O
Instituto Cultural (IC) encarregou o Laboratório de Restauro do Património
Cultural da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau de “examinar de forma
aprofundada” o Troço das Antigas Muralhas da Cidade (na Calçada de S. Francisco
Xavier) e os dois troços dos muros de chunambo próximos das Ruínas de S. Paulo,
bem como de formular o respectivo plano de conservação e restauro.
“No
início de Abril, foi também concluído o registo de infravermelhos e lasers
destes muros de chunambo, bem como o registo mais abrangente de dados relativos
ao estado de conservação actual dos mesmos, tendo em vista detectar e prevenir
quaisquer eventuais patologias o mais cedo possível. Em aditamento, os
materiais dos muros serão igualmente examinados por meio de outros instrumentos
técnico-científicos e, consoante os resultados desses testes, será
posteriormente formulado um plano de manutenção mais específico, conforme as
necessidades de manutenção dos referidos troços”, explicou o IC, em comunicado.
O
organismo garante que tem vindo a monitorizar regularmente as antigas
estruturas de chunambo em toda a cidade, realizando inspecções anuais e
efectuando a digitalização 3D das referidas estruturas para se inteirar da sua
condição geral de segurança, contando igualmente com o apoio técnico de outras
entidades especializadas. Por exemplo, em 2019, o Centro Experimental de
Salvaguarda de Edifícios Históricos da Universidade de Tongji realizou
trabalhos de inspecção aos muros de chunambo da zona da Fortaleza do Monte,
elaborando também o respectivo plano de restauro, que foi posteriormente
implementado pelo IC, resultando no restauro bem sucedido dos muros a sul e a
leste.
Além
disso, o IC tem ainda realizado intervenções de manutenção e restauro nos muros
de chunambo da Rua de Tomás Vieira e do Pátio do Espinho, no Troço das Antigas
Muralhas da Cidade (próximo da Capela de N. Sr.ª da Penha, próximo da Estrada
do Visconde de S. Januário), da Travessa do Patane e nos muros localizados nas
imediações das Ruínas de S. Paulo.
A
construção de muros de chunambo “constitui um testemunho importante sobre o
passado histórico de Macau”, frisa o IC, ao indicar que, “com base nos troços
existentes, podemos constatar que este método de construção remonta ao século
XVII”. “Devido à espessura e robustez do chunambo, que foi o principal material
e técnica de construção utilizados na construção das antigas muralhas de defesa
da cidade, incluindo nomeadamente, os três muros a sul, leste e oeste da
Fortaleza do Monte de Macau, o Troço das Antigas Muralhas de Defesa e os muros
do Colégio de S. Paulo, nota-se que estes importantes vestígios continuam em
relativo bom estado de conservação e constituem testemunhos físicos relevantes
sobre o processo do desenvolvimento urbano de Macau, desde as primeiras etapas
da cidade”. No entanto, as estruturas de chunambo estão sujeitas a fenómenos
paralelos, desde os tufões à erosão e instalação de plantas daninhas,
requerendo assim obras regulares de manutenção e restauro. In “Jornal
Tribuna de Macau” - Macau
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