O
Presidente da República timorense condecorou ontem o diretor cessante da Escola
Portuguesa de Díli com a Medalha da Ordem de Timor-Leste, em reconhecimento
pelo trabalho de liderança do seu mandato.
Acácio
de Brito foi ontem condecorado por José Ramos-Horta numa cerimónia no Palácio
Presidencial em Díli, durante a qual o chefe de Estado destacou o trabalho do
director cessante ao longo dos seus sete anos à frente da EPD. “A Medalha é um
reconhecimento pelos esforços que Acácio de Brito desenvolveu na Escola
Portuguesa de Díli, pela ação desenvolvida em resultado da calamidade das
cheias de março de 2020 e o papel na reconstrução”, refere-se no decreto da
condecoração.
José
Ramos-Horta destacou o papel de Acácio de Brito, que terminou oficialmente o
seu mandato esta semana, sublinhando a importância da Escola Portuguesa de Díli
no espaço educativo nacional.
“Há
pessoas que servem uma instituição ou sociedade durante algum tempo e ao
partirem de regresso à sua terra deixam obras e gratas recordações. O amigo
Acácio esteve connosco sete anos, vai partir, mas deixa uma bela obra”,
afirmou. “O resultado está à vista: mais de mil alunos, mais de 95% timorenses,
de famílias simples e pobres e de famílias mais bafejadas pela vida. Conheço a
escola, conheço a obra, conheço a liderança de qualidade de Acácio de Brito,
incluindo nos tempos de grandes desafios”, disse.
Ramos-Horta
recordou que os professores e funcionários da escola “salvaram crianças” nas
cheias 2020 e que a EPD “produziu jovens que honraram todos os timorenses” com
boas classificações em competições internacionais.
O
chefe de Estado recordou que a EPD serviu de inspiração, aquando do seu
primeiro mandato, para o projecto que incentivou de criação das antigas escolas
de referência, hoje Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE).
“Disse
na altura que para ganharmos a batalha da língua portuguesa em Timor-Leste
teríamos que repicar em todo o país o modelo da Escola Portuguesa”, recordou,
referindo-se ao projecto que está hoje em 12 dos 13 municípios do país e na
Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA). “A EPD vai continuar,
aumentar, talvez com mais uma escola em Oecusse, outra em Baucau. As CAFE vão
consolidar, melhorar e expandir. Timor-Leste necessita disso, é incontornável
para o futuro de Timor-Leste”, vincou.
Intervindo
na cerimónia, Acácio de Brito agradeceu o apoio da liderança timorense ao
projeto da EPD, e em particular nos esforços de reconstrução depois das cheias,
e a toda a comunidade escolar pelo trabalho desenvolvido. “Recordo momentos
dramáticos que vivemos durante as cheias de 13 de março de 2020. Recordo também
a pandemia que nos obrigou a todos a um trabalho fantástico”, afirmou.
Em
declarações à Lusa, depois da cerimónia, Acácio de Brito destacou os grandes
desafios do mandato, em particular a resposta às cheias, considerando que a EPD
“está melhor” do que quando chegou. “Isso é facilmente constatável em todos os
aspetos, com mais alunos, com resultados. Cerca de 97% dos alunos são
timorenses e é uma escola com belíssima qualidade, que devemos aos belíssimos
professores, funcionários, pais e alunos”, disse. “Cumpri todos os objetivos
que estavam traçados e introduzimos outros, incluindo o ano zero, e a inovação,
com apoio adicional a alunos com maiores dificuldades em língua portuguesa”,
sublinhou.
Entre
os projectos que procurou desenvolver o único que, disse, não conseguiu
implementar, foi o da expansão da escola, iniciativa que, considera, ainda é
essencial.
Criada
em 2009, a Ordem de Timor-Leste pretende “com prestígio e dignidade, demonstrar
o reconhecimento de Timor-Leste por aqueles, nacionais e estrangeiros, que na
sua atividade profissional, social ou mesmo num ato espontâneo de heroicidade
ou altruísmo, tenham contribuído significativamente em benefício de
Timor-Leste, dos timorenses ou da humanidade”. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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