O
artista, há diversos anos a residir na República Popular da China, entre Macau
e Xangai, mas agora também a cumprir mais tempo em Portugal, revela trabalhos
realizados numa variedade de suportes, incluindo pintura a óleo, fotografia e
instalações. A exposição, com curadoria de Lijun Liu e Ryan Wang, apresenta
oito séries de obras do português que mostram “a captura e a impermanência através
do poder poético, mas também quebra os grilhões da actualidade”, revela a
galeria ATTN, a organizadora da exposição, em nota de imprensa.
O
artista José Drummond inaugurou, no passado dia 4 de Março, na galeria ATTN, na
cidade de Cantão, na República Popular da China, a exposição “In-Between”.
Trata-se de um trabalho que apresenta oito séries de obras do português, com
curadoria de Lijun Liu e Ryan Wang, que revela trabalhos realizados numa
variedade de suportes, incluindo pintura a óleo, fotografia e instalações. Os
trabalhos podem ser visualizados pelo público até 4 de Junho.
Nas
oito séries, Drummond utiliza “de forma livre e variada” técnicas como o
florescer, infiltração, gotejamento, manchas, deformação, entre muitas outras,
bem como o vacilante em Código Morse, ressonância Schumann. “Mistérios
impermanentes e indescritíveis da vida no espaço, que moldam a sua imaginação
poética da relação entre cultura e média. Drummond não apenas captura a
impermanência através do poder poético, mas também quebra os grilhões da
actualidade”, refere a galeria em nota de imprensa.
Ao
mesmo tempo, considera a galeria ATTN na sinopse da exposição, “as suas obras
accionam a experiência sensorial do espectador”. “Fazem o visitante da
exposição entrar num espaço poético não linear no tempo, numa mistura entre o
nosso próprio lugar espiritual e os sentimentos, bem como o espírito
sobre-humano defendido na teoria da reencarnação eterna de Nietzsche, através
da auto-recuperação da vitalidade da alma, ao livrar-se da realidade do
desapego e ao catalisar um novo significado aberto”, lê-se ainda.
José
Drummond, nascido em 1965, é um artista português actualmente radicado em
Xangai, a maior e mais populosa cidade da República Popular da China, mas
também em Lisboa, capital de Portugal. A sua prática é orientada para uma
investigação enigmática, elíptica e poética do espaço entre as culturas e entre
os média. O português compreende o ateliê como um laboratório experimental e um
sítio arqueológico, onde surgem questões sobre deslocamento, transitoriedade e
identidades fragmentadas. Drummond combina e reorganiza referências visuais e
textuais de um amplo cânone pessoal, criando memorabilia especulativa numa
variedade de materiais, para catalisar uma multiplicidade de novos significados
abertos que desafiam e perturbam a experiência do espectador com as obras.
O
português tem um Mestrado em Belas Artes pela Universidade de Plymouth (Reino
Unido) e pelo Instituto Transart em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América
(EUA), tirado em 2015. Entre as diversas conquistas, Drummond foi finalista do
Prémio Soberano de Arte Asiática em 2016 e Finalista do Asia Pacific
Photography Prize em 2011. Obteve, ao longo da sua carreira, bolsas artísticas
e residências da Fundação Oriente (Portugal), do Centro Nacional de Cultura
(Portugal) e do Instituto Cultural de Macau (Macau). Participou na Transart
Triennale (Berlim), em 2016, e na Bienal de Jovens Artistas da Europa e do
Mediterrâneo (Valência) em 1992. É director da ZÌZHÌ – plataforma multidisciplinar
de pesquisa em arte contemporânea, director do VAFA — Festival Internacional de
Videoarte de Macau, diretor da XA – Xiang Art — plataforma de curadoria
multidisciplinar. Expôs por diversas vezes os seus trabalhos na China
continental, Taiwan, Hong Kong e Macau, bem como no exterior onde se destacam
as presenças na Coreia do Sul, Tailândia, Portugal, França, Espanha, Alemanha,
Hungria e EUA. Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto
Final”
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