“Loy Jtd” é um artista cabo-verdiano, de São Nicolau, radicado na Suíça. “Não era para apaixonar” é o seu mais recente single, de uma carreira iniciada aos 16 anos através de “Todo Mundo Canta”. Como muitos artistas emigrados, sonha actuar nos grandes palcos de Cabo Verde
Nascido
em São Tomé e Príncipe, mas assumindo-se como cabo-verdiano de São Nicolau,
porque aí chegou com menos de dois anos de idade, José Herculano Conceição,
“Loy Jtd”, de seu nome artístico, é um apaixonado pela morna, coladeira, zuck e
funaná, mas também pela música romântica.
Estreou-se
como artista aos 16 anos, altura em que começou a frequentar os palcos do Todo
Mundo Canta, em São Nicolau.
Ainda
jovem, viajou para Portugal onde aprendeu a tocar guitarra. Teve na mesma
altura oportunidade de se integrar em grupos de cabo-verdianos na diáspora,
como “Surpresa” e “Bela horizonte”.
Foi
graças a essas experiências que, segundo conta nesta entrevista ao A NAÇÃO,
acabou por evoluir enquanto artista, de forma muito positiva.
Primeiro álbum em 2013
Em
2013, Loy Jtd lançou seu primeiro álbum, “Dan bu love”, com 12 faixas.
Naturalmente, por ser o primeiro, confessa, “foi um trabalho de muitos
sacrifícios numa altura em que estava em fase de aprendizagem. Mas que me
deixou muito orgulhoso, pois atingiu uma das minhas metas”.
“Dan
bu love”, diz também, abriu-lhe as portas para novas oportunidades, com novos
trabalhos e produtores de renome e artistas reconhecidos, entre eles, Jorge
Neto, Mika Monteiro, Mito, Juka, Sheila Semedo, entre outros.
Em
2016, chega um novo trabalho, um CD-DVD, “Amor inseparável”, também com 12
faixas, só que um trabalho “mais completo” e que mostra um Loy Jtd mais maduro.
Ainda
por cima, nessa altura, estava a ter a certeza de que afinal, não nasceu para
futebol como julgava.
“Desde
pequeno dizia que queria ser jogador de futebol. Cresci com esta ideia e ainda
na juventude, quando cheguei a Portugal, em 1988, tentei jogar. Mas, depois vi
que o meu ‘pontapé’ estava mais direcionado para a música do que para o
futebol. Daí, passei a sonhar mais com a cultura e fui deixando o desporto”,
lembra.
Regresso a São Tomé
Em
ascensão, “se descobrindo” na música, Loy Jtd vivenciou, em 2018, uma
“experiência única e maravilhosa”, o regresso à sua terra natal, São Tomé,
terra natal também de Jorge Neto, Camilo Domingos, entre outros filhos de
cabo-verdianos nascidos nesse arquipélago do Equador, onde a nossa música é
muito apreciada.
Actualmente,
Loy Jtd avalia de forma positiva a sua carreira, apesar das dificuldades,
acreditando que “cada pedra em um caminho” deve ser vista como uma oportunidade
para “crescer e amadurecer”.
“Vivo
na Suíça, um país que é bom para trabalhar e ganhar a vida, mas que, em termos
de cultura e produção musical, é mais fraco, se comparado com Portugal, França
e Holanda, por exemplo. Além disso, enfrentamos nos últimos tempos a pandemia
da covid-19 que não perdoou ninguém, castigando muito os artistas por todo o
mundo”.
Mesmo
assim, ressalta, “avalio de forma positiva a minha carreira tendo em conta que
tem aparecido convites para shows a nível da Europa”.
Sucessos e novos trabalhos a caminho
Quanto
ao público, Loy Jtd diz ter uma boa aceitação, a cada oportunidade que lhe
aparece para ampliar os seus horizontes e ser mais conhecido.
A
prova disso é que o seu trabalho musical mais recente, o single “Não era para
apaixonar”, lançado em Julho último, foi o seu maior sucesso.
“Foi
uma música diferente que fez sucessos na Europa, respondendo às mudanças e
exigências de hoje em dia. Como sabemos, o mercado nos cobra de forma diferente
do que quando iniciei a minha carreira, aos 16 anos”, diz o nosso entrevistado.
“Por
exemplo, hoje-em-dia o afrobeat está na moda e eu estou a preparar-me para
lançar um novo trabalho nesse estilo. Além disso, estou a preparar videoclipes
para lançar mais três ou quatro singles. Conto já com seis músicas gravadas e
tenho em vista, um novo EP, ainda para este ano”, perspectiva o artista que
recentemente esteve na sua ilha, São Nicolau, para shows de Natal e passagem de
ano.
Um músico de referência
O
maior sonho de Loy Jtd, segundo revelou, é ser um músico de referência,
conquistando cada vez mais um maior número de fãs que possam encantar e alegrar
com as suas produções, sobretudo no ritmo com que mais se identifica, zouk e kizomba.
Por
outro lado, sonha em subir aos grandes palcos da música cabo-verdiana e chegar
a grandes festivais e se apresentar como “cantor romântico” que merece ser
ouvido.
Enquanto
este dia não chega, Loy Jtd sabe que o melhor a fazer é trabalhar para lá
chegar, com garra e determinação. Pois,
como gosta de dizer, “cada pedra em um caminho” deve ser vista como uma
oportunidade para “crescer e amadurecer”.
E é o que tem procurado fazer. Romice Monteiro – Cabo Verde in “A Nação”
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