A
obra, intitulada “Treasure Hotel”, é uma narrativa visual relativa ao período
de quarentena obrigatória de 21 dias vivida pelo autor, entre os dias 5 e 21 de
Janeiro de 2022, aquando do seu regresso à RAEM. “É uma ilustração simbólica
dos estados de alma, expectativas e anseios decorrentes do período de
isolamento”, referiu ao Ponto Final o autor do livro que será co-apresentado
pelo advogado e fotógrafo João Miguel Barros.
O
arquitecto-fotógrafo Francisco Ricarte prepara-se para lançar, no próximo dia
18 de Março, pelas 17h, na Creative Macau, o seu fotolivro “Treasure Hotel”.
Trata-se de uma narrativa visual relativa ao período de quarentena obrigatória
de 21 dias vivida pelo autor no Hotel Tesouro, em Macau, entre os dias 5 e 21
de Janeiro de 2022, aquando do seu regresso à RAEM, conforme nos explicou.
Ricarte
referiu ainda que o livro, co-apresentado pelo advogado e fotógrafo João Miguel
Barros, é uma edição de autor com 64 páginas e cerca de 40 fotografias a cores
e a preto e branco, limitada a 60 exemplares, assinados e numerados. “Documento
visual e ficção justapõem-se segundo uma linguagem fotográfica intimista que
elabora sobre o registo quotidiano e vivência sentida durante o referido
período”, explicou o autor ao Ponto Final.
O
fotolivro, pela sequência proposta dos registos fotográficos e “capítulos”
criados – relativos à viagem, chegada, espaço interior, vivência quotidiana,
leituras e visão para o exterior –, propõe uma narrativa própria e de cariz
pessoal, mas também a ser interpretado pelo potencial leitor. “É por isso,
também, uma ilustração simbólica dos estados de alma, expectativas e anseios
decorrentes do período de isolamento, gerador de momentos de introspecção intensos
e muito específicos”, acrescentou Ricarte.
“Treasure
Hotel”, porventura, considera ainda o português, “permitirá encontrar
semelhanças com visões e experiências similares vividas por outros viajantes
chegados a Macau em circunstâncias similares, bem assim como propiciar, aos que
não viveram semelhante experiência, uma ilustração de um processo para o qual
nunca estamos suficientemente preparados”. Por tal facto, conforme referenciado
no texto de suporte do fotolivro, é um registo de “21 dias de uma outra
realidade” em que “aos dias se seguiam às noites, onde ambos pareciam ser sem
sentido e sem fim”.
Nos
últimos anos, Francisco Ricarte, nascido em 1955, dedicou-se mais à
apresentação dos seus trabalhos em formato de exposição, de onde se destacam
“Dark Matter” no Art Garden com curadoria de Alice Kok, e “ASIA.FAR” na Casa
Garden, ambas em 2022. Em 2021, expôs “Unnoticeable Objects” no Terra Drip Bar.
Expõe os seus trabalhos, com regularidade, desde 2013.
Antes
de se tornar arquitecto profissional, Francisco Ricarte já se dedicava à
fotografia desde os 21 anos, nos idos anos de 1970, quando lhe foi oferecida a
sua primeira câmara fotográfica reflex. Desde então, tem vindo a usar o meio de
comunicação como uma expressão da sua própria visão sobre o ambiente que o
rodeia. Em 2006, mudou-se para Macau e trabalhou como gestor de projecto em
arquitectura até hoje. Nos últimos anos, tem participado em diversas exposições
colectivas onde apresentou os seus trabalhos fotográficos baseados
principalmente nos temas paisagem e arquitectura. O autor é ainda membro
fundador da associação de fotografia local Halftone.
Como
a fotografia pode potenciar o entendimento do que nos rodeia – seja humano,
construído ou natural – tem sido uma pesquisa e prática fotográfica persistente,
expressa em diversas séries fotográficas que tem desenvolvido ao longo dos
anos, porventura, a serem “reveladas” a outros, um dia. Gonçalo Pinheiro –
Macau in “Ponto Final”
Sem comentários:
Enviar um comentário