A
Livraria Mabuko promoveu um encontro entre autores e leitores, na Cidade da
Matola. A sessão serviu para celebrar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos do
Autor e inaugurar um novo espaço dedicado ao livro naquele ponto do país.
O
país não se encontra num bom momento, no que à promoção do livro diz respeito.
Por isso, e partindo de uma boa experiência de feira do livro realizada no ano
passado, a Livraria Mabuko organizou um encontro entre escritores e leitores, na
Cidade da Matola.
De
acordo com Cisa Ponta Vida, da Mabuko, o centro comercial Novare passa a contar
com a venda de livros porque o objecto literário é essencial para educação e
cultura de toda a humanidade. “Nós tivemos um momento muito difícil, na altura
em que a COVID-19 estava em alta. Muita gente estava a fechar as portas. Então,
decidimos que tínhamos de inovar, porque a leitura é um assunto importante para
todos nós”, acrescentou Cisa Ponta Vida, como que a justificar porque a Mabuko
não se contentou com a livraria localizada na zona nobre da Cidade de Maputo:
“Depois da adesão que registámos em Dezembro, quando cá viemos fazer uma feira
do livro, decidimos ceder à vontade dos leitores em ter-nos cá”.
Além
de só inaugurar um novo espaço de venda de livros, num contexto em que as
livrarias estão encerradas em várias cidades nacionais, a Mabuko convidou
autores como Ungulani ba ka Khosa, Juvenal Bucuane e Adelino Timóteo para uma
confraternização, igualmente, como forma de celebrar o Dia Mundial do Livro e
dos Direitos do Autor, assinalado no passado dia 23 deste mês. A Mabuko
procedeu assim porque percebeu que muitos dos que compram os livros nunca
tiveram a oportunidade de estar com o escritor moçambicano que lêem.
Para
Adelino Timóteo, que veio da Cidade da Beira precisamente para participar no
evento, a iniciativa da Mabuko é importante porque tira o livro do centro
urbano para outros locais, contribuindo, dessa forma, para divulgar as obras
literárias em locais alternativos, onde as pessoas estão. “Deste modo, ganha a
literatura, porque o livro fica mais próximo do destinatário. De igual maneira,
ganham também os autores porque passamos a ter maior comunicação entre
escritores e leitores”.
Concordando
com Timóteo, a escritora Stela Manhiça Langa considerou que a divulgação do
livro em espaços como o centro comercial Novare, na Matola, é fundamental
porque, em geral, os moçambicanos ainda estão a aprender a ler obras
literárias, se se pensar em termos quantitativos. “Esta é uma forma de
estimular a leitura. É um exercício que pode e deve ser feito a partir da base
e da pré-escola, de modo que as crianças possam crescer com hábitos de leitura.
Com um Plano Nacional de Leitura, que envolve educadores de infância e a
família, passaríamos a ter no país adultos que gostam de ler”.
Já
para o escritor Albert Dalela, o encontro promovido pela Mabuko foi marcante
porque teve a oportunidade de estar com autores que lê desde criança. “Para
além de que assim os leitores têm a possibilidade de nos conhecer e, entre nós,
conversamos sobre a complexa indústria do livro. Para que as pessoas leiam,
precisamos que o Governo se envolva em campanhas a favor do consumo da
literatura”. José dos Remédios – Moçambique in “O País”
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