A Fundação Oceano Azul, de Portugal, está na liderança da iniciativa que pede apoio às comunidades costeiras e ações para recuperar a vida marinha. Para o presidente da entidade, Tiago Pitta e Cunha, a agenda dos oceanos é determinante para a sobrevivência da espécie humana
Cerca
de 600 organizações não-governamentais estão unidas na campanha “Rise Up – Juntos pelo Oceano”, uma
iniciativa liderada pela Fundação Oceano Azul, de Portugal, pela Ocean Unite,
pela Seas at Risk e pela Fundação Oak.
As
entidades da sociedade civil querem colocar pressão sobre governos e empresas,
para que invistam em ações que levem à recuperação da vida marinha, a um futuro
com neutralidade carbónica e que apoiem as comunidades costeiras.
Pesca artesanal
O
projeto começou a tomar forma em 2019, mas com a Conferência dos Oceanos da ONU
a aproximar-se, o chamado para ação ganha nova relevância.
O presidente da Comissão Executiva da Fundação Oceano Azul concedeu uma entrevista para a ONU News, em Lisboa, e explicou que valorizar a pesca artesanal é parte central da campanha.
“Dedicar
o mar territorial apenas às pescas artesanais e não permitir que as frotas de
pescas industriais pesquem dentro dos mares territoriais. Porque são essas as
zonas ecologicamente mais sensíveis dos oceanos, são onde verdadeiramente
existem as maternidades. Portanto, poder preservar esses recursos para as
comunidades costeiras, para os povos indígenas, nós pensamos que é de alguma
maneira proteger o pilar ambiental e ao mesmo tempo, investir no pilar
social.”
Vanguarda
Tiago
Pitta e Cunha espera que este tipo de medida esteja na mesa de negociações
durante a Conferência dos Oceanos, que acontecerá na capital portuguesa de 27
de junho a 1 de julho.
Na
opinião do presidente da Fundação Oceano Azul, falta liderança neste sentido e
os países precisam perceber que criar uma governança global para a proteção dos
oceanos é primordial para o futuro do planeta.
“Neste
momento falta liderança na agenda dos oceanos e, portanto, quem se quiser chegar
à frente é bem-vindo. Os países que compreenderem que essa será uma agenda
determinante para a sobrevivência da espécie humana, para o equilíbrio do
planeta em termos de biodiversidade em termos de clima, em termos de serviços
básicos de que nós dependemos, a começar obviamente pelo oxigénio, mas também
toda a questão da água potável…não tenho dúvidas nenhuma de que essa liderança
é muito importante.”
Portugal
e Quénia são os países na linha de frente da organização da Conferência dos
Oceanos das Nações Unidas, evento que reunirá cerca de 12 mil participantes de
governos e da sociedade civil em Lisboa.
Outra meta defendida pela campanha Juntos pelos Oceanos é a eliminação de todos os plásticos de utilização única não essenciais e a redução da produção de plástico até 2025. ONU News – Nações Unidas
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