Cidade
da Praia – O coordenador do Programa Nacional de Doenças de Transmissão
Vectorial afirmou que Cabo Verde, depois de todo o seu percurso e experiência
na luta contra os mosquitos, está prestes a obter o certificado livre do
paludismo.
António
Moreira fez essa afirmação em declarações à imprensa, após reunir-se com uma
equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que se encontra no País para
apoiar na preparação para a certificação e avaliar se tudo está pronto para
receber a missão de certificação independente.
“Todo
o percurso, a experiência dos anos anteriores e do trabalho dos sucessivos
governos, para além da população que se mostra empenhada, creio que demos um
passo grande na eliminação do paludismo em Cabo Verde”, disse, afirmando estar
expectante quanto à vinda ao País da equipa independente para a certificação da
eliminação do paludismo.
Sublinhou
ainda, na sua declaração, que a equipa da OMS que se encontra no arquipélago
tem como missão avaliar as recomendações da equipa que esteve no País antes, ou
seja, o progresso das advertências feitas, assim como as actividades em curso
para se elaborar um plano final a ser implementado até à vinda da equipa
independentemente para a certificação da eliminação do paludismo.
“Estamos
há quatro anos e cinco meses sem casos locais, mas continuamos a ser um País de
risco e vulnerável, pois, temos aqui o mosquito e há condições climáticas para
o desenvolvimento do mosquito vector que transmite a doença”, afirmou,
reconhecendo que o País está aberto e situa-se próximo de uma comunidade que
tem uma carga enorme em relação à incidência do paludismo e a movimentação das
pessoas que entram e saem.
Por
este motivo, António Moreira admitiu que Cabo Verde juntamente com a OMS estão
a elaborar um plano para evitar a reintrodução do paludismo, alegando que para
que todos os ganhos conseguidos sejam consolidados é preciso a mobilização
geral da população, em relação à doença.
Isso
porque, sublinhou, a tendência de não haver paludismo poderá provocar
relaxamento e depois surpresas com aparição de casos.
O
representante residente da OMS, Daniel Kertesz na sua declaração afirmou estar
convicto de que Cabo Verde receberá a certificação livre de paludismo.
“Trata-se
do certificado da eliminação do paludismo num País, o que significa que a
malária não está a provocar a doença, mas estamos aqui com uma missão que vai
apoiar o País a obter essa certificação”, acrescentou.
Segundo
Daniel Kertesz a missão da OMS em Cabo Verde tem de avaliar tudo o que está
sendo feito, identificar as lacunas e desafios e só depois disso poderão saber
quanto tempo vai ser preciso para a certificação livre do paludismo.
“Para
isso, a OMS tem de estar certa de que não haverá transmissão e o País tem de
saber gerir qualquer importação de paludismo no futuro”, concluiu.
A
missão da OMS em Cabo Verde vai avaliar os avanços conseguidos no quadro da
implementação das recomendações anteriores das missões da OMS, orientar os
profissionais e as autoridades de Saúde incluindo os membros do Comité Nacional
Independente para Eliminação do Paludismo, sobre as directivas e os requisitos
para o processo.
A
iniciativa visa ainda rever toda a documentação do País na matéria e apoiar na
elaboração de um plano de acção e um cronograma para a certificação em
colaboração com as autoridades nacionais.
A
missão de duas semanas, para além de alguns encontros com instituições
nacionais, visita ainda as ilhas da Boa Vista e de São Vicente.
O
paludismo em Cabo Verde caracteriza-se por ser uma doença instável, de
transmissão sazonal dependendo fortemente da pluviosidade, que se encontra
presente em quatro ilhas, Santiago, Boa Vista, São Vicente e Maio.
Cabo
Verde está há quatro anos sem registar casos locais de paludismo e espera
obter, ainda este ano, a certificação de País livre da doença pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). In “Inforpress” – Cabo Verde
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