Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 31 de março de 2020

Austrália - Texto português do século XVI mostra eficácia da quarentena



Um especialista australiano descobriu num texto português do século XVI uma prova de que a quarentena ou o isolamento podem impedir a globalização de uma doença como a covid-19, que já provocou mais de 30 mil mortos.

O texto português “é um registo antigo de uma doença que passa de animais para humanos, e mostra que a quarentena pode ser eficaz para a travar”, disse à agência Lusa Sanjaya Senanayake, professor de doenças infecciosas na Universidade Nacional da Austrália, em Camberra.

Senanayake referia-se a uma passagem do “Tratado das ilhas Maluco e dos costumes índios e de tudo o mais”, de autor desconhecido, mas geralmente atribuído a António Galvão (c. 1490-1557).

Apelidado de “apóstolo das Molucas”, António Galvão governou a partir de Ternate as chamadas ilhas das Especiarias, na atual Indonésia, entre 1536 e 1540, tendo iniciado o seu mandato 15 anos depois da passagem pela região da expedição de Fernão de Magalhães, já comandada por Juan Sebastián Elcano.

O texto manuscrito foi encontrado no Arquivo Geral das Índias, em Sevilha, e publicado em inglês (“A Treatsie on the Moluccas”, Hubert Jacobs, Jesuit Historical Institute, 1971) e em português contemporâneo (“Tratado das ilhas Molucas”, Luís de Albuquerque e Maria da Graça Pericão, Publicações Alfa, 1989).

A obra versa sobre o governo de António Galvão nas Molucas e nela se narra um surto de uma doença no final de Abril de 1539, que primeiro matou galinhas e depois humanos.

“Com os ventos sul, veio esta enfermidade a Bachão [Bacan]; logo se espalhou por todas as ilhas, começando nas galinhas (…), que de António Galvão se acharam mais de cinquenta ou sessenta mortas, que se empolavam sãs e gordas; e depois lhe adoeceram passante de cento e dez pessoas, entre criados e escravos, que só um não ficou e a mor parte lhe faleceu, afora os portugueses e filhos deles”, lê-se no texto.

“E por toda a terra era este mal tão geral que os não podiam enterrar e o mar era coalhado dos mortos e muitos lugares despovoados; andavam os homens e mulheres como pasmados, dizendo que nunca tal viram nem ouviram aos antepassados”, conta ainda o narrador.

Em Dezembro de 2007, Sanjaya Senanayake e o historiador Brett Baker publicaram um artigo na revista científica The Medical Journal of Australia sobre o texto histórico, numa altura em que o mundo enfrentava a pandemia de gripe A, inicialmente designada como gripe suína.

“A epidemia do século 16 provavelmente não se espalhou devido ao isolamento das ilhas do resto do mundo por causa de padrões comerciais determinados pelo clima [monção]. Isto reforça o valor da quarentena (mesmo não intencional) ou do isolamento como medida de saúde pública. Dada a facilidade de circulação global de pessoas, animais e cargas na era moderna, a sua aplicação será agora um desafio muito maior”, concluíram Senanayake e Baker.

Sanjaya Senanayake admitiu à Lusa, num contacto telefónico em Camberra, que o estudo do texto português “não ajudou necessariamente a combater a gripe suína”.

Mas mostrou que o isolamento intencional das ilhas próximas de Ternate por não haver navegação do comércio das especiarias devido à ausência de vento favorável terá evitado a disseminação de uma infeção que passou de animais para humanos.

A conclusão mantém-se atual, e Sanjaya Senanayake não tem dúvidas sobre a aplicação da quarentena para combater a covid-19, uma doença que se tornou global devido às viagens.

“As três coisas que usamos para combater a pandemia são quarentena, vacinas e medicamentos. São as três grandes ferramentas que temos para a covid-19”, disse Sanjaya Senanayake.

O especialista australiano admitiu que uma vacina para a covid-19 demorará “10 ou 12 meses” e que é impossível saber se haverá medicamentos eficazes em quantidade suficiente para tratar “milhões, dezenas de milhões ou centenas de milhões de pessoas”.

