Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 31 de março de 2021

Moçambique - Acordo para treino de tropas especiais assinado no fim de Abril em Lisboa

Lisboa – Os ministros da Defesa português e moçambicano assinam no final de Abril, em Lisboa, o acordo-quadro para formação das forças especiais de Moçambique até 2025, anunciou Gomes Cravinho, que defende uma “resposta multifacetada” à situação naquele país.

Hoje, chegou a Maputo o brigadeiro-general Francisco Duarte, que irá comandar a missão de formação de tropas especiais, prevendo-se o envio de duas equipas avançadas de formadores portugueses em meados de Abril, adiantou o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, em declarações à Lusa.

O governante disse que a assinatura do acordo-quadro de cooperação bilateral para o período de 2021-2025, para a formação e treino de forças especiais, fuzileiros e comandos, terá lugar em Lisboa no final de Abril, durante uma visita oficial do seu homólogo moçambicano, Jaime Neto.

Além da formação de forças militares especiais, disse, o acordo inclui outras linhas de cooperação militar no âmbito da formação, nomeadamente as “componentes terra-ar” e informações.

“E acredito também que há muito a ganhar em trabalharmos com drones, que oferecem uma capacidade de recolha de informação que pode ser preciosa. E a nível de informações é outro domínio que vai ser trabalhado”, acrescentou.

O ministro da Defesa sublinhou que a missão em preparação não é uma Força Nacional Destacada mas sim uma cooperação entre dois países soberanos que mantém relações próximas e fraternas.

Quanto à actual situação naquele país, Gomes Cravinho defendeu que a resposta ao que se passa em Cabo Delgado “tem de ser securitária, com recurso à força armada, tem de ser desenvolvimentista, com apoio de cooperação para o desenvolvimento internacional e tem de ser humanitárias socorrendo os 700 mil deslocados”.

“Eu acredito que Moçambique não vai tornar-se um Mali, acredito que o governo e as autoridades moçambicanas possam voltar a administrar rapidamente todo o território, a ser plenamente soberanos em toda a extensão do país”, afirmou.

A resposta ao que se passa na província de Cabo Delgado “requer uma abordagem multifacetada e não se resolve de um dia para o outro mas no horizonte de um par de anos começando pela situação securitária porque esta é a base para qualquer desenvolvimento, e prestar socorro humanitário às populações afectadas”, defendeu.

A contribuição de Portugal para a formação e capacitação das forças moçambicanas prevê o treino de “sucessivas companhias” das forças armadas, em três a quatro meses, durante três anos, o que representa um “triplicar” do investimento português em projectos de cooperação com aquele país, que existe desde 1988.

Quanto aos locais de trabalho, está previsto que os militares portugueses estarão no sul do país, em Catembe, perto de Maputo, (fuzileiros) e no centro (comandos), disse Cravinho. Em meados de Abril seguirão para Moçambique duas equipas-avançadas para dar início, no terreno, às acções formativas.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é desde há cerca de três anos alvo de ataques terroristas e o último aconteceu no dia 24, em Palma, em que dezenas de civis foram mortos, segundo o Ministério da Defesa moçambicano.

A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados, segundo agências da Organização das Nações Unidas, e mais de duas mil mortes, segundo uma contabilidade feita pela Lusa.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”

 

Macau - Questão racial foi determinante para o estatuto privilegiado no tempo colonial

Macau sempre teve um “estatuto privilegiado” nas representações feitas por Portugal face às colónias africanas e Timor-Leste. Não houve apropriação de costumes e modos de vida dos macaenses, nem estes foram abrangidos pelo estatuto do indígena. Ainda hoje se olha para Macau de forma diferente e, em parte, por uma razão: as diferenças na cor da pele. Esta é uma das ideias deixadas num estudo recentemente publicado pela investigadora da Universidade de Lisboa Patrícia Ferraz de Matos


Colonial representations of Macao and the Macanese: Circulation, knowledge, identities and challenges for the future” [Representações coloniais de Macau e dos macaenses: Circulação, conhecimento, identidades e desafios para o futuro] é o título de um artigo académico da autoria de Patrícia Ferraz de Matos, da Universidade de Lisboa (UL), publicado recentemente na revista científica Portuguese Journal of Social Sciences.

A investigadora defende que Macau sempre gozou de um estatuto privilegiado em termos de representação por parte da metrópole por oposição às colónias africanas ou a Timor-Leste, algo que acabou por perdurar até aos dias de hoje.

“Ao viverem relativamente isolados da metrópole portuguesa entre os séculos XVI e XIX, os macaenses desenvolveram uma cultura e crioulo locais através da incorporação de várias influências que receberam das zonas marítimas da Ásia Oriental. Ao fazer isso, puderam manter o seu estilo de vida, tradições, idioma, gastronomia e profissões associadas ao Governo local”, pode ler-se.

Ao HM, a investigadora adianta que “Macau não foi um território de exploração como foi Angola ou Moçambique, com plantações, em que as pessoas eram obrigadas a trabalhar porque tinham de pagar um imposto, e por isso é que tinham o estatuto de indígena.” Acresce o facto de, perante a ONU, Macau nunca ter sido considerado uma colónia. Em algumas colónias portuguesas houve destruição de aldeias, onde foram construídas escolas e hospitais ao estilo europeu. “Em Macau isso não aconteceu”, lembrou a autora.

Em termos gerais, no período colonial, Macau “era visto e representado como um território remoto em que muito pouco era conhecido”. “Ao analisar as representações dos territórios sobre administração colonial portuguesa, é evidente que Macau desfrutava de um estatuto privilegiado, particularmente em comparação com as descrições feitas dos territórios africanos e de Timor”, lê-se ainda.

