Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Brasil – Governantes defendem maior união entre países de língua portuguesa

Políticos brasileiros, de diferentes quadrantes ideológicos, defenderam uma maior união entre países de língua portuguesa, em particular no ramo da ciência e tecnologia, durante evento em Sobral, Ceará.

“Eu tenho conversado muito com vários embaixadores, e conversei também com Portugal, e sei inclusive que nos Açores estão a construir um centro de estudos oceânicos e também um centro de lançamento (de satélites), o que é bastante interessante. Espero que essa relação (entre o Brasil e países de língua portuguesa) continue, e cada vez mais forte”, declarou à Lusa o ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

Para celebrar os 100 anos do fenômeno que confirmou a veracidade da nova teoria do Universo, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), em parceria com o Observatório Nacional (ON), inaugurou neste dia 29 a exposição O Eclipse – Einstein, Sobral e o GPS.



Voltada para todos os públicos, a mostra conta a história da expedição científica que comprovou da Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, trazendo detalhes sobre como foram registradas as fotografias da posição das estrelas próximas à borda solar na cidade de Sobral (Ceará) e na Ilha do Príncipe (África), onde se encontra o presidente de Portugal.

O Prefeito de Sobral, Ivo Gomes, disse estar feliz por partilhar esta celebração com um país que fala a mesma língua que o Brasil.

“A nossa língua proporciona-nos uma integração com vários países, desde África, com o próprio Portugal, e países da Ásia também, que pouca gente sabe que também falam português. Nós temos orgulho das nossas origens, tanto portuguesas, como africanas, e povos nativos, e estamos felizes por celebrar este evento juntos, com a outra comunidade que fala português, que é o Estado de São Tomé e Príncipe”, afirmou à Lusa Ivo Gomes.

A cidade brasileira do Sobral recebeu nos últimos dias palestras, mostras sobre Astronomia, Astrofísica, História do eclipse de 1919, Relatividade Geral e Cosmologia, assim como o lançamento de livros sobre o tema, numa parceria entre a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Prefeitura de Sobral e o Governo do estado do Ceará.

Durante esta quarta-feira, foi lançado em Sobral um Selo Comemorativo do Centenário do Eclipse de Sobral e foi feita uma transmissão simultânea entre a cidade brasileira e a ilha do Príncipe, com a participação de várias entidades políticas e científicas de ambas as regiões.

Falta de aproximação

O ex-candidato às eleições presidenciais brasileiras Ciro Gomes lamentou, em declarações à agência Lusa, a “vassalagem” do Brasil a outros Estados, em detrimento de uma aproximação a Portugal e a outros países de língua portuguesa.

“O Brasil, infelizmente, está a rasgar tudo o que é obvio para se colocar como um vassalo do império estrangeiro e não guarda nenhuma coerência com os nossos próprios interesses. A nossa tradição é pan-americana, nós estamos nas Américas, mas não há nenhuma razão para que o Brasil celebre uma aproximação em que os interesses são antagônicos aos nossos, enquanto nega uma outra aproximação com interesses similares aos nossos, e cujas identidades culturais são muito mais fortes”, disse Ciro Gomes, questionado pela Lusa sobre a atual aproximação do Governo de Jair Bolsonaro aos EUA.

O antigo governador do Ceará, candidato presidencial em 2018 pela terceira vez – pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), de esquerda – disse ainda que as “conexões afetivas e culturais” que ligam o Brasil aos países de língua portuguesa, deveriam ser tidas em consideração pelo novo executivo.

“O processo de aproximação global do Brasil deveria obedecer a alguns critérios que são muito óbvios, naturais e espontâneos. Ao mesmo tempo que atendemos conexões afetivas e culturais, podemos atender interesses pragmáticos, de comércio, e economia. Esses passos de aproximação, claramente nos apontam Portugal e as comunidades de língua portuguesa que se espalham pelo mundo, pela extraordinária liderança de Portugal, que atualmente ainda exerce sob o ponto de vista cultural”, acrescentou o político, à margem do evento. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”

Macau – Estudantes dos países lusófonos vão pagar menos para estudar no IPM

Os estudantes lusófonos matriculados no Instituto Politécnico de Macau vão passar a pagar menos que os restantes alunos internacionais. A medida vigorará a partir do próximo ano lectivo. O presidente do IPM, Marcus Im, revelou ainda que o IPM está preparado para abrir em Setembro cursos de mestrado e doutoramento em Português, informática e administração pública



O Instituto Politécnico de Macau (IPIM) vai implementar uma nova medida para privilegiar os estudantes dos países lusófonos a partir de Setembro deste ano. O presidente da instituição de ensino superior revelou que, de um modo geral, os estudantes com origem nos países de língua portuguesa vão ter uma propina especial, equivalente a uma redução de 10% a 20% em comparação com os restantes alunos internacionais. “A medida visa atrair mais alunos destes países”, destacou Marcus Im.

Em declarações à Tribuna de Macau, o mesmo responsável salientou que o IPM planeia lançar seis cursos de mestrado e três de doutoramento, reflectindo um primeiro passo após a entrada em vigor do Regime de Ensino Superior. Até ao momento, garantidamente, quatro cursos contam com a “luz verde” do Governo.

