Programa Mundial de Alimentos quer apoio urgente no valor de US$ 121 milhões para a província no norte de Moçambique, a ação de grupos armados não-estatais começou em 2017. Vítimas da fome devem aumentar na estação de escassez que começa em outubro
Cerca
de US$ 121 milhões são necessários, urgentemente, para apoiar 750 mil pessoas
na região de Cabo Delgado, até ao final deste ano. A região é afetada pela
violência de grupos extremistas desde 2017.
O
Programa Mundial de Alimentos, PMA, advertiu esta terça-feira que sem o
dinheiro, “uma das crises de deslocados de crescimento mais rápido no norte de
Moçambique corre o risco de se tornar uma emergência de fome.”
Auxílio
Cabo
Delgado é rica em recursos naturais. Com o agravamento do conflito, no último
ano, o número de deslocados subiu sete vezes.
A
agência receia que, sem recursos, já no próximo mês seja reduzida ou cortada a
assistência alimentar aos deslocados.
Com
as famílias totalmente dependentes de apoio humanitário, uma eventual
interrupção pode deixar a crise fora de controlo. Muitas famílias continuam a
fugir da violência.
O
chefe do PMA, David Beasley, que visitou Cabo Delgado em junho, contou que “o
conflito destruiu os empregos, as vidas e as esperanças dos moçambicanos para o
futuro. Os insurgentes destruíram famílias, queimando as suas casas,
traumatizando crianças e matando pessoas”.
Vila de Palma
Neste
momento, estas comunidades dependem completamente do PMA e parceiros para comer
e se reerguer.
Mais
de 730 deslocados perderam acesso às suas terras e meios para ganhar a vida.
Antes do ataque à vila de Palma, em 24 de março, quase 228 mil pessoas sofriam
de insegurança alimentar.
Na
estação de escassez que começa em outubro o número deve subir para 363 mil,
adverte o PMA.
Muitos
dos que fugiram de Palma para os distritos vizinhos são acolhidos por pessoas
vivendo em condições precárias.
Desnutrição
A
pressão adicional sobre os recursos já escassos afeta os anfitriães que já
sofrem com o aumento dos preços dos alimentos e a perda de rendimento devido à
pandemia.
Vários
distritos reportam insegurança alimentar causada pelo fluxo de deslocados.
A
situação atinge com maior gravidade às crianças.
Cerca
de 75 mil menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. A situação deverá
piorar com mais distritos propensos a atingir os níveis considerados “críticos”
de desnutrição. ONU News – Nações Unidas
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