O peixe que sonhava comprar um barco é o título da nova proposta literária do poeta Japone Arijuane. O livro infanto-juvenil foi apresentado pelo jornalista Elton Pila com leitura encenada de Guilherme Roda. A sessão de lançamento decorreu no Instituto Guimarães Rosa/ Centro Cultural Brasil-Moçambique, Cidade de Maputo
Ao
longo dos anos, Japone Arijuane sempre ouviu os amigos, colegas de escrita, a
defender que escrever para os mais novos é algo complexo e muito responsável.
Verdade ou não, o poeta desafiou-se a escrever para as crianças. Porque sim. No
entanto, os primeiros ensaios não resultaram em publicação. Ficaram trancados
em alguma gaveta lá de casa. Ainda assim, a alma do artista não esmoreceu. Pelo
contrário, aventurou-se numa nova tentativa, a que intitulou O peixe que
sonhava comprar um barco.
Na
verdade, quando terminou de escrever esse texto, abandonou-o em algumas páginas
word do computador. Até que há mais ou menos um ano, teve o conhecimento
de que a Editorial Fundza tinha lançado a primeira chamada literária. Como
tentar não faz mal a ninguém, o poeta submeteu o texto e, depois de ter sido
apreciado por um júri constituído para seleccionar as melhores propostas
literárias, ao invés de terminar numa grelha, temperado com alho e limão, O
peixe que sonhava comprar um barco ganhou peso e consistência. Por isso, a
Fundza juntou o poeta a escritora Angelina Neves, de modo que o resultado final
fosse o melhor possível. “Com a colaboração da Angelina, a sua atenção e
revisão, tornamos o texto mais infanto-juvenil”, admitiu Japone Arijuane.
Ao
mesmo tempo que o poeta trabalhava com Angelina Neves, o texto ia sendo
ilustrado por Walter Zand. “Uma das melhores surpresas foi a ilustração do
Walter. Fiquei maravilhado! O trabalho dele superou as minhas expectativas”.
Apesar
de se tratar de um livro infanto-juvenil, o poeta previne o leitor: “No fundo
está aqui o Japone de outros livros. A minha essência como poeta está aqui”.
Ainda
assim, por se tratar de um livro para os mais novos, o poeta adianta que sentiu
a necessidade de investir mais no ritmo, na imagem e na musicalidade dos
poemas. Afinal, entende, desse modo também se pode prender o leitor de todas as
idades. José dos Remédios – Moçambique in “O País”
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