Naquela que é a sua primeira exposição, Catarina Cottinelli apresenta uma série de técnicas de representação que vão do desenho à pintura, e da gravura à monotipia. Intitulada “Desenhar Macau”, a mostra inaugura a 25 de Junho ficando patente ao público até 31 de Julho. Ao Jornal Tribuna de Macau, a arquitecta explicou que obras são estas que vai expor e o processo para chegar a elas
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de uma centena de trabalhos da arquitecta Catarina Cottinelli vão compor a
mostra “Desenhar Macau Desenho. Pintura. Gravura. Monotipias”, que vai
inaugurar na Casa Garden, no dia 25 de Junho, pelas 17h30, no âmbito das
comemorações de “Junho, Mês de Portugal”. Apesar do título, a artista refere
que as obras não se cingem ao desenho, por um lado porque é também “no sentido
de pensar, observar, ter um olhar crítico sobre as coisas que nos rodeiam”, e,
por outro, porque ao longo de quatro anos e meio explorou uma série de técnicas
diferentes do desenho, que é a sua “base”.
“Como
arquitecta, tenho essa experiência de, quando chego a um sítio novo como foi
chegar a Macau, ter essa curiosidade de conhecer, estar e perceber um pouco
como é que as pessoas vivem os espaços”, começou por contar ao Jornal Tribuna
de Macau. Chegada ao território em 2018, e estando a dar algumas aulas na
Universidade de São José, Catarina Cottinelli decidiu ir para a Escola de Artes
e Ofícios da Casa de Portugal, onde fez o curso de pintura e gravura com
Madalena Fonseca. “A minha ideia era também experimentar um pouco outras
coisas, porque sempre tive curiosidade de fazer pintura a óleo e explorar
outras técnicas de representação”, acrescentou.
A
exposição – que é a primeira de Catarina Cottinelli, e, por isso, “uma
aventura” – é, assim, o resultado de vários anos de “investigação” feita nas
diferentes áreas. “É uma investigação em várias áreas de representação, que vão
do desenho à pintura, e técnicas mistas. É uma série de experimentações que são
importantes para as pessoas se soltarem um pouco. Mas para mim a parte
fundamental é desenhar, essa é a minha base”, sublinhou.
Segundo
explicou a este jornal, a mostra será dividida visualmente em três blocos:
Macau, o confinamento e a família. “A primeira parte inclui a arquitectura, as
pessoas, os sítios mais especiais para mim. Adoro o Jardim de Lou Lim Ioc, por
isso vai aparecer muita coisa relacionada com o jardim, há trabalhos sobre a
Rua da Felicidade, sobre o Lilau”.
Já
a parte do confinamento abarca trabalhos que realizou durante uma quarentena
que realizou em casa e outra de 21 dias que fez num hotel, quando regressou a
Macau. “É uma série de desenhos que pratiquei durante estes 21 dias. Foi uma
maneira de não me perder muito. Estava em Coloane e portanto é Coloane
desenhado com olhares diferentes, apesar de ser a mesma vista”, recordou
Catarina Cottinelli.
Por
fim, a parte dedicada à família apresentará uma série de retratos dos seus
familiares. “Esta parte foi feita em 2020. Foi o ano em que não pude ir a casa
e por isso desenhei os retratos de quase toda a gente da família”, explicou.
Sublinhando
que a exposição “não é um fim”, porque ainda tem muito para “explorar”,
Catarina Cottinelli apontou que a pandemia acabou por ser uma oportunidade para
apostar na descoberta de outras técnicas. “Estar aqui fechada e ter também mais
tempo foi uma oportunidade para desenvolver muito mais estas matérias. Foi uma
grande oportunidade para mim. Temos de fazer das adversidades oportunidades,
não é? E foi exactamente isso. Acho que nunca teria feito tanta coisa se não
tivesse ficado aqui fechada. Teria viajado, mas assim tive oportunidade de
investigar”, afirmou.
Segundo
a programação do mês de Junho, a mostra “resulta de uma prática diária na vida
de Catarina Cottinelli como forma de observar e reconhecer o mundo envolvente”.
“Macau tem sido para a artista uma grande fonte de inspiração pela sua
Arquitetura e Ambientes muito próprios e também pelas pessoas e encontros
felizes que Macau lhe proporcionou”, pode ler-se. A exposição fica patente ao
público até 31 de Julho.
Nascida
em Lisboa, Catarina Cottinelli é licenciada em Arquitectura pela Universidade
Técnica de Lisboa, tendo ainda estudado desenho à mão livre na Universidade de
Berkeley, na Califórnia. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna
de Macau”
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