O presidente do Instituto Internacional de Macau falará dos 400 anos da Batalha de Macau e o significado da derrota holandesa, um acontecimento determinante para a permanência de Portugal no Extremo Oriente. No mesmo dia, é entregue o Prémio Aboim Sande Lemos – Identidade Portuguesa ao historiador Rui Ramos. Entretanto, a SHIP esteve presente em Olivença, cidade cuja demarcação é, ainda hoje, objecto de litígio entre Portugal e Espanha, para as celebrações do Dia de Portugal, de Camões e também das Comunidades Portuguesas
O
presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM) e ex-presidente da
Direcção Central e do Conselho Supremo da Sociedade Histórica da Independência
de Portugal (SHIP), Jorge Rangel, vai dar uma conferência, no próximo dia 23 de
Junho, quinta-feira, pelas 17h (hora em Lisboa) na sede da SHIP, no Palácio da
Independência, Largo de São Domingos, na capital portuguesa, sobre os 400 anos
da Batalha de Macau contra os holandeses, um acontecimento determinante para a
permanência de Portugal no Extremo Oriente.
O
macaense vai relatar o que se passou em Junho de 1622, conforme as versões do
historiador militar Carlos Gomes Bessa e do historiador macaense Luís Gonzaga
Gomes. “Farei um relato sucinto deste acontecimento histórico, acompanhado da
projecção de algumas imagens da Fortaleza do Monte e do Monumento da Vitória e
de algumas gravuras e mapas antigos da cidade de Macau, referindo também os
antecedentes, as várias investidas holandesas e tentativas de tomarem a cidade,
as consequências e o significado da sua derrota e a proclamação do dia 24 de
Junho, Dia de S. João Baptista, como Dia da Cidade de Macau”, explicou ao Ponto
Final.
Jorge
Rangel aproveitará ainda a oportunidade para citar “os incontornáveis Charles
Boxer e Pe. Manuel Teixeira”, bem como algumas fontes históricas, dedicando
especial atenção ao trabalho de Carlos Gomes Bessa e do escritor e historiador
macaense Luís Gonzaga Gomes. “Também conheci muito bem o Coronel Carlos Gomes
Bessa, cujo centenário será por nós assinalado brevemente. Nessa altura
(provavelmente em Setembro), recordarei, numa outra comunicação, os seus
trabalhos dedicados a Macau, alguns dos quais publicados pela SHIP e um pelo
IIM. Quando presidi à direcção central da SHIP, sucedendo ao General Manuel
Freire Themudo Barata, era presidente do Conselho Supremo o Coronel Carlos
Bessa, a quem me ligaram relações de grande consideração, colaboração e
amizade”, referiu.
Para
além da palestra dada por Jorge Rangel, no mesmo dia haverá lugar à entrega do
Prémio Aboim Sande Lemos – Identidade Portuguesa ao historiador Rui Ramos,
colaborador do “Observador”, seguida de intervenção do contemplado.
“Oferecerei, na ocasião, ao historiador Rui Ramos um exemplar do livro ‘Páginas
da História de Macau’, de Luís Gonzaga Gomes, edição do IIM, de Setembro de
2010. A primeira edição é do jornal Notícias de Macau, de 1966. Cerca de 30
páginas deste livro são dedicadas à Batalha de Macau de Junho de 1622”, revelou
o presidente do IIM ao nosso jornal
O
Prémio Aboim Sande Lemos – Identidade Portuguesa foi criado pelo Coronel Aboim
Sande Lemos, primeiro presidente do Conselho Supremo da SHIP, que contribuiu
para o estabelecimento de um fundo de apoio ao prémio.
A entrada é livre e a sessão decorrerá igualmente online com transmissão em directo no canal Youtube da SHIP em https://bit.ly/3NDcytJ e ainda na sua página oficial no Facebook na ligação:
https://www.facebook.com/sociedadehistorica.
“O IIM anunciou recentemente, em conferência de imprensa realizada na sua sede,
em Macau, um programa comemorativo do 4.º centenário da Batalha de Macau,
mobilizando, para o efeito, diversas instituições da sociedade civil de Macau.
Em Lisboa, além desta sessão na SHIP, haverá uma outra, no Centro Científico e
Cultural de Macau, no dia 24, em que serão oradores o professor Rui Loureiro e
a investigadora macaense Mariana Leitão Pereira, doutoranda em Cambridge e
colaboradora do IIM, que mantém um sítio em funcionamento sobre este tema”,
disse ainda o mesmo responsável.
A
Sociedade Histórica da Independência de Portugal é uma associação sem fins
lucrativos de direito privado, com o estatuto de pessoa colectiva de utilidade
pública, que visa a defesa da identidade e da independência de Portugal,
actuando essencialmente através das áreas da defesa e promoção da educação e da
cultura patriótica portuguesa. Trata-se da mais antiga e condecorada
instituição cultural em Portugal, e é presidida, actualmente, pelo advogado
José Ribeiro e Castro, político e figura destacada do CDS-PP, também
coordenador do Movimento 2014 – 800 anos da Língua Portuguesa.
10 de junho comemorado em Olivença
A
título de exemplo do que são as actividades da SHIP, no passado dia 10 de
Junho, para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Portuguesas, a instituição visitou Olivença, localidade cuja demarcação é,
ainda hoje, objecto de litígio entre Portugal e Espanha. Em 1297, o Tratado de
Alcanizes definiu Olivença como parte de Portugal. Em 1801, o território foi anexado a Espanha
através do tratado de Badajoz assinado por Portugal, e sob coacção, na
sequência da Guerra das Laranjas. Portugal denunciou este Tratado em 1808, e em
1817 Espanha reconhece a soberania portuguesa, subscrevendo o Congresso de
Viena de 1815 e comprometendo-se a devolver a administração de Olivença a
Portugal o mais prontamente possível. No entanto, até hoje, tal não aconteceu.
Para
além da presença do presidente da SHIP, o dia comemorativo começou às 12h (hora
em Espanha), no Parque dos Pintassilgos, com um acto institucional que foi
apresentado por Eduardo Naharro-Macías Machado, professor da Aula de Língua e
Cultura Portuguesa da Universidade Popular de Olivença, e no qual participaram
ainda o presidente do município de Olivença, Manuel J. González; o secretário-geral
da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho; e o
presidente da ATLA – Associação Transfronteiriça do Lago Alqueva, José Manuel
Grilo. Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto
Final”
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