“Ainda estamos à espera da avaliação de dois cursos de mestrado e dois de doutoramento, que estão a ser alvo de processo de apreciação”, explicou. Entre os mestrados estão cursos de português e nas áreas da tecnologia informática especializada em mega-dados e na internet das coisas e administração pública.

Segundo Marcus Im, estes cursos serão destinados sobretudo a quadros locais. O presidente do IPM acredita também que o lançamento dos novos cursos de mestrado oferecerá novas oportunidades aos estudantes. Uma vez que incluem uma componente no estrangeiro, também estudantes internacionais podem participar nesses cursos, sobretudo estudantes dos países de língua portuguesa. “Esperamos ter, em breve, mais estudantes lusófonos a vir para Macau para fazer investigação ou cursos de mestrado e doutoramento”, realçou.

Relativamente aos cursos de mestrado já autorizados pelo Governo, o presidente do IPM disse que há cerca de 30 candidatos para cada curso. Assim, no próximo ano lectivo, o Politécnico terá mais de 100 estudantes de mestrado.

Taxa de emprego atinge 90%

Cerca de 680 alunos receberam ontem os seus diplomas no IPM numa cerimónia que contou com a presença do Chefe do Executivo e do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura entre outras personalidades.

O presidente do IPM, que tomou posse em Setembro do ano passado, vincou que cerca de 90% dos graduados conseguem encontrar emprego. “A taxa de emprego dos estudantes do IPM é satisfatória. Em três meses devem ser contratados”. Os graduados do curso de tradução Chinês-Português “devem ter mais oportunidades de chegar a melhores empregos”.

No que respeita ao universo de candidatos para o próximo ano lectivo, Marcus Im mostrou-se satisfeito. “São bons números”, frisou, estimando que, com a abertura dos cursos de mestrado, o IPM deverá ter mais de 500 estudantes nos próximos cinco anos. Actualmente, conta com 3.600.

No seu discurso, Marcus Im expressou o desejo de que os graduados continuem a abraçar o lema do IPM “Dilatar o conhecimento técnico-científico com base nas culturas da China e do ocidente”, e apontou os alunos como o futuro da sociedade.

Por sua vez, o Chefe do Executivo disse que vai apoiar o IPM formar os quadros qualificados e abrir cursos de acordo com a lei de Macau. Chui Sai On manifestou ainda apoio ao IPM para construir uma base de formação de quadros bilingues Chinês-Português.

A cerimónia de graduação do IPM começou com o hastear da bandeira da República Popular da China e incluiu o espectáculo de fado “Cheira a Lisboa”. Viviana Chan – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

Brasil - Previdência: o que esperar da reforma?

Faz algum tempo que o projeto que prevê a reforma da Previdência Social, através da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019, tramita no Congresso Nacional sem que, no entanto, tenha um desfecho previsível, mesmo após sofrer numerosas alterações. Como todos sabem, trata-se de matéria de vital importância para evitar que as finanças do Estado venham a se deteriorar ainda mais, levando-se em conta a insustentabilidade econômica do atual modelo previdenciário em que funcionários públicos civis e militares recebem de aposentadoria valores bem superiores às contribuições que recolhem.  

Obviamente, o que se espera dessa reforma são alterações que tragam maior equilíbrio entre os contribuintes. Nesse movimento em busca de maior justiça social, é certo que os ganhos dos deputados federais e senadores também sofrerão pressão popular para que sejam reduzidos, bem como as mordomias, a patamares compatíveis com à realidade do País. Hoje, infelizmente, eles ganham como se o País tivesse reservas chinesas ou norte-americanas. 

Por isso, não há como deixar de apoiar a proposta que vincula os ganhos dos políticos e servidores públicos ao teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), devendo os novos eleitos e empossados se submeterem à nova legislação. Resta saber se os congressistas terão patriotismo suficiente para dar um tiro no próprio pé.

Afinal, em vez de busca por justiça social, o que se vê é exatamente o contrário. De fato, a reforma retira privilégios de alguns cidadãos bem aquinhoados, mas não existe a noção clara de benefício que trará aos menos favorecidos. Pelo contrário, muitos pontos da reforma, se aprovados, poderão prejudicar excessivamente as classes já desfavorecidas. Tanto que a previsão de economia seria de R$ 1,2 trilhão em dez anos, mas a maior parte – aproximadamente 65% ou R$ 780 bilhões – sairia do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), setor em que o valor das aposentadorias é menor e há maior número de beneficiados.

De acordo com o projeto, os militares seriam aqueles que menos contribuiriam para a reforma, já que apenas R$ 10 bilhões, a menor parte, sairiam de seus bolsos, pois seriam responsáveis pelo líquido de aproximadamente 1% em 10 anos. Além disso, juntamente com a reforma, houve o acerto de que existiriam reestruturações de carreira, o que aumentariam os gastos. Outro privilégio seria a manutenção da integralidade, ou seja, o militar continuaria a ir para a reserva recebendo o equivalente ao último salário na ativa.

Seja como for, a matéria já está mais do que discutida e, no entanto, só não é aprovada porque os políticos querem barganhar ao máximo com o governo, procurando, de maneira disfarçada, a manutenção de seus atuais privilégios e vantagens. Fosse a reforma da Previdência a panaceia para tirar o País das dificuldades financeiras em que se encontra, ainda seria razoável toda essa discussão, o que não é o caso.

