A entrega das ossadas de Alves Baptista (Nito Alves), Jacob João Caetano (Monstro Imortal), Arsénio José Lourenço Mesquita (Sianuk) e Ilídio Ramalhete, mortos no 27 de Maio, vão ser entregues às famílias na próxima quarta-feira, informou a Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP)
Francisco
Queiroz, coordenador da CIVICOP, que falava no final da quarta reunião
ordinária, anunciou que os quatros homens terão "uma cerimónia com
características políticas em que os ossos serão colocados nas respectivas urnas
em locais apropriados no quartel-general das Forças Armadas".
O
ministro Francisco Queiroz referiu igualmente que estão previstas intervenções
das famílias e um discurso do Executivo.
O
27 de Maio, data que marca um dos períodos mais violentos da história de Angola
enquanto país independente, surgiu do movimento que ficou conhecido por "Fraccionismo",
que teve como rosto Nito Alves, então dirigente de topo do MPLA e ministro do
Interior sob a Presidência de Agostinho Neto.
Depois
do fracasso da acção de Nito Alves, para o qual as forças militares cubanas que
estavam em Angola foram relevantes, seguiram-se muitos e violentos meses de
perseguição aos aliados do então ministro do Interior.
O
resultado foi o massacre de milhares de pessoas e a detenção de outras tantas,
de forma arbitrária, pensando-se que muitas foram vítimas de vinganças pessoais
sem quaisquer ligações ao momento político-militar e ao movimento de fracção.
Ainda
hoje não se sabe ao certo quantas pessoas morreram durante a repressão do 27 de
Maio. Segundo a Amnistia Internacional, terão sido 30 mil. Segundo a Fundação
27 de Maio, o número de vítimas ascende a mais de 60 mil. In “Novo
Jornal” - Angola
Actualização da notícia
pelo "Novo Jornal" em 13 de junho de 2022, aqui.
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