“Mas a quarentena é uma boa maneira de parar ou, pelo menos, de retardar um surto. E foi o que vimos neste texto português: a quarentena não intencional por causa das estações climáticas e a difícil acessibilidade mostram que a quarentena pode ser eficaz”, concluiu.

Sobre a atual pandemia, Sanjaya Senanayake é enfático ao dizer que “ninguém realmente sabe” quando é que poderá ser controlada.

“O surto pode desaparecer ou pode piorar. (…) Até pode ser como a gripe espanhola em 1918, em que houve uma primeira onda que não foi tão má e, pouco tempo depois, houve uma segunda onda que foi muito, muito má”, lembrou, referindo-se à pandemia que matou mais de 50 milhões de pessoas.

“É absolutamente imprevisível. (…) Esperemos que não dure muito”, acrescentou. In “O Século de Joanesburgo” – África do Sul com “Lusa”

Covid-19 – Evolução semanal do número de infectados a nível mundial às 24 horas do dia 30 de março dos principais países afectados


É no centro da Europa onde se encontra a maior média de infectados por milhão de habitantes















































































Baía da Lusofonia

Timor-Leste – Escola em casa

Díli - O Ministério da Educação, Juventude e Desporto (MEJD) quer realizar um programa de televisão e rádio, o “Escola em Casa”, para fazer chegar os conteúdos ministrados nas escolas aos alunos timorenses durante o estado de emergência.

“O Ministério da Educação, Juventude e Desporto está a preparar um programa com o título ‘Escola em Casa’ para levar o processo de aprendizagem aos estudantes. Contudo, peço desculpa por nem toda a população ter acesso a televisão. O ministério manterá, porém, os esforços para encontrar recursos de modo a que os alunos possam acompanhar [os conteúdos] durante o período de emergência através da televisão”, disse a Ministra da Educação, Juventude e Desporto, Dulce de Jesus Soares, este passado sábado (28/03), no Centro de Convenções de Díli.

Segundo a governante, o programa será transmitido, dentro de dois ou três dias, na Rádio de Televisão de Timor-Leste (RTTL) e nas rádios comunitárias, mas também em linha, no Facebook e Youtube.

No caso dos alunos das áreas remotas que não tenham televisão, poderão ser distribuídos manuais.

“Ainda estamos numa fase de discussão para estudar a possibilidade de, nas escolas das áreas remotas que não tenham um número muito elevado de estudantes, os professores poderem distribuir os livros aos alunos para que estudem em casa, pois não têm acesso a televisão”, disse.

“O Ministério da Educação, Juventude e Desporto apoiará, de acordo com as listas das escolas nas áreas remotas e muitas remotas, a entrega de livros aos estudantes com páginas marcadas do que têm para estudar durante um mês”, acrescentou.

Uma das preocupações do ministério, segundo Dulce de Jesus Soares, é o ensino técnico-vocacional.

“Estamos a preparar-nos, do pré-escolar ao ensino secundário e técnico-vocacional. No entanto, para o técnico vocacional, é um pouco difícil, pois, de acordo com o seu currículo, estes estudantes têm aulas muito práticas. Ainda assim, têm algumas disciplinas em que podem apenas ler e estudar em casa”, afirmou.

A ministra pediu ainda aos encarregados e a toda a comunidade educativa que acompanhassem os alunos, pois, apesar de não terem aulas, “não podem apenas ficar a brincar em casa” e lembrou também que estes deviam cumprir as medidas de prevenção do coronavírus. In “Timor Post” – Timor-Leste

segunda-feira, 30 de março de 2020

Estados Unidos da América - Lusodescendente conta tradições portuguesas em livro



A empresária lusodescendente Ângela Simões lançou um novo livro bilingue ilustrado para crianças dos seis aos 12 anos, com uma história que retrata a tradição das “Festas” nas comunidades portuguesas nos Estados Unidos.