Nestas representações do tempo do Estado Novo, as práticas sócio-culturais de Macau eram vistas como “originais e uma mistura de várias culturas”. “Por outro lado, as adições (do jogo) são mencionadas, tal como o facto de a lei ser mais flexível. O fascínio em torno de Macau estava muitas vezes relacionado com o seu alegado exotismo e com o facto de podermos encontrar elementos identificáveis com a cultura portuguesa num território tão distante e diferente”, aponta o artigo.

Uma questão de pele

A cor da pele também acabou por influenciar o processo de representação de Macau. “[Os habitantes das colónias africanas] eram pessoas de raça negra, era este o termo usado nos documentos, e os seus descendentes, que não soubessem ler e escrever ou que tivessem costumes considerados primitivos [estavam inseridos no estatuto do indígena]. Isso não aconteceu com os macaenses”, adiantou Patrícia Ferraz de Matos.

A investigadora analisou exposições, livros escolares e outras iniciativas do Estado Novo onde o império colonial era descrito e mostrado aos portugueses, incluindo o espaço dedicado a Macau e às restantes colónias no Portugal dos Pequenitos, em Coimbra.

“Há determinados aspectos que não encontramos nos pavilhões de África, isto no Portugal dos Pequeninos. Encontramos sementes e armas, no de Macau não. Encontramos uma escola ou uma série de lojas, algo mais próximo de existir numa sociedade ocidental. Macau era um pouco visto como mestiço, e parte desse privilégio que [o território teve] pela forma como foi visto e representado [por Portugal] terá a ver com isso.”

Esse estatuto de privilégio “comparativamente aos países africanos, penso que se mantém”, defende a académica, e é algo que tem a ver “com a cor da pele e com o racismo”.

“Portugal é um país estruturalmente racista e a questão da cor da pele muitas vezes esteve por detrás da definição de coisas como o Acto Colonial, o estatuto indígena, código do trabalho do indígena, que foi aplicado nas populações africanas e nunca em Macau”, frisou.

Patrícia Ferraz de Matos destaca o facto de, hoje em dia, existir em Portugal um intenso debate não apenas sobre o racismo, mas sobre as representações coloniais, incluindo o derrube ou a manutenção de estátuas e outros símbolos. “Isso tem muito mais a ver com a relação de Portugal com os países africanos. Macau passa ao lado disto, completamente.”

Uma nova identidade

Olhando para o futuro, Patrícia Ferraz de Matos destaca o facto de hoje em dia existir “uma nova geração de macaenses que se identificam menos com a cultura portuguesa e começaram a cultivar um novo discurso de identidade”.

Actualmente, “a comunidade macaense ilustra um processo de aglutinação para a criação de uma identidade étnica”, lê-se. Este movimento não está imune ao processo de internacionalização da própria China e também de Macau, acrescenta a autora.

Este movimento de ligação à cultura portuguesa aconteceu também muito por culpa “da presença da comunidade portuguesa, que muitas vezes é vista como aberta ao mundo e com uma incrível capacidade para se adaptar aos territórios estrangeiros”.

“Tal como no passado, e apesar de todas as transformações, Macau é ainda um lugar interessante para reflectir sobre as estratégias de poder e de internacionalização, o estabelecimento de relações, a circulação de pessoas e a formação de identidades”, frisou.

Patrícia Ferraz de Matos não deixa de destacar a realização de actividades como o Festival da Lusofonia ou a Semana Cultura da China e dos Países de Língua Portuguesa como exemplos de uma ligação a Portugal que ficou ao longo dos anos.

“O Festival da Lusofonia é algo que foi definido por Macau e não pelos portugueses. É muito interessante, tem este nome, mas poderia ter outro. É interessante também ver o que é incluído neste festival”, concluiu. Andreia Silva – Macau in “Hoje Macau”





 

Portugal - Equipa da Universidade de Coimbra estuda disrupções nos relógios biológicos causadas pela apneia do sono


Um estudo sobre o impacto da apneia do sono nos relógios biológicos do nosso organismo, publicado na revista científica EBioMedicine, The Lancet, assinala a necessidade urgente de encontrar novas estratégias que melhorem e antecipem o diagnóstico desta doença respiratória obstrutiva, uma das perturbações do sono mais prevalentes no mundo, mas ainda muito subdiagnosticada.

Conduzido por uma equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), o estudo pretendeu perceber em que medida a apneia do sono, também denominada Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), pode «promover disrupções no funcionamento dos relógios biológicos, que por sua vez poderão estar na base das diferentes comorbilidades associadas à patologia, incluindo doenças cardiovasculares ou metabólicas (como diabetes ou obesidade), ou contribuir para o seu agravamento», explica Ana Rita Álvaro, investigadora principal do projeto.

Os relógios biológicos, presentes em todas as células do nosso organismo, «são cruciais para a nossa saúde e bem-estar. Atuam como relógios internos, organizando todos os nossos processos biológicos ao longo do dia, de acordo com sinais do ambiente interno (alimentação, atividade física) e externo (luz, temperatura, níveis de oxigénio)», fundamenta a investigadora do CNC.

Para avaliar o impacto da SAOS e do seu tratamento, normalmente efetuado com uma máscara que emite uma pressão positiva continuada (CPAP, na sigla inglesa) durante o sono, nas características dos relógios biológicos, a equipa recrutou 34 doentes com apneia do sono seguidos pela equipa do Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), antes e após tratamento com CPAP durante 4 meses e 2 anos. Participaram também indivíduos saudáveis, para efeitos de controlo.