Por outro lado, sabemos que a reforma tributária e outras tão ou mais importantes para o desenvolvimento do País sequer tiveram sua tramitação iniciada, ficando em stand by no Congresso. Submetidas a esse processo vicioso que se verifica hoje no Congresso, dificilmente, teremos a reforma da Previdência Social como a tributária aprovadas ainda neste ano, o que, sem medo de errar, comprometerá o crescimento do País nos próximos quatro ou cinco anos. Não é preciso ser um refinado analista econômico para concluir que essa situação já se afigura insuportável para um País cuja juventude não tem emprego e vê se esvair a cada dia sua esperança de tempos melhores. Milton Lourenço - Brasil


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Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional das Empresas Transitárias, Agentes de Cargas, Comissárias de Despachos e Operadores Intermodais (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br

Holanda - Maior guindaste semi-submersível do mundo pronto para testes no mar



A maior embarcação de guindaste semi-submersível do mundo (SSCV) está pronta para testes no mar e entrará em serviço para a Heerema Marine Contractor.

Nomeado em homenagem ao garanhão de oito pernas do Deus nórdico Odin e recém-concluído no estaleiro Tuas Boulevard da Sembcorp Marine, o "SSCV Sleipnir" tem 220 metros por 102 metros de área de convés reforçado, tornando-o o maior navio de guindaste a ser construído. A embarcação também tem dois guindastes giratórios de 10 mil toneladas que podem levantar cargas de até 20 mil toneladas.

O "Sleipnir" pode acomodar 400 pessoas e será implantado globalmente para a instalação e remoção de jaquetas, "topsides", fundações de águas profundas, ancoradouros e outras estruturas "offshore".

Os dois guindastes giratórios são os mais potentes do mundo para trabalhos de instalação e desativação "offshore" de petróleo, gás e energia renovável até o momento.

A alta capacidade de elevação de 129 metros facilita a colocação de módulos pesados de "topsides" em altitudes mais altas.

Outros recursos de destaque incluem maior facilidade de trabalho em ambientes mais duros devido ao design das colunas. A embarcação também possui uma grande área de plataforma de trabalho reforçada para transportar vários módulos. O "Sleipnir" é autopropelido e tem uma velocidade de serviço mínima de 10 nós, com manutenção de estação através de posicionamento dinâmico (DP3) ou um sistema de ancoragem. In “Portos e Navios” - Brasil

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Cabo Verde – Pretende avançar com proposta de criação de banco da CPLP

O vice-primeiro ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano disse que o país quer lançar a proposta da criação de um banco da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa durante a sua presidência da comunidade



Cabo Verde pretende lançar a proposta da criação de um banco da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano reconhece que a ideia não é nova, mas refere que caso se queira criar um espaço económico e com empresas fortes nos diferentes domínios é importante que sejam criadas instituições que financiem e garantam o seguro das exportações.

“Precisamos de livre circulação de bens e de capitais na CPLP, mas também de instrumentos de apoio a atividades empresarias. Só assim podemos criar uma comunidade de povos, de pessoas e de empresas que seja útil a todo o espaço”, afirma Olavo Correia.

Cabo Verde quer fazer a sugestão ainda durante a presidência da comunidade, que cabe a este país africano. A ideia é avançar com o conceito e, depois, com o projeto para ser discutido e avaliado em sede própria. Na prática, o banco deverá ter a mesma filosofia dos bancos de desenvolvimento.

“Como todo o banco de desenvolvimento, o banco da CPLP teria de ter inicialmente um capital próprio dos Estados-membros, para ser um banco com capital soberano, e depois irá ao mercado de capitais buscar o financiamento, a custos muito mais baixo e depois financiar a empresas nos respetivos países, que poderão funcionar a nível de parceria ou individual” explicou o governante.

Para o ministro das Finanças de Cabo Verde, não se pode falar de mudança dos “status quo” se não houve instrumentos efetivos de financiamento para promover atividade empresarial. “A livre circulação terá de estar associada a instrumentos de financiamento com capacidade de apoiar projetos com impacto económico e que posso ter capacidade de criar emprego para os jovens da CPLP”, refere.

Em relação à supervisão de um banco de âmbito multinacional, terá de ser feita por uma entidade também de âmbito internacional, vai depender do país escolhido para domiciliar o banco, mas os acionistas do banco também terão de ter formas de controlar a gestão do banco, diz o vice-primeiro-ministro ao ser questionado sobre o assunto.

Para Olavo Correia, o importante é estar de mente aberto para discutir as diferentes opções para se ter um instrumento efetivo. “Aquilo que eu acho é que nós não podermos continuar com narrativa de que é possível criar um espaço da CPLP e depois não termos instrumentos para estimular e incentivar para que haja de facto projetos que possam ser financiados e gerar rendimento”, disse.

Olavo Correia entende também que ainda é cedo para decidir se Cabo Verde quer ou não ser a sede do banco da CPLP, uma vez que o mais importante no momento é debater ideias e criar um quadro de solução um caminho e depois tomar as decisões que sejam as mais convenientes.