Com ilustrações da luso-americana Hélia Borges Sousa e tradução portuguesa do professor Diniz Borges, o livro intitula-se “Maria and Joao go to the Festa! A Maria e o João vão à Festa!” e está disponível na livraria online Amazon em formato papel.

“Durante a minha infância em quase todos os fins de semana íamos a uma Festa”, disse à Lusa a autora, que foi rainha e aia das celebrações em vários anos e noutros levava bandeiras ou estandartes. “As Festas foram uma grande parte da minha vida, tenho muito boas memórias”, acrescentou.

As “Festas” das comunidades nos Estados Unidos estão ligadas a eventos religiosos com uma forte componente de tradições açorianas, refletindo a origem da maior parte dos emigrantes portugueses no país.

Ângela Simões, lusodescendente de terceira geração, teve a ideia de escrever livros bilingues para crianças quando começou a ler histórias infantis em português à filha e teve dúvidas em relação a certas palavras. Se os livros fossem bilingues, ela conseguiria perceber o sentido das palavras em português que não conhecia.

Depois dos livros “Pretty Girl, Linda Menina”, “Handsome Boy, Lindo Menino” e “Numbers, Colors, Fruits, Números, Cores e Fruta”, para uma audiência mais nova, a autora decidiu escrever um livro mais completo em termos de narrativa.

“Percebi que não havia livros infantis sobre as Festas, o seu colorido, a diversão”, afirmou, referindo que “há um livro que documenta a história das Festas na Califórnia” mas nada com que as crianças lusodescendentes, como ela foi, se identificassem.

“Aprendi palavras enquanto escrevia o livro, o que reflete a razão pela qual tive a ideia de o escrever”, contou. “Os portugueses nos Açores poderão identificar-se com o aspeto das Festas e os portugueses em Portugal poderão ter um vislumbre da cultura luso-americana”.

Ângela Simões publica os livros através da insígnia Riso Books, tirando partindo do mecanismo de impressão a pedido da Amazon, o que faz com que não seja necessário um grande investimento financeiro à partida nem a manutenção de um inventário. “Este modelo permite a qualquer autor publicar o que pretende”, sublinhou.

A empresária, que é também ‘chair’ do Conselho de Liderança Luso-americano (PALCUS), tem uma “longa lista” de tópicos que gostaria de abordar em livros com ilustrações para crianças, em colaboração com a artista Hélia Borges Sousa. “Escrever um por ano seria ótimo”, afirmou. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo

São Tomé e Príncipe – Um dos poucos países que não regista covid-19

São Tomé – Os exames as amostras de passageiros instalados em quarentena no território são-tomense deram todos negativos na sequência de testes realizados em Lisboa, Portugal, de acordo com o ministro são-tomense da Saúde, Edgar Neves, no último balanço das ações de prevenção ao coronavírus-Covid-19.

“Fizemos seguir um conjunto de colheitas para Instituto Ricardo Jorge, cujos resultados já recebemos e todos os exames tiveram resultado negativo” disse Edgar Neves sublinhando que, contudo, “vamos manter as pessoas ainda em quarentena”.

Este governante disse ainda que “tudo está sendo feito, para obtermos mais kits que nos permitem rastrear todos os que estão em quarentena e iremos também para terreno rastrear as pessoas, sobretudo, as que estiveram em contacto com pessoas oriundas de zona de risco”.

As 25 amostras enviadas ao Instituto português Ricardo Jorge foram recolhidas de quatro pontos de quarentenas no País, designadamente, em dois hotéis da capital, no centro de estágio da Federação São-tomense de Futebol e no Centro CATAP no distrito de Mezhochi.

Apesar da declaração de inexistência de casos do novo coronavírus no país, o presidente são-tomense, Evaristo Carvalho decretou o estado de emergência nacional para prevenção da pandemia tendo o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus anunciado a proibição de entrada ao País de todos os cidadãos estrangeiros, quarentena obrigatória para os nacionais, encerramento das fronteiras, proibição de grandes aglomerações entre outras medidas de exceção face a doença. Ricardo Neto – São Tomé e Príncipe in “STP Press”

Macau - Número de infectados sobe para 38, os primeiros 10 recuperados

As autoridades de Macau anunciaram mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infectados para 38 desde o início do surto do novo coronavírus.