Através de amostras de sangue dos voluntários (doentes nas diferentes fases do estudo e indivíduos saudáveis), recolhidas em quatro momentos distintos ao longo do dia, avaliaram-se «as características dos relógios biológicos em células presentes no sangue, nomeadamente expressão de genes, e níveis de hormonas envolvidas na regulação dos relógios biológicos», indica Ana Rita Álvaro.

Os resultados mostram que a apneia do sono «promove alterações nas características dos relógios biológicos e que o tratamento a longo prazo (2 anos) mostra ser mais efetivo no combate ao efeito da SAOS nos relógios biológicos, levando a um restabelecimento de algumas das suas características», nota Ana Rita Álvaro.

A avaliação laboratorial foi complementada com análises computacionais, incluindo métodos bioinformáticos e de machine learning, desenvolvidas pelo grupo de investigação liderado por Angela Relógio, investigadora principal do Centro Molecular de Investigação do Cancro e do Instituto de Biologia Teórica, Faculdade de Medicina de Berlim Charité, e diretora do Instituto de Medicina de Sistemas e Bioinformática da Faculdade de Medicina de Hamburgo (MSH).

Este estudo reforça o alerta para «a importância do tratamento da apneia do sono e evidencia ainda a necessidade de novas estratégias que melhorem e antecipem o diagnóstico da SAOS e também o seu tratamento. Nesse sentido, este estudo mostra que a análise dos relógios biológicos pode ter uma aplicação promissora no diagnóstico e monitorização da resposta ao tratamento desta patologia, e certamente de outras doenças», refere Cláudia Cavadas, coautora do estudo e coordenadora do grupo de investigação no CNC.

A investigação foi cofinanciada pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional para a Competitividade e Internacionalização - COMPETE 2020, e pela Fundação para a Ciências e a Tecnologia (FCT). Contou ainda com o apoio da instituição alemã Einstein Foundation através da escola graduada Berlin School of Integrative Oncology (BSIO), do Ministério Alemão do Ensino e Investigação (BMBF), e da Fundação Dr. Rolf M. Schwiete Stiftung.

Além de Ana Rita Álvaro, Angela Relógio e Cláudia Cavadas, participaram no estudo Laetitia Gaspar, Bárbara Santos, Catarina Carvalhas-Almeida, Joaquim Moita, Mafalda Ferreira, Janina Hesse e Müge Yalçin.

O artigo científico publicado no âmbito do estudo, com o título “Long-term Continuous Positive Airway Pressure Treatment Ameliorates Biological Clock Disruptions in Obstructive Sleep Apnea”, está disponível: aqui. Universidade de Coimbra - Portugal


 

terça-feira, 30 de março de 2021

CPLP - Reunião ministerial aprova plano para combate ao trabalho infantil 2021-2025


Cidade da Praia – A XIV reunião dos Ministros do Trabalho e Segurança Social realizada hoje, por vídeo-conferência, recomendou o reforço das estratégias nacionais de redução da pobreza e aprovou o plano de trabalho para o combate ao trabalho infantil 2021-2025.

O encontro, que acontece sob a presidência de Cabo Verde e que contou com a participação de quase todos os nove países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), teve como tema “Covid-19 e o mundo do trabalho” e serviu para abordar e concertar posicionamentos no combate aos impactos devastadores da pandemia no mundo do trabalho.

Segundo a ministra da Justiça e do Trabalho de Cabo Verde, Janine Lélis, todos os países tiveram a oportunidade, a partir das suas intervenções, de descrever as suas políticas, as medidas que tomaram para proteger o rendimento das famílias, os postos de trabalho e a saúde das pessoas.

“Resulta unânime que nós todos devemos, cada vez mais, estender os pisos de protecção social para que os nossos países, a nossa comunidade possa responder da melhor forma aos desafios, agora mais expressivos por causa da covid, e por causa do que a covid-19 trouxe para o mundo do trabalho”, explicou.

De entre as recomendações constantes de uma declaração final, a governante cabo-verdiana destacou o reforço das estratégias nacionais para o desenvolvimento de medidas para a redução da pobreza, a promoção de políticas sociais e políticas activas de emprego.

O plano de trabalho para o combate ao trabalho infantil 2021-2025, conforme explicou, foi aprovado como forma de promover o engajamento de todos os países da comunidade na luta contra o trabalho infantil em linha daquilo que se mostra necessário fazer, tendo em conta os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o comprometimento que todos têm em relação à OIT.

Outras recomendações vão no sentido de também reforçar a cooperação e concertação político-diplomática, e de desenvolver as acções de cooperação técnica entre os países, tendo sido instruído o Secretariado Técnico Permanente no sentido de avaliar a possibilidade de reactivar um centro de informação de protecção social.

“Foi entendido aqui que temos boas práticas a partilhar e que seria muito bom a possibilidade de criar esse centro de informação, por forma a que todos possam ter, ao mesmo tempo, um nível de informação sobre as medidas que estão sendo desenvolvidas nos vários países da comunidade para que a gente possa nesta via, de troca de informações e partilha de dados, fazer melhor a favor dos nossos povos”, sustentou.

Igualmente foi mandatado ao secretariado técnico a criação de um grupo de trabalho para promover uma reflexão sobre o Conselho Económico e Social da CPLP, uma entidade que, na perspectiva de Janine Lélis, poderá ser de “grande valia” na medida em que poderá servir de fórum de concertação social a nível da comunidade.

“Será um parceiro social para nos ajudar naquilo que seria a definição das melhores políticas públicas neste sentido”, disse, indicando ainda que houve consenso sobre a necessidade da ratificação da convenção multilateral da segurança social da CPLP, um projecto que já vem de algum tempo, e cuja ratificação se faz necessária para sua aplicabilidade.

