Apesar
do impacto da covid-19, os investidores chineses continuam interessados nos
países de língua portuguesa, disse o diretor-geral da sucursal do Banco
Nacional Ultramarino (BNU) em Hengqin.
Baal
Loi disse à Lusa que, devido às restrições de entrada impostas, tanto em Macau
como na China, para controlar a pandemia, os projetos pensados para a ilha “não
estão a avançar tão depressa como antes”.
Mas
os empresários chineses “continuam a procurar contactos com empresas dos países
de língua portuguesa para pelo menos estabelecer novos negócios”, disse o
executivo bancário.
Loi
acredita que a pandemia trouxe novas oportunidades para Macau, nomeadamente
devido ao confinamento imposto para controlar surtos de covid-19 na vizinha
região de Hong Kong, um dos principais centros financeiros da China.
“Vemos
algumas mudanças. Há cada vez mais empresas a estudar como usar Macau e Hengqin
como plataforma, em vez de Hong Kong e Shenzhen”, revelou.
O
diretor-geral da sucursal do BNU em Hengqin acredita que o interesse pela ilha
deverá crescer quando for divulgado o plano detalhado de desenvolvimento da
zona económica especial e quando for removida a fronteira com Macau. “Acredito
que provavelmente depois de junho vamos ter novidades quanto a isso”,
acrescentou.
O
BNU em Macau, que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos, registou um
lucro de 447,4 milhões de patacas em 2021, mais 6,4% do que em 2020. Nos
primeiros nove meses de 2021, a sucursal do banco em Hengqin registou um
aumento na margem financeira de 76,5%.
Baal
Loi disse que os resultados para todo o ano de 2021 ainda estão a ser
contabilizados, mas admitiu que o volume de negócios sofreu “uma pequena
desaceleração”. O executivo falou à Lusa após uma palestra sobre o
desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em
Hengqin, na Universidade de Macau.
Durante
a palestra, Loi disse que o futuro de Macau como plataforma comercial entre a
China e os países de língua portuguesa “deve ser muito bom, desde que as
pessoas o queiram, porque a infraestrutura já lá está”.
O
responsável defendeu que, na última década, o nível de vida elevado e o rápido
crescimento da região não encorajou os habitantes de Macau a procurarem novos
negócios além do jogo, o setor dominante da economia local.
Em
março, o diretor executivo do BNU, Sam Tou, disse à Lusa que o banco quer ter
uma maior presença na região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e está a
ponderar abrir uma nova agência em Guangzhou ou Shenzhen. In “Hoje
Macau” - Macau
Sem comentários:
Enviar um comentário