Trata-se de um homem, residente de Macau, de 44 anos, que no dia 18 de Março chegou a Hong Kong vindo do Reino Unido, entrando no território através do transporte institucionalizado para apoio aos residentes, informou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

“No dia 21 de março foram recolhidas amostras de saliva do doente e no dia 22 de março a amostra de zaragatoa nasofaríngea foi negativa para teste de novo tipo de coronavírus”, detalharam.

Só que do domingo as autoridades realizaram um novo teste e “os resultados foram positivos para a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, confirmando a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus”, apontaram.

Após Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infecção, nas últimas duas semanas foram identificados 28 novos casos, todos importados.

Em Fevereiro, Macau registou uma primeira vaga de 10 casos da covid-19, já todos com alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram as medidas de controlo e restrições fronteiriças, assim como a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias imposta a praticamente todos aqueles que entrem no território. In “Hoje Macau” - Macau

Macau – BNU “fez a ponte” para assegurar a compra de 500 ventiladores ao Estado português

Executivo de António Costa garantiu uma encomenda de 500 ventiladores junto de um fornecedor chinês através do Banco Nacional Ultramarino de Macau. O negócio de 10 milhões de dólares americanos esteve em risco de se perder para o Canadá, mas o Governo português conseguiu contornar o problema e concretizar o pagamento no fuso horário da China

Uma exigência de última hora de um fornecedor de ventiladores na China obrigou o Governo de Portugal a recorrer ao Banco Nacional Ultramarino de Macau para assegurar a compra de 500 aparelhos, por 10 milhões de dólares americanos, até às 02h00 da madrugada de segunda-feira passada em Lisboa, revelou o jornal Público na sua edição de sábado. Uma informação confirmada ao Ponto Final por uma fonte do BNU.

“O BNU fez aquilo que tinha de fazer em articulação com a Caixa Geral de Depósitos para conseguir, no fundo, concretizar um pagamento que o Estado português tinha de fazer na segunda-feira [passada] às 02h00 da manhã de Lisboa, 10 da manhã daqui de Macau”, revelou a mesma fonte a este jornal.

De acordo com a informação veiculada pelo jornal Público, o Governo português já tinha um contrato para comprar 500 ventiladores a um vendedor da China e já tinha dado uma garantia, quando, no domingo, recebeu a informação do fornecedor, de que se não pagasse o total da encomenda (10 milhões de dólares americanos) até segunda-feira de manhã (dia 23 de Março) os aparelhos seriam entregues ao Canadá.

Antes de avançar para o depósito no BNU, a primeira acção do Executivo liderado por António Costa foi abrir o Instituto de Gestão e Crédito Público para que o dinheiro fosse disponibilizado imediatamente. Segundo escreve o referido diário, o Governo português ainda equacionou recorrer ao BCP-Millenium, uma vez que o banco português tem uma agência em Macau, e à Sonae, empresa que detém uma central de compras na China, mas com um prazo tão apertado, a escolha acabou por recair no BNU de Macau.

“O responsável máximo da Caixa Geral de Depósitos ligou à uma da manhã (de Lisboa), e verificámos que era possível fazer as transferências para o fornecedor e, às 08h30 da manhã de Macau, portanto 01h30 da manhã de Lisboa, estávamos a fazer as diligências necessárias até às 02h00 da manhã de Lisboa, 10h00 da manhã de Macau. E foi possível entregar os comprovativos das transferências a quem de direito, que os fizeram chegar aos fornecedores para confirmar que os pagamentos tinham sido efectuados”, explicou ao Ponto Final a mesma fonte do BNU, acrescentando que, todo o processo foi feito em articulação com o Instituto de Gestão e Crédito Público.