“O mais importante é ter financiamentos para apoiar projetos nos domínios da indústria, do turismo, comércio e tecnologia para que os jovens da CPLP possam ter melhores condições de acesso ao emprego rendimento e trabalho digno”, remata Olavo Correia, que ainda defende que não se pode “ continuar apenas com folclore, apenas com ambição sem se poder intervir com instrumentos de financiamento que represente uma mais valia para o espaço da CPLP, sobretudo sobre para os jovens e mulheres da comunidade. Hulda Moreira – Cabo Verde in "Jornal Económico"

Timor-Leste - Empresa chinesa interessada em ligações aéreas entre Díli e várias cidades

A empresa aérea chinesa Air Travel e a timorense Air Timor assinaram um acordo que permitirá voos diretos entre Díli e Hong Kong e, posteriormente, para outros aeroportos na região, disse, na semana passada, à Lusa fonte ligada ao processo

Tony Sum, representante da Air Travel disse à Lusa que a empresa terá dentro de dois meses o certificado que lhe permitirá realizar voos internacionais e que a estratégia é começar por Timor-Leste, assumindo uma participação minoritária na Air Timor e fazendo de Díli a sua primeira base internacional.

O representante da Air Travel participou, na passada sexta-feira, num encontro com responsáveis da Air Timor, o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, e o ex-Presidente José Ramos-Horta, que está a acompanhar o projeto, cuja concretização depende agora de vários passos a dar pelo Governo.

“Está feito um acordo entre a Air Timor e a Air Travel quer permitirá um code-share entre as empresas para que um avião fique estacionado em Díli permitindo ligações com Hong Kong e, posteriormente, com outras cidades na região”, disse Ramos-Horta.

“Acompanhei a Air Timor porque tenho andado a tentar ajudar o país a encontrar uma solução para o atual isolamento em que vivemos”, disse o ex-chefe de Estado explicando que não tem qualquer envolvimento no negócio.

Segundo Tony Sum, esta é “uma parceria estratégica. Teremos um avião estacionado em Díli, com uma equipa técnica, de serviço e de manutenção. Com o aumento do negócio passaremos a ter um segundo avião aqui”.

Trata-se de um Airbus A319 com capacidade para “chegar a qualquer cidade num radio de 4.800 quilómetros”, explicou.

Criada em maio de 2016 como Hongtu Airlines, renomeada Air Travel em 2018, a empresa tem como base o Aeroporto Internacional de Kunming Changshui, na província de Yunnan.

A Air Timor, empresa de direito timorense, tem vários anos de experiência na operação de voos entre Díli e as cidades de Denpassar (Bali) e Singapura, com o modelo de ‘wet lease’ (aluguer de aviões com tripulação, manutenção e seguros)”.

Tony Sum referiu que o critério do negócio é tentar tornar as viagens áreas de e para Timor-Leste “mais acessíveis”, explicando que o preço indicativo para a ligação entre Díli e Hong Kong, um dos principais hubs regionais, “rondará os 300 dólares”.

Num recente encontro do setor do turismo em Díli, o próprio Ramos-Horta disse que Timor-Leste vive a “tragédia” de estar “completamente refém de companhias áreas da Austrália e da Indonésia que atuam “com comportamento de ‘gangsters’”, mantendo preços desproporcionadamente elevados.

“Temos esta tragédia deste país completamente refém deste ‘gangsterismo’ aéreo por parte da Garuda”, disse o ex-Presidente da República, referindo-se à empresa estatal indonésia, proprietária das empresas Sriwijaya e Citilink, que voam para Timor-Leste.

“E continuamos reféns da AirNorth que é um roubo às claras”, afirmou, numa alusão à companhia da Qantas que mantém um monopólio nos voos entre Timor-Leste e a Austrália, numa das rotas mais caras do mundo.

A questão dos preços das viagens aéreas é, atualmente, um dos maiores obstáculos ao turismo em Timor-Leste, já de si débil, dado enfrentar outros desafios, especialmente a nível de infraestruturas.

Desde 01 de abril o país ficou ainda mais isolado, com o fim dos voos entre Díli e Singapura, uma de apenas três ligações internacionais atuais, com as outras duas, para Bali na Indonésia e para Darwin, na Austrália, a serem das mais caras do mundo, em preço por quilómetro.

Ramos-Horta disse que “a bola está agora totalmente do lado do Governo”, afirmando que está na altura de o executivo aceder a instrumentos internacionais necessários para poder ampliar o setor aéreo no país.

“Se o Governo se mexer o avião pode vir já. Um Airbus de 124 lugares, incluindo oito de business”, referiu, explicando que a empresa chinesa assumiria a maior parte do investimento – incluindo construir um hangar em Díli – e que a Air Timor “também tem fundos disponíveis”.

O ex-Presidente recordou que a Air Timor é a única empresa timorense do setor, tem funcionários formados, incluindo para trabalho em terra e na venda de bilhetes, podendo progressivamente, ser formados mais timorenses como pessoal de voo.

Os voos para Hong Kong poderiam começar “muito rapidamente”, sendo que para outras ligações, para a Austrália, Indonésia e Singapura, seria necessário Timor-Leste “aceder a vários instrumentos internacionais”.

Para isso Timor-Leste poderá ter que reforçar a sua capacidade técnica a nível do Governo, em áreas como certificação de aviões e segurança operacional. In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”

Guiné Equatorial – Segundo ministro, o país “está a avançar com passos firmes para a implementação efetiva da agenda da CPLP”

Santo António, São Tomé e Príncipe - O chefe da diplomacia da Guiné Equatorial afirmou na terça-feira, na ilha do Príncipe, que as autoridades "estão a trabalhar" para abolir a pena de morte, referindo que o país "votou contra" a pena capital nas Nações Unidas.

