Dezoito crianças que estavam a ser sujeitas a exploração laboral numa plantação de cajueiros em Prábis, arredores de Bissau, foram resgatadas e duas pessoas foram detidas, disseram fontes da Associação dos Amigos da Criança e da Polícia Judiciária
“Foram
resgatadas 18 crianças, entre os 8 e os 13 anos, que estavam a ser sujeitas a
trabalho numa plantação de caju na zona de Prábis”, afirmou Laudolino Medina,
secretário-executivo da Associação dos Amigos da Criança (AMIC).
Laudolino
Medina explicou que o caso foi identificado por um dos colaboradores da AMIC e
foi denunciado à Polícia Judiciária.
“As
crianças estão no centro de acolhimento da AMIC” e são quase todas guineenses,
com exceção de duas, provenientes da Gâmbia e uma da Guiné-Conacri.
Segundo
Laudolino Medina, as crianças talibés, estudante do Corão, foram contratadas
por um intermediário através do mestre corânico, que recebia o pagamento pelo
trabalho dos menores, que chegavam a apanhar mais de 12 baldes de caju por dia.
Muitas
famílias na Guiné-Bissau entregam os seus filhos a falsos mestres corânicos,
que os obrigam a mendigar nas ruas e os exploram.
“Estavam
em condições deploráveis, mal vestidos, descalços e não estavam bem
alimentados”, sublinhou Laudolino Medina.
A
PJ confirmou à Lusa que foram detidas duas pessoas, nomeadamente o proprietário
da plantação e o mestre corânico.
Desde
o início do ano, a AMIC já resgatou das ruas mais de 30 crianças, mas a falta
de recursos financeiros e apoios está a atrasar uma operação para resgatar mais
77 já identificadas a mendigar nas ruas do Senegal.
“Neste
momento, ninguém apoia esta iniciativa e é preciso a mobilização de recursos e
a resposta está a ser mais lenta”, afirmou. In “África
21” – Brasil com “Lusa”
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