Com a concretização do depósito de 10 milhões de dólares americanos no BNU dentro do prazo, seguiu-se a obrigatoriedade de apresentação do comprovativo da transferência ao comprador, sendo esta a única forma de assegurar que os 500 ventiladores eram vendidos a Portugal. Segundo a informação avançada pelo jornal Público, o comprovativo do depósito chegou ao Governo de António Costa às 02h30 da madrugada de Lisboa, e foi enviado de seguida ao embaixador português na China, José Augusto Duarte, que tratou de o ir apresentar pessoalmente ao fornecedor chinês de forma a assegurar a encomenda de 500 ventiladores para Portugal.

Na sexta-feira, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, garantiu que os ventiladores deverão começar a chegar “de forma faseada” a Portugal a partir de Abril. Para além destes 500 ventiladores, há ainda 78 ventiladores na Embaixada de Portugal na China para rumar a Portugal em voos específicos. Eduardo Santiago – Macau in “Ponto Final”

eduardosantiago.pontofinal@gmail.com

domingo, 29 de março de 2020

Covid-19 – Evolução semanal do número de infectados a nível mundial às 24 horas do dia 28 de março dos principais países afectados

No dia em que na Itália o número de mortos ultrapassou os 10 mil.















































































Baía da Lusofonia

Perto de mim












Vamos aprender português, cantando


Quando vi que eras tu
quem me faz refém
do amor
que em mim guardei,
vejo em ti
parte de mim

Foi assim que de mim
tu fizeste alguém,
conto aqui
tudo o que eu sei
olho pra ti
és parte de mim

Foi o sorrir,
chorar
que me prendeu
o teu olhar
e o meu
agora teu
e a saudade
vem para ficar

Mais perto de mim
tu não vás embora
preciso de ti
no mundo lá fora
hoje eu caio sem a tua mão
porque sem ti eu não tenho chão

Fica perto de mim
tu não vás embora
preciso de ti
no mundo lá fora
hoje eu caio sem a tua mão
porque sem ti eu não tenho chão

Na memória de um lar
onde fui feliz
já foi casa
de quem te diz
“volta pra mim”
és parte de mim

E o vazio de não ter
quem pertence aqui
esta dor que mora em mim
volta pra lembrar
que sou parte de ti

Foi o sorrir,
chorar
que me prendeu
o teu olhar
e o meu
agora teu
e a saudade
vem para ficar

Mais perto de mim
tu não vás embora
preciso de ti
no mundo lá fora
hoje eu caio sem a tua mão
porque sem ti eu não tenho chão

Fica perto de mim
tu não vás embora
preciso de ti
no mundo lá fora
hoje eu caio sem a tua mão
porque sem ti eu não tenho chão

Uh…
Uh…
E a saudade vem para ficar

Mais perto de mim
tu não vás embora
preciso de ti
no mundo lá fora
e eu caio sem a tua mão
porque sem ti eu não tenho chão

Fica perto de mim
tu não vás embora
preciso de ti
no mundo lá fora
hoje eu caio sem a tua mão
porque sem ti eu não tenho chão.

Syro - Portugal


sábado, 28 de março de 2020

Açores - Movimento “Todos pelos Açores” adquiriu 11 ventiladores e 16 monitores para hospitais

O movimento “Todos pelos Açores” vai doar aos hospitais da região 11 ventiladores e 16 monitores de sinais vitais, equipamentos adquiridos através de uma angariação de fundos para fazer face à pandemia de covid-19.

Já foi entregue a “primeira remessa” de material no hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, composta por oito ventiladores e três monitores de sinais vitais, avançou um dos membros do movimento, João Almeida.

Na “próxima semana” irá chegar o restante equipamento, proveniente de um fornecedor alemão, que será entregue no hospital de Ponta Delgada para depois ser redistribuído pelas diferentes unidades de saúde do arquipélago.

O “Todos pelos Açores” foi lançado em 16 de março e estabeleceu como objetivo inicial arrecadar 100 mil euros para a aquisição de oito ventiladores para os hospitais açorianos.

Face ao aumento “exponencial” das contribuições, quer individuais quer de empresas, os impulsionadores da iniciativa conseguiram até ao momento amealhar mais de 121 mil euros, um valor que continua a subir.

