Durante a sessão de abertura da Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum de Macau, vários países de Língua Portuguesa pediram investimento chinês numa altura em que tentam recuperar da crise económica provocada pela pandemia
Os
países lusófonos pediram ontem investimento chinês no âmbito da recuperação
económica pós-covid-19, na Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua
Portuguesa.
O
primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia da Silva, sustentou que, “num
momento de contração económica mundial”, o “maior desafio” passa “por vencer a
pandemia” e que os esforços conjuntos, no âmbito do Fórum de Macau, podem ser
“uma oportunidade para atrair investimento privado”, nomeadamente na construção
civil, com expressão nos números do emprego.
Nuno
Gomes Nabiam, chefe do Governo guineense, aproveitou para convidar os
investidores a visitarem o país, agora que se “retoma agenda económica e
diplomática, após anos de estagnação e letargia”, apelando ao apoio da China no
“desenvolvimento de tecnologias produtivas”, palavras secundadas pelo
primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, que manifestou a vontade de
reforço da união e dos mecanismos de cooperação dos países representados no
Fórum Macau.
O
primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, sublinhou a
importância do apoio, “desde logo de índole financeira”, na definição dos
“eixos centrais” da actuação futura do Fórum de Macau.
Já
o líder do Governo timorense, Taur Matan Ruak, frisou os “efeitos devastadores
da pandemia”, mas expressou a convicção de que a “ajuda chinesa” e o
compromisso do país “em explorar oportunidades” no projecto de Pequim da Grande
Baía podem ser uma resposta ao contexto económico internacional.
O
Brasil, pela voz do vice-presidente, Hamilton Mourão, preferiu destacar “o
potencial económico” dos países de língua portuguesa, “inseridos em distintos
blocos comerciais”, com milhões de consumidores, países costeiros, “de recursos
marítimos e minerais”, sendo necessário continuar a impulsionar o intercâmbio comercial
e o fluxo de investimentos.
Já
o ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, Manuel Nunes
Júnior, lembrou a importância do investimento chinês num país que está “a
realizar importantes reformas democráticas e do Estado de Direito” e a
desenvolver medidas económicas que passam, por exemplo, “por diminuir a
dependência do petróleo”.
No
final da reunião, que decorreu à porta fechada, os representantes dos países no
Fórum de Macau aprovaram, além da Declaração Conjunta para o reforço da
cooperação, uma outra que aprova a entrada da Guiné Equatorial como membro,
país que faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa desde 2014. In “Jornal
Tribuna de Macau” - Macau
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