O artista multifacetado, Djam Neguim, lançou oficialmente
na passada sexta-feira, 3, o mais recente single, Badio Branku. Trata-se do
segundo single do EP Autofagias, declaradamente político e que exorta as
pessoas a acelerarem pautas antirracistas e a lutarem contra a história única
Depois
de “Ka bu Xkesi Tradison”, Djam Neguin regressa às plataformas digitais com
“Badio Branku”, como música de intervenção. O afropop do artista é acima de
tudo uma denúncia a tentativa do cabo-verdiano de se branquear e de se
distanciar das raízes africanas.
“Esta
música sumariza muito a grande problemática que nós cabo-verdianos vivenciamos,
o colorismo. A descriminação e as (in)conveniências no trato relacional com
base nas tonalidades de quem é mais branco ou menos branco, são desdobramentos
de uma educação e formação social racista”, explica Djam Neguim ao A Nação.
Reparação histórica
Para
Djam Neguim, Badio Branku é um single sobre a urgência de se comunicar e de se
juntar a vozes que abriram caminho para se atuar hoje, ao mesmo tempo que é um
mecanismo de luta por uma reparação histórica que crie as circunstâncias para
que as pessoas existam fora de ideologias de dominação.
“A
reparação histórica está muito longe de acontecer e não nos iludamos que vá ser
com a rapidez desejável. A única coisa que nos resta é acelerar essas
transformações e começar por cada indivíduo a se instrumentalizar, estudar e
descolonizar-se”, sugere o artista.
Conceitual
O
single foi lançado acompanhado de um visualizer gravado em Lisboa, Portugal, e
que destaca a pintura grafitti “take your mask off”, realizada pelo artista
Nomen, em 2014. No conceito, a dança Tutting, dança urbana hip hop, é
coreografada pelo Djam Neguim, formando formas e ângulos com o corpo, num jogo
de cores entre o preto e o branco.
Badio Branku é mais um single que marca a fase afrofuturista de Djam Neguim, atualmente a residir em Portugal, por onde tem criado conceitos e desenvolvido arte. In “A Nação” – Cabo Verde
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