“Logo numa questão de 72 horas após o lançamento conseguimos arranjar fundos de empresas, de pessoas, quer dos Açores, como de Portugal continental. Foi um sucesso tremendo neste aspeto, foi incrível”, destacou João Almeida.

Perante o “excedente orçamental”, além de aumentarem a quantidade de ventiladores e monitores a comprar, decidiram também adquirir material de proteção individual para os profissionais de saúde da região.

“Já encomendámos fatos de proteção, fatos para bloco cirúrgico, toucas, luvas e viseiras”, assinalou.

Com os objetivos garantidos, o movimento irá encerrar a entrega de donativos no próximo sábado, mas irá continuar disponível para auxiliar “alguma entidade interessada” em comprar equipamento médico, uma vez que têm “acesso ao material que está em falta” e estão em “contacto direto” com o Governo dos Açores.

“Continuaremos prontos para fazer a ponte e estamos cá para ajudar no que for preciso. As nossas redes sociais vão continuar a enviar informação das entidades e a fazer a atualização da entrega de material”, apontou.

Apesar do sucesso da campanha, João Almeida frisa que “agora falta o mais difícil”: “conseguir sair” deste cenário de pandemia.

“O mais fácil está feito. Agora falta o mais difícil que é dar toda a força necessária aos profissionais de saúde. Cada cidadão tem mesmo de respeitar as indiciações da autoridade regional de saúde, porque só assim é que vamos conseguir sair desta pandemia”, relevou.

O “Todos pelos Açores” é liderado por João Almeida, André Delmar e Duarte Viveiros, este último médico no Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.

Até à data, foram detetados nos Açores 25 casos positivos de covid-19, sendo seis na ilha Terceira, três no Faial, sete em São Jorge, seis em São Miguel e três no Pico. In “Mundo Português” - Portugal

Brasil - Proibida temporariamente a entrada de estrangeiros de todas as nacionalidades que chegarem pelos aeroportos

O Ministro da Saúde, Henrique Mandetta, informou neste sábado (28) que o Brasil tem 3904 casos e 111 mortes por covid-19.

Um mês de coronavírus no Brasil

Ao completar um mês da primeira detecção de covid-19 no país, o país registrava 77 mortes e 2915. O primeiro caso foi registrado em 26 de fevereiro.

A perspectiva do Ministério da Saúde para o próximo mês é de que a epidemia aumente no Brasil, uma vez que o país está no início da curva de crescimento pela qual outras nações já estão passando, como Estados Unidos, Itália e Espanha.

Auxilio a pequenas e médias empresas

Ontem (27) o governo anunciou uma linha de crédito emergencial para ajudar pequenas e médias empresas a quitar a folha de pagamentos. O setor está entre os mais afetados pela crise gerada pela pandemia de covid-19. A estimativa é de liberação de R$ 40 bilhões.

A medida deve beneficiar 1,4 milhão de empresas, atingindo 12,2 milhões de trabalhadores. O crédito será destinado a empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil a R$ 10 milhões e vai financiar dois meses da folha de pagamento, com volume de R$ 20 bilhões por mês.

Entrada de estrangeiros no país

Também na sexta-feira, o governo editou uma portaria para proibir temporariamente a entrada de estrangeiros de todas as nacionalidades que chegarem ao Brasil pelos aeroportos. A medida tem validade de 30 dias.

O fechamento da fronteira aérea foi feito a partir de recomendações técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a regra não será aplicada no caso de brasileiros que retornem ao país, imigrantes que moram no Brasil, parentes diretos de brasileiros e estrangeiros que são membros de órgãos internacionais. A norma também libera a entrada de quem estiver em trânsito para outros países, desde que o passageiro fique somente na sala de trânsito dos aeroportos, além de tripulantes de empresas aéreas. Pedro Peduzzi – Brasil in “Agência Brasil”

Portugal - Autocarro com emigrantes entrou no país sem imposição de quarentena

Um autocarro com 54 emigrantes esteve esta quinta-feira retido na fronteira de Chaves, por ultrapassar a lotação permitida para entrar em Portugal, mas após correcção a entrada no país ocorreu sem ser imposta quarentena obrigatória, disse fonte da GNR.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou na conferência de imprensa diária de actualização de informação relativa à doença que a revogação do poder de decisão das autoridades locais e regionais para obrigar quem entra nas fronteiras portuguesas a ficar de quarentena obrigatória ou isolamento profilático é temporária.