Da parte cabo-verdiana, que detém a presidência da CPLP, participou, para além da ministra da Justiça e do Trabalho, Janine Lélis, o ministro da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário. In “Inforpress” – Cabo Verde


 

Cabo Verde – “Mi ê bô hino” é o primeiro ‘single’ da cantora Ana Azevedo


Cidade da Praia – A intérprete e compositora cabo-verdiana Ana Azevedo lançou o seu primeiro ‘single’ intitulado “Mi ê bô hino”, nas plataformas digitais, uma música dedicada à morna, classificada como património imaterial da humanidade em 2019.

“Esta composição foi pensada e concebida numa abordagem em que a morna conta e canta sua história na primeira pessoa, em que ela mesma retrata seu percurso histórico”, disse hoje em declarações à Inforpress.

Embora tenha criado esta composição, Ana Azevedo defendeu que a morna é “muito mais do que se escreve sobre ela”. Isto porque, justificou, “simplesmente, ela é sentida e não há palavras suficientes que a descrevam”.

Para além deste ‘single’, a cantora cabo-verdiana revelou à Inforpress que pretende gravar dois álbuns de inéditos, ao longo deste ano, e, se tudo correr bem, irá apresentá-los ainda este ano ou no próximo.

“Um dos álbuns será tradicional, acústico, no qual darei primazia a instrumentos de corda. Nesse disco, buscarei a essência da morna e outros gêneros tradicionais, traduzida na escolha do reportório, nos temas, dos compositores, na instrumentalização, na execução instrumental e na interpretação vocal”, adiantou.

O álbum, precisou, trará inéditos que são “autênticas relíquias” fruto de uma investigação que vem realizando.

Já o segundo disco, adiantou, trará variedades e será mais “eclético e comercial”, no qual irá interpretar canções de jovens compositores que admira, mas também trará composições da sua autoria.

Sendo amante do fado, Ana Azevedo revelou ainda que este género, que faz sempre parte do seu repertório, também estará presente no seu disco.

Filha do poeta, pintor e combatente da Liberdade da Pátria, Osvaldo Azevedo, e neta do poeta Claridoso Pedro Corsino Azevedo, Ana Azevedo desde cedo viveu no mundo da arte e da música. In “Inforpress” – Cabo Verde


Moçambique – Nações Unidas profundamente preocupada com segurança de civis em Palma

O porta-voz do secretário-geral destaca relatos alarmantes de que dezenas de civis podem ter sido mortos durante ataques e confrontos desde a semana passada. A organização está preparada para responder à chegada de pessoas que fogem da violência no país africano de língua portuguesa

A ONU e os parceiros humanitários estão profundamente preocupados com a segurança dos civis na cidade de Palma, no norte de Moçambique, após um ataque por grupos armados. 

A ofensiva ocorreu em 24 de março, e segundo as agências de notícias, terroristas e extremistas islâmicos teriam assumido o controlo de partes da cidade, que fica perto de Pemba, capital de Cabo Delgado.

Verificar informações

Em nota emitida, nesta segunda-feira, o porta-voz do secretário-geral informou que as comunicações na cidade estão interrompidas e é extremamente difícil verificar os detalhes e desdobramentos no país africano de língua portuguesa.

Apesar das dificuldades, a ONU recebeu relatos alarmantes de que dezenas de civis podem ter sido mortos durante os ataques.

A ONU calcula que milhares fugiram de Palma a pé, de barco e pela estrada para escapar da violência. Muitos só levam a roupa do corpo, algumas pessoas entraram pelas matas e precisam de ajuda urgente.

As Nações Unidas e os seus parceiros estão a posicionar equipas de assistência humanitária.

Mas a organização precisa de financiamento adicional para responder a esta nova crise.

Crise alimentar

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, expressou preocupação com o agravamento da crise e a situação de segurança alimentar na região. 

A agência está enviando 2 mil rações de resposta imediata para apoiar a população deslocada, caso cheguem a Pemba, Ilha de Ibo ou Mueda.

Outros 2 mil kits de rações de resposta estão sendo posicionados para apoiar as populações deslocadas na parte sul do distrito de Palma. 

A assistência alimentar adicional foi temporariamente suspensa como resultado da violência contínua.

O Serviço Aéreo Humanitário administrado pelo PMA está apoiando a evacuação de civis, incluindo mulheres e crianças e equipes médicas foram mobilizadas para tratar os feridos. In “ONU News” – Nações Unidas


Japão – Fukushima 10 anos depois


O tempo parece ter parado há uma década nas cidades ao redor da danificada central nuclear japonesa de Fukushima. A maioria permanece quase deserta, apesar dos esforços das autoridades para descontaminar e revitalizar a área desde o desastre nuclear que foi desencadeado pelo grande terramoto e tsunami em 11 de Março de 2011.

Ruas recém pavimentadas, mas vazias, e novas estações de trem sem um único passageiro coexistem na área de acesso restrito, onde residências e empresas também permanecem abandonadas.

Traços do acidente que forçou a evacuação de mais de 160 mil pessoas e o fechamento de cidades inteiras devido à contaminação radioactiva ainda são visíveis nas áreas afectadas, onde o governo japonês investiu somas multimilionárias para tentar restaurar o senso de normalidade que ainda parece longe.

Coincidindo com o 10º aniversário do desastre, a prefeitura de Fukushima foi escolhida para sediar o início da maratona da tocha olímpica no Japão, que culminará com a abertura dos Jogos de Tóquio, programada para 23 de Julho.