"O tema da pena de morte é-nos falado em todos os fóruns, vamos a Portugal, vamos a Cabo Verde, vamos a São Tomé e Príncipe, é um tema global das Nações Unidas e a Guiné Equatorial, nas Nações Unidas, no mês de fevereiro, votou contra a pena de morte", disse Siméon Oyono Esono Angue, falando aos jornalistas após um encontro com o Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, em Santo António, Príncipe.

Questionado sobre quando será abolida a pena de morte - um compromisso da Guiné Equatorial aquando da entrada como membro de pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2014, o ministro dos Assuntos Exteriores e Cooperação da Guiné Equatorial respondeu: "Estamos a trabalhar nisso".

Siméon Obiang falava antes de ter um encontro - que não estava inicialmente previsto - com o chefe de Estado português, a quem disse que a pena de morte será abolida antes da próxima cimeira da CPLP, em 2020, segundo Marcelo Rebelo de Sousa.

"A Guiné Equatorial, desde que é membro da CPLP, está a avançar com passos firmes para a implementação efetiva da agenda da CPLP", comentou o governante equato-guineense.

Siméon Angue garantiu que as autoridades da Guiné Equatorial estão "prontas para receber" a missão técnica da CPLP, que estará no país de 04 a 07 de junho para avaliar as medidas tomadas por Malabo para a integração na organização lusófona.

"Há muitos passos que estamos a dar, ao nível da língua portuguesa. Se houver um espaço na televisão, [haverá] um programa de português na Guiné Equatorial, na universidade é ensinado o idioma", enumerou, mencionando que recentemente foi assinado um acordo entre a Universidade da Guiné Equatorial e o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, para ensinar português a funcionários da administração pública e também na universidade.

O ministro equato-guineense está no Príncipe no âmbito das comemorações do centenário da comprovação da Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, que ocorreu durante a observação de um eclipse solar total nesta ilha.

Simeon Angue comentou que transmitiu ao Presidente de São Tomé e Príncipe o agradecimento pelo convite para que o seu homólogo equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, estivesse presente nas iniciativas, em que participa também o chefe de Estado português.

"O Presidente da República da Guiné Equatorial, Obiang, encarregou-me de o representar neste ato importante por razões de agenda", disse.

Questionado sobre rumores de que o chefe de Estado equato-guineense está doente, o ministro respondeu: "O Presidente Obiang goza de uma saúde invejável, está muito bem de saúde, não tem qualquer problema".

Fazem parte da CPLP Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Lusofonia – Paulo Freire subestimado no Brasil, inspirador em Portugal

Dois dias depois de o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmar que "ninguém quis copiar Paulo Freire" durante um evento com professores em São Paulo, o governo português ressalta a importância do educador brasileiro como inspiração para vários países



O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, afirmou que o educador Paulo Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 02 de maio de 1997) foi "um grande pedagogo, teórico e prático da educação e, em particular, dos processos da alfabetização e da educação de adultos. Nós seguimos como inspiração na maneira também que construímos em Portugal nosso sistema de educação de adultos. O mesmo que se sucedeu em Portugal sucedeu em muitos outros países em que Paulo Freire significa um inspirador e uma fonte permanente de boas ideias e boas práticas".

As declarações de Augusto Santos Silva, nesta segunda-feira (27), em Lisboa, foram durante a apresentação do Programa de Mobilidade Acadêmica Paulo Freire — PALOP, da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), que confere bolsas para estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) cursarem um semestre em alguma instituição de ensino superior em Portugal.

O programa "Paulo Freire" foi lançado em 2014 pela OEI e promove intercâmbios acadêmicos de estudantes da área da docência de países ibero-americanos. "O programa tem como destinatários todos aqueles que estão em formação para serem docentes, não apenas professores do ensino básico, mas também universitários. Justamente porque a prioridade é dada a esses estudantes é que o programa leva o nome de um grande pedagogo", explica à Sputnik Brasil a diretora da OEI Portugal, Ana Paula Laborinho.

Este ano marca o início do projeto-piloto, em parceria com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), para beneficiar universitários dos PALOP. São 21 bolsas para estudantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. "O programa já é bastante significativo e a ideia é expandir", afirma à Sputnik Brasil o secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles.

De acordo com os organizadores, a meta é que o programa "Paulo Freire" continue se fortalecendo. "É um programa ágil, simples, que está a responder às expectativas dos alunos. Eles vão regressar com as formações reconhecidas pelas escolas de origem. As universidades portuguesas já nos manifestaram interesse de seus alunos também irem para estes países na África", diz Ana Paula Laborinho.

Para a diretora da OEI Portugal, o período de críticas aos métodos de Paulo Freire no Brasil, endossadas pelo presidente Jair Bolsonaro, não deve "apagar a história, nem apagar as contribuições". "Ainda hoje é um grande pedagogo, que centra o conhecimento no aluno. Talvez hoje, quando falamos em desenvolver competências para o século XXI, há muitos dos ensinamentos dele que são cada vez mais atuais", analisa a diretora. Caroline Ribeiro – Brasil in “Sputnik Brasil”

União Europeia – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra participa em consórcio europeu que pretende industrializar a impressão 3D de metais



Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), coordenada por Pedro Neto, desenvolveu um sistema de geração automática de programas de robô para a fabricação de peças de metal de geometria complexa pelos processos de manufatura aditiva (vulgarmente designada impressão 3D).