“É uma revogação temporária, porque criámos um mecanismo novo para fazer estas determinações da autoridade de saúde para criar alguma uniformidade nacional”, explicou.

Segundo a GNR, após resolvido o problema da sobrelotação, a entrada em Portugal procedeu-se com a “identificação das pessoas que entraram” e que estas “estão sujeitas às normas gerais da população para o dever de se recolher às suas habitações”. Sobre a obrigação de quarentena obrigatória para os emigrantes que estão a regressar a Portugal, a mesma fonte explicou que a norma neste momento “está suspensa e não se aplica”.

De acordo com a mesma fonte, na fronteira, a transportadora foi informada de que teria de corrigir o erro para que o autocarro pudesse entrar em território nacional e acabou por arranjar outros meios para levar todos os passageiros. “A retenção das pessoas na fronteira prendeu-se apenas com a empresa resolver essa questão”, vincou.

O Município de Chaves, que no passado dia 21 de março não tinha qualquer caso de habitantes com Covid-19, conta com 9 confirmados e 124 casos suspeitos. Recorde-se que o concelho de Chaves faz fronteira com Espanha, por onde têm passado centenas de emigrantes nos últimos dias e que já levou o presidente da autarquia implementar medidas de contenção.

Na semana passada, o corte de estradas secundárias entre Portugal e Espanha foi reforçado com a colocação de vigas de betão em sete localidades do concelho para evitar a circulação de automóveis. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo







sexta-feira, 27 de março de 2020

Internacional - Inverter a seta do tempo nem sempre é possível

Quando três ou mais corpos celestes interagem entre si, é impossível inverter o seu movimento. Esta é a descoberta de uma equipa internacional de investigadores, liderada por Tjarda Boekholt, do Centro de Física da Universidade de Coimbra (UC), através de simulações em computador do movimento de três buracos negros.

O estudo, que contribui para uma melhor compreensão “microscópica” da seta do tempo, um dos maiores mistérios da física, vai ser publicado na edição de abril da revista científica The Monthly Notices da Royal Astronomical Society.

A maioria das leis fundamentais da física não tem problemas com a direção em que elas ocorrem. Como os cientistas gostam de dizer, elas são simétricas no tempo. No entanto, todos sabemos que o tempo não pode voltar para trás. Um copo que cai e se parte não pode voltar inteiro para a nossa mão. Até aqui, os cientistas explicaram a quebra de simetria no tempo devido à interação estatística entre um grande número de partículas. Agora, os astrónomos Tjarda Boekholt (Universidade de Coimbra, Portugal), Simon Portegies Zwart (Universidade de Leiden, Países-Baixos) e Mauri Valtonen (Universidade de Turku, Finlândia) mostram que não são precisas muitas partículas, mas apenas três são suficientes para quebrar a simetria no tempo.

Os investigadores calcularam as órbitas de três buracos negros que interagem entre si. Fizeram dois tipos de simulações. Na primeira, os buracos negros estão inicialmente em repouso. Devido à gravidade, eles atraem-se mutuamente e cruzam-se percorrendo órbitas caóticas, até que um dos buracos negros escapa à atração dos outros dois. Na segunda simulação, o sistema começa com a situação final da simulação anterior, e tenta reverter o tempo de volta à situação inicial.

As simulações mostram que o tempo não pode ser revertido em 5% dos cálculos. Mesmo que o computador use mais de cem casas decimais, a simetria do tempo é interrompida pelo crescimento exponencial de perturbações do tamanho do comprimento de Planck, que é cerca de 10-35 metros. Estes 5% não são, por isso, uma questão de melhores computadores ou métodos de cálculo mais inteligentes, como se pensava anteriormente.

