Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 1 de março de 2023

Moçambique - Japone Arijuane estreia-se no universo infanto-juvenil com O peixe que sonhava comprar um barco

O peixe que sonhava comprar um barco é o título da nova proposta literária do poeta Japone Arijuane. O livro infanto-juvenil foi apresentado pelo jornalista Elton Pila com leitura encenada de Guilherme Roda. A sessão de lançamento decorreu no Instituto Guimarães Rosa/ Centro Cultural Brasil-Moçambique, Cidade de Maputo


Ao longo dos anos, Japone Arijuane sempre ouviu os amigos, colegas de escrita, a defender que escrever para os mais novos é algo complexo e muito responsável. Verdade ou não, o poeta desafiou-se a escrever para as crianças. Porque sim. No entanto, os primeiros ensaios não resultaram em publicação. Ficaram trancados em alguma gaveta lá de casa. Ainda assim, a alma do artista não esmoreceu. Pelo contrário, aventurou-se numa nova tentativa, a que intitulou O peixe que sonhava comprar um barco.

Na verdade, quando terminou de escrever esse texto, abandonou-o em algumas páginas word do computador. Até que há mais ou menos um ano, teve o conhecimento de que a Editorial Fundza tinha lançado a primeira chamada literária. Como tentar não faz mal a ninguém, o poeta submeteu o texto e, depois de ter sido apreciado por um júri constituído para seleccionar as melhores propostas literárias, ao invés de terminar numa grelha, temperado com alho e limão, O peixe que sonhava comprar um barco ganhou peso e consistência. Por isso, a Fundza juntou o poeta a escritora Angelina Neves, de modo que o resultado final fosse o melhor possível. “Com a colaboração da Angelina, a sua atenção e revisão, tornamos o texto mais infanto-juvenil”, admitiu Japone Arijuane.

Ao mesmo tempo que o poeta trabalhava com Angelina Neves, o texto ia sendo ilustrado por Walter Zand. “Uma das melhores surpresas foi a ilustração do Walter. Fiquei maravilhado! O trabalho dele superou as minhas expectativas”.

Apesar de se tratar de um livro infanto-juvenil, o poeta previne o leitor: “No fundo está aqui o Japone de outros livros. A minha essência como poeta está aqui”.

Ainda assim, por se tratar de um livro para os mais novos, o poeta adianta que sentiu a necessidade de investir mais no ritmo, na imagem e na musicalidade dos poemas. Afinal, entende, desse modo também se pode prender o leitor de todas as idades. José dos Remédios – Moçambique in “O País”


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