Neste
17 de junho, o Presidente de Portugal evocou os aviadores Gago Coutinho e
Sacadura Cabral, “símbolos de determinação, coragem, audácia e engenho do povo
português”, por ocasião do centenário da primeira Travessia Aérea do Atlântico
Sul.
Em
nota da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que “há
precisamente 100 anos concluía-se, na cidade do Rio de Janeiro, a heroica e
atribulada Travessia Aérea do Atlântico Sul”.
Gago
Coutinho e Sacadura Cabral, os protagonistas de uma “odisseia”, assim descreveu
o chefe de Estado, “são e serão heróis” da História de Portugal e são “símbolos
de determinação, coragem, audácia e engenho do povo português”.
Em
17 de junho de 1922 os dois aviadores concluíram a primeira travessia aérea do
Atlântico Sul, que tinha começado em Belém (Lisboa) no dia 30 de março desse
ano.
Das
três aeronaves utilizadas pelos aviadores, apenas o “Santa Cruz” – construído
em madeira e forrado a tela – sobreviveu, estando exposto no Museu da Marinha.
Os seus antecessores estão no fundo do Oceano Atlântico.
No Brasil
A
Embaixada de Portugal em Brasília também recordou os portugueses na data de 17
de Junho de 1922, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, lembrando que
eventos irão celebrar o feito.
“Portugal
e o Brasil ficaram também, a partir desse dia, ligados por um abraço aéreo. A
inédita travessia, uma notável e percursora proeza de navegação aérea, foi uma
homenagem ao primeiro Centenário da Independência do Brasil. 100 anos depois,
quando o Brasil celebra o Bi-centenário da sua Independência, os dois navegadores
aéreos portugueses serão devidamente homenageados no Rio de Janeiro, em ações
de grande visibilidade promovidas pelas autoridades brasileiras e portuguesas”
informou a Embaixada.
Em
julho, o presidente de Portugal passará por SP, Rio de Janeiro e Brasília. No
Rio de Janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa vai participar nas comemorações do
centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, em agenda ainda a ser
divulgada.
História
Um
marco para a navegação aérea mundial completa 100 anos em 2022. De 30 de março
a 17 de junho de 1922, os aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral
empreenderam a Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul. Partindo do Rio Tejo,
em Lisboa, a aeronave batizada por Lusitânia, um hidroavião monomotor
especialmente concebido para a ocasião, realizou o primeiro voo ligando
Portugal ao Brasil, repetindo, assim, pelo ar, a viagem marítima do navegador
português Pedro Álvares Cabral, alguns séculos antes.
Ao
todo, a missão aérea durou 62 horas e 26 minutos, percorrendo cerca de 8300
quilômetros, fazendo escalas em Las Palmas, Gando, São Vicente, São Tiago,
Penedos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha, Recife, Salvador, Porto
Seguro, Vitória e, por fim, Rio de Janeiro, que na época era a capital
brasileira.
A
viagem representou uma inestimável contribuição para a aviação, já que até
então viagens de longas distâncias dificultava a manutenção do rumo. Para
vencer o obstáculo, a dupla encontrou, com genialidade, uma solução inédita.
Após intensos estudos e seus conhecimentos em geografia e cartografia, o
Almirante Gago Coutinho aperfeiçoou o sextante náutico, adaptando-o à aviação.
Em parceria com Sacadura Cabral, desenvolveu um equipamento denominado
“Corretor de Rumos”, que permitia plotar a deriva do avião e calcular o rumo
verdadeiro, com excelente precisão.
O
início do projeto da Travessia Aérea do Atlântico Sul teve lugar em 1919, por
ocasião da visita do Presidente do Brasil a Portugal, quando Sacadura Cabral
lançou a ideia de comemorar o primeiro centenário da independência do Brasil.
No
ano seguinte, em 1920, Sacadura Cabral encontrava-se na Inglaterra, adquirindo
material para a Aviação Naval portuguesa e relacionando os tipos de aeronaves
consideradas ideais para a realização da travessia do Atlântico. Desta maneira,
sua escolha apontou o fabricante inglês Fairey, construtor do avião F III-D.
A
empresa Fairey, inclusive, já dispunha do projeto de um hidroavião com
características semelhantes a que Sacadura Cabral procurava, ou seja, o F
III-D, modificado, adaptado a uma viagem transoceânica, com a envergadura das
asas aumentada e depósitos suplementares de combustível nos flutuadores
principais. Sacadura Cabral acompanhou a construção e modificação do avião,
que, após difíceis experiências e reajustamentos, ficou pronto quase no final
do ano de 1921. As informações são da Força Aérea Brasileira. In “Mundo
Lusíada” - Brasil
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