Os astrónomos explicam a irreversibilidade usando o conceito de comprimento de Planck. Este é um princípio conhecido na física que se aplica a fenómenos ao nível do átomo. O investigador principal, Tjarda Boekholt, diz que «o movimento dos três buracos negros pode ser tão caótico que algo tão pequeno quanto o comprimento de Planck entra em ação. A simetria do tempo é quebrada por distúrbios do tamanho do comprimento de Planck».

O coautor Portegies Zwart acrescenta que «não poder voltar para trás no tempo deixa de ser um argumento estatístico. Este fenómeno está oculto nas leis básicas da Natureza. Nenhum sistema de três objetos em movimento, grandes ou pequenos, planetas ou buracos negros, pode escapar à direção do tempo».

O principal resultado deste trabalho, destaca Tjarda Boekholt, «é mostrar que existem sistemas no Universo que são fundamentalmente imprevisíveis. Isso é consequência da teoria do caos e do crescimento exponencial de pequenas perturbações de tamanho do comprimento de Planck. Portanto, os astrónomos têm que tentar entender os sistemas de forma mais qualitativa».

Outra consequência, conclui o investigador da UC, «é que os sistemas se tornam assimétricos no tempo, mesmo que as equações subjacentes sejam simétricas no tempo. Agora há uma direção preferível, ou seja, podemos distinguir o futuro do passado. O nosso estudo é um primeiro passo para uma melhor compreensão “microscópica” da seta do tempo». Universidade de Coimbra - Portugal





Artigo Científico: “Gargantuan chaotic gravitational three-body systems and their irreversibility to the Planck length”. By: T.C.N. Boekholt, S.F. Portegies Zwart, M. Valtonen. In: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, Volume 493, Issue 3, April 2020, Pages 3932–3937, https://doi.org/10.1093/mnras/staa452 (original)

Covid-19 – Evolução semanal do número de infectados a nível mundial às 24 horas do dia 26 de março dos principais países afectados

Exceptuando os micro países, o Luxemburgo é aquele que regista um maior número de infectados por milhão de habitantes.






























Baía da Lusofonia


Angola - Operadoras de telecomunicações vão disponibilizar pacotes gratuitos de telefone, TV e Internet

As operadoras de telecomunicações vão conceder, de forma gratuita, serviços mínimos postais, de voz, mensagens, e internet a partir de sexta-feira, anunciou o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação

A decisão surge em obediência ao Decreto Presidencial de 18 de Março em que são estabelecidas medidas de contingência para fazer face à pandemia causada pela Covid-19, que prevê a disponibilização de um pacote especial mensal gratuito por assinante, respeitando os serviços mínimos.

Os serviços estão garantidos para cidadãos, entidades públicas e privadas, com base num entendimento alcançado com os operadores e prestadores de serviços públicos e privados do sector, oferecendo a possibilidade de ligação gratuita para sete números de emergência (111, 112, 113, 116, 119, 145 e 146), para o INADEC, hospitais e centros de saúde seleccionados.

Ficam disponíveis 45 minutos de ligações de voz por telemóvel e o envio de 30 mensagens (SMS) na rede fixa da Angola Telecom, TV Cabo e MSTelcom.

Para os assinantes da televisão por satélite, haverá a disponibilização ininterrupta dos canais de televisão TPA1 e TPA2 nas Plataformas ZAP e Multichoice.

Quanto ao serviço de Internet, serão disponibilizados acessos aos Serviços Públicos Electrónicos (SEPE), ao Portal do Ministério da Saúde e aos Portais do Governo, bem como 200 megabytes para dados.

A nota informa que ficam suspensos, imediatamente, o atendimento ao público e o expediente presencial no órgão regulador das comunicações (INACOM), bem como na Rede de Mediatecas de Angola e órgãos tutelados pelo Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação.

O INACOM vai encarregar-se de fazer o acompanhamento e monitorização de modo a garantir a continuidade e estabilidade da prestação dos serviços, refe a nota do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação. In “Novo Jornal” - Angola