As
aulas do segundo trimestre iniciaram-se há dias, mas, na Cidade de Maputo, os
alunos da terceira classe, no ensino público, continuam a estudar sem livros.
Isto acontece depois de o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano ter
prometido que os livros de distribuição gratuita chegariam na primeira quinzena
de Fevereiro.
A
primeira promessa do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH)
foi a de que os livros de distribuição gratuita chegariam ao país na segunda
quinzena de Fevereiro, o que não aconteceu. Alguns dias depois, o MINEDH
remarcou para o fim do mês, contudo os manuais só começaram a ser distribuídos
nas escolas há três semanas e, para piorar, com incongruências de vária ordem.
Já
no segundo trimestre deste ano lectivo, alguns alunos continuam a estudar sem o
livro escolar. Na terceira classe do ensino público, a situação é ainda mais
preocupante, as crianças não têm acesso a nenhum livro sequer.
Sobre
o atraso, o sector atira a culpa ao fornecedor e diz que a situação será
resolvida a partir da próxima semana.
“O
total de livros que já recebemos corresponde a cerca de 90%. O que aconteceu é
que, dos títulos que estavam em falta da terceira à sétima classe, o fornecedor
ainda não nos entregou todos os manuais. Temos alguns da sexta e de outras
classes, a única para a qual não temos livros é a terceira. Estamos a entrar em
contacto com o fornecedor e acreditamos que, dentro da próxima semana, vamos
receber os livros”, justificou Samuel Menezes, porta-voz dos Serviços Sociais
no MINEDH.
Enquanto
isso, na Cidade de Maputo, estão previstas mais 38 salas de aula para o próximo
ano. Menezes explica que o projecto das novas construções foi concebido ano
passado, com previsão de um universo de 45 salas, o que foi mais uma promessa
falhada.
“Só
iniciamos com 38 salas e são essas que serão construídas este ano, para que
entrem em funcionamento a partir de 2023. As novas construções consistem na requalificação
das escolas. Não estamos a contruí-las em espaços novos”, explicou.
No
país, uma sala de aula alberga até mais de 70 alunos, o que, de acordo com
especialistas, compromete a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. As
novas salas de aula vão ajudar a reduzir a pressão a que os professores estão
sujeitos.
As
obras estão orçadas em mais de 149 milhões de Meticais, desembolsados pelo
Governo e seus parceiros, nos distritos de KaMubukwana, KaMavota e KaTembe.
“Estamos
a construir 10 salas no Distrito Municipal KaTembe, nas escolas primárias 10 de
Julho e Mutseco; Em KaMubukwa, estamos a construir 15 salas de aula – 10 são de
uma escola secundária que já está a funcionar desde 2020, que é a Escola
Secundária Mártires de Mbuzine, e esta construção é em altura (vertical), sendo
que a previsão é de que termine este ano; mais 10 salas de aula estão a ser
erguidas na Escola Secundária de Albazine, uma escola técnica transformada em
escola secundária; e três na Escola Primária Completa de Chiango”, detalhou o
porta-voz.
A
informação foi avançada durante uma reunião de balanço do ano lectivo 2021 e planificação
do próximo ano, na qual participaram directores de todas as escolas a nível da
Cidade. Um dos assuntos debatidos foi a implementação da sétima classe no
Ensino Secundário Geral, no âmbito da nova Lei do Sistema Nacional de Ensino. Julieta
Zucula – Moçambique in “O País”
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