O défice de apoio institucional e “a notória dificuldade em Portugal” em compreender as “características de Macau” foram alguns problemas manifestados por associações de matriz portuguesa, em reuniões com a presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas
A
presidente do Conselho Regional na Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades
Portuguesas (CCP) reuniu-se no domingo com dirigentes de associações locais de
matriz portuguesa, com o objectivo de auscultar opiniões que poderão ser
transmitidas em Lisboa durante a visita que irá realizar entre 4 e 19 de Julho,
e cujo programa inclui a reunião anual do Conselho Permanente do CCP, na
Assembleia da República, bem como contactos com várias autoridades
governamentais.
Acompanhada
pelo assessor Rui Marcelo, Rita Santos encontrou-se com a presidente da Casa de
Portugal em Macau (CPM), Amélia António, que destacou as “dificuldades
financeiras” derivadas dos “obstáculos burocráticos associados aos apoios de
que a associação depende, resultante do abrandamento da economia local,
provocado pela pandemia”, segundo refere uma nota do gabinete do CCP no Círculo
China, Macau e Hong Kong. “Daí que, e apesar do constante apoio do governo de
Macau, seja fundamental continuar a transmitir às autoridades responsáveis em
Portugal a importância do apoio institucional às actividades da Casa de
Portugal”, sublinha.
De
acordo com a nota, Amélia António descreveu as actividades organizadas pela
CPM, nomeadamente na Escola de Artes e Ofícios, e a “complexidade do seu
planeamento” devido à “imprevisibilidade dos apoios”. “Em destaque, estiveram
também questões como a necessidade de promover o intercâmbio entre
instituições, como forma de apoio às actividades da CPM, a renovação dos
contratos de portugueses no território”, o reforço da participação portuguesa
nas acções do Fórum de Macau e “a importância da definição de uma política
cultural para Macau”.
Algumas
dessas preocupações foram partilhadas pelo presidente da Associação dos
Macaenses (ADM), “nomeadamente a notória dificuldade em Portugal em interpretar
as características de Macau e as especificidades dos portugueses de Macau”.
Nesse âmbito, Miguel de Senna Fernandes enalteceu o “esforço” da comunidade
macaense e de diversas instituições de matriz portuguesa em prol da “manutenção
da identidade cultural de origem portuguesa, que ao longo de mais de cinco
gerações desempenha um papel essencial na promoção da cultura e laços
comerciais entre Portugal e a China Continental, Macau e Hong Kong”.
O
líder da ADM realçou também a relevância do Consulado de Portugal na promoção
das relações luso-chinesas e na transmissão dos anseios da comunidade
portuguesa em Macau, pelo que “é fundamental que lhe sejam garantidas as
condições para continuar a desempenhar o seu papel, com qualidade e dignidade”.
Defendeu ainda que as instituições portuguesas devem apostar na RAEM como
plataforma de investimento para a China e instou Portugal a apoiar eventos
culturais como o Festival da Lusofonia.
Rita
Santos reuniu-se ainda com António Monteiro e Paula Carion, respectivamente
presidente e vice-presidente da Associação dos Jovens Macaenses (AJM), que
apontaram a “preservação da identidade cultural de Macau como uma importante
linha orientadora”, defendendo o desenvolvimento de uma plataforma tecnológica
para reforçar a ligação com os jovens da diáspora macaense. Reconheceram ainda
a necessidade de expandir as actividades da AJM para “áreas abrangentes do
interesse dos jovens da comunidade”, como a economia e a tecnologia, em
complemento da componente cultural, no âmbito da estratégia de desenvolvimento
da Grande Baía. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau
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