Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 31 de março de 2023

Cabo Verde - Recuperado mais um canhão de forte secular no ilhéu da Boa Vista

A reabilitação em curso no secular Forte Duque de Bragança, construído num ilhéu para proteger a ilha cabo-verdiana da Boa Vista dos piratas, vai envolver a conservação dos sete canhões, um dos quais agora recuperado de uma colecção privada.


De acordo com informação divulgada pelo Instituto do Património Cultural (IPC) de Cabo Verde, responsável pela obra de reabilitação e musealização do Forte com mais de 200 anos, do período colonial português, o restauro dos canhões vai decorrer até 06 de Abril, através de profissionais de conservação da instituição que se encontram no ilhéu.

“De referir que um destes canhões foi restituído no quadro desta missão, já que tinha sido apropriado há vários anos por um particular”, acrescentou a mesma fonte.

O Forte, construído durante o período colonial português, em 1820, no ilhéu na baía do porto da vila de Sal Rei, tinha a função de defesa do ancoradouro contra os então frequentes ataques de piratas à ilha da Boa Vista.

A um quilómetro da ilha da Boa Vista e da cidade de Sal Rei, sobreviveram até aos dias de hoje apenas os canhões e algumas muralhas, que ainda recordam as guerras do passado e a protecção da exportação de sal, pastel, algodão, gado, cal e cerâmica na altura.

A reabilitação em curso no Forte desde 2022 vai permitir a instalação de um centro interpretativo daquela área, conforme anunciou anteriormente o ministro da Cultura.

“Quando reconstruímos lugares como estes estamos a reconstruir parte da nossa própria história”, disse o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, durante uma recente visita à Boa Vista.

“Apresenta-se também, a partir deste Forte, o berço da ecologia de uma reserva natural da marinha a todo o mundo a partir de um património que serve como alavanca para a construção para contar a história da Boa Vista. Teremos, ainda, uma espécie de centro interpretativo para contar a história do ilhéu, da infra-estrutura, e uma plataforma que se ligará ao Centro Interpretativo do Museu da Arqueologia Subaquática, com uma sala dedicada ao ilhéu”, acrescentou.

Trata-se de uma obra avaliada em 4,2 milhões de escudos cabo verdeanos (38 mil euros), co-financiada pela Direcção Nacional do Ambiente através do programa da Bio-Tur e com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O Forte já foi anteriormente alvo de trabalhos de prospecção arqueológica e neste momento as obras têm como foco a consolidação dos restos arquitectónicos, em sítios onde se revelem necessários, para que possa impedir a contínua degradação, aliás visível neste momento.

Após a conclusão da reabilitação, o objectivo do Governo cabo-verdiano é integrar o monumento na rota do turismo local, sendo esta a segunda ilha mais procurada pelos visitantes do arquipélago.

Segundo o IPC, o projecto, além de permitir reabilitar um Forte histórico para o arquipélago, vai ainda gerar indirectamente uma nova fonte de rendimento para os pescadores locais, que garantem o transporte entre a ilha do Sal, onde prospera o turismo internacional e o ilhéu da Boa Vista. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau com “Lusa”


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