Este sistema foi criado no âmbito do INTEGRADDE (Intelligent data-driven pipeline for the manufacturing of certified metal parts through Direct Energy Deposition process), um mega projeto europeu que recebeu um financiamento de 16 milhões de euros do programa Horizonte 2020 da União Europeia.

Liderado pela Asociación de Investigación Metalúrgica del Noroeste - Centro Tecnológico AIMEN, de Espanha, o projeto INTEGRADDE foca-se precisamente na incorporação da manufatura aditiva de componentes metálicos de médio e grande porte no ambiente industrial europeu, especialmente nas indústrias aeronáutica, aeroespacial, metalomecânica e metalúrgica. Para atingir este ambicioso desígnio do novo paradigma da Indústria 4.0, o projeto junta em consórcio 26 parceiros de 11 países (Alemanha, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Holanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia).

Pedro Neto explica que, ao contrário do que acontece na manufatura aditiva de plástico, «que está hoje relativamente bem estabelecida, por exemplo na fabricação de protótipos, a manufatura aditiva de metal ainda está numa fase de desenvolvimento. As soluções existentes apresentam custos elevados (mão de obra especializada e equipamentos)».

Por isso, «é grande a necessidade de robotização do processo para que este seja mais eficiente, quer em termos de custo, quer na qualidade dos componentes produzidos. A manufatura aditiva de metais possibilita o fabrico de componentes estruturais (em diversos tipos de metais) com geometrias complexas e impossíveis de realizar por outro processo. A título de exemplo, podemos fabricar componentes com cavidades internas e com menor massa», destaca o docente e investigador do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC.

O sistema agora criado pela equipa de Coimbra, e que será integrado na estratégia global das tecnologias que resultarão do INTEGRADDE, «fornece as trajetórias que o robô deve executar, extraídas a partir de modelos 3D dos componentes a produzir. O método desenvolvido permite a fabricação de componentes com geometrias complexas de forma automática, reduzindo drasticamente os tempos de programação dos robôs e parametrização do processo. Além disso, este novo sistema apresenta um carácter genérico que pode ser aplicado em qualquer robô e nos diversos processos de manufatura aditiva de metal» detalha Pedro Neto.

Prevê-se que a robotização da impressão 3D de metais «conduza a grandes vantagens competitivas para a indústria reduzindo custos de produção, aumentado a flexibilidade dos sistemas produtivos e permitindo a fabricação de componentes com geometrias complexas. Para se ter uma ideia, prevê-se um aumento de 25 por cento na velocidade de produção de componentes complexos em pequenos lotes», conclui.

Os resultados do projeto INTEGRADDE vão ser demonstrados em cinco empresas parceiras do consórcio, dos setores aeroespacial, metalomecânico, moldes, metalúrgico e de construção civil. Mais informação sobre o projeto INTEGRADDE está disponível aqui. Universidade de Coimbra “Faculdade de Ciências e Tecnologia” - Portugal

Macau - 10ª edição do Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas

O Venetian recebe, entre quinta e sexta-feira, a 10ª edição do Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas. O ministro das Obras Públicas de São Tomé e Príncipe e o governador do Banco de Moçambique são dois dos altos representantes dos países de língua portuguesa já confirmados



O ministro das Obras Públicas de São Tomé e Príncipe é um dos altos representantes dos países de língua portuguesa que já confirmou que irá estar presente no Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIIC, na sigla inglesa). A 10ª edição do evento acontece entre quinta e sexta-feira, no Venetian, e irá também contar com a participação do vice-ministro das Obras Públicas de Timor-Leste e de dois secretários de Estado de Angola. O evento terá como tema “Promover a alta qualidade e o desenvolvimento sustentável da infra-estrutura internacional”, e engloba 36 fóruns temáticos.

Osvaldo Viegas D’Abreu, ministro das Obras Públicas, Infra-estruturas, Recursos Naturais e Meio Ambiente de São Tomé e Príncipe, é um dos altos representantes dos países de língua portuguesa que irá participar no Fórum das Infra-estruturas. De Timor-Leste virá José Ramos-Horta, membro do Conselho de Estado, e Nicolau Freitas Belo, vice-ministro das Obras Públicas, enquanto que Angola estará representada por Lucrécio da Costa e Guido Cristóvão, respectivamente, secretário de Estado das Águas e secretário de Estado para os Transportes Terrestres. Confirmada está também a participação de Rogério Zandamela, governador do Banco de Moçambique.

A organização do evento prevê a participação de mais de dois mil participantes da área política, empresarial e académica, provenientes de mais de 70 países e regiões, incluindo mais de 50 oficiais governamentais de nível ministerial de quase 40 países e regiões. Da Ásia foi confirmada a presença do vice-primeiro-ministro do Laos. O orçamento para a edição deste ano será de 39 milhões de patacas, adiantou ontem Sam Lei, vogal executivo do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), na conferência de imprensa de apresentação do IIIF.

