Díli – Os governos de Timor-Leste e Portugal assinaram um novo protocolo para a continuidade do projeto Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE). O novo protocolo, além de definir regras de funcionamento, contempla a expansão do projeto para novas localidades, com novas escolas e com a expansão de algumas já existentes. O valor do projeto na promoção da língua portuguesa, bem como na formação dos agentes educativos timorenses, foi reafirmado pelos representantes dos dois governos.
O
documento foi assinado em Díli pelo Ministro da Educação, Juventude e Desporto
(MEJD) timorense, Armindo Maia, e pelo Secretário da Educação português, António
de Oliveira Leite.
Armindo
Maia, na sua intervenção, afirmou que o novo protocolo é um compromisso que se
traduz numa renovação do investimento do Executivo timorense nas escolas CAFE e
que, a seu ver, está ajustado às necessidades, bem como às exigências atuais e
futuras do projeto.
O
governante reconheceu que o grande desafio do projeto plasmado neste protocolo
é “a sua expansão faseada para os postos administrativos de Timor-Leste” para
cumprir objetivos da Lei das Grandes Opções do Plano para 2023.
“A
expansão das escolas CAFE é um sonho nosso, apesar de estarmos em ano de
eleições fazemos todos os possíveis para realizar a primeira fase de construção
de escolas novas não só no novo município de Ataúro, como também expandi-las
gradualmente para outros postos administrativos, como, por exemplo, Metinaro e
Tibar”, explicou.
Armindo
Maia agradeceu ao Governo português pelo empenho, trabalho colaborativo,
respeito e especial carinho em relação a este projeto e acrescentou que estas
atitudes são fundamentais para que possam concretizar os objetivos deste
protocolo, quer a nível de novas construções no terreno, quer em prol da
qualidade, do ensino e da formação de professores em língua portuguesa.
O
governante desejou a continuidade daquilo que designou de timorização, isto é,
um processo pela qual as escolas CAFE se tornam mais autónomas do ponto de
vista da gestão e da lecionação por parte dos professores timorenses, que o
governante entende como relevante para a sustentabilidade do projeto,
designadamente através do aumento do número de professores timorenses nas 13
escolas CAFE.
“A
principal missão dos docentes portugueses neste projeto é trabalhar em parceria
com os timorenses, através da partilha de metodologias, pedagogias,
experiências e vivências, e, desta forma, torná-los autónomos, criativos e
responsáveis pela educação e pela formação de recursos humanos de qualidade em
Timor-Leste”, afirmou.
O
Secretário de Estado da Educação português, António Leite, por seu turno,
considera a existência das escolas CAFE como um projeto dotado de alguma
singularidade para Portugal, uma vez que nenhum outro país da CPLP atingiu,
historicamente, uma relação tão próxima, especialmente no domínio da educação.
No
que toca à expansão da rede de ensino das escolas CAFE, António Leite sublinhou
que o seu governo está empenhado em apoiar a vontade do governo timorense para
fazer crescer o projeto. “Temos vontade de acompanhar o Governo de Timor-Leste
por que se trata de um projeto que se destina ao povo timorense e deve também
ser cada vez mais baseado nos próprios professores timorenses”, disse.
António
Leite acredita que o projeto CAFE tem condições para multiplicar o número de
timorenses que aprendem, se expressam e se sentem confortáveis em falar em
língua portuguesa. O governante acrescentou que o Executivo português está
disponível, dentro da sua capacidade, para apoiar o plano de expansão da escola
CAFE em Ataúro.
“Percebemos
a relevância de envolver cada vez mais os professores timorenses (na gestão e
lecionação das escolas CAFE) para que este (projeto) não seja, de facto, um
projeto de dois governos, mas sim um projeto de dois povos”, concluiu.
Este
ano as escolas CAFE abrangem um total de 11 mil alunos em todos os níveis de
ensino, nomeadamente 1676 no ensino pré-escolar, 7332 no ensino básico e 1890
no ensino secundário-geral. As escolas contam este ano com 130 professores
portugueses e 217 timorenses. De lembrar que já estão em processo de construção
de escolas CAFE em Ainaro, Liquiçá e Covalima. Afonso do Rosário – Timor-Leste
In “Tatoli”
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