A maratona está a passar por cidades no raio de 20 km ao redor da central Fukushima Daiichi, que foi evacuada após o acidente. Até há um ano, a maioria delas era designada como zonas de “difícil regresso” devido aos níveis excessivos de resíduos radioactivos que emanavam da planta.

Partes dessas cidades foram declaradas habitáveis ​​novamente pelas autoridades após árdua limpeza e descontaminação, e equipadas com novas infra-estruturas como centros cívicos, bibliotecas e estações ferroviárias com o objectivo de trazer a população de volta.

Mas o acesso à maioria dos municípios ainda é restrito devido à alta contaminação radioactiva. Cerca de 337 quilómetros quadrados ainda são designados como zonas de evacuação, mantendo mais de 36 mil pessoas deslocadas.

O embelezamento das zonas por onde está a passar a tocha incomoda algumas pessoas, como Yukiko Mihara porque sente que as autoridades e alguns moradores da área “querem fingir que as consequências da catástrofe não existem”.

Após o acidente, ela diz que sua família foi forçada a fechar um estabelecimento comercial em Namie e mudar-se para outra área do Japão, onde ainda residem.

Yasushi Niitsuma, dono de um restaurante na mesma cidade, que mal recuperou 10% de sua população de uma década atrás, diz: “Parece que eles querem trazer a rota da tocha para mostrar a reconstrução, mas a reconstrução nem sequer foi concluída.”

Numa escola abandonada em Namie que está prestes a ser demolida, os quadros negros das salas de aula ainda mostram a data, escrita a giz, que mudaria o destino desta região.

Futaba, uma cidade que abriga as instalações nucleares de Daiichi, tinha 7000 residentes, todos evacuados após o acidente, e nenhum deles conseguiu regressar.

Em frente à estação ferroviária, murais coloridos pintados por artistas japoneses – um deles com a mensagem “Lá vamos nós!” – aguarda visitantes.

No bairro, as casas são invadidas pela vegetação e cercadas por objectos do quotidiano, e roupas, calçados e outros bens cobertos de poeira podem ser vistos dentro de lojas com telhados e janelas quebradas.

De acordo com dados oficiais, só em 2019, o governo regional gastou 2,7 mil milhões de USD em novos projectos de infra-estrutura, recuperação económica e promoção de seus produtos para separá-los do estigma de contaminação nuclear.

Parte desse montante foi usada para reconstruir o trecho Tomioka-Namie da linha férrea Joban (que atravessa o nordeste do Japão), que foi reaberta em Março de 2020 após nove anos.

Durante uma visita à área, a Efe não conseguiu ver nenhum passageiro durante o trânsito do trem por essas estações, que exibem indicadores electrónicos do nível de radioactividade ambiental em sua entrada.

“Receio que após estes 10 anos, ainda virão tempos mais difíceis” diz Mihara, que acredita que “estão a ser ignorados os sentimentos” das pessoas que viviam na área afectada. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Agências Internacionais”


 

segunda-feira, 29 de março de 2021

Portugal – Apresentado o primeiro ferryboat elétrico que vai operar no país


Teve lugar nos Estaleiros da Navaltagus, no Seixal, a apresentação pública do novo projeto de construção do primeiro ferryboat elétrico 100% português. A embarcação, que integrará a operação Aveirobus, será construída pelo Grupo ETE para a CMA num investimento da autarquia de 7.326.490,13€.

A sessão de apresentação, que contou com a presença do Presidente da CMA, José Ribau Esteves, e do Acionista e Administrador do Grupo ETE, Luís Figueiredo, marca o início oficial desta parceria entre as duas entidades que terá um enorme impacto a nível ambiental e económico na região de Aveiro.

O novo ferryboat 100% elétrico é a primeira embarcação com esta característica a ser desenvolvido inteiramente em Portugal, por marcas nacionais, e para servir uma região portuguesa. A assegurar a travessia entre São Jacinto e o forte da Barra, o novo ferryboat com zero emissões de CO2 permitirá a redução da emissão das 300 toneladas de CO2 libertadas pelo atual modelo, reduzindo igualmente em cerca de 30 por cento o consumo energético. Aos baixos níveis de ruído e ao conforto para os passageiros introduzidos por esta embarcação alia-se ainda a capacidade reforçada para o transporte de viaturas (+ 30%) e de passageiros (+ 90%).

Este projeto pioneiro junta-se a outras iniciativas sustentáveis de mobilidade levadas a cabo pela Câmara de Aveiro - como a eletrificação dos moliceiros (que ainda em 2021 estarão a operar nos Canais Urbanos da Ria de Aveiro, permitindo uma redução de 400 toneladas de CO2), e como os três autocarros 100% elétricos atualmente em operação no município, através da Transdev/Aveirobus – reforçando o compromisso “We are green” da CMA.

Este será ainda o primeiro Ferryboat Elétrico a operar em Portugal e dos primeiros em toda a Europa, com exceção feita aos países nórdicos onde esta tipologia de transporte já é utilizada, constituindo-se também como um elemento relevante de marketing territorial, em especial dos valores ambientais do Município de Aveiro, de São Jacinto e da Ria de Aveiro.

Para o Grupo ETE este projeto vem reforçar a sua aposta em soluções ambientalmente sustentáveis, bem como destacar as suas fortes competências na Engenharia e Construção Naval, posicionando-o no mercado com uma capacidade de resposta maior a projetos semelhantes no futuro. Em simultâneo, fomenta a indústria naval portuguesa, elevando-a a exigentes padrões de qualidade e fiabilidade, no qual o Grupo se revê.