A 10ª edição do Fórum das Infra-estruturas tem como tema “Promover a alta qualidade e o desenvolvimento sustentável da infra-estrutura internacional”. Do programa fazem parte 36 fóruns temáticos, exposições, seminários de promoção de projectos e bolsas de contacto. Serão lançados o índice de desenvolvimento das infra-estruturas dos países abrangidos pela iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, bem como o respectivo relatório.

O evento tem início pelas 10 horas de quinta-feira, no Venetian, com a cerimónia de inauguração. No mesmo dia terá lugar a sessão “Alcançar infra-estruturas sustentáveis e de qualidade – dos objectivos à prática”, bem como a quinta edição do Fórum para a Cooperação em Infra-estruturas entre a China e a América Latina. Para o segundo dia estão agendados nove fóruns paralelos sobre temas relacionados com as novas energias, infra-estruturas sustentáveis e supervisão financeira. Catarina Vila Nova – Macau in “Ponto Final”

catarinavilanova.pontofinal@gmail.com

UCCLA - Apresentação do livro “Rotxa Scribida” de Nuno Rebocho



Uma homenagem a Cabo Verde, espelhada num livro de poemas, é a mais recente obra de Nuno Rebocho que será apresentada no dia 30 de maio, pelas 18 horas, nas instalações da UCCLA.

Com a chancela da Rosa de Porcelana Editora, a obra será apresentada pelo poeta e escritor Mário Máximo.

Apesar do título em crioulo, o autor presta homenagem a Cabo Verde, país onde residiu largos anos. Antes da apresentação em Lisboa, “Rotxa Scribida” já foi divulgado no arquipélago cabo-verdiano, nas cidades da Praia e da Assomada.

Biografia:

Nuno Rebocho é jornalista, poeta e escritor, nasceu em Queluz, Portugal, cresceu e estudou em Moçambique, viveu longos anos em Cabo Verde.
Ex-jornalista da imprensa escrita e da rádio, tanto em Portugal como em Cabo Verde, desempenhou funções de chefe de redação da RDP Antena 2. Foi adjunto do Ministério da Habitação, Obras Públicas e Transportes do VI e VII Governos Constitucionais de Portugal e assessor da Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago, em Cabo Verde. É Cidadão Honorário da Cidade Velha e nomeado assessor lusófono da Korsang di Melaka.
É autor de uma vasta obra publicada em Portugal, Cabo Verde, Brasil, Espanha e Argentina.
Dezassete anos em Cabo Verde impregnaram o autor de cabo-verdianidade. Foram usos e costumes, foram hábitos e tradições, foi toda uma cultura crioula e até mesmo o seu linguajar muito especial que em quase duas décadas moldaram-lhe o ânimo e espírito tal como a bruma seca que, por longos períodos durante o ano, sobrevoa as ilhas.
Rotxa Scribida (nome de um dos “mistérios” que povoam as ilhas) é o mais recente livro de poemas de Nuno Rebocho, escritos durante a sua estadia em Cabo Verde

Morada:
Avenida da Índia, n.º 110 (entre a Cordoaria Nacional e o Museu Nacional dos Coches), em Lisboa
Autocarros: 714, 727 e 751 - Altinho, e 728 e 729 – Belém
Comboio: Estação de Belém

terça-feira, 28 de maio de 2019

Lusofonia - Instituto Camões quer levar ensino de português a mais países da América do Sul

O português é a língua mais falada no hemisfério sul, mas o ensino não é curricular em toda a América do Sul e o Camões - Instituto da Cooperação e Língua pretende alargá-lo aos países do idioma espanhol



Se o Brasil adotou o espanhol no sistema de ensino público desde 2010, o português não está ainda em todos os países sul-americanos de língua oficial espanhola membros da Conferência Ibero-Americana, que têm de incluir o português no sistema de ensino público.

"Todos os países da Conferência Ibero-Americana devem promover o ensino de outra língua. Assim, paralelamente ao ensino do espanhol em Portugal e no Brasil, os países de língua espanhola deverão caminhar no sentido de integrar o português no ensino público", explicou o presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos.

O presidente do instituto responsável pelo ensino de português no estrangeiro acrescentou a necessidade de essas nações que ainda não têm o português como disciplina curricular "assumirem também a língua portuguesa no seu currículo escolar público".

"O rumo está delineado e agora teremos de fazer esse percurso conjunto, sensibilizando e apoiando esses países", observou Luís Faro Ramos.

A integração da língua portuguesa nos sistemas de ensinos públicos de países de idioma espanhol na América do Sul está a ser desenvolvida por Portugal e Brasil, em consonância com o consensualizado ao nível dos Estados ibero-americanos.

A língua portuguesa está já nos sistemas de ensino público de Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela.

Portugal e Brasil trabalham em conjunto na promoção externa da língua portuguesa e foram já estabelecidos acordos educacionais com Colômbia, Bolívia e Paraguai.

"Há sinergias a explorar entre nós e o Brasil em países onde há interesse pela língua portuguesa”, vincou Luís Faro Ramos.

Em evolução, está também a possibilidade de a parceria entre Portugal e Brasil no domínio da língua possibilitar que o português seja ensinado na escola das Nações Unidas, em Nova Iorque.

De acordo com um estudo revelado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a língua portuguesa representa, como matéria para a atividade económica, quase 17% do Produto Interno Bruto, o equivalente a 30 mil milhões de euros por ano. In “Sapo 24” – Portugal com “Lusa”

Lusofonia - Ensino de português pode ultrapassar barreira de 80 países neste ano

A rede do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), educação pré-escolar e ensinos básico, secundário e superior, nas modalidades integrado, paralelo e projetos, poderá abranger 82 países neste ano, uma previsão do Camões - Instituto da Cooperação e Língua

Relativamente a 2018, com um universo de 77 países, a rede do EPE no mundo deverá ser alargada a mais cinco nações até 31 de dezembro de 2019, mantendo a tendência de crescimento dos últimos três anos.

A presença do EPE tem-se alargado desde 2016, ano em que a rede se estendeu a 70 países.

Em 2017, mais três países aderiram à rede na educação pré-escolar e ensinos básico, secundário e superior do EPE, da responsabilidade do Camões - Instituto da Cooperação e Língua.

Em 20 países, o português insere-se nos currículos de escolas públicas ao nível do secundário e o Instituto Camões tem o objetivo de ampliar para o dobro a presença como idioma estrangeiro, "de forma faseada", num prazo de "quatro ou cinco anos", como refere o presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos.

"É uma meta ambiciosa, mas que é exequível", considera, sublinhando a existência de "avanços no interesse por parte de outros países em integrar o português nos seus currículos".

A língua portuguesa está a ter uma procura crescente e o Instituto Camões regista "interesse de todos os continentes", estando previsto "iniciar colaboração, em 2019, com Azerbeijão, Cazaquistão, Camarões e Gana, bem como com Panamá e Peru, ao mesmo tempo que serão reforçadas colaborações com países" onde a rede EPE está presente.

Luís Faro assinala que, "uma vez assumida pelo outro Estado a importância da integração do português nos currículos das suas escolas públicas, esse passa a ser também um projeto do país em questão", num "esforço conjunto".

A expansão da rede do EPE a nível curricular "pressupõe, em termos gerais, um envolvimento muito direto das autoridades locais, nomeadamente ao nível do investimento que elas próprias concretizam, dirigido ao ensino da língua portuguesa".

O Instituto Camões tem também uma "componente financeira que esse alargamento possa implicar", um esforço "desenvolvido ao nível da negociação com as autoridades educativas desses países".

O investimento do Instituto Camões em toda a rede do EPE "representa um investimento de cerca de 28 milhões de euros".

"Um investimento na perspetiva de que a aposta forte que fazemos na promoção da língua e da cultura portuguesa proporciona um retorno de grande valor real e simbólico para Portugal, para as comunidades portuguesas e para todo o espaço de língua portuguesa", frisa o presidente do Instituto Camões.

Grande parte do montante total de investimento é relacionado com professores da rede do EPE.

"Cerca de 75% desse valor corresponde, de facto, a vencimentos de professores dos ensinos básico e secundário", explica Luís Faro Ramos, que refuta mais despesas com o aumento da rede do EPE.

A estratégia do Instituto Camões é "clara", para que se trabalhe "nos países onde está presente" a rede do EPE, "quer ao nível da formação de professores quer ao nível do apoio à constituição de departamentos nas universidades em que o português tenha sustentação".

"Esta via, endógena, é a mais eficaz para aumentar a rede sem aumentar os custos, apoiando a qualificação das redes locais e tendo uma presença multiplicadora. Valorizamos, em paralelo, a colaboração dos nosso docentes, relativamente aos quais procuramos adotar uma postura construtiva e colaborativa no que diz respeito ao enquadramento (legal, profissional, etc...) da sua importante ação", sustenta. In “Sapo” – Portugal com “Lusa”

Macau - Projectos bilingues do ensino superior com “bons resultados”

Na primeira reunião anual da Aliança para Formação de Quadros Bilingues Qualificados nas Línguas Chinesa e Portuguesa foi destacado o facto das instituições locais estarem “mais activas” ao nível de lançamento de vários projectos que têm “vindo a obter bons resultados”.

Em comunicado, a Aliança deu como exemplo o sistema auxiliar de tradução Chinês-Português/Português-Chinês de documentos oficiais desenvolvido pelo Laboratório de Tradução Automática do Instituto Politécnico de Macau (IPM). Este sistema “tem levado diversos serviços públicos e outras entidades a reconhecer e a usá-lo”. Outra “inovação” que já “ganhou ampla utilização” é a aplicação móvel gratuita “Diz Lá”, reconheceu a Aliança.

Na reunião presidida pelo reitor da Universidade de Macau (UM), Yonghua Song, os membros vincaram que a Aliança “continua a potenciar as suas vantagens e a integrar recursos para promover a criação da Base de Formação de Quadros Qualificados Bilingues em Chinês e Português”.

Já do lado do Governo “continuam a ser investidos mais recursos no apoio às instituições do ensino superior para o desenvolvimento de diversos projectos de formação de quadros qualificados bilingues em Chinês e Português, acelerando a apreciação dos cursos, encorajando e apoiando as instituições na criação de novos cursos de língua portuguesa”.

Por fim, os representantes de várias instituições de ensino superior locais apresentaram o ponto de situação dos estudos dos países de língua portuguesa em curso. Estes projectos abrangem áreas como a diplomacia política, desenvolvimento económico, cultura social e história, entre outras áreas.

Na mesma ocasião foi definido, por unanimidade, que o próximo presidente da Aliança será o representante do IPM. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau