Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

domingo, 24 de abril de 2022

Portugal - A emigração portuguesa para o Luxemburgo em 2021 foi maioritariamente jovem e do sexo masculino

Em 2020, primeiro ano da pandemia, o número de portugueses a emigrar para o Grão-Ducado e países vizinhos baixou. Mas um ano depois voltou a subir, com 3885 portugueses a entrarem em território luxemburguês, o valor mais alto desde 2013

A emigração portuguesa para o Luxemburgo registou um aumento em 2021, depois de uma descida no primeiro ano da pandemia e essa subida foi superior à que se registou com as entradas de portugueses em países vizinhos do Grão-Ducado, como a Alemanha.

A conclusão é do Observatório de Emigração, que analisa os números do Portail des Statistiques du Luxembourg, num artigo publicado esta semana no site daquele instituto.

O observatório refere, no artigo assinado pela investigadora Inês Vidigal, que depois de em 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19, se ter registado uma descida no número de entradas de portugueses em território luxemburguês, em 2021 verificou-se um aumento, tendo-se atingindo o valor mais alto de entradas desde 2013.

Em 2020, entraram no país 3286 emigrantes de origem portuguesa, - 12,4% que no ano anterior.  Um ano depois esse número subiu para 3885, num total de 25335 entradas de estrangeiros em território luxemburguês, com os portugueses a representarem 15,3% desse total.

A descida que se verificou no primeiro ano da pandemia no que se refere à emigração portuguesa não foi exclusiva do Grão-Ducado, como explica ao Contacto Inês Vidigal.

"Dos dados que já temos de 2020 a emigração desceu" em todos os estados fronteiriços do Luxemburgo, onde existe também forte presença portuguesa. Contudo, o país ganha na comparação com a vizinha Alemanha, por exemplo. "Em 2021, e ainda só tendo dados do Luxemburgo e da Alemanha, houve um pequeno crescimento neste último, mas muito menor que o do Luxemburgo", diz a investigadora.

Inês Vidigal atribui esta subida à reabertura relativa das sociedades após o primeiro impacto da crise sanitária. "Depois de um ano de pandemia em que houve muitas restrições e em que as pessoas tiveram mais receio, no ano seguinte as coisas já estiveram mais seguras, as pessoas já se sentiram mais confortáveis e houve menos restrições na mobilidade".

A investigadora recorda que "antes da pandemia a emigração para o Luxemburgo estava a crescer" e que o ano seguinte provavelmente "foi uma retoma do que já estava a acontecer".  

Jovens e do sexo masculino: o perfil dos portugueses que chegam ao Grão-Ducado

O aumento de entradas registado em 2021 correspondeu ao valor mais alto observado desde 2013. Entre 2000 e 2021, o número de portugueses a chegar a território luxemburguês atingiu o seu valor mínimo em 2000 (2193 entradas) e o máximo em 2012 (5193 entradas), sinaliza o artigo do observatório.

De acordo com Inês Vidigal, o perfil dos portugueses que escolheram o Grão-Ducado para viver era maioritariamente masculino e jovem: "58% dos emigrantes portugueses que foram para o Luxemburgo em 2021 eram do sexo masculino, sendo que 57% tinha entre 15 e 39 anos".

Apesar do crescimento registado em 2021, a perda da importância relativa da imigração portuguesa no Luxemburgo continua a acentuar-se. Segundo a análise do Observatório da Emigração, entre 2003 e 2021, as entradas de portugueses no país passaram de mais de 29% das entradas totais de migrantes estrangeiros para 15%.

Ainda assim, os dados mais recentes do Statec mostram que em janeiro deste ano os portugueses eram a maior comunidade estrangeira no Grão-Ducado. Entre os 47,1% estrangeiros a residir no país, os portugueses representam a maior fatia, correspondendo a 14,5%. Ana Tomás – Luxemburgo in “Contacto”



 

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