Díli
– O Conselho de Imprensa (CI) anunciou a criação do Prémio Max Stahl destinado
aos órgãos de comunicação social.
“A
criação deste novo prémio foi aprovada em sessão plenária e está publicada no
Jornal da República. Por isso, o CI anuncia hoje publicamente este prémio que
se destina a jornalistas timorenses”, disse o Presidente, Virgílio Guterres, na
conferência de imprensa, no Quintal Boot.
O
responsável explicou ainda que o prémio se chama “Max Stahl”, em homenagem ao
saudoso jornalista que lutou pela independência de Timor-Leste durante a
ocupação da Indonésia.
O
presidente disse que “o prémio visa honrar Max Stahl motivar os jornalistas dos
canais audiovisuais que estão registados no CI na promoção dos direitos dos cidadãos
timorenses, pois a comunicação social tem esse poder”, referiu.
O
responsável afirmou que os candidatos têm de submeter a concurso, até final de
setembro, um documentário que já tenha sido publicado.
Segundo
o presidente, o vencedor do prémio vai receber 1500 dólares americanos.
Max
Stahl, jornalista e realizador, responsável pela filmagem das imagens do
massacre de Santa Cruz, em 1991, que permitiram chamar a atenção para a
situação de Timor-Leste e colocar o país no topo da agenda internacional, um
importante contributo para a autodeterminação do povo timorense.
Faleceu
a 28 de outubro, em Brisbane, vítima de doença prolongada, no mesmo dia em que
se assinalavam os 30 anos da morte de Sebastião Gomes, que originou a homenagem
que culminou no massacre de Santa Cruz.
Christopher
Wenner, mais conhecido por Max Stahl, nasceu a 6 de dezembro de 1954 no Reino
Unido.
Depois
de ter passado por vários cenários de conflito, sobretudo na América Latina, em
agosto de 1991, Max Stahl veio para Timor-Leste para filmar o documentário que
viria a chamar-se “In Cold Blood: The massacre of East Timor”.
A
12 de novembro de 1991, acompanhou e filmou a marcha de homenagem da igreja de
Motael até à campa de Sebastião Gomes, que culminou no massacre do Cemitério de
Santa Cruz, em que centenas de jovens timorenses foram mortos por militares
indonésios. As imagens correram o mundo e deram a conhecer o drama timorense.
A
filmagem impulsionou a frente diplomática, catapultando Timor-Leste para as
primeiras páginas dos meios de comunicação mundiais, depois de vários anos em
que a situação timorense permanecia adormecida para a comunidade internacional.
Jesuína Xavier – Timor-Leste in “Tatoli”
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