O Ministro da Justiça de Angola falou em nome da CPLP destacando o compromisso para proteger o direito à vida, foco em debate no Conselho de Direitos Humanos tratou de crimes mais graves
O
Conselho de Direitos Humanos realizou um debate sobre violações dos direitos
humanos relacionadas com o uso da pena de morte, em particular no que concerne
aos crimes mais graves.
Ao
apresentar a posição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, o
ministro da Justiça e Direitos Humanos de Angola, Marcy Lopes, enfatizou a
defesa da vida.
Realidade
“É
o direito sobre o qual não existem outros direitos. O direito à vida deve ser
preservado a todo o custo pelos Estados acima de todos os outros direitos,
porque é por via do direito à vida que se protege a pessoa humana. É um dos
pilares constitutivos da nossa comunidade, onde todos os esforços foram
enviados. É com orgulho que asseguramos que todos os esforços foram envidados
para que ele se tornasse uma realidade.”
Lopes
realçou a estratégia gradual adotada pela CPLP sobre o tema.
“Em
primeiro lugar, através do estabelecimento de uma moratória. Bem como na
limitação do seu uso para os crimes mais graves. Em mais nenhum país da nossa
comunidade vigora a pena de morte. Deste modo, afirmamos o nosso compromisso
para a proteção do direito à vida, sendo o bem mais precioso que merece uma
proteção efetiva a nível universal. A CPLP continuará a militar a favor da
eliminação da violação dos direitos humanos relacionadas com a aplicação da
pena de morte. Em particular no que diz respeito à limitação da pena de morte e
aos crimes mais graves.”
No
evento participaram ainda o integrante da Comissão de Direitos Humanos, José
Manuel Santos Pais e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João
Gomes Cravinho.
Moratórias e abolição
Na
abertura, o alto-comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu aos
países que limitem a pena capital com moratórias e atuem para a abolição.
Para
ele, até que todas as nações possam abolir a pena capital, “o caminho para a
defesa da dignidade humana nunca estará totalmente completo”.
Turk
destaca que faz anos que as Nações Unidas se opuseram à pena de morte em todas
as circunstâncias e que partilha da posição “com a mais forte convicção”.
Dignidade
Segundo
ele, em última análise, trata-se da promessa da Carta da ONU dos mais altos
padrões de proteção de todos os seres humanos.
Em
dezembro passado, um recorde de 125 nações votaram a favor de uma resolução
pedindo uma moratória global sobre o uso da pena de morte com vista à sua
abolição.
Para
o chefe de Direitos Humanos, existem razões profundamente convincentes para
essa posição, tanto de princípios quanto práticas. Para ele, é a mais severa e
irreversível das penas difícil de conciliar com a dignidade humana e com o
direito à vida.
Turk
disse que a celebração dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
seja um motivo para a medida e que todos são “desafiados a ir além”. O apelo
aos governos é que recolham, analisem e disponibilizem dados públicos sobre seu
uso e eficácia real
Jovens
Segundo
ele, em vários contextos, a pena de morte, na sua aplicação prática, também
discrimina, condenando à morte pessoas à margem da sociedade, entre elas
minorias raciais, étnicas, linguísticas, religiosas e a comunidade Lgbtqi+.
O
chefe de direitos humanos lembra situações em que a pena capital é usada para
intimidar opositores políticos ou manifestantes, principalmente jovens.
Turk
disse que nações que aboliram a pena de morte viram suas taxas de homicídio
inalteradas e, em alguns casos, caírem.
A Argentina
apresentou a posição comum com Brasil, Bolívia, Chile, Costa Rica, Uruguai e
Panamá sobre o tema. ONU News – Nações Unidas
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