Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Macau - Festival do Instituto Português do Oriente regressa em formato mais “contido”

Nos dias 23 de Abril e 7 de Maio, o Festival “Letras & Companhia” do Instituto Português do Oriente regressa à cidade, desta feita, com o tema do “Mar”. Patrícia Ribeiro, vogal da Direcção da instituição, explicou ao Jornal Tribuna de Macau que inicialmente o programa foi delineado com a intenção de trazer pessoas de Portugal, no entanto, devido às restrições optaram por fazer uma edição com menor dimensão. Ainda assim, as expectativas em termos de adesão são grandes. A edição deste ano conta com oficinas de escrita criativa, actividades lúdicas e jogos tradicionais, música, gastronomia, sessões de histórias em português e em chinês e feiras do livro. Realiza-se em dois locais: no IPOR e na Casa Garden


O Instituto Português do Oriente (IPOR) realiza este ano a 2ª Edição do Festival Literário e Cultural para pais e filhos “Letras & Companhia” – ainda que numa dimensão muito menor do que a do ano passado, já que se realiza nos dias 23 de Abril e 7 de Maio. O tema que serve de linha condutora para a iniciativa deste ano é o “Mar” – “com todos os seus desafios, potencialidades e imaginário de fantasia”.

Ao Jornal Tribuna de Macau, Patrícia Ribeiro, vogal da Direcção da instituição, explicou que inicialmente o plano era levar a cabo um festival semelhante – em termos de dias – ao do ano passado, no entanto, as restrições provocadas pela pandemia levaram a que o IPOR decidisse o programa de outra forma.

“[O festival] é um bocadinho mais contido. O objectivo seria fazê-lo como na primeira edição. Estávamos com a esperança de que a realidade fosse diferente e tínhamos preparado um conjunto de actividades com pessoas vindas de Portugal. Não tendo sido possível concretizar este programa inicial optámos por fazê-lo mais pequenino, também procurando colaborações de várias associações”, explicou, assinalando que espera que em 2023 as condições sejam diferentes.

Quanto à escolha do “Mar” como tema central, Patrícia Ribeiro apontou que o mar é uma imensidão e traz inúmeras preocupações, tendo ao mesmo tempo uma fauna muito variada, que pode ser explorada. “A intenção, quando programámos o festival, era trazer muitas actividades relacionadas com os oceanos, porque há uma preocupação bastante grande com a problemática da poluição. Vamos fazê-lo de forma mais contida, mas é algo a que temos de estar muito atentos, porque há uma necessidade de fazer prevenção – não é só procurar limpar os oceanos, antes disso, devemos procurar não sujá-los”, observou. “É essa a mensagem que queremos transmitir com o tema do festival, que provavelmente será o mesmo do ano que vem, mas mais alargado”, acrescentou Patrícia Ribeiro.

Assim, no dia 23 de Abril, entre as 16h00 e as 18h00, haverá uma série de actividades a decorrer no IPOR, entre as quais a entrega de uma minibiblioteca às escolas. “Será entregue um conjunto de publicações infanto-juvenis de autores portugueses. É um conjunto de sete obras literárias em português e a sua versão em chinês, que vamos oferecer às escolas bibliotecas das escolas primárias e secundárias”, disse Patrícia Ribeiro. No total, a oferta será direccionada a seis escolas. A cerimónia de entrega terá lugar no auditório do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

Estão ainda agendadas Oficinas de Escrita Criativa para várias idades, nomeadamente uma direccionada para crianças dos 8 aos 10 e outra para crianças entre os 11 e 12 anos.

Segundo Patrícia Ribeiro, decorrerão ainda actividades lúdicas para pais e filhos. É o caso “À procura do peixinho” – um jogo em que as crianças têm de pescar – e “As cores da reciclagem” – relacionado com a identificação dos vários tipos de lixo e onde deve ser colocado para fazer uma reciclagem de forma correcta.

À semelhança do ano passado, também esta edição apresenta “Uma Noite na… Biblioteca”, que decorrerá na biblioteca do IPOR e está restringida a um grupo de oito crianças. O grupo passará a noite na biblioteca, onde serão desenvolvidas uma série de actividades, e, no dia seguinte, 24 de Abril, regressa a casa após o pequeno-almoço.

Haverá ainda o “Mercado das Letrinhas”, uma feira do livro que decorrerá tanto no dia 23 de Abril, no IPOR, como depois a 7 de Maio, na Casa Garden, na Fundação Oriente, com a colaboração da Livraria Portuguesa e da Júbilo.


Música, exposição e histórias

O programa para 7 de Maio, que decorrerá entre as 15h00 e as 18h00, inclui, por sua vez, a inauguração da exposição “Zero Resíduos”. “O IPOR dirigiu um convite às escolas primárias e secundárias de Macau para, no âmbito das aulas de Artes e Educação Visual, produzirem obras de arte reutilizando materiais, tanto do lixo diário da escola como do lixo doméstico. Algumas escolas irão participar com criações em vários formatos, desde instalações e quadros, ao vídeo. Cada uma escolheu o que achou mais indicado”, explicou Patrícia Ribeiro a este jornal.

Após a inauguração da mostra, haverá música ao vivo com François Girouard e Rita Portela, bem como sessões de histórias em português com a Associação Sílaba e em chinês com a Júbilo. Está ainda previsto um espectáculo de marionetas intitulado “En-Cantos”, da Casa de Portugal, jogos tradicionais, pinturas faciais com Sara Figueira, e uma pequena mostra de gastronomia dos países de língua portuguesa, numa colaboração com as associações locais, intitulada “Sabores que falam português”.

Patrícia Ribeiro disse ainda à Tribuna de Macau que o IPOR está com “bastantes expectativas” em relação à adesão, uma vez que envolveu muitas escolas nos projectos. “Estamos à espera de que as crianças tragam os pais para ver os trabalhos que fizeram e para participarem nas actividades que vamos ter disponíveis para todos”, afirmou.

De acordo com o comunicado enviado às redacções, pode ler-se que, apesar das limitações causadas pela pandemia, a edição do festival de 2022 “continuará a apostar em actividades de dinâmica intergeracional em torno do conceito dos “três L’s”: língua, livro e leitura”. “Pretende-se assim continuar a motivar os jovens para a aprendizagem da língua portuguesa, envolvendo instituições de ensino, professores e educadores como promotores ativos de divulgação, ao mesmo tempo que se incentiva a criatividade, a cultura, a educação e a construção da cidadania”, pode ler-se.

O Festival “Letras & Companhia”, organizado anualmente em parceria com a Fundação Galaxy Entertainment Group e o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, conta com a colaboração da Fundação Oriente, do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua I.P., da Casa de Portugal em Macau, da Livraria Portuguesa e da livraria Júbilo, parceiros aos quais, este ano, se juntou também a SÍLABA – Associação Educativa e Literária. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”




Sem comentários:

Enviar um comentário