Curso será ministrado em quatro meses por Joaquim Ng Pereira e Sara Roncon Leotte e pretende ser “um conjunto de aulas vivas com a finalidade de sensibilizar para a questão da preservação do ‘Dóci Papiaçam di Macau’, crioulo macaense de raiz marcadamente portuguesa que se pretende dinamizar, no sentido de melhorar a posição mundial do dialecto enquanto língua minoritária decretada pela UNESCO, em risco de extinção”. Ao todo serão 32 sessões, entre Maio e Outubro
O
Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) vai apostar numa oficina de Patuá.
Durante quatro meses, e atendendo à posição mundial do dialecto enquanto língua
minoritária decretada pela UNESCO e em risco de extinção, o CCCM pretende
promover “um conjunto de aulas vivas com a finalidade de sensibilizar para a
questão da preservação do ‘Dóci Papiaçam di Macau’, o crioulo macaense de raiz
marcadamente portuguesa que se pretende dinamizar, contribuindo assim para a
preservação de uma componente integrante da singular história e cultura
macaense”, pode ler-se na página do curso.
Joaquim
Ng Pereira e Sara Roncon Leotte são os responsáveis pela planificação e pelas
aulas dadas durante o curso que tem a duração de quatro meses. “Será feita uma
abordagem do Patuá macaense na sua vertente mais artística, tendo como veículo
falante, os textos contidos em obras de José dos Santos Ferreira (Adé) e de
Miguel de Senna Fernandes, ilustres macaenses e grandes promotores do Patuá”,
refere ainda o CCCM, que acrescenta ainda que “serão ainda consideradas
componentes práticas de divulgação deste crioulo, como a declamação e
representação protagonizadas pelos participantes, tendo como objectivo a
afirmação do Patuá como língua nativa de Macau com origem identitária na língua
portuguesa”.
O curso,
que tem um custo de 40 euros por mês, começa no dia 30 de Abril com uma
introdução ao Patuá (neste dia a entrada é livre). Segue de 2 a 30 de Maio com
oficinas dedicadas ao enquadramento histórico, económico e social de Macau, bem
como sobre as origens do Patuá. Entre 2 e 30 de Junho, haverá lugar a ensino e
compreensão dos fonemas, dicção e formas de falar o Patuá. No mesmo hiato
temporal, far-se-á a introdução à poesia no dialecto. Por fim, e depois de uma
pausa de férias durante os meses de Julho e Agosto, a oficina volta de 1 de
Setembro a 31 de Outubro com conteúdos relacionados com o ensino de Patuá com
declamação na sua vertente poética.
Ao
todo serão 32 sessões, entre Maio e Outubro, de segunda-feira a quinta-feira,
das 17h30 às 20h nas instalações do CCCM, em Lisboa, Portugal, mas com opção de
assistência online. O curso, leccionado igualmente em português, arrancará se
existirem de 8 a 25 inscrições, e a idade mínima de participação são os seis
anos.
Joaquim
Ng Pereira nasceu em Macau e é filho de pai português e mãe chinesa. É
licenciado em Ciências da Comunicação e Cultura e mestre em Programação e
Gestão Cultural, ambos obtidos na Universidade Lusófona, em Lisboa. O tema da
sua dissertação de mestrado teve incidência sobre o Museu de Macau do CCCM. É
sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, como membro da Comissão das
Migrações, onde promove encontros cuja temática tem sido sobre Macau, Portugal
e os macaenses. A sua vocação tem sido a promoção e divulgação do Patuá e da
cultura macaense.
Sara
Roncon Leotte é licenciada em Relações Lusófonas e Língua Portuguesa pelo
Instituto Politécnico de Bragança, tendo defendido o Relatório de Estágio
intitulado “Perspectivas sobre o ensino das línguas (Português, Chinês e
Patuá): a criação de Oficinas de Língua no CCCM”. A temática das relações
sinólogas, com incidência em Macau e na preservação do Patuá, constitui o seu
primeiro trabalho na área. Actualmente, é estagiária na Escola Profissional
Prática Universal (EPPU) de Bragança, no gabinete de ERASMUS e no gabinete
dinamizador de Qualidade. Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto
Final”
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