Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Angola - Violência e desnutrição das crianças preocupa a Unicef

A violência contra a criança, a desnutrição, as diversas formas de pobreza e os desafios no acesso a serviços que facilitam a sobrevivência das crianças e das suas famílias, como a saúde e o saneamento, constituem as principais preocupações para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Angola, apelando à atenção imediata do Governo

Esta preocupação consta de uma declaração da Unicef em Angola por ocasião do 01 de Junho Dia Internacional da Criança.

No capítulo da violência contra a criança, segundo o documento, a Unicef reconhece com satisfação as acções do Governo e dos seus parceiros para aumentar a cultura da denúncia, fortalecer os mecanismos de resposta integrada e acompanhamento dos casos denunciados por meio da linha 15015.

"No sector da saúde considera-se urgente responder aos casos de desnutrição com acções que incluem a disponibilização de suplementos nutricionais, capacitação dos técnicos de saúde e envolvimento comunitário na identificação dos casos atempadamente", refere o documento.

De acordo com a declaração, as crianças desnutridas correm maior risco de morrer e quando sobrevivem podem ter consequências irreparáveis quando não são atendidas a tempo.

"A Unicef considera prioritário o apoio ao Governo no programa de combate à desnutrição que entre Janeiro e Março de 2022, permitiu que mais de 116000 crianças fossem rastreadas nas unidades de saúde e comunidades das províncias do Cunene, Huíla e Namibe", reconhece o documento., que sublinha ainda que mais crianças podem ser salvas se for feito algum investimento para a expansão desta abordagem para outras comunidades e unidades de saúde.

"O investimento em programas de protecção social tem sido um caminho para reduzir a pobreza em muitos países do mundo e com impacto nas famílias e crianças. Neste quesito Angola dá passos importantes com o fortalecimento do sistema de protecção social por meio da expansão dos Centros Integrados de Acção Social e com a implementação dos programas de atribuição de renda às famílias, como o Kwenda e o Valor Criança, tendo este último beneficiado mais de 39000 crianças", acrescenta.

"Precisamos garantir o bem-estar das crianças, hoje, onde quer que elas estejam. Isso implica necessariamente conhecer a sua realidade, os problemas que enfrentam e encontrar soluções com o envolvimento de todos os sectores da sociedade", diz Ivan Yerovi, Representante do Unicef em Angola.

Segundo este responsável, neste ano em que se prevê a revisão das metas estabelecidas nos 11 compromissos com a criança, "é importante agir imediatamente para o bem-estar de cada criança e adolescente, pois o desenvolvimento de uma Nação mede-se também pela forma como elas são priorizadas".

Referiu que diante dos desafios que as crianças enfrentam nas diferentes etapas do seu desenvolvimento, requer-se uma resposta com acções da família, como primeiro nível de protecção da criança da sociedade, do Estado e de outros actores como sector privado.

"Ninguém deve ficar de parte nesta missão de assegurar um ambiente favorável para que cada criança desenvolva todo o seu potencial e tenha os seus Direitos garantidos", frisou.

De acordo ainda com a declaração, actualmente, a nível global vive-se uma crise no ensino e aprendizagem, agudizada pela pandemia da COVID-19, onde as habilidades básicas de leitura e matemática ainda não são do domínio de muitas crianças.

"Antes mesmo da pandemia, mais da metade de todas as crianças de 10 anos em países de renda média e baixa não conseguia ler ou entender uma história simples", diz o documento, apelando aos governos que alcancem e retenham todas as crianças na escola, que sejam avaliados os níveis de aprendizagem e que se priorize o ensino fundamental.

"Sem uma acção ambiciosa em habilidades como a leitura básica e a matemática, com foco nas crianças mais marginalizadas, não conseguiremos alcançar os ODS até 2030", finaliza o documento.

A Unicef promove os direitos e bem-estar de todas as crianças. Juntamente com vários parceiros, trabalhamos em 190 países e territórios para traduzir este compromisso em acções concretas, centrando especialmente os nossos esforços em chegar às crianças mais vulneráveis e marginalizadas, para o benefício de todas as crianças, em qualquer parte do mundo.

MPLA recomenda protecção das crianças

O MPLA exortou, a propósito deste dia, todas as forças vivas da Nação no sentido de promoverem, continuamente, acções que visam a protecção dos direitos das crianças, mormente a educação harmoniosa, a saúde, as condições de vida e ensino, que constituem prioridade absoluta da família, do Estado e da sociedade.

Numa declaração a respeito do Dia Internacional da Criança, o Bureau Político do MPLA reafirma o propósito de continuar a combater todas as manifestações humanas que atentam não só contra o desenvolvimento integral, mas também à exposição da criança às várias formas de exploração e risco.

"O Bureau Político do MPLA, em nome dos seus militantes, amigos e simpatizantes, apela a todas os angolanos no sentido de aproveitarem a data para realizar uma profunda reflexão em torno das medidas de promoção da melhoria do ambiente escolar da criança, a sua plena inserção e satisfação no seio familiar e comunitário, bem como mitigar as acções que motivam o abandono dos filhos, separação dos pais, violência, desnutrição, trabalho infantil e absentismo escolar, com particular atenção à crianças com necessidades especiais", lê-se no documento.

O MPLA advoga a realização de campanhas de divulgação e sensibilização para que os pais e encarregados de educação, professores e outros agentes formadores se dediquem, de forma abnegada, na árdua mas gratificante tarefa de defender a criança, pois são elas a maior garantia da continuidade da defesa dos nobres valores de cidadania, e que o dia-a-dia delas se resume na irradiação de sorrisos de esperança e fé num mundo melhor. In “Novo Jornal” - Angola

 


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