A violência contra a criança, a desnutrição, as diversas formas de pobreza e os desafios no acesso a serviços que facilitam a sobrevivência das crianças e das suas famílias, como a saúde e o saneamento, constituem as principais preocupações para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Angola, apelando à atenção imediata do Governo
Esta
preocupação consta de uma declaração da Unicef em Angola por ocasião do 01 de
Junho Dia Internacional da Criança.
No
capítulo da violência contra a criança, segundo o documento, a Unicef reconhece
com satisfação as acções do Governo e dos seus parceiros para aumentar a
cultura da denúncia, fortalecer os mecanismos de resposta integrada e
acompanhamento dos casos denunciados por meio da linha 15015.
"No
sector da saúde considera-se urgente responder aos casos de desnutrição com
acções que incluem a disponibilização de suplementos nutricionais, capacitação
dos técnicos de saúde e envolvimento comunitário na identificação dos casos
atempadamente", refere o documento.
De
acordo com a declaração, as crianças desnutridas correm maior risco de morrer e
quando sobrevivem podem ter consequências irreparáveis quando não são atendidas
a tempo.
"A
Unicef considera prioritário o apoio ao Governo no programa de combate à
desnutrição que entre Janeiro e Março de 2022, permitiu que mais de 116000
crianças fossem rastreadas nas unidades de saúde e comunidades das províncias do
Cunene, Huíla e Namibe", reconhece o documento., que sublinha ainda que
mais crianças podem ser salvas se for feito algum investimento para a expansão
desta abordagem para outras comunidades e unidades de saúde.
"O
investimento em programas de protecção social tem sido um caminho para reduzir
a pobreza em muitos países do mundo e com impacto nas famílias e crianças.
Neste quesito Angola dá passos importantes com o fortalecimento do sistema de
protecção social por meio da expansão dos Centros Integrados de Acção Social e
com a implementação dos programas de atribuição de renda às famílias, como o
Kwenda e o Valor Criança, tendo este último beneficiado mais de 39000
crianças", acrescenta.
"Precisamos
garantir o bem-estar das crianças, hoje, onde quer que elas estejam. Isso
implica necessariamente conhecer a sua realidade, os problemas que enfrentam e
encontrar soluções com o envolvimento de todos os sectores da sociedade",
diz Ivan Yerovi, Representante do Unicef em Angola.
Segundo
este responsável, neste ano em que se prevê a revisão das metas estabelecidas
nos 11 compromissos com a criança, "é importante agir imediatamente para o
bem-estar de cada criança e adolescente, pois o desenvolvimento de uma Nação
mede-se também pela forma como elas são priorizadas".
Referiu
que diante dos desafios que as crianças enfrentam nas diferentes etapas do seu
desenvolvimento, requer-se uma resposta com acções da família, como primeiro
nível de protecção da criança da sociedade, do Estado e de outros actores como
sector privado.
"Ninguém
deve ficar de parte nesta missão de assegurar um ambiente favorável para que
cada criança desenvolva todo o seu potencial e tenha os seus Direitos
garantidos", frisou.
De
acordo ainda com a declaração, actualmente, a nível global vive-se uma crise no
ensino e aprendizagem, agudizada pela pandemia da COVID-19, onde as habilidades
básicas de leitura e matemática ainda não são do domínio de muitas crianças.
"Antes
mesmo da pandemia, mais da metade de todas as crianças de 10 anos em países de
renda média e baixa não conseguia ler ou entender uma história simples",
diz o documento, apelando aos governos que alcancem e retenham todas as
crianças na escola, que sejam avaliados os níveis de aprendizagem e que se
priorize o ensino fundamental.
"Sem
uma acção ambiciosa em habilidades como a leitura básica e a matemática, com
foco nas crianças mais marginalizadas, não conseguiremos alcançar os ODS até
2030", finaliza o documento.
A
Unicef promove os direitos e bem-estar de todas as crianças. Juntamente com
vários parceiros, trabalhamos em 190 países e territórios para traduzir este
compromisso em acções concretas, centrando especialmente os nossos esforços em
chegar às crianças mais vulneráveis e marginalizadas, para o benefício de todas
as crianças, em qualquer parte do mundo.
MPLA recomenda protecção das crianças
O
MPLA exortou, a propósito deste dia, todas as forças vivas da Nação no sentido
de promoverem, continuamente, acções que visam a protecção dos direitos das
crianças, mormente a educação harmoniosa, a saúde, as condições de vida e
ensino, que constituem prioridade absoluta da família, do Estado e da
sociedade.
Numa
declaração a respeito do Dia Internacional da Criança, o Bureau Político do
MPLA reafirma o propósito de continuar a combater todas as manifestações humanas
que atentam não só contra o desenvolvimento integral, mas também à exposição da
criança às várias formas de exploração e risco.
"O
Bureau Político do MPLA, em nome dos seus militantes, amigos e simpatizantes,
apela a todas os angolanos no sentido de aproveitarem a data para realizar uma
profunda reflexão em torno das medidas de promoção da melhoria do ambiente
escolar da criança, a sua plena inserção e satisfação no seio familiar e
comunitário, bem como mitigar as acções que motivam o abandono dos filhos,
separação dos pais, violência, desnutrição, trabalho infantil e absentismo
escolar, com particular atenção à crianças com necessidades especiais",
lê-se no documento.
Sem comentários:
Enviar um comentário