Com início de construção previsto para o início do 3.º trimestre de 2021, o novo ferryboat foi adjudicado ao agrupamento de empresas Navaltagus e Navalrocha (Grupo ETE) com um prazo de 18 meses para a sua conceção e construção.

O projeto é cofinanciado pelo POSEUR, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo de Coesão (FC). O investimento total é de 7.326.490,13€ com o apoio do Fundo de Coesão no valor de 2.168.321,53€. In “Câmara Municipal de Aveiro” - Portugal


 

Macau - Chefes de gastronomia macaense, participam em acções de promoção em Hangzhou


Antonieta Manhão e Rita Cabral, chefes de gastronomia macaense, participam em acções de promoção em Hangzhou, China, até ao dia 11 de Abril, no âmbito da iniciativa “Sabores de Macau – Promoção de Gastronomia”, promovida pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) em parceria com a Confraria da Gastronomia Macaense.

A acção de promoção decorre no Grand Café do Hotel Grand Hyatt Hangzhou, onde as duas chefes ensinam as características da gastronomia macaense a chefes de Hangzhou e a preparar, em conjunto, pratos macaenses para o jantar buffet da promoção. Segundo um comunicado da DST, Antonieta Manhão e Rita Cabral “têm não só transmitido aos chefes de Hangzhou as técnicas culinárias, que aprenderam de geração em geração, como também partilhado a forma como introduziram elementos inovadores nas técnicas culinárias tradicionais”.

Os pratos que têm sido confeccionados nesta iniciativa são tarte de sardinha, capa de caranguejo recheado, tostinha de queijo, salada de camarão, caldo verde, capela, galinha à Macau, arroz de pato, camarão com rabanete curry, serradura, gelatina agar-agar de xarope de figo e pastéis de nata.

Relatório à UNESCO este ano

Com esta acção de promoção, a DST “espera que os visitantes de Hangzhou e do Interior da China possam conhecer as tradições gastronómicas macaenses, as técnicas culinárias inovadoras e a cultura gastronómica de Macau, reflectindo os elementos de relevo desenvolvidos por Macau enquanto Cidade Criativa da Gastronomia – transmissão, inovação e intercâmbio”.

Sobre a distinção que Macau possui na qualidade de Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO, a DST adianta que vai apresentar “este ano o primeiro relatório de trabalho de quatro anos enquanto Cidade Criativa de Gastronomia”. “Tendo em conta que o Governo adoptou uma série de medidas eficazes de prevenção contra pandemia e a segurança alimentar destinadas ao sector da restauração, também será proposta a inclusão desta matéria no relatório”, lê-se no mesmo comunicado. Andreia Silva – Macau in “Hoje Macau”


 

Portugal - Estudo avalia a perceção dos residentes em cidades pequenas sobre a atividade turística

Para os residentes em cidades pequenas, os impactos socioculturais da atividade turística são mais importantes do que os impactos económicos, conclui um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto Politécnico de Viseu (IPV).

Esta investigação, que teve por objetivo analisar a relação entre a ligação ao lugar e os impactos percecionados pelos residentes em cidades de pequena dimensão relativamente à atividade turística, envolveu 350 habitantes de várias cidades, entre as quais Aveiro, Covilhã, Figueira da Foz, Gouveia, Guarda, Leiria, Seia e Viseu.

«A investigação sobre a visão dos residentes relativamente à atividade turística é pouco explorada, mais ainda em cidades de pequena dimensão. Por isso, este estudo pretende precisamente colmatar essa lacuna na literatura e contribuir para um melhor planeamento destes destinos que, fruto da pandemia, vão ter uma maior procura», afirma Cláudia Seabra, investigadora e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).

Uma explicação para os dados obtidos no estudo, financiando pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), prende-se com o facto de «nas pequenas cidades o espírito de comunidade ainda ser forte. As pessoas estão mais conscientes dos efeitos sociais que o desenvolvimento do turismo tem nas suas vidas do que os efeitos económicos ou ambientais. Em geral, as pequenas cidades têm uma população pequena e envelhecida, com menos oportunidades de emprego, cuidados de saúde e grandes infraestruturas de comunicação», afirma Cláudia Seabra.

Nessas comunidades, fundamenta, «as pessoas geralmente estão ansiosas para conhecer novas pessoas e se conectar com outras culturas e gerações diferentes. Em geral, os impactos negativos dos grandes centros urbanos onde milhares de turistas se aglomeram não são sentidos. Os turistas são vistos como pessoas que trazem oportunidades de negócios, visitando bares, restaurantes, hotéis e atrações da região, ao mesmo tempo que compram produtos locais para levar. Por outro lado, os turistas são fontes de rejuvenescimento cultural».

A docente e investigadora do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) considera que os resultados deste estudo, além de contribuírem para uma «maior consciência dos efeitos que o desenvolvimento do turismo está a ter na comunidade dos destinos das pequenas cidades, porque o turismo pode ser um desafio para as pequenas localidades e cidades, sobretudo de forma sustentável», podem ajudar «os gestores a fornecer benefícios económicos, sociais e culturais de longo prazo para a comunidade local, melhorando a qualidade de vida e, assim, fortalecendo o lugar e o vínculo com a comunidade». Universidade de Coimbra - Portugal


domingo, 28 de março de 2021

CPLP - Ministros dos Estados membros analisam os impactos da covid-19 a nível da previdência social

Cidade da Praia – Os ministros do Trabalho e Segurança Social da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se esta terça-feira, 30, em videoconferência, para analisar os impactos da covid-19 a nível da previdência social e do trabalho infantil.

De acordo com uma nota de imprensa da CPLP, a que a Inforpress teve acesso, a XIV reunião dos ministros do Trabalho e Segurança Social da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) acontece para discutirem o tema “Covid-19 e o mundo do trabalho” e conta com a participação dos ministros ou os representantes dos nove Estados-membros.

O encontro é uma oportunidade para os responsáveis do sector laboral abordarem e concertarem posicionamentos no combate aos impactos devastadores da pandemia no mundo do trabalho, com especial ênfase na previdência social e no trabalho infantil.

A reunião ministerial será precedida da reunião dos pontos focais do combate ao trabalho infantil na CPLP, previsto para segunda-feira 26, e da reunião dos pontos focais do trabalho e assuntos sociais da CPLP, aprazada para 29, igualmente por videoconferência.

Recorde-se que Cabo Verde assumiu a presidência rotativa da CPLP em Julho de 2018, na XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo que decorreu em Santa Maria, na ilha do Sal, sob o lema “As Pessoas, A Cultura, Os Oceanos”.

A cerimónia de abertura será presidida pela ministra da Justiça e Trabalho, de Cabo Verde, Janine Lélis. In “Inforpress” – Cabo Verde

 

Moçambique - Sector privado exige anulação efectiva da obrigatoriedade do uso do Terminal de Exportação de Nacala


O sector empresarial privado, representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), diz que a anulação da obrigatoriedade do uso do Terminal Especial de Exportação de Nacala (TEEN) não está a acontecer efectivamente e, como consequência, o contínuo uso obrigatório está a afectar a competitividade das exportações moçambicanas e embaraça o ambiente de negócios.

“A despeito da eliminação da obrigatoriedade legal do uso do Terminal Especial de Exportação de Nacala – TEEN, através de uma Ordem de Serviço aprovada em 2017, nota-se que, na prática, o uso do terminal continua sendo obrigatório e continua afectando negativamente a competitividade das exportações realizadas por via do Porto de Nacala, distorcendo o ambiente de negócios”, refere a CTA em análise.

No documento, o sector privado aponta como principais factores para a não operacionalização da Ordem de Serviço que elimina a obrigatoriedade do uso do TEEN, a inexistência de uma alternativa ao TEEN, o que faz com que o TEEN continue sendo o único terminal disponível em Nacala e a exigência do carimbo do TEEN para que a mercadoria seja liberada pelo porto para o carregamento no navio.

Em termos de impacto, a CTA concluiu que a obrigatoriedade do uso do TEEN no ambiente de negócios traduz-se num aumento do custo de exportação em cerca de 435 USD, em média, significando uma variação de cerca de 109%, e no aumento do tempo de exportação em 360 horas, em média, correspondente a uma variação em cerca da 672%.

“Face ao ônus que a obrigatoriedade do uso deste terminal impõe ao sector empresarial, recomenda-se que o Governo adopte medidas necessárias para assegurar que a Ordem de Serviço, que elimina esta obrigatoriedade, seja efectivamente implementada”, adverte a Confederação.

O TEEN foi criado em 2010, através de um despacho do Ministro das Finanças e entrou em funcionamento a 19 de Abril de 2011, tendo sido concessionado a empresa NCL & Africa, Import and Export Lda, que, desde então, tem sido responsável pela gestão do mesmo. O objectivo que norteou a criação deste terminal, segundo a Direccão Geral das Alfândegas, derivou da necessidade de descongestionar o Porto de Nacala e facilitar o processo de manuseamento da carga e demais processos portuários.

Um ano após a entrada em vigor do funcionamento do TEEN, foi aprovada a Ordem de Serviço 4/GD/DGA/2012 de 18 de Janeiro de 2012, que estabelece a obrigatoriedade do uso deste terminal para todas as operações de exportação de mercadorias através do Porto de Nacala, com a excepção das mercadorias em trânsito.

Este terminal localiza-se a 14 km do Porto de Nacala e, segundo reporta a CTA, funciona como uma estrutura independente e desarticulada do Porto, o que, aliado às taxas elevadas e à morosidade do processo afecta negativamente a competitividade das exportações e o ambiente de negócios. Evaristo Chilingue - Moçambique In “Carta de Moçambique”

 


 

França - Portuguesa ilumina escadaria de Câmara de Paris

A artista plástica portuguesa Cátia Esteves criou um lustre monumental para adornar a escadaria de honra da Câmara do 11.º bairro de Paris, num cruzamento entre o estilo neoclássico do edifício e a arte contemporânea que agradou aos habitantes


“Sinceramente, não tive qualquer crítica. Para quem não conhecia antes o espaço, parece que a obra esteve sempre ali. Cátia conseguiu colocar uma obra contemporânea num local clássico e, ao mesmo tempo, criar algo que parece sempre ter ali estado”, afirmou o presidente da Câmara do 11.º bairro, François Vauglin, em declarações à agência Lusa.

Paris está dividida em 20 bairros e o 11.º vai desde a Praça da Bastilha até à Praça Republique, sendo um bairro boémio, com bastante vida noturna e onde vivem 150 mil pessoas. Todos os estes bairros são geridos localmente pelo equivalente de uma junta de freguesia, e estão depois reunidos administrativamente na Câmara Municipal de Paris.

O edifício da Câmara do 11.º bairro data de 1865, e foi palco de algumas das principais convulsões internas da capital, tendo mesmo servido de refúgio à Comuna de Paris em maio de 1871.

François Vauglin encontrou pela primeira vez uma obra de Cátia Esteves num festival de artistas locais, que decorre nos jardins do 11.º bairro, e sentiu que aquela seria a artista certa para adornar a escadaria monumental da Câmara.

“Vi a obra dela no jardim Truillot, um jardim que construímos há três anos, e era uma obra abstrata, relativamente pequena, em papel, eu disse-me que havia ali alguma coisa e que ela poderia fazer uma obra especial para a nossa escada de honra”, contou o responsável autárquico.

Cátia Esteves instalou-se há sete anos em Paris. Após os estudos de Arquitetura, em Lisboa, e um ano no Brasil, a portuguesa começou a trabalhar num ateliê de arquitetura em Bruxelas, mas, à parte, começou a fazer algumas esculturas por sentir necessidade de se expressar.

Uma das suas obras mais conhecidas, a “Gota”, surgiu em 2014, trazendo-a até à capital gaulesa. Nos seus trabalhos, a artista portuguesa utiliza matérias que à primeira vista não dariam origem a peças de arte.

“Gosto de transformar o que não tem valor para lhe dar uma segunda vida, especialmente recursos naturais como o papel, e que eu depois formalizo e volto a dar um corpo associado à natureza”, explicou a artista.

Papel, cartão, esferovite e latão são os principais materiais utilizados por Cátia Esteves, sempre associados à luz.

“A luz é algo importante para mim, talvez devido à minha formação de arquiteta, a luz permite-me intervir no espaço, ela consegue englobar a obra e todo um contexto”, relatou.

E luz era o que faltava na escadaria de honra desta Câmara onde os habitantes do bairro passam para falar com o seu autarca, mas também para se casarem ou para as cerimónias com mais pompa.

“Foi um desafio incrível. O desenho da obra foi inspirado no lugar, é uma arquitetura neoclássica, onde existe um espírito um pouco austero e que responde a uma ordem de proporções, e a minha peça foi desenhada em função do espaço”, explicou Cátia Esteves.


Foi assim que nasceu a peça “Transition”, um lustre que pesa quase 200 quilogramas, com 4,5 metros de altura e 2,78 metros de diâmetro. Uma estrutura onde vários tubos de latão acabam por se dobrar de forma anti-gravitacional, com as pontas cobertas de papel modelado.

Com um custo total de 20 mil euros, a peça foi instalada no início de dezembro e foi formalmente inaugurada há uma semana, com a presença do embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira.

No currículo, Cátia Esteves tem também uma presença na Noite Branca de 2020, uma iniciativa anual que decorre em outubro, nas ruas de Paris. “Sweet Dreams”, a instalação que nessa noite adornou uma das pontes junto a Notre Dame foi “uma semente que se planta” e que “os resultados chegam com o tempo”, segundo a artista.

Cátia Esteves está já a preparar a próxima exposição com a peça “Poesia”, patente na Galerie des Gobelins a partir de abril.

Devido às restrições sanitárias, num primeiro momento a exposição será virtual e, possivelmente, receberá visitas em maio, dependendo da evolução da pandemia.

Já para os autarcas parisienses, esta é a altura de dar visibilidade aos artistas, atingidos pela pandemia e oportunidades culturais aos habitantes impedidos de visitarem museus.

“Mesmo ao nosso nível modesto de Câmara de bairro, temos muito a fazer. Nós estamos em contacto com vários artistas para criar exposições ao ar livre, por exemplo, nas vedações dos nossos jardins. E também adquirimos obras regularmente para ajudar os artistas”, concluiu François Vauglin. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo




Wave


 






Vamos aprender português, cantando

 

Wave

 

Quando vieres comigo baixa a guarda

deixa o teu corpo dançar com hennessy

fica à espera, pega na tua prancha

quando sentires essa energia

 

Deixa a wave

nos levar pra sítios onde não sabemos ir

deixa a wave

não fazer sentido só tem de fazer sentir

 

Não tens que mudar

se pra ti já não dá

é só nadares na wave

que ela leva-te pra outro lugar

 

Não penso em te afastar

se quiseres continuar

eu vou mergulhar nessa onda

até o teu corpo me levar

 

E esse lema não tem fim (não)

há sempre people contra ti

Solta-te do teu próprio enemy

 

Deixa essa wave no levar

deixa ela nos transportar

 

Yha

Eu pus mais um copo de hennessy

viagem que me leva pra cima

no sítio onde o corpo não decide

no sítio onde a dor não é nociva

 

Porque eu levo um copo pro meu ego

que me leva ao topo do ego

mas eu só aprendi sobre coragem

quando eu conheci o topo do meu medo

 

Baby eu chamei

vem face a face

pra te deixar bem

E deixa a wave levar

 

Baby eu chamei

vem face a face

pra te deixar bem

e deixa a wave

levar pra longe

 

Quando vieres comigo baixa a guarda

deixa o teu corpo dançar com hennessy

não fica à espera, pega na tua prancha

quando sentires essa energia

 

Deixa a wave

nos levar pra sítios onde não sabemos ir

deixa a wave

não fazer sentido só tem de fazer sentir

 

Deixa a wave

 

Ohohoh

 

Deixa a wave

nos levar pra sítios onde não sabemos ir

 

(Yeah) faz o teu e faz e pensa em ti

faço o meu, não é fácil deixar-te ir

fá-lo pra mudança ’tar aqui

e melhorar

 

Traz a tua cena e deixa-te ir

e sente essa tua vibe e deixa a vir

fá-lo pra mudança ‘tar aqui

e arriscar

 

Quando vieres comigo baixa a guarda

deixa o teu corpo dançar com hennessy

não fica à espera, pega na tua prancha

quando sentires essa energia

 

Deixa a wave

nos levar pra sítios

onde não sabemos ir

 

Nenny – Portugal

(Marlene Fernanda Cardoso Tavares)