro das Finanças de Timor-Leste, o ex-ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social português, Vieira da Silva e José Luís Albuquerque, diretor-geral do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social de Portugal.

O encontro analisará aspetos como o enquadramento do sistema, a segurança social e direitos fundamentais, economia e finanças públicas, emprego e mercado de trabalho. “É muito importante termos esta conversa e dar visibilidade a esta temática. Aqui como em todos os países, são muitos os desafios que se colocam aos sistemas de proteção social. É fazer uma avaliação do significado que tem a existência de um sistema de segurança social, como deve ser desenvolvido e calibrado e ajustado face às necessidades que existem”, notou.

Gabriel Bastos destacou a importância que os sistemas de segurança social tiveram durante a pandemia da covid-19, referindo em particular o facto de em Timor-Leste as medidas terem permitido formalizar e integrar no sistema muitas empresas e trabalhadores. “Sabemos bem que é um dos desafios dos nossos países, aqui com maior intensidade, porque sabemos que essa informalidade tem uma expressão muito grande”, em Timor-Leste, afirmou. “O grande desafio que temos que é criar confiança nos vários agentes económicos e nas pessoas, mostrando que vale a pena, que há uma contrapartida a contribuir. Porque é isso que vai dar solidez ao sistema, uma adesão por parte das pessoas, mais consciencialização do que é a segurança social e a importância de estar dentro do sistema”, especialmente em momentos difíceis, afirmou.

Timor-Leste em particular, com uma população maioritariamente jovem, tem “um enorme potencial de desenvolvimento”, nomeadamente através da qualificação dos seus recursos humanos “através de políticas de criação de emprego e formação que ajudem a dar sustentação a um modelo económico que funcione”, notou. “É isso que cria emprego, que cria riqueza e que deve ser complementado por políticas sociais que garantam a salvaguarda dos direitos das pessoas e apoio social que tem que existir”, disse “A segurança social e a proteção social não constituem uma despesa. São um investimento porque é fundamental para que haja substituição de rendimento. É um mecanismo de estabilização da economia que é muito importante”, disse. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”


domingo, 26 de junho de 2022

Brasil – Câmara dos Deputados promove seminário sobre os 200 anos da Independência

A Câmara dos Deputados promove, de 28 a 30 de junho, o seminário “O Movimento da Independência: Ontem e Hoje/200 Anos de Independência do Brasil”. O evento faz parte das ações de comemoração da data, iniciadas em 2017.

No seminário, que terá transmissão ao vivo pelo canal da Câmara no YouTube, serão discutidos episódios da vida de alguns heróis da pátria, sua visão política, seus valores pessoais e a herança que deixaram.

Intelectuais, escritores e historiadores engajados no estudo e na divulgação da Independência e na reflexão a respeito do projeto de Brasil participam da iniciativa. Também foram convidados o ex-presidente da República José Sarney e o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo.

O evento é aberto dia 28/06 às 21 no Auditório Nereu Ramos, que contará com Recital do pianista Álvaro Siviero.

No dia 29, a Mesa D. João VI e a Unidade Nacional reúne como palestrantes: Eduardo Bueno (Jornalista, autor de diversos livros de divulgação sobre temas históricos); Jurandir Malerba (Professor universitário, acadêmico, autor de estudos sobre a vinda da Corte para o Brasil e sobre o processo de independência); Arno Wehling (Professor, acadêmico, advogado e historiador brasileiro), com mediação do deputado Enrico Misasi (Presidente da Comissão Especial Curadora das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil).

Na Mesa D. Pedro I e as perspectivas do país, participam Luiz Carlos Villalta (Professor universitário, acadêmico, autor de livros e organizador de coletâneas sobre temas históricos); Ives Gandra Martins (Jurista, advogado, professor e escritor brasileiro, professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie e membro da Academia Brasileira de Filosofia); José Sarney (Ex-presidente do Brasil, ex-presidente do Senado Federal, ex-governador do estado do Maranhão); José Theodoro Menck (Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados), e mediação do deputado Luiz Philippe (membro da Comissão Especial Curadora).

O debate sobre José Bonifácio e projetos para o Brasil, reúne Jorge Caldeira (Historiador, editor, autor de livros de grande sucesso sobre a História do Brasil); André Heráclio do Rêgo (Diplomata e historiador, autor de livros sobre família e coronelismo, representação dos sertões, sobre o historiador Manuel de Oliveira Lima); Rafael Nogueira (Ex-presidente da Biblioteca Nacional), e mediação Deputado Lafayette Andrada (membro da Comissão Especial Curadora).

No dia 30, a Mesa D. Leopoldina e as mulheres no processo de Independência do Brasil, reúne palestrantes: Maria Celi Chaves Vasconcelos (Professora universitária, autora de estudos sobre Dona Leopoldina); Paulo de Assunção (Doutor em História Ibérica (École des Hautes Etudes en Sciences Sociales – EHESS-Paris); é pós-doutor em Ciência da Religião (Universidade Mackenzie) e História da Educação (Universidade Estadual de Maringá); Denise G. Porto (Historiadora, acadêmica, autora de estudos e publicações sobre a representação da viajante inglesa Maria Graham na Corte de D. Pedro I e de sua atuação no processo de Independência do Brasil), e mediação da deputada Caroline de Toni (deputada convidada pela Comissão Especial Curadora). Confira a programação completa na Agência Câmara de Notícias. In “Mundo Lusíada” - Brasil