Bissau
– O Director Executivo da ONG Tiniguena disse na passada sexta-feira que o
maior legado deixado pela fundadora da organização, Augusta Henrique é o
engajamento na educação ambiental para cidadania e na formação de homens e
mulheres da nova geração da organização.
Miguel
de Barros falava numa conferência alusiva às celebrações do 31º aniversario da
Tiniguena, que se assinalou no dia 05 de Maio, sob o lema “Contribuições e
Legado de Augusta Henriques, na Conservação e Valorização do Património Natural
e Cultural na Guiné-Bissau”, em jeito da sua homenagem.
Durante
os três dias da conferência, foram abordados vários temas relacionados com o
percurso de Augusta Henriques, nomeadamente a sua Dimensão Associativa, a apresentada
por Isabel Almeida, tendo como orador, Abilio Rachid Said, e a Dimensão
Educativa para a cidadania Ativa, por Miguel de Barros.
O
Director Executivo da Tiniguena disse que o maior investimento feita pela
Augusta Henriques é a aposta na formação de homens e mulheres que acreditam que
a Guiné-Bissau é um espaço de promoção e de transformações.
Afirmou
que Augusta faz parte de uma geração que não só acredita na educação para
transformação do país, mas também como um fundamento para a independência.
“A
intervenção da Tiniguena junto das comunidades vem de um processo do primeiro
contacto da Augusta com o país como pedagoga, baseada na aprendizagem local.
Como aprender com os povos, através da conservação dos seus patrimónios
culturais e a possibilidade de integrar estes patrimónios como elementos de
aprendizagem.
A
título de exemplo, Miguel de Barros apontou as brigadas de alfabetização de
adultos, que proporcionaram uma combinação da escola enquanto motor da
transformação social.
“Ou
seja, quem está no foco da educação é a comunidade e ela é que deve encontrar
matrizes como elementos utilitários para aprender sobre a produção económica,
cultural e no currículo escolar”, salientou Barros, acrescentando que esta
filosofia tem influenciado a política do Estado em termos de intervenção.
Segundo
Miguel de Barros, a educação popular, na perspectiva da Augusta Henriques, era,
simultaneamente, o meio de valorização do património assim como o instrumento
da construção da capacidade de ação.
Acrescentou
que, para Augusta, o processo educativo não só partiu da dinâmica dos que estão
dentro das salas de aulas, mas também dos movimentos populares.
A
título de exemplo, Miguel de Barros apontou o Fórum das Mulheres de Orock, no
Arquipélago de Bijagós, enquanto proposta de ação cívica pública tendo em vista
o processo de governação nas áreas protegidas.
Acrescentou
que esse fórum constitui um processo de educação alternativo, de empoderamento
cívico, a partir de um modelo de desenvolvimento comunitário, através do qual
as pessoas que já estão fora do sistema terão possibilidades de capacitação.
Isabel
Almeida enalteceu o papel desempenhado pela Augusta Henriques no reforço das
capacidades das mulheres na promoção do desenvolvimento, assim como na promoção
da imagem positiva do país ao nível interno e externo.
Lamentou
o facto das suas experiências, em termos de governo inclusivo, não foram aproveitadas
pelos governos no seu todo. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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