Depois
de Portugal e da cidade da Praia, o livro “É Ka Lobu Ki Fase” do escritor
cabo-verdiano José Luiz Tavares será lançado este sábado, 25, no concelho de
Tarrafal de Santiago.
“É
ka Lobu ki Fase – Stórias di nha tiu lobu i dotus inda mutu más lobu, o tratadu
di grandeza i mizéria di pátria kabuverdi” é a primeira obra do autor escrita
integralmente na língua cabo-verdiana.
Esta
obra conta com a ilustração do artista plástico Tchalé Figueira. Segundo a
sinopse, nesta obra o autor toma como personagens as figuras bem conhecidas da
cena política, social cultural e intelectual de Cabo Verde, utilizando técnicas
da tragédia grega, entre as quais o uso omnisciente do coro, em versos rimados
e metrificados.
“O
autor espraia-se em cerca de quatrocentas páginas de pungentes ou delirantes
reflexões sobre as feridas da pátria. Apesar das técnicas tomadas de empréstimo
à tragédia grega, tal obra não se insere na categoria de tragédia, estando mais
próxima da sátira, se não moralista, pelo menos comportando certos aspectos
edificantes”, refere.
O
lançamento da obra acontece, às 18 horas, na Rua d'Horta, Chão Bom, sítio onde
viu nascer o autor. Natural de Tarrafal de Santiago, José Luiz Tavares estudou
literatura e filosofia em Portugal, onde vive.
Já
publicou diversas obras, nomeadamente Paraíso Apagado por um Trovão (Lisboa,
2003); Agreste Matéria Mundo (Porto, 2004); Lisbon Blues seguido de Desarmonia
(S. Paulo, 2008); Cabotagem & Ressaca (Maputo, 2008); Cidade do Mais Antigo
Nome (Lisboa, 2009); Ku Ki Vos/ Com que Voz (Lisboa, 2019): Instruções para Uso
Posterior ao Naufrágio (Lisboa, 2019); entre várias outras.
José
Luiz Tavares já recebeu vários prémios, com destaque para o Prémio Revelação
Cesário Verde, CMO 1999; Prémio Mário António de Poesia, Fundação Calouste
Gulbenkian (2004); Prémio Jorge Barbosa, Associação de Escritores
Cabo-verdianos (2006); Prémio Pedro Cardoso, Ministério da Cultura de Cabo
Verde (2009); Prémio de Poesia Cidade de Ourense (Espanha, 2010); Prémio
BCA/Academia Cabo-verdiana de Letras (2016). Por três vezes consecutivas -
2008, 2009 e 2010 - recebeu o Prémio Literatura para Todos do Ministério da
Educação do Brasil, por livros destinados a neo-leitores jovens e adultos;
Prémio Vasco Graça Moura /Imprensa Nacional Casa da Moeda (2018);
Os
seus poemas estão traduzidos para inglês, espanhol, francês, alemão,
neerlandês, italiano, catalão, letão, finlandês, russo, mandarim e galês. Traduziu
Camões, Pessoa e João Cabral de Melo Neto para a língua cabo-verdiana. Os seus
livros estão incluídos no Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde e Portugal.
José
Luiz Tavares é membro da Academia Cabo-verdiana de Letras (ACL). Fez parte do
júri do Prémio Camões em 2017 e 2018.
Em
2018 foi distinguido na categoria Cultura na gala Somos Cabo Verde. A sua obra
foi objeto de duas teses de doutoramento: «Exemplo cosmopolita», de Rui
Guilherme Figueiredo Silva, defendida na Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra em 2013, e «A expressão metafórica do sentido de existir na literatura
cabo-verdiana contemporânea – João Varela, Corsino Fortes, José Luiz Tavares»,
de Maria de Fátima Fernandes, defendida na Faculdade de Letras e Ciências
Humanas da Universidade de S. Paulo em 2013. In “Expresso
das ilhas” – Cabo Verde
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