Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 28 de junho de 2022

Macau - Associações de matriz portuguesa deixam “recados” para Lisboa

O défice de apoio institucional e “a notória dificuldade em Portugal” em compreender as “características de Macau” foram alguns problemas manifestados por associações de matriz portuguesa, em reuniões com a presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas

A presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) reuniu-se no domingo com dirigentes de associações locais de matriz portuguesa, com o objectivo de auscultar opiniões que poderão ser transmitidas em Lisboa durante a visita que irá realizar entre 4 e 19 de Julho, e cujo programa inclui a reunião anual do Conselho Permanente do CCP, na Assembleia da República, bem como contactos com várias autoridades governamentais.

Acompanhada pelo assessor Rui Marcelo, Rita Santos encontrou-se com a presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, que destacou as “dificuldades financeiras” derivadas dos “obstáculos burocráticos associados aos apoios de que a associação depende, resultante do abrandamento da economia local, provocado pela pandemia”, segundo refere uma nota do gabinete do CCP no Círculo China, Macau e Hong Kong. “Daí que, e apesar do constante apoio do governo de Macau, seja fundamental continuar a transmitir às autoridades responsáveis em Portugal a importância do apoio institucional às actividades da Casa de Portugal”, sublinha.

De acordo com a nota, Amélia António descreveu as actividades organizadas pela CPM, nomeadamente na Escola de Artes e Ofícios, e a “complexidade do seu planeamento” devido à “imprevisibilidade dos apoios”. “Em destaque, estiveram também questões como a necessidade de promover o intercâmbio entre instituições, como forma de apoio às actividades da CPM, a renovação dos contratos de portugueses no território”, o reforço da participação portuguesa nas acções do Fórum de Macau e “a importância da definição de uma política cultural para Macau”.

Algumas dessas preocupações foram partilhadas pelo presidente da Associação dos Macaenses (ADM), “nomeadamente a notória dificuldade em Portugal em interpretar as características de Macau e as especificidades dos portugueses de Macau”. Nesse âmbito, Miguel de Senna Fernandes enalteceu o “esforço” da comunidade macaense e de diversas instituições de matriz portuguesa em prol da “manutenção da identidade cultural de origem portuguesa, que ao longo de mais de cinco gerações desempenha um papel essencial na promoção da cultura e laços comerciais entre Portugal e a China Continental, Macau e Hong Kong”.

O líder da ADM realçou também a relevância do Consulado de Portugal na promoção das relações luso-chinesas e na transmissão dos anseios da comunidade portuguesa em Macau, pelo que “é fundamental que lhe sejam garantidas as condições para continuar a desempenhar o seu papel, com qualidade e dignidade”. Defendeu ainda que as instituições portuguesas devem apostar na RAEM como plataforma de investimento para a China e instou Portugal a apoiar eventos culturais como o Festival da Lusofonia.

Rita Santos reuniu-se ainda com António Monteiro e Paula Carion, respectivamente presidente e vice-presidente da Associação dos Jovens Macaenses (AJM), que apontaram a “preservação da identidade cultural de Macau como uma importante linha orientadora”, defendendo o desenvolvimento de uma plataforma tecnológica para reforçar a ligação com os jovens da diáspora macaense. Reconheceram ainda a necessidade de expandir as actividades da AJM para “áreas abrangentes do interesse dos jovens da comunidade”, como a economia e a tecnologia, em complemento da componente cultural, no âmbito da estratégia de desenvolvimento da Grande Baía. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau


Sem comentários:

Enviar um comentário