A 33.ª edição do Festival de Artes de Macau regressa em Abril ao formato pré-pandemia, com a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo a trazer ao território uma homenagem a Sophia de Mello Breyner. Ao longo de um mês, serão apresentados 20 espectáculos entre teatro, ópera chinesa, dança, música e artes virtuais
O
Festival de Artes de Macau (FAM) está de volta à velha forma, com um cartaz
preenchido por artistas internacionais, na 33.ª edição que se realiza entre 28
de Abril e 28 de Maio.
Ao
contrário das últimas edições, condicionadas pela pandemia da covid-19, o
festival recebe este ano grupos do exterior, como é o caso da Companhia Portuguesa
de Bailado Contemporâneo, com o espectáculo “Na substância do tempo”, em que
“os coreógrafos portugueses de renome internacional Vasco Wellenkamp e Miguel
Ramalho transformam versos de Sophia de Mello Breyner Andresen em
coreografias”, refere um comunicado à imprensa do Instituto Cultural (IC) de
Macau.
Mas,
apesar do regresso dos grupos artísticos estrangeiros, a próxima edição do FAM
tem este ano um orçamento inferior ao do ano passado: cerca de 22 milhões de
patacas face aos 24 milhões da edição passada, limitada pelas restrições da
pandemia.
“No
ano passado, a envergadura dos programas e leque eram maiores, por isso [o
orçamento] era mais para a estadia dos artistas e o transporte”, justificou
ontem, em conferência de imprensa, a presidente do IC, Leong Wai Man.
Questionada sobre se a redução revela um desinvestimento do Governo nas artes,
a responsável respondeu: “Estamos dentro da média do que temos feito”.
Gregos e macaenses
Com
um total de 20 programas, entre teatro, ópera chinesa, dança, música e artes
virtuais, a 33.ª edição do FAM, que se realiza entre 28 de Abril e 28 de Maio,
arranca com “A Sagração da Primavera”, um espectáculo da autoria da bailarina e
coreógrafa chinesa Yang Liping. O evento traz a palco também o trabalho do encenador
chinês Liu Fangqi, com a adaptação do romance do autor japonês Higashino Keigo
“Os Milagres dos Armazéns Namiya”.
O
programa inclui ainda “Electra”, com base no clássico do poeta da Grécia Antiga
Sófocles, um trabalho conjunto do Centro de Artes Dramáticas de Xangai e de uma
equipa de produção grega, e “Xiao Ke”, colaboração de dança entre a bailarina
independente chinesa Xiao Ke e o coreógrafo francês Jérôme Bel, pretende
ilustrar a evolução da dança e da cultura chinesas ao longo das últimas quatro
décadas.
A
celebrar o 30.º aniversário, o Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau, um dos
vários grupos locais e presença habitual no cartaz do evento, encerra o
festival com a peça em patuá “Chachau-Lalau di Carnaval” (Oh, Que Arraial).
Está prevista ainda a inauguração da mostra “Doci Papiaçam di Macau – 30 anos
no Palco da Multiculturalidade: Uma Exposição Fotográfica”.
Como
é habitual, o FAM volta este ano com o Festival Extra, extensão da iniciativa
principal, com um total de 22 programas, entre sessões com artistas, visitas
aos bastidores, palestras, oficinas, exposições e projecções de espectáculos
internacionais. In “Hoje Macau” - Macau
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