A Escola Portuguesa registou uma centena de inscrições para o primeiro nível de ensino. Apesar de o número ser superior àquele que seria o limite para receber novos alunos, o director da instituição deixou em aberto a questão levantada há uma semana sobre a eventual rejeição de matrículas no ano lectivo de 2023/2024 devido à falta de capacidade das instalações da escola. Manuel Machado frisou que é preciso uma “análise muito cuidada”. Por sua vez, José Luís de Sales Marques, administrador da Fundação Escola Portuguesa de Macau, adiantou que a instituição está “em diálogo” com os Serviços de Educação para encontrar uma solução, frisando estar confiante face ao futuro
Durante
o período de 1 a 7 de Março, a Escola Portuguesa de Macau (EPM) recebeu 101
inscrições para o primeiro nível de ensino. O director da instituição de
ensino, Manuel Machado, tinha dito que se houvesse excesso de inscrições,
algumas poderiam ter de ser rejeitadas, devido à falta de capacidade das
instalações da escola para acolher tantos alunos.
Apesar
de o número ser superior àquele que seria o limite, Manuel Machado deixou ontem
em aberto esta questão. “Neste momento, é prematuro. Terá de ser feita uma
análise muito cuidada da situação”, afirmou ao Jornal Tribuna de Macau, quando
questionado sobre se haverá efectivamente crianças cujas inscrições vão ser
recusadas. O director da EPM escusou-se a fazer mais comentários sobre a
situação.
Há
uma semana, Manuel Machado explicou que actualmente há cerca de 90 crianças a
frequentar o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, com quatro salas de
crianças com cinco anos em funcionamento, e se a grande maioria se inscrevesse
na EPM seria “impossível” receber toda a gente. Neste caso, houve ainda mais
inscrições do que as dos alunos do Costa Nunes.
Actualmente,
no primeiro ciclo na EPM – que vai do primeiro ao quarto ano – estão a
funcionar 15 turmas. “Se abrisse mais uma no primeiro ano passariam a ser 16 no
total e a escola não tem neste momento condições para tal”, salientou na altura.
Manuel
Machado tinha também dito que no próximo mês de Setembro, quando começar o novo
ano lectivo, a EPM só poderia acrescentar 60 a 70 alunos. Agora, fica ainda em
aberto se a escola de matriz portuguesa vai rejeitar matrículas das crianças
deste nível de ensino para o ano lectivo 2023/2024.
Por
outro lado, as estimativas relativamente aos outros níveis de ensino apontam
para um valor idêntico ao da frequência actual: um pouco superior a 700. Os
números ainda não são definitivos porque há alunos que ainda não se
inscreveram, segundo explicou.
José
Luís de Sales Marques, administrador da Fundação Escola Portuguesa de Macau,
adiantou ontem a este jornal que estão “em diálogo” com a Direcção dos Serviços
de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), “que tem uma atitude de
grande abertura e apoio, para procurar uma solução”. “Estamos confiantes”,
prosseguiu, sem acrescentar mais detalhes.
Sabe-se
há muito que a ampliação da Escola Portuguesa e a melhoria das actuais
instalações são urgentes, mas, caso avancem, demorará algum tempo até que o
problema da falta de espaço seja resolvido, e já não acontecerá para o próximo
ano lectivo.
Na
semana passada, Sales Marques reconheceu as dificuldades em resolver o problema
da falta de espaço da EPM, “que já foi extensiva e intensamente utilizado”.
Disse não existir ainda “uma solução que pareça clara” e frisou que é preciso
estar consciente das dificuldades.
Lembrou
ainda que no ano passado já houve este problema, “mas conseguiu resolver-se,
embora se saiba que há um limite e não existe muito por onde escolher”. E
concluiu, dizendo que “todos, Escola e Fundação, temos de tentar arranjar forma
de resolver os problemas que